How We Get Here escrita por TatyNamikaze


Capítulo 3
Capítulo 3 - A Verdade Machuca


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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How We Get Here

Capítulo Três - A Verdade Machuca



Sasuke Uchiha

 

Era domingo de manhã, e eu havia tomado uma decisão. Eu ia convidar Sakura para treinar comigo, pois precisava descobrir se ela ainda gostava de mim como antes.

Não sei o motivo disso, mas ter essa dúvida me incomodava. Não entendia que sentimento era aquele, mas estava mexendo comigo.

Eu a cumprimentei, tentando me manter sério, mas não pude deixar de ficar surpreso ao vê-la com aquele pijama curto, porém certamente que disfarcei bem, ao contrário dela, que não escondeu a surpresa de me ver em sua porta.

Já esperava essa reação dela, afinal, eu não era muito de visitas, mas o jeito de Sakura me perguntar o que eu fazia ali parecia que não queria minha presença em sua casa.

Não se pergunta à uma visita o que ela está fazendo na sua casa dessa forma, a não ser que seja uma visita indesejada, o que eu acreditava — ou esperava — que não fosse o caso.

Eu não sabia muito bem como chamá-la e, do jeito que falei, acabou parecendo que ela era a última opção, mas, na verdade, eu queria mesmo era dizer que Sakura era a única que poderia me acompanhar em um treino além do Naruto, mas sabem como eu sou, nunca falo o que sinto ou acho.

Mas, no fim, ela aceitou e fomos para o campo de treinamento, isso que importa.

Ficamos em lados opostos no antigo local em que treinávamos quando crianças e nos encarávamos.

Eu estava com vontade de treinar um pouco, precisava de alguma ação, não conseguia mais ficar parado na minha casa. Mas, tinha que tomar cuidado, não podia pegar pesado com a Sakura, não podia machucá-la.

Não mais do que já machuquei durante todo esse tempo.

— Pode começar. — falei, sorrindo de canto.

— Então, está bem. — ela não fez nenhuma objeção, apenas sorriu como sempre e concordou, concentrando chakra nas mãos, o que eu pude notar assim que ativei meu Sharingan.

Ela me encarou por mais alguns segundos e correu até mim enquanto eu me preparava para contra-atacar.

Lutamos taijutsu.

Ela desviava, atacava, e eu fazia o mesmo. Mas, eu tinha que tomar cuidado dobrado com os ataques dela, porque os socos da Sakura eram muito mais fortes que os meus.

Lutamos por um bom tempo, até que consegui acertar um chute na barriga dela, mandando-a alguns metros para trás. Aproveitei esse momento para fazer um Chidori, é claro que não ia machucá-la, mas estávamos treinando, e uma missão exigiria muito mais que taijutsu.

Quando ela viu o Chidori, ativou o Byakugou, então, fiquei mais tranquilo, pois esse jutsu a curaria de qualquer ferimento.

Fui para cima dela, porém não consegui atingi-la, na verdade, eu não queria mesmo. Ela foi rápida e conseguiu me acertar um soco na barriga, só que não foi muito forte, acho que ela também não queria me acertar para valer.

Acabei sendo jogado alguns metros para trás e desfiz meu Chidori. Levei a mão até a lateral do meu corpo a fim de tirar minha espada da bainha e voltei a desferir golpes contra ela.

Fui atacando várias e várias vezes, pressionando-a ao máximo e acertei alguns golpes, os quais fizeram cortes em seu corpo, que se curaram rapidamente por causa da marca na testa. Golpeei mais vezes, forçando Sakura a recuar mais e mais para trás, até que a encurralei em uma árvore. Sakura estava encostada no tronco, e eu, com a espada em seu pescoço.

Estávamos muito próximos, próximos até demais, tanto que eu já podia sentir sua respiração contra o meu rosto.

— Te peguei. — disse, sorrindo de canto.

— É, parece que sim. — ela respondeu, sorrindo também.

Estávamos tão perto, que eu queria…

Bati-me mentalmente outra vez, tentando entender que merda estava acontecendo com a minha cabeça.

Soltei-a imediatamente e me virei de costas para que ela não visse o meu rosto, que, com certeza, estava corado, afinal, eu estava constrangido, meus pensamentos estavam me confundindo.

Eu estava, realmente, prestes a beijá-la? Como assim?!

— Vamos voltar, já está passando do meio dia.

— Vamos. — respondi, saindo do campo com ela em meu encalço.

Depois de um tempo caminhando de volta para o centro da aldeia, eu pensei, repensei, desisti, pensei de novo e, finalmente, decidi criar coragem para falar com ela.

— Ah, Sakura, você quer... Ir almoçar comigo? — perguntei ainda de costas e tinha certeza de que estava mais corado ainda.

— Am?! Eu escutei direito? — ela estava surpresa, muito surpresa.

E eu não entendi por que tudo isso.

— Sim. E então?

— Está bem. — respondeu, e eu sorri de canto por ela ter aceitado e por notar que ela ainda sentia algo por mim.

Por que não? Afinal, ela não podia ver o meu sorriso mesmo.



. . .

 

 

 

Sakura Haruno

 

O nosso treinamento foi muito bom, lutamos bastante, até Sasuke me encurralar em uma árvore. Foi estranho vê-lo tão perto assim de mim e, por um momento, pensei que ele me beijaria.

Mas, em seguida, bati-me mentalmente por imaginar tal absurdo, já que estava falando de Sasuke Uchiha. E, além do mais, eu não devia ficar pensando nisso, afinal, eu tinha um namorado, o Yori Satoshi.

Quando Sasuke me convidou para almoçar, fiquei super, extremamente, absolutamente surpresa, já que ele nunca havia feito isso, mas aceitei, era só um almoço, e eu sabia que não devia alimentar falsas esperanças com o Sasuke.

Comemos uma refeição simples, apenas um prato com vários bolinhos de arroz, conversamos um pouco sobre a vila, o que era inacreditável, já que Sasuke não era muito de falar e, depois, pedimos a conta.

Assim que o garçom colocou o papel sobre a mesa, Sasuke o pegou.

— Deixa que eu pago.

— Oi? — perguntei só para ter certeza que ouvi certo.

Sasuke cavalheiro agora?

Havia algo errado, com certeza, havia algo de muito errado.

— Eu pago, pode deixar, eu te convidei.

— Tem certeza? — perguntei novamente.

Isso estava muito estranho.

— Sim.

Não insisti mais, já que ele estava começando a contar o dinheiro. Eu apenas o observei pagar o garçom e se levantar.

— Vamos?

Assenti com a cabeça e levantei-me em seguida. Juntos, caminhamos para o lado de fora do restaurante e seguimos pela rua em silêncio.

E não demorou para chegarmos em frente à minha casa.

— Foi muito legal hoje, obrigada, Sasuke. — sorri — Bom, até amanhã. — e ele apenas acenou com a cabeça antes de sair.

Isso era um progresso, Sasuke nunca foi de fazer nada disso. Nem parecia o mesmo Uchiha de antes.

E, para falar a verdade, estava começando a gostar do novo Sasuke.                          

 

. . .

 

— O que está acontecendo entre você e o Sasuke? — perguntou Ino, curiosa.

— Ahm?

Mas que pergunta!

— Não se faça de desentendida, eu os vi no restaurante sozinhos.

— Estávamos almoçando, Ino.

— Almoçando? Sei. — me olhou desconfiada. — Desde quando Sasuke sai para almoçar com alguém?

— Não sei, mas estávamos treinando, deu a hora do almoço, e fomos almoçar. Só isso! — respondi, começando a caminhar rumo ao meu apartamento.

Aquela conversa já estava irritando.

— Estavam treinando juntos?! Desde quando Sasuke treina com alguém, sem ser o Naruto? Fala a verdade.

— Não tem verdade, Ino, é só isso! – respondi, um pouco alterada pela insistência dela em saber a "verdade".

— Não parecia no restaurante, ele te olhava de um jeito...

— Para, Ino! — pedi, interrompendo-a — Você que fica imaginando as coisas. Até parece que não conhece o Sasuke! Ele nunca vai me olhar diferente ou se apaixonar por mim, ele me detesta e me acha irritante, chega! — acho que fui um pouco grossa, mas continuei. — E, além do mais, agora, eu tenho o Yori, meu namorado.

— Não sei não... — respondeu, virando-se de costas para mim e começando a caminhar para a outra direção. — Mas, você devia prestar atenção nisso. Ah, e, em relação ao Yori, existe a opção terminar, sabia? Você não o ama de verdade, e eu sei que não quer magoá-lo, mas não querer enxergar que o Sasuke pode estar gostando de você e sacrificar sua felicidade pelo Yori, não vale a pena. Pense nisso, testuda. — e foi embora, mas suas últimas palavras mexeram comigo.

Ela tinha razão.

E se o Sasuke estivesse gostando de mim?

Eu ainda não conseguia acreditar nisso. Para mim, a Ino havia ficado maluca, estava se confundindo, e eu não queria ficar alimentando falsas esperanças.

 

. . .

 

Depois de uma manhã cansativa no trabalho,eu fui em direção ao meu restaurante preferido, já que estava na hora do almoço e minha barriga roncava, mas, quando me aproximei do estabelecimento, me surpreendi ao ver Sasuke sentado em uma mesa no canto, isolado, o que me fez perguntar mentalmente desde quando ele frequentava aquele lugar.

Pensei se devia ir até ele, mas desisti, não era uma boa, poderia acabar incomodando-o ou poderia pegar mal, já que eu namorava o Yori, então, eu resolvi passar direto e ocupar outra mesa. Mas, antes que eu pudesse sentar-me, nossos olhares se encontraram. Sorri como cumprimento, e ele sorriu de canto de volta, o que deixou-me surpresa e me fez pensar se eu não estava vendo coisas.

Não conseguia acreditar. Se eu não tivesse absoluta certeza de que estava acordada, me estapearia ali mesmo, só para ter certeza de que vi um pequeno sorriso no rosto dele.

Com a ideia de comer sozinha, continuei andando em direção à outra mesa. Seria melhor assim.

— Sakura! — ouvi Sasuke me chamar, ainda sentado em sua mesa.

Caminhei até ele, perguntando-me o que ele poderia querer comigo.

— Oi.

— Oi. — a voz dele não possuía o mesmo tom indiferente de antes.

Sorri em resposta.

— Senta aqui. — falou, os olhos ônix me fitando. — Ou está esperando alguém?

— Ah, não, não estou. — respondi, sorrindo sem graça e olhei para os lados, incerta, ponderando sobre seu pedido. — Está bem.

Sentei-me na cadeira vaga a sua frente e, logo, a garçonete veio nos atender. Pedi os bolinhos doces de sempre e Sasuke, os seus típicos bolinhos de arroz.

Não demorou para que nossos pedidos chegassem, e, logo, começamos a comer em silêncio.

Vez ou outra, eu observava Sasuke.

Ele estava estranho, bem diferente do Sasuke de antes. Estava mais próximo, mais falante. Não agia mais de forma tão fria e indiferente.

Desviei o olhar, forçando-me a não pensar nele como mais que um amigo, já que eu era comprometida e nunca teria chance alguma com Sasuke.

Voltei a comer, e não demorou para que os bolinhos em nossos pratos chegassem ao fim. Logo, fizemos sinal para a garçonete, que trouxe a conta e deixou o papel sobre a mesa.

— Pode deixar, eu pago. — o Uchiha disse, sorrindo de canto.

Já era a segunda vez que ele se oferecia para pagar a conta do restaurante. O que estava acontecendo? Aquele era mesmo o Sasuke?

— Por quê? — perguntei, já não me aguentava de curiosidade.

Eu precisava saber a verdade, e era inevitável não pensar nas palavras de Ino ao questioná-lo.

— Ahm? Por que o quê? — ergueu as sobrancelhas.

— Por que quer pagar a conta? Você nunca foi assim.

Ele ficou alguns segundos em silêncio, o que me fez pensar que ele não responderia minha pergunta.

E isso não seria nenhuma novidade.

— Eu cometi muitos erros, Sakura, só quero me desculpar de alguma forma.

Admito que fiquei decepcionada com aquela resposta, mas o que eu esperava? Que ele dissesse que era porque estava gostando de mim?

Obviamente que o motivo não seria esse, e que Ino só estava viajando.

E aquela resposta me fez abrir os olhos e parar de criar esperanças com Sasuke.

Sairia magoada se o fizesse.

— Entendi. — sorri forçado e levantei-me da cadeira. — Eu preciso ir, tenho que voltar para o hospital.

E saí sem falar mais nada. Era melhor assim.



. . .

 

 

 

Sasuke Uchiha

 

No dia seguinte, não tinha nada para fazer, então, quando deu a hora do almoço, fui ao restaurante preferido da Sakura. Não sei como, mas sabia que ela iria para lá e eu precisava vê-la.

Não fazia ideia do que estava acontecendo comigo e nem o motivo de Sakura habitar tanto meus pensamentos nesses últimos dias. Estava tudo muito confuso e irritante.

Quando ela apareceu, achei estranha sua atitude de passar direto, afinal, acreditava que ela viria diretamente até mim, já que ela me amava ainda, não é?

E, quando ela não o fez, eu não sei dizer o motivo, só tive que chamá-la. Por mais estranho que possa parecer, eu queria sua companhia.

Almoçamos juntos em silêncio, mas nada perturbador, era um silêncio confortável, e, vez ou outra, notava seu olhar sobre mim.

Assim que terminamos de comer, eu disse que pagaria a conta, o que a fez questionar-me o por que disso novamente.

Eu, realmente, não sabia o que dizer. Não podia, simplesmente, falar que era porque algo dentro de mim me dizia para ser gentil com ela, que eu precisava de sua companhia, então falei a primeira coisa que veio a minha mente e que sabia que ela acreditaria.

Porém, sua expressão de decepção ficou evidente, e me fez repensar se foi o certo a se dizer.

Mas, o que eu podia fazer? Não ia admitir o que eu sentia. Pelo menos, não agora.

 

. . .

 

Já era noite, estava em casa jogado no sofá quando alguém bateu em minha porta. Quando abri, a figura de Shikamaru entrou em meu campo de visão. Ele veio me chamar, pois Kakashi queria me ver. Com certeza, seria sobre a missão que me falou outro dia. 

Rapidamente, segui até a torre do Hokage, onde Kakashi se encontrava sentado na cadeira atrás da mesa, com os cotovelos apoiados sobre a superfície de madeira lisa.

— Sasuke, preciso que você lidere uma equipe de três shinobis, que irão ao encontro dos ninjas da Anbu da Folha na fronteira do país das Ondas. — Kakashi explicou e parecia preocupado.

— Certo, mas o que está acontecendo lá? — perguntei, pois precisava saber no que estava me metendo.

— A equipe Anbu que mandei estava espionando alguns ninjas renegados por lá e tiveram algumas complicações. Eles precisam de apoio para concluir a missão, que é acabar com esse grupo.

— Que tipo de complicações?

— Bom, eu não tenho todos os detalhes, pois o último relatório que recebemos não continha muitas informações. — Kakashi respondeu, ficando de pé e andando até a grande janela atrás de si, ficando, assim, de costas para mim. — Mas preciso que parta amanhã mesmo, o mais cedo possível, a equipe que liderará estará te esperando no portão da aldeia.

— Certo, mas quem devo procurar na hora que chegar lá? Qual o capitão da equipe que temos que ajudar? — perguntei, pois precisava saber para poder completar a missão.

— Ah, é mesmo. — Kakashi disse, seu semblante se encontrava sério.

O Hokage virou-se, novamente, para mim e caminhou devagar até sentar-se, outra vez, na sua cadeira.

— Procure o capitão da equipe. Yori Satoshi.

. . .

 

Assim que amanheceu, parti junto com três shinobis da Anbu de Konoha em direção à fronteira do país das Ondas. Foi uma longa viagem, três dias para ser exato, mesmo correndo o mais rápido que nós pudemos. Precisávamos dar apoio a uma equipe Anbu que estava tendo problemas com renegados naquela região, por isso, tínhamos que chegar lá o mais depressa possível.

Assim que chegamos à fronteira, escutamos o barulho do que parecia ser uma batalha acontecendo, então, ocultamos nossos chakras e nos aproximamos em silêncio.

Notamos que era a Anbu da Folha lutando com alguns renegados de várias aldeias e entramos na batalha. Havia um ninja da Anbu no chão prestes a ser morto por uma espada, então, corri em direção a ele e segurei o braço do renegado, interrompendo o golpe no último segundo.

Lutamos taijutsu após nos encararmos por alguns segundos, o renegado era bom, tenho que admitir, mas não o suficiente para me derrotar.

Assim que o derrubei, outro inimigo veio para cima de mim, mas, quando ele estava perto o suficiente, usei o Shinra Tensei, uma das habilidades de meu Rinnegan e o lancei longe. Nesse instante, todos pararam para ver a cena, estavam surpresos pelo ninja ter sido jogado longe sem que eu o encostasse, até as lutas haviam parado.

Um dos inimigos, assustado ao me reconhecer, ordenou que seus companheiros fossem embora, o que foi a melhor coisa que eles fizeram na vida, pois não eram páreos para mim.

Não os segui, pois precisava estar por dentro dos detalhes da missão, então, virei-me para os ninjas da Folha e vi que um shinobi da minha equipe estava curando a perna do ninja que salvei. Em poucos minutos, ele levantou-se do chão, totalmente, curado e olhou para mim, confuso.

Nesse instante, meu Rinnegan já encontrava-se coberto pelos cabelos, o que dificultou meu reconhecimento.

— Quem é você? — perguntou, encarando-me.

— Sou Sasuke Uchiha.

Meu semblante estava sério, e minha voz saiu fria e indiferente como sempre. Devolvi o olhar do ninja, que, no mesmo momento, arregalou os olhos azuis, surpreso.

— Sasuke... Uchiha... — o ouvi sussurrar.

— E você é…?

Ele pareceu recuperar-se da surpresa, recompondo-se.

— Yori, Yori Satoshi. — respondeu, voltando a assumir uma expressão séria.

Então, ele era o capitão.

— Eu preciso falar com você.

— Certo. — Yori respondeu, afastando-se do resto da equipe em passos lentos, e eu o segui até perto de uma árvore, cuja copa fazia sombra em uma pequena área.

— Eu preciso dos detalhes da missão.

— Ah, sim, a missão. — sorriu sem graça.

— É…

Sobre o que mais seria?

— Bom, nós estávamos observando esses ninjas por um tempo, recolhendo informações e conseguimos concluir que eles pretendem destruir as grandes nações, inclusive o país do Fogo. Portanto, o Rokudaime nos deu a ordem de sabotá-los, atrapalhar o máximo que conseguirmos e destruir a maior quantidade de ninjas que pudermos. Mas, eles acabaram nos notando e alguns nos cercaram. Conseguimos combater uma grande quantidade deles e recuar para esse local, mas nos encontraram de novo... Minha equipe e eu precisamos concluir nossa missão.

— E minha equipe e eu precisamos concluir a nossa missão, que é ajudar a sua equipe, ou seja, sua missão também é minha missão. — expliquei, sério e frio. — Então, o que farão agora?

— Bom, ninguém se machucou seriamente, então, podemos seguir para o esconderijo deles, precisamos atrapalhá-los a todo custo.

— Quantos ninjas têm nesse esconderijo? — perguntei, mas não me preocupava com isso, só queria saber mesmo, pois eu sou Sasuke Uchiha, reencarnação de Indra Otsutsuki.

Não importava quantos ninjas iriam me enfrentar, pois sou forte.

— Aproximadamente, vinte.

— Somos oito, damos conta. — bom, eu dou, não sei os outros. — Podemos atacar ao anoitecer.

— Certo.

 

. . .

 

Estava um pouco escuro dentro da caverna, o primeiro cômodo do esconderijo do inimigo encontrava-se silencioso. No canto, alguns móveis empoeirados chamavam atenção. Sobre a mesa velha, havia alguns papéis, entretanto, não havia nenhum sinal dos renegados.

Peguei os papéis e olhei ao meu redor para procurar outra pista, mas o que encontrei foi uma pequena entrada para uma sala no fundo. Entramos cuidadosamente pela abertura minúscula na parede, e lá estavam os inimigos que estávamos procurando.

Eram, em média, vinte ninjas renegados em guarda e prontos para nos atacar, mas isso não me intimidou. Todos pegaram suas armas ninjas e foram para cima de cada um de nós. Lutamos bastante, eu derrubei vários ninjas rapidamente, nem precisei usar ninjutsu, somente minha espada. Entretanto, alguns de meus companheiros de equipe estavam tendo dificuldades, inclusive Yori, que seria atingido por uma kunai na cabeça se eu não tivesse mandado outra na direção da arma ninja que o atingiria e a desviado para a esquerda no último momento, impedindo que Yori fosse atingido e morresse.

— Obrigado por agora e por antes. — o capitão disse rapidamente ao virar-se para mim e ,depois, voltou a lutar com outros ninjas.

Alguns minutos de luta se passaram, e todos os ninjas renegados estavam mortos, já nós não tínhamos nenhum machucado sério. Fomos verificar se tinha mais alguma informação sobre esses renegados no esconderijo e acabamos descobrindo, nos papéis que peguei, que o grupo de ninjas inimigos era muito grande, mais do que eu poderia imaginar, entre outras informações não tão relevantes.

Voltamos o mais rápido que pudemos para Konoha, não descansamos um minuto sequer durante a caminhada, pois precisávamos passar para o Hokage tudo que descobrimos.



. . .

 

 

                 

Sakura Haruno

               

Cinco dias se passaram, e nada do Sasuke, eu não fazia ideia de onde ele estava e perguntava-me mentalmente se ele havia ido embora novamente.

O que eu, realmente, esperava que não.

Trabalhei o dia todo no hospital, como sempre fazia, só que um pouco desanimada e, à noite, fui me encontrar com Naruto e Hinata, que acabaram de voltar de uma missão nível A no país do Ferro, pois os samurais não estavam dando conta dos inimigos e pediram que Naruto fosse até lá ajudar, mas a missão demorou mais do que esperavam.

Combinamos de nos encontrar no meu restaurante favorito, mas Naruto havia passado antes no Ichiraku para comer seu precioso ramen, afinal, era o Naruto.

Cheguei um pouco atrasada no restaurante, já que havia passado em casa antes para tomar um banho, então, o casal já estava lá, me esperando. Sentei-me ao lado deles e pedi meus típicos bolinhos e um suco de maçã.

Eu não era a única atrasada naquele dia, afinal, Kakashi ainda não havia chegado, o que não era nenhuma novidade, porém ele não demorou muito a aparecer.

— Kakashi sensei?! — Naruto estava com a boca cheia de comida como sempre.

Mal-educado!

O Rokudaime, por sua vez, limitou-se a acenar antes de sentar-se na cadeira vazia ao meu lado e, em seguida, fez seu pedido para a garçonete que veio atendê-lo.

— Onde está o Sasuke? — Naruto perguntou.

E ainda bem que o fez, afinal, eu também estava louca para saber, porém não ia perguntar sobre Sasuke.

Desviei meus olhos para nosso sensei, esperando por sua resposta.

— Ele está em uma missão no país das Ondas. — Kakashi respondeu assim que a garçonete colocou seu prato em sua frente, e eu disfarçava a curiosidade, bebendo meu tão adorado suco. A moça sorriu antes de sair, deixando-nos a sós na mesa. — Pedi para ele dar apoio à equipe de Yori Satoshi.

Ao ouvir isso, engasguei-me com o suco que tomava de tanta surpresa.

Yori e Sasuke em uma mesma missão? Mas, que droga!

Os três olharam para mim na hora, minha reação foi muito exagerada, mas pensar em Sasuke e Yori lado a lado era… Estranho.

Só não entendia o motivo disso, não é como se Sasuke e Yori fossem brigar por mim, até porque o Uchiha não se importava comigo.

— Algum problema, Sakura? — Kakashi disse, percebendo minha reação, minha agitação.

E ele sabia o motivo perfeitamente.

— Não, nenhum. — menti, voltando a olhar para o meu prato e a comer, afinal, Sasuke não se incomodaria com minha relação com Yori, ele ficaria era agradecido por eu largar de seu pé.

O resto da refeição ocorreu em silêncio. Às vezes, Naruto puxava alguns assuntos aleatórios, mas nada muito longo. Logo, acabamos de comer, então, o loiro despediu-se de Hinata com um beijo demorado, que até deixou-me constrangida, e a Hyuuga ficou corada por isso, e, depois, Naruto falou um simples “tchau” para mim e Kakashi sensei, o qual logo despediu-se de nós também e saiu a caminho de sua casa.

O loiro seguiu para a direção contrária à do Rokudaime, assim que o mesmo sumiu pelos telhados das casas, deixando, em frente ao restaurante, apenas Hinata e eu.

— O que foi, Sakura-san? — Hinata perguntou, percebendo que eu estava perdida em pensamentos. — Está preocupada com o Sasuke-kun e o Yori-kun?

— Como você sabe?

— Percebi sua reação quando o Rokudaime falou sobre a missão deles. — respondeu, com seu jeito doce de sempre.

— Eu só não queria que o Sasuke ficasse sabendo do Yori agora, não sei porquê, mas... Acho que é besteira, Sasuke nunca se importaria se eu tivesse ou não um namorado, isso não estragaria as chances com ele, porque não tenho nenhuma. Ele nunca se apaixonaria por mim mesmo.

— Tem certeza disso, Sakura-san?

Olhei para Hinata com os olhos semicerrados, e as sobrancelhas arqueadas.

— O que está querendo dizer?

— Eu os vi juntos no restaurante duas vezes e conversando, pareciam bem próximos.

— Eu e o Sasuke? Mais próximos? Claro que não, era só um almoço. Ele nunca irá se interessar por mim, Hinata. Acho que o mais próximo que podemos ser é companheiros de equipe. No máximo.

— Acho que está exagerando, Sakura-san. Todas as pessoas mudam com o tempo, para o melhor ou pior. Quem sabe o Sasuke-kun não mudou também e percebeu que sente algo por você? Tudo é possível, mesmo vindo do Sasuke-kun. — ela tinha razão, tudo era possível, mesmo vindo de Sasuke Uchiha, mas isso ainda parecia absurdo demais. — Bom, eu preciso ir. Até amanhã.

— Até.

Fiquei, um tempo, parada, pensando no que a Hyuuga me disse antes de afastar-se de mim, mas achava muito difícil Sasuke se interessar por mim mesmo depois de tudo que passou.

Afinal, era de Sasuke Uchiha que estávamos falando.

                                                                                                   . . .

 

Fazia dois dias desde que Kakashi me disse sobre a missão de Sasuke e Yori, e eu ainda não havia conseguido esquecer-me desse assunto. Andava pensativa pelas ruas sob o céu noturno, distraída enquanto olhava as vitrines das lojas fechadas sem muita animação, até sentir a presença de alguém atrás de mim, e duas mãos tamparem os meus olhos.

Sorri, já imaginando quem era a pessoa. Apenas uma adorava fazer isso.

— Adivinha quem é!

— Yori. — respondi, colocando minhas mãos sobre as suas e destampando minha visão.

Yori sempre deixava-me feliz mesmo eu amando o Sasuke. Ele conseguia deixar-me alegre e confortar um pouco meu coração. Yori tinha esse dom, era compreensivo e entendia meus sentimentos. Nunca forçava nada e, quando eu estava com ele, sentia-me bem.

Sorri ao sentir seus braços ao meu redor, e seus lábios sobre os meus em um beijo simples e rápido, porém senti uma sensação estranha nesse instante, era como se alguém nos observasse, mas não havia ninguém além de nós naquela rua.

— Ainda bem que está tudo bem com você. — comentei ainda em seus braços.

— E com você também. — respondeu, sorrindo de volta. — Eu te amo, Sakura. — declarou, o que me fez desviar o olhar para o chão ao soltar-me, sem graça. — E queria muito que você me dissesse a mesma coisa.

Não consegui sustentar o seu olhar. Estava confusa e, ao mesmo tempo, triste. Yori merecia alguém que o amasse de verdade, e eu ainda não conseguia fazer isso.

— Mas eu entendo que está confusa, principalmente, agora que o Uchiha está de volta. — abaixei a cabeça, o semblante estava assumindo uma feição tristonha. — Está tudo bem?

— Sim. — respondi, levantando a cabeça e sorrindo.

Um sorriso um pouco falso, principalmente, por dar-me conta do quão idiota eu estava sendo por ainda amar alguém que não se importava nenhum pouco comigo enquanto quem me amava de verdade encontrava-se em minha frente.

— Vamos, vou te acompanhar até em casa.

Yori estendeu a mão esquerda para mim, e eu entrelacei nossas mãos. Juntos, fomos caminhando devagar até a porta da minha casa.

— Pronto, até amanhã, Sakura. — Yori disse, abraçando-me novamente e dando-me um beijo demorado que, por um instante, me fez esquecer o Sasuke. — Tchau, preciso passar na torre do Hokage ainda.

— Tudo bem. — sorri em despedida. — Tchau.

Fiquei observando Yori afastar-se e, em seguida, sumir na escuridão da noite enquanto minha mente não parava de pensar.

Pensamentos esses que não faziam sentido, afinal, por que eu estava preocupando-me com uma forma de contar — ou explicar — sobre meu namoro para o Sasuke?



. . .

 

 

 

Sasuke Uchiha

 

Já era noite quando avistamos o grande portão de Konoha. Passamos pela grande entrada cumprimentando os guardas da portaria, e cada ninja foi para um lado, deixando apenas Yori e eu.

Ele foi andando muitos metros à frente, provavelmente, nem mesmo percebeu que eu ainda caminhava logo atrás, pensativo.

Enquanto dava passos lentos em direção ao centro da aldeia, pensava em Sakura e no que ela estaria fazendo nesse instante, o que já havia tornado-se algo comum, até que a vi.

Seus cabelos rosados voavam conforme ela andava lentamente observando as vitrines, mas uma coisa estranha logo chamou minha atenção.

Yori seguia na direção dela, o que fez-me perguntar o motivo disso, porém, imediatamente, tudo ficou claro.

E eu não gostei nenhum pouco de saber.

Primeiramente, eles abraçaram-se em meio a sorrisos e, em seguida, beijaram-se.

Meus olhos arregalaram-se naquele instante, e senti um aperto em meu peito. Sakura estava beijando outro. Sakura estava beijando Yori Satoshi.

Então, ela, realmente, não me amava mais.

Era inexplicável o que eu sentia naquele momento. Era uma mistura de raiva, dor, decepção. Estava tão forte que, ao mesmo tempo que sentia vontade de ir até eles e acabar com aquela palhaçada, eu queria sair o mais rápido possível dali.

Mas, ao ver o sorriso de Sakura, que parecia tão verdadeiro e caloroso, eu tive a certeza de que não devia me interferir. Já havia a magoado demais, não podia atrapalhar mais sua vida.

Então, antes que mudasse de ideia e deixasse a raiva me dominar, saí dali, afinal, não queria que ela me visse e eu não podia perder o controle.

Se eu já havia achado ruim de ela ter tido um namorado na minha ausência, saber que ela possuía um novo agora era pior ainda, principalmente, por ter me dado conta de que sentimento era esse em meu peito.

Por ter percebido que a necessidade que sentia de vê-la, falar com ela e ouvir sua voz era amor.

Pena que notei isso tarde demais.


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