How We Get Here escrita por TatyNamikaze


Capítulo 2
Capítulo 2 - A Atitude do Uchiha


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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How We Get Here

Capítulo Dois - A Atitude do Uchiha



Sasuke Uchiha

 

Assim que passei pelo grande portão, pude ver que Konoha estava muito diferente, estava mais moderna do que me lembrava. Os ninjas da portaria não falaram nada, apenas ficaram surpresos em me ver novamente e, depois de uns segundos tentando processar a informação, me deram boas vindas.

Comecei a andar pela rua lentamente após acenar para os ninjas próximos ao portão da Folha. Tudo estava tranquilo pela aldeia pelo que pude notar, as ruas não estavam nem cheias nem desertas e encontravam-se até bem silenciosas.

Avistei algumas pessoas conhecidas, que surpreenderam-se ao verem-me ali, mas nada disseram, apenas observaram a minha caminhada silenciosa, mas meus olhos não ficaram muito tempo neles, pois logo avistei uma pessoa com os cabelos cor-de-rosa batendo no meio das costas, andando devagar ao longe.

Seria a Sakura? Perguntei-me no momento, porém eu já possuía a certeza e não sei porquê, mas fui diretamente até ela.

— Sakura?! — disse, indiferente como sempre, assim que cheguei perto da garota de cabelos rosados, que andava distraída pela rua e tenho que admitir que ela estava…

Bem diferente.

— Oi... — respondeu assim que virou-se de frente para mim e, em poucos segundos, começou a me fitar de uma maneira diferente de antes, dando-se conta de quem era ali. — Sa-Sasuke?!

Seus olhos se arregalaram no primeiro instante, surpresa ao ver-me.

— Oi.

Nesse instante, ela pareceu dar-se conta de que era real, de que eu estava em sua frente, porém ela não agiu como eu esperava que agisse.

Definitivamente, ela estava bem diferente.

— Quando você chegou? — perguntou normalmente, suavizando a expressão de surpresa que havia se instalado em seu rosto instantes antes, como se eu fosse apenas um velho conhecido.

Cadê o "Senti tanto a sua falta, Sasuke-kun"? 

— Agora. — respondi, ainda mais indiferente diante de sua reação um tanto quanto estranha e inesperada.

— Que bom! — sorriu enquanto olhava em meus olhos, mas os seus logo desviaram-se para a direita, de onde uma voz feminina soou alto:

— Sakura! Precisamos de você no hospital, é uma cirurgia de emergência! — uma garota loira gritou, com certeza, deveria ser Ino, por causa do escândalo.

Ela, realmente, não havia mudado nada.

— Certo, Ino, já vou... Sasuke, fico feliz que tenha voltado. Adeus! — disse e saiu correndo.

— Sasuke? — a loira colocou a mão sobre a boca, surpresa. — Nossa, não acredito que está aqui! — sorriu ao suavizar um pouco sua expressão.

Ela virou-se para trás, vendo Sakura correndo bem distante de onde estava e pareceu dar-se conta de que também precisava ir.

— Que bom que está de volta, Sasuke. — disse Ino antes de sair correndo atrás da Sakura.

É, muitas coisas haviam mudado.

Continuei caminhando pela rua até me aproximar da torre do Hokage, que não estava tão diferente de quando saí para minha viagem de redenção.

Bati na porta da sala, e Kakashi falou um baixo “entre”, dando-me a permissão para adentrar o local. Lá estava Naruto e ele, e pareciam conversar sobre alguma missão, pois o loiro estava arrumado como se fosse para uma.

E, imediatamente, reconheceram-me, pois os semblantes assumiram expressões surpresas.

— Sasuke! — gritou Naruto, animado.

Sabia que ele faria isso, ele não mudava nunca.

— Não grite, seu idiota. — disse, indiferente, mas estava feliz por vê-lo.

— Sasuke, que surpresa! — disse Kakashi, levantando-se da sua cadeira. — Não sabia que chegaria hoje.

— É, eu não quis avisar. — respondi, indiferente como sempre — Mas, agora, vou indo, preciso descansar.

— É, tem razão. A viagem deve ter sido longa. Seu apartamento continua do mesmo jeito que deixou. — o Hokage disse, e eu assenti. — Bem vindo de volta, Sasuke. — sorriu por baixo da máscara, feliz por minha volta e por saber que eu havia mudado de verdade, podia notar isso observando seus olhos.

Acenei com a cabeça e saí da sala em passos lentos, rumo ao meu apartamento, e, por sorte, não encontrei nenhuma das garotas chatas da acadêmia pelo caminho ou com a Sakura novamente.

Mas achei bem estranho o comportamento dela nesse dia, nem sequer foi irritante como sempre era. Mais certo dizer que ela não teve tempo para ser irritante, o que me surpreendeu. Sakura sempre teve tempo de sobra para mim e, quando voltei, depois de anos longe, ela mal me dirigiu a palavra.

Não que isso me incomodasse, de forma alguma, mas não era o que esperava.

Entrei no meu apartamento e vi que tudo estava exatamente igual lá dentro, tudo, tirando a camada de poeira que estava sobre os móveis, mas isso resolvi rápido.

Limpei tudo que precisava limpar imediatamente, organizei minhas coisas no armário do meu quarto e fui dormir um pouco para descansar da longa viagem de retorno. Quando estava à noite, decidi sair para tomar um ar e comer alguma coisa, pois não tinha nada na minha casa, já que eu passei longos anos fora.

Andei pelas ruas calmas da vila, seguindo em direção a um restaurante popular, que, por sorte, estava bem vazio naquele dia, onde ninguém me incomodou durante a refeição, exceto alguns olhares de surpresa que já eram esperados.

Depois de comer, o que não demorou muito, fui andar mais um pouco pelas ruas, percebendo as mudanças que ocorreram com o tempo e acabei passando, sem querer, em frente ao hospital da Folha.

Por coincidência ou destino, Sakura estava saindo do prédio em passos lentos, vestindo um jaleco branco que a deixava bem… Diferente. Sem saber o motivo e acreditando ser por não ter nada melhor para fazer, decidi ir falar com ela.

Andei devagar atrás dela, como quem não queria nada, até Sakura notar minha presença, provavelmente, pelo chakra e virar-se para trás com um sorriso fraco nos lábios.

— Oi, Sasuke.

Novamente, sem o sufixo “kun” depois do meu nome.

— Oi. — disse, indiferente.

— O que estava fazendo? — Sakura perguntou, curiosa.

E que curiosa, hein?!

— Estava andando por aí.

— Ah... — disse Sakura, olhando para frente e começando a caminhar de novo.

E eu a acompanhei, já que era meu caminho para casa também, ambos em silêncio, outra coisa incomum ao lado de Sakura.

— Bom, vou ficar por aqui, tchau! — ela disse, apontando para um pequeno apartamento de dois andares, cuja fachada possuía uma cor clara, e várias flores no jardim em frente.

Ela subiu os degraus da entrada e acenou antes de entrar na casa, sem “obrigada por me acompanhar até aqui” ou “te vejo amanhã”.

Fiquei um tempo parado ali, fitando a porta trancada, ainda sem entender muito bem o que acontecia e como tudo mudou. Em seguida, resolvi ir embora, não tinha por que permanecer ali, então, continuei seguindo pela rua calma e já deserta, e não demorou para que meu apartamento entrasse em meu campo de visão.

Ao chegar em frente à porta, a abri lentamente e segui direto para o quarto, pois havia sido um dia bem cheio, e eu precisava descansar.

Mas, ao deitar-me para dormir, minha mente ficou cheia de pensamentos, os quais se resumiam a uma pergunta.

Por que estava tudo tão diferente?



. . .



Sakura Haruno

 

Eu caminhava pelas ruas distraída, usando uma regata branca e uma calça capri bege, conjuntamente com um par de sandálias pretas, cujo salto era bem pequeno. Andava calmamente, observando as vitrines das lojas que via todos os dias, até uma voz chamar minha atenção.

Uma voz conhecida, que eu recusava a acreditar que era mesmo dele, mas, ao virar-me, percebi que não era minha mente pregando uma peça, era Sasuke realmente.

Foi difícil agir como se fosse uma pessoa normal em minha frente e fazer parecer que eu não esperava por sua volta, mas do que adiantava ser a antiga Sakura? Sasuke não se importava comigo e detestava meu jeito, sem contar que eu tinha o Yori, então, não podia, simplesmente, agir como a menininha apaixonada de antes, até porque eu não tinha mais esperanças, já havia caído na real.

Agradeci mentalmente quando Ino chegou para chamar-me, pois precisavam de mim no hospital. Era difícil ficar frente a frente com Sasuke depois de tanto tempo, mas tinha que admitir que estava feliz por vê-lo de novo, mesmo sentindo meu coração doer ao imaginar sua rejeição, como ele sempre fazia.

Se bem que, naquele momento, talvez, fosse o melhor, pois eu precisava seguir em frente com minha vida e dedicar-me a quem, realmente, me amava.

 

. . .

 

O dia foi corrido: cirurgias, ninjas machucados e crianças que caíram brincando, mas nada que eu não estivesse acostumada a lidar.

Mesmo cansada, passei o resto do dia feliz. O que eu não entendia era o motivo dessa felicidade. A volta de Sasuke não mudaria nada em minha vida, afinal, não seria agora que ele ligaria para mim, pelo contrário, isso só me traria mais sofrimento, pois tudo ficava mais intenso quando ele se encontrava por perto.

Pior que se tornava cada vez mais difícil manter minha postura normal diante dele, tive a prova quando o vi na saída do hospital e acabei sendo um pouco intrometida. Bati-me mentalmente por ter perguntado mais do que devia, mas Sasuke deixava-me desconcertada.

Ao cair na cama naquela noite, meus pensamentos só giravam em torno do Uchiha, sentindo aquele sentimento que tanto tentei esquecer queimar com força em meu coração, incentivando-me a correr atrás do meu amor apesar de minha mente dizer que eu não tinha chance e devia desistir.

Por fim, decidi escutar minha mente.

Não queria magoar-me outra vez, e alimentar falsas esperanças só ia causar isso.

Chega de sofrer, chega de Sasuke. Era hora de seguir com a minha vida e esquecê-lo.



. . .

 

 

Sasuke Uchiha

 

— Já imagino o que veio pedir. — Kakashi disse no seu tom de sempre, assim que entrei em sua sala.

Já era de se esperar que eu iria conversar sobre minha situação atual em Konoha.

— Eu pensei em lhe colocar como líder de um esquadrão da Anbu, mas você precisa virar jounin para isso.

— Então, como eu faço?

— Sobre isso, podemos conversar depois, primeiro, você precisa de um novo braço. — falou, e só então lembrei-me desse detalhe.

Depois desse tempo todo, já havia até me acostumado a viver com o direito apenas.

— Bom, você precisa ir até o hospital e procurar a Tsunade, ela vai resolver isso e, talvez, vou precisar de você em uma missão, então, eu lhe chamo, pode ficar tranquilo.

— Certo.

 

. . .

 

Entrei no hospital e perguntei por Tsunade. A recepcionista me disse para qual sala deveria ir e, quando estava saindo da recepção, senti os olhares das enfermeiras em mim. Muitas delas eram as garotas que me irritavam na academia ninja. É, parecia que isso não havia mudado.

Bati na porta da sala no fim do corredor, e Tsunade a abriu.

— Sasuke, entre. — ela parecia já estar ciente da situação. — Já sei o que veio fazer. — disse, indo até um refrigerador de onde tirou uma caixa branca.

Ela a abriu e retirou um braço enfaixado de lá de dentro, feito com as células do primeiro Hokage.

— Vamos começar?

— Sim. — respondi, indiferente.

Retirei a camisa para facilitar o processo, e ela começou o procedimento, colocando o braço do jeito certo e religando nervos, músculos e linhas de chakra, o que não foi um processo doloroso, mas também não foi muito confortável.

Depois de uma hora mais ou menos, estava pronto meu novo braço.

— Obrigado. — falei enquanto mexia o novo membro e, logo, levantei-me para sair da sala.

— De nada... Que bom que está de volta, mas, agora, juízo, hein?! — disse, com um pequeno sorriso nos lábios quando eu estava abrindo a porta da sala.

Apenas virei-me de frente para ela e acenei com a cabeça, não queria falar nada e também não queria ouvir sermão, então, fechei logo a porta e saí andando devagar, até que, ao virar no corredor, senti alguém esbarrando em mim e derrubando um monte de papéis no chão.

— Desculpa... Sasuke?! — disse Sakura, surpresa ao me ver no hospital — Eu me distraí. — explicou, sorrindo sem graça.

Ela, então, agachou-se para juntar os papéis que espalharam-se pelo chão, e eu suspirei cansado antes de abaixar-me também para ajudá-la a andar mais rápido com aquilo.

— Obrigada.

Ergui o olhar para fitar o seu rosto e acabei olhando no fundo de seus olhos. Eles estavam mais verdes do que me lembrava, mais brilhantes e hipnotizantes.

E permanecemos assim por um tempo, ela olhando em meus olhos e eu, nos dela, até o momento em que ela levantou-se do chão com o monte de papéis na mão, e eu lhe entreguei os que segurava.

— Seu braço ficou muito bom. — sorriu para mim. — Bom, preciso ir, desculpe-me mais uma vez.

E sorriu novamente antes de sair andando pelo corredor.

Irritantemente irritante como sempre.




. . .




Sakura Haruno

 

Na hora do almoço, depois do episódio inesperado com Sasuke, Tsunade e Ino me chamaram para comer em um restaurante próximo ao hospita. Como era raro termos tempo para comer juntas, aceitei, precisava distrair-me um pouco.

— Como está, Sakura? — perguntou Tsunade, olhando para mim.

— Bem.

— Você sabe o que quero dizer. — disse, novamente, olhando para mim com uma expressão, no rosto, que eu conhecia muito bem.

— Estou confusa.

— Você não esperava que o Sasuke voltasse agora, não é? — perguntou Ino.

— É, não esperava, ainda mais agora que eu estou tentando gostar do Yori de verdade, sabe? Eu até gosto dele, mas, com a volta de Sasuke, estou muito confusa.

— Se você não ama mesmo o Yori, deveria terminar. — Ino disse ao pegar seu copo de suco que estava sobre a mesa.

— Eu não o amo, mas ele me ama, e eu não quero magoá-lo. E eu também não posso me iludir com o Sasuke. Ele nunca vai olhar para mim. Se eu não tentar ficar com ninguém por causa do meu sentimento pelo Sasuke, vou ficar sozinha para sempre. — disse e elas sabiam que eu tinha razão, era de Sasuke Uchiha que estávamos falando, e ele nunca corresponderia o meu amor.

Depois do que eu disse, terminamos o almoço em silêncio, não estava muito no clima para conversar, e elas pareciam perceber isso. Voltamos para o hospital, e só saí de lá à noite, vestindo uma calça capri branca e uma regata vermelha com um pequeno decote, exausta pelo trabalho árduo.

Apesar do cansaço, também estava com fome, então, decidi ir ao Ichiraku comer uma tigela de ramen. É, conviver muito com Naruto dá nisso.

Assim que pedi meu ramen, percebi que alguém se sentou próximo à mim, mas eu estava distraída demais para notar quem era, mas, quando olhei para o lado, dei-me conta de que era Sasuke Uchiha, o que não deixou de causar-me surpresa.

— Oi. — disse normalmente, não podia parecer a mesma boba apaixonada de anos atrás, por mais que meus sentimentos não tenham mudado.

— Oi. — respondeu Sasuke, indiferente como sempre, não sei porque ainda conversava com ele, Sasuke sempre agia friamente.

E, depois disso, não falamos mais nada, apenas comemos o ramen do Ichiraku enquanto os minutos passavam, ambos em silêncio.

— Bom, já vou. — eu disse depois de pagar a comida, não era muito confortável ficar ao lado de Sasuke, não com essa confusão em minha mente. — Tchau.

Levantei-me e não obtive resposta da parte de Sasuke, o que já imaginava que aconteceria, afinal, era ele.

Sem falar mais nada, caminhei para fora do Ichiraku, seguindo pela rua em direção ao meu apartamento. Estava pensativa, distraída e confusa. Os últimos acontecimentos não me deixavam pensar com clareza.

Eu andava calmamente, mas minha cabeça viajava, até, claro, voltar à realidade quando senti alguém segurar o meu braço, impedindo-me de continuar andando. 

Virei-me para trás no mesmo instante, já preparada para golpear quem quer que fosse, mas parei no momento em que identifiquei a pessoa.

— Dai?!

Fitei a figura do ninja de cabelos loiros e olhos verdes, vestido com o uniforme de shinobi da Folha, o qual segurava meu pulso.

Dai foi meu primeiro namorado, mas não deu certo. Depois, conheci Yori e resolvi tentar novamente, mas Dai não havia superado o fim do nosso namoro há dois meses e meio atrás.

— Me solta, Dai. — pedi para não precisar usar a força, não queria machucá-lo.

Mas parece que ele não queria me ouvir.

— Não acredito que me trocou pelo Yori. — reclamou, indignado. — Só que agora que o Uchiha voltou, como vai ser?

Ele ainda segurava meu braço enquanto falava.

— Tudo vai continuar o mesmo. — respondi, puxando meu pulso e tentando me soltar, o que foi inútil.

Ele ainda me segurava firme.

— Sakura, por favor, volta para mim, eu prometo que te farei feliz. Eu te amo, Sakura. – pediu, olhando nos meus olhos, e me senti um pouco mal por fazê-lo sofrer, porém logo passou, pois ele estava agindo como um idiota agora.

— Me solta, Dai. — pedi novamente, tentando me controlar. — Eu não quero te machucar, Dai, então, me solta logo. — minha voz saiu mais alta nesse momento, já estava ficando irritada com essa situação.

Porém, outra vez, ele ignorou meu pedido, e eu estava me segurando para não socá-lo por essa atitude, mas eu não precisei, pois logo uma voz se fez presente, assim como um chakra forte e conhecido.

— Solte-a. — Sasuke aproximou-se de nós e encarou Dai com seus olhos brilhando, tanto o Mangekyou quanto o Rinnegan possuíam um brilho sombrio enquanto ele permanecia em silêncio por alguns instantes. — Não ouviu-a mandar soltá-la? — percebi um pouco de raiva em sua voz.

— Sa-Sasuke! — exclamei, surpresa ao vê-lo ali, bem em minha frente.

Mas Sasuke apenas encarava Dai.

— Já disse para soltá-la. — repetiu Sasuke ao chegar perto dele.

Dai respirou fundo.

— Tudo bem, mas por causa da Sakura, não de você. — soltou-me, encarou Sasuke por alguns segundos e saiu.

Só depois de ele sumir na esquina da rua que Sasuke virou-se para mim, deixando que o Mangekyou sumisse de seus olhos.

— Está tudo bem? — Sasuke perguntou enquanto via-me massagear o local em que Dai apertou.

— Sim, obrigada. — respondi, sorrindo.

Mas Sasuke permaneceu sério, fitando-me.

— Quem era ele? — seu rosto possuía uma expressão que nunca vi antes. — Aquele cara não parecia um inimigo, afinal, você não usou a sua força.

— É... Ele é... — pensei em mentir, porém Sasuke saberia que era mentira, então, resolvi contar a verdade. — Ele é... Meu ex-namorado.

Nesse instante, seu rosto assumiu uma leve expressão de surpresa. Também, o que ele esperava? Que eu ficasse sempre atrás dele, mesmo me ignorando?

— Obrigada, mas, agora, tenho que ir. — e saí, deixando Sasuke para trás sem falar mais nada.

Entretanto, durante toda a caminhada até meu apartamento, minha mente ficou cheia dos mais diversos pensamentos. Primeiramente, sobre Dai, que foi um completo idiota e desejando não vê-lo mais e, segundamente, porém não menos importante, sobre Sasuke, devaneando sobre o motivo que o fez me ajudar e lhe deixou tão irritado, chegando a conclusão que não era nada demais, que ele só o fez devido à nossa história e nada mais, e, em seguida, tentei focar em apenas Yori.

Mas, quem disse que era fácil?



. . .

 

 

Sasuke Uchiha

 

Depois de sair do Ichiraku — embora não tenha entendido o motivo de ter entrado lá —, comecei a andar pela rua, a fim de chegar em casa, porém, no meio do caminho, avistei uma cena estranha.

Sakura estava sendo segurada por um ninja e ela pedia para que ele o soltasse. No mesmo instante, senti uma raiva imensa me invadir.

Afinal, quem aquele cara pensava que era?

Aproximei-me e intrometi-me na conversa, exigindo que ele a soltasse. Estava tão irritado com aquele cara, que meus doujutsus já se encontravam ativados, prontos para serem colocados em ação a qualquer gracinha daquele cara.

Mas não foi preciso, já que ele a soltou e saiu instantes depois, muito provavelmente, com medo de mim, apesar de não ter admitido isso.

Nesse instante, a raiva se dissipou um pouco, e eu, finalmente, me dirigi à Sakura, querendo saber quem era aquele cara, e admito que a resposta dela não me agradou nada.

— Ele é... Meu ex-namorado.

Era o quê???

Era inevitável não ficar surpreso. No primeiro instante, até mesmo cogitei a possibilidade de ter ouvido errado ou ser uma mentira dela, mas sua expressão já dizia tudo.

Que história é essa de ex-namorado? Sakura não me amava?  

— Obrigada, mas, agora, tenho que ir. — e saiu.

Saiu!

Fiquei parado por alguns segundos, tentando processar a informação que acabara de ouvir. Estava estático.

Como assim Sakura tinha um namorado?

Minha mente, nesse instante, ficou repleta dos mais diversos pensamentos, os quais eu não fazia ideia do motivo de perturbarem minha cabeça. Eram confusos demais e diferentes de qualquer outro que já senti.

Mas, diante de toda essa confusão, eu só tinha certeza de uma coisa:

Não tinha gostado nem um pouco disso.



. . .

 

 

Sakura Haruno

 

Era domingo de manhã, acordei ainda muito sonolenta, tanto que nem tirei meu pijama — uma blusa branca de alcinha e um short, também branco, um pouco curto.

Desci para o andar de baixo de minha casa, onde ajeitei um café da manhã simples e rápido e o comi lentamente, pois o sono não deixava-me fazer nada depressa, mas estava afim mesmo era de voltar para cama e dormir até o dia seguinte, o hospital estava exigindo muito de mim e esgotando-me, porém os planos mudaram ao ouvir a campainha.

Quem ia à casa dos outros sete e meia da manhã em pleno domingo? Dia de acordar tarde.

Dei de ombros, suspirando cansada e fui abrir a porta, surpreendendo-me logo em seguida.

— Oi. — disse Sasuke, parado em frente à porta, sério como sempre.

— Oi, Sasuke. — sorri sem graça, tentando parecer o menos surpresa possível. — O que faz aqui?

— Não vai me convidar para entrar? — perguntou, ainda sério.

Bom, se eu não estivesse tão surpresa na hora, não me esqueceria desse detalhe.

— Claro, me desculpe, entre. — dei passagem para que ele entrasse. — Mas o que veio fazer? — perguntei novamente enquanto o via analisar meu apartamento.

Aquilo era muito estranho.

— Vim saber se não gostaria de treinar comigo? Naruto está fora da aldeia em uma missão, então...

— Eu sou a única opção? Isso que ia dizer? — perguntei, mesmo sabendo a resposta.

Sasuke só me procuraria como última opção para treinar, afinal, ele não me suportava.

Como ele me chamava mesmo?

Ah, de irritante.

— Não. É só que... Olha, se não quiser treinar, eu vou sozinho.

Por um mísero instante, pensei que ele ficou um pouco sem graça, mas deveria ser só impressão minha.

Tinha que parar de ver coisas onde não tinham.

— Não, tudo bem, eu vou. Só preciso me trocar. — disse, indo em direção às escadas.

— Tudo bem, vou te esperar aqui. — respondeu, sentando-se no sofá.

Antes de alcançar o primeiro degrau, virei-me para trás, fitando-o de costas para mim. Ele estava mais lindo do que me lembrava. Esses anos haviam feito muito bem a ele.

Bati-me mentalmente, tentando afastar esses pensamentos e subi rápido as escadas.

Ao chegar em meu quarto, vesti minhas típicas roupas de missão — um vestido qipao vermelho amarrado com um obi preto, um short também preto e minhas luvas de sempre.

Depois de devidamente pronta, corri para o andar de baixo imediatamente.

— Vamos? — perguntou, levantando-se do sofá.

— Vamos. — respondi sorrindo e, por um momento, pensei ter visto um sorriso no canto de seus lábios.

Ignorei esse pensamento no mesmo instante, caminhando em seu encalço para o lado de fora de meu apartamento, puxando a porta para trancá-la antes de irmos juntos ao campo de treinamento.


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Notas finais do capítulo

E então? Gostaram?
Beijinhos e até o próximo.



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