How We Get Here escrita por TatyNamikaze


Capítulo 16
Capítulo 16 - Missão Fracassada




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How We Get Here

Capítulo Dezesseis - Missão Fracassada



Essa perda de memória não poderia ter ocorrido em hora melhor.

 

— O que irá fazer, Takeshi-sama? — Nori perguntou curioso enquanto observava seu amigo e líder sorrir.

— Vou fazer Sakura Haruno matar Sasuke Uchiha para mim, assim acabamos com um problema sem que eu precise botar a mão na massa.

O semblante de Nori assumiu uma expressão surpresa.

— Mas o que você pretende fazer exatamente? Não está pensando em...

— Sim, Nori. Eu vou colocá-la sob controle com meu doujutsu. — seus olhos verdes ficaram dourados, denunciando que seu poder ocular estava ativado. — Vou usá-la para matar o Uchiha e, como estará sob o efeito do meu kekkei genkai, ela irá fazer o que eu quiser para sempre.

Nori observava temeroso o sorriso vitorioso e convencido de Takeshi.

— Senhor, eu sei que seu doujutsu é realmente incrível, principalmente, quando você usa os poderes telecinéticos dele, mas controlá-la com seu doujutsu pode prejudicá-lo. Se fazer isso, não poderá lutar.

— Eu sei, Nori, não se preocupe. Eu não pretendo lutar quando usar esse jutsu nela, não sou maluco de quase esgotar meu chakra e não poder usar a outra habilidade dos meus olhos se eu tiver a intenção de lutar depois. Eu vou apenas entrar em Konoha com todo o cuidado para não ser pego e me aproximar de Sakura, como ela é próxima ao Sasuke, será a oportunidade perfeita para matá-lo e, depois, Naruto Uzumaki.

— Tudo bem, senhor, mas precisamos tomar muito cuidado, pois, se te verem, você não terá como lutar, por causa da consequência desse doujutsu.

— Eu sei, três dias sem usar qualquer jutsu, mas isso não será problema, se a Sakura conseguir matar o Uchiha pelo menos, só vai sobrar o Naruto e, para ele, bom... Tenho meios de atraí-lo facilmente.

— Não está pensando na...

— Sim, a princesa do Byakugan. Se tudo correr bem, e a Sakura matar o Uchiha, mas não conseguir derrotar o Naruto, posso usar a Hyuuga, mas, se a Sakura não conseguir derrotar o Uchiha... Terei que pensar em outra coisa.

— É uma boa ideia. — Nori sorriu.

— Eu sempre tenho boas idéias. — Takeshi fechou os olhos e os abriu novamente, deixando-os verdes de novo. — Ninguém vai ficar no meu caminho, eu vou dominar o mundo. Vou destruir todos os poderosos shinobis que existem no mundo ninja, começando por Naruto Uzumaki e Sasuke Uchiha. Depois, todos os que possuem doujutsus, pois são uma ameaça para mim, e todos que entrarem no meu caminho para me impedir, além das cinco grandes nações. Irei usar a minha técnica suprema e lançar o controle da mente em todas as pessoas por meio do pergaminho proibido que meu pai me deixou, e, então, o mundo será meu.

Deu uma risada maléfica.

 

. . .

 

— Eu irei matar Sasuke Uchiha.

 

Takeshi sorriu ao lembrar-se das palavras de Sakura.

Agora, seus planos seriam executados — pelo menos, era o que ele esperava.

Sakura era perfeita para realizar aquela função, já que era forte, e Sasuke não a machucaria, ainda mais naquele momento, no qual o Uchiha demonstrou que sentia algo por ela.

Mas Takeshi não conseguia ficar totalmente tranquilo, pois sabia que havia muitas chances disso não dar certo, já que o Uchiha tinha uma coisa que podia atrapalhar seus planos com a Sakura.

O Sharingan.

Takeshi respirou fundo e ocultou-se nas sombras da floresta, apenas esperando para saber o resultado de suas ações.

Ele só não imaginava que nada fosse sair como o esperado.




. . .



 

Sasuke Uchiha

 

Enquanto eu caminhava pelas ruas de Konoha, eu tive a impressão de que estava sendo seguido, porém, alguns instantes depois, eu tive a confirmação.

Não era impressão, eu realmente estava sendo observado.

Eu estava andando de volta para casa quando percebi que várias kunais vinham em minha direção. Desviei de quase todas, mas uma me acertou de raspão no braço esquerdo.

Quem lançou as kunais era muito bom, pois foi difícil escapar delas.

Olhei para a direção em que as armas ninja vieram, mas não havia ninguém lá e mais kunais foram lançadas em mim, só que de outra direção. Ativei meu Sharingan para prever os ataques e desviei facilmente delas, porém senti um chakra se aproximando por trás, atraindo minha atenção.

Alguém pretendia me atacar de surpresa, mas eu não iria ser atingido assim. Virei-me rápido para golpear o inimigo, mas não ataquei, pelo contrário, fiquei paralisado e surpreso.

Muito surpreso.

— Sakura?!

Eu observava incrédulo, mas ela não disse nada, apenas desferiu um soco, o qual defendi com o braço.

— O que está fazendo?

Eu não estava entendendo nada.

— Por que está me atacando, Sakura? — perguntei novamente, porém ela não disse absolutamente nada, apenas tentou me acertar outra vez.

Desviei do seu soco, mas ela tentou acertar um chute em mim, o qual eu tive que usar o braço para bloquear também. Ela tentou, novamente, me acertar um soco.

Segurei seu braço com um pouco mais de força, evitando o ataque e olhei em seus olhos, os quais estavam arregalados. Sakura não estava bem, eu via que ela não estava nada bem.

A Haruno tentou se soltar, e, para evitar isso, segurei seu outro braço, porém ela era bem esperta — o que já era de se esperar mesmo sem memória —, e usou os joelhos para acertar minha barriga, o que, consequentemente, me fez arredar para trás e soltar seu braço direito.

Ela pegou uma kunai em seu bolso com a mão recém livre, e, se eu não tivesse soltado seu outro braço e arredado um passo para trás rapidamente, teria feito um corte fundo em meu braço esquerdo, mas, como me afastei depressa, ela apenas acertou-me de raspão, arrancando um filete de sangue.

Devidamente livre, Sakura foi para cima de mim, iniciando um combate de Taijutsu, porém era totalmente diferente dos nossos treinos ou da prova jounin. Ela infundia chakra nos punhos da mesma maneira, mas seus movimentos eram mais ágeis, e ela nem mesmo piscava.

Parecia hipnotizado por algo.

Fui lançado contra o muro com força por um descuido meu, objeto que, com o impacto, surgiu rachaduras. No mesmo instante, senti o líquido quente descer da minha cabeça para minha face, perto da orelha esquerda, pingando na minha roupa e tingindo-a de vermelho.

Definitivamente, aquela não era a Sakura.

Parecia ela fisicamente e o chakra também, mas seu jeito estava completamente diferente. Ela, em sua sã consciência, nunca faria isso comigo.

Olhei para a frente, ainda com as costas no muro. Estava um pouco zonzo com a pancada, porém precisava agir. Precisava pará-la sem machucá-la.

Mesmo não querendo fazer isso, aproximei-me dela, respirando fundo.

— Perdoe-me. — sussurrei antes do vermelho do meu Sharingan ficar mais intenso e mirar seus olhos verdes, até que o brilho dos orbes dela sumiu.

Sakura perdeu as forças em meus braços, desacordada sob o efeito do meu genjutsu.

— Sasuke! Escutamos alguns barulhos e… — Naruto observou a figura de Sakura desacordada em meus braços. — O que aconteceu? — olhou para mim confuso, e Hinata, ao seu lado, permaneceu calada à espera de uma resposta. — O que você fez?

— Eu a coloquei sob um genjutsu.

Os dois olharam-me com os olhos arregalados.

— Como assim você a colocou sob um genjutsu? — Naruto gritou. — E por que está com a cabeça e o braço sangrando?

— Depois, eu conto, precisamos ir ao hospital imediatamente.

 

. . .

 

— O que aconteceu com a minha discípula? — Tsunade perguntou assim que entrou no quarto em que a Sakura estava.

Uma enfermeira havia lhe falado para seguir para lá imediatamente, e assim ela fez.

— Por que é que ultimamente ela não sai do hospital? — ela perguntou novamente, mas ninguém sabia responder essa pergunta. — O que houve dessa vez?

— Sasuke colocou-a sob efeito de um genjutsu. — Naruto respondeu seriamente e com os braços cruzados como se eu tivesse feito isso porque quis.

Encarei-o.

— Ela começou a me atacar, e eu tive que colocá-la sob um genjutsu, porque não queria machucá-la.

Todos olharam para mim um pouco confusos, mas logo perceberam que fazia sentido. Tsunade começou a analisar o meu estado.

— Foi a Sakura mesmo que te atacou ou um exército?

Fiquei um pouco confuso no primeiro instante, porém, em seguida, entendi o que ela queria dizer. Eu estava horrível, de fato.

— Não parecia a Sakura, seus golpes estavam muito rápidos, e ela estava atacando sem dó. — expliquei.

Tsunade arqueou as sobrancelhas e caminhou até ela, utilizando seu ninjutsu médico por alguns instantes.

— Ela está bem, só desacordada mesmo. Vamos esperar alguns minutinhos, com certeza, ela irá acordar. — Tsunade explicou, o que deixou-me mais aliviado, afinal, eu havia desativado meu genjutsu, e ela permaneceu do mesmo jeito. — Enquanto isso, Sasuke, sente-se aqui. — apontou para uma cadeira encostada na parede, ao lado oposto da cama.

Eu hesitei um pouco, pensando se precisava realmente, afinal, com toda essa confusão, eu nem mesmo sentia mais dor, porém, depois, suspirei e sentei-me. Era melhor cuidar dos meus ferimentos.

A Godaime parou ao meu lado e se concentrou. Em questão de segundos, o chakra verde saiu de suas mãos sobre minha cabeça, e senti o corte do lado esquerdo se fechar. Em seguida, ela colocou as mãos sobre meu braço esquerdo, e o corte também se fechou.

— Pronto. — a loira finalizou o procedimento.

E eu nem tive tempo de agradecer, pois um gemido de Sakura soou pelo quarto.

Ela parecia com dor.

Todos os olhares seguiram para ela.

— Sakura-san, como se sente? — Hinata perguntou, aproximando-se da cama antes de nós.

— Com dor de cabeça. — sussurrou em meio a um gemido de dor, pousando uma mão em cada lado da cabeça.

— O que houve, Sakura-chan? — Naruto apressou-se a perguntar, porém Sakura não disse nada por alguns segundos, apenas olhou para mim e deixou lágrimas caírem.

— Desculpe-me. — pediu em meio ao choro e soluços. — Eu não queria, Sasuke. Eu não queria.

Aproximei-me da cama, olhando em seus olhos verdes já vermelhos e cheios de lágrimas.

— Não se preocupe. — falei, sorrindo de canto, o que pareceu tranquilizá-la um pouco. — Mas o que houve? Por que me atacou?

— Quem são eles? — perguntou, dando-se conta só agora da presença de Naruto e Hinata, e que não se lembrava deles.

— Naruto Uzumaki e Hinata Hyuuga, seus amigos.

Ela olhou para os dois, ambos com os semblantes confusos.

— O que está acontecendo? - Hinata perguntou.

— O que é isso, Sakura-chan? O genjutsu do Sasuke foi tão forte assim que até te fez esquecer quem somos? — Naruto perguntou, perplexo.

Suspirei cansado.

Havia me esquecido de que eles estavam em missão e não sabiam do acidente da Sakura.

— Sakura perdeu a memória há alguns dias, em uma invasão em Konoha, por isso, ela não se lembra de vocês. — resumi rapidamente, não queria estender esse assunto, queria mesmo era saber o que estava acontecendo. — O que houve, Sakura? — voltei ao assunto, e Naruto e Hinata pareceram entender o fato mais urgente.

A perda de memória poderia ser deixada para depois.

A Haruno abaixou a cabeça, tristonha e mais lágrimas caíram de seus olhos.

— Foi ele.

Arqueei as sobrancelhas em completa confusão.

— Ele quem? — perguntou Naruto.

— T-Takeshi. — Sakura respondeu, e seus olhos pareciam assustados. — Foi o Takeshi.

A confusão ficou evidente na face de todos nós. O que estava acontecendo, afinal?

E esse nome não me era estranho.

— Takeshi? — Naruto parecia o mais perdido.

— Sim, foi o Takeshi. — Sakura falou, e sua voz estava mais firme apesar do choro e soluços. — Seus olhos, eles mudaram de cor, foi de verde para dourado e...

— Vish, ela endoidou de vez. — Naruto comentou.

— Ele me mandou... Ele me mandou matar o Sasuke, e, de repente, eu não tinha mais controle sobre mim, eu, eu... — ela tentou explicar, mas começou a soluçar mais pelo choro e a ficar nervosa. — Eu o ataquei. Eu via tudo... Vi que estava lutando com o Sasuke, mas não podia fazer nada, meu corpo não respondia aos meus comandos, eu... Aquele cara... Ele me usou para tentar matar o Sasuke.

— Calma, Sakura. — Tsunade falou, passando a mão nos cabelos rosados dela.

Definitivamente, Sakura estava muito nervosa, mal conseguia respirar com calma.

— Takeshi, quem é Takeshi? — Naruto perguntou novamente, ainda mais confuso.

E, só naquele momento, eu liguei os pontos.

Takeshi…

O mesmo nome daquele papel. É claro, eles estavam agindo dentro de Konoha secretamente e o pior, usaram a Sakura.

Esse Takeshi, com certeza, era o líder de todos os renegados e estava por trás de tudo que estava acontecendo, mas ele iria se arrepender por tudo que ele fez e estava fazendo, principalmente, por aproveitar-se da perda de memória de Sakura.

Abri a porta do quarto bem rápido, atraindo os olhares curiosos de Naruto, Hinata, Sakura e Tsunade.

— Onde vai, Sasuke? — a loira perguntou ao ver a maneira como abri a porta.

— Vou atrás desse tal Takeshi.




. . .




Sakura Haruno

 

— O que está acontecendo? Por que ele saiu assim? E por que ele disse "tal Takeshi"? — perguntei, muito confusa com a reação de Sasuke.

Tsunade respirou fundo.

— Ele está nervoso. — explicou. — Mas, Sakura, quem é esse Takeshi?

— É, quem é ele? — o homem, que Sasuke disse chamar-se Naruto e ser meu amigo, fez a mesma pergunta, e pude ver, pela expressão facial da tal Hinata, que ela também não sabia.

Fiquei ainda mais confusa. O que estava acontecendo?

— Como assim? Ele disse que era meu amigo de infância, como vocês não sabem quem ele é se são meus amigos?

Os três se entreolharam com uma certa preocupação no rosto.

— Ele te usou, Sakura. — foi Tsunade quem falou, e arregalei meus olhos com essas palavras. Não, não podia ser verdade, ele parecia tão sincero. — Esse tal Takeshi se aproveitou de sua perda de memória para te fazer matar o Sasuke.

Não, não, não.

Não podia ser, não podia.

Era crueldade demais. Baixo demais.

— Mas como ele fez isso? — Naruto perguntou, confuso.

— Sakura, você disse que os olhos dele ficaram dourados, não foi? — Tsunade perguntou, e concordei balançando a cabeça. — Então, é isso, ele usou um doujutsu e, por meio dele, a controlou.

Doujutsu, que história era aquela dele ter me controlado com um doujutsu?

O que era um doujutsu?

— Isso não é certo. — a tal Hinata disse, seu semblante estava perplexo e irritado. E eles não pareciam estar mentindo.

Respirei fundo, tentando colocar os pensamentos em ordem, mas ainda não conseguia acreditar de jeito nenhum que aquele homem legal, calmo e carinhoso havia mentido para mim.

Uma lágrima solitária escorreu pelo meu rosto pálido. Takeshi me usou para matar meu amigo e me falou muitas mentiras. Se, um dia, encontrasse com ele de novo, Takeshi se arrependeria de ter me usado.

Ah se arrependeria...

— Sakura, se quiser sair, já tem permissão, mas peço que fique com seus amigos. Naruto e Hinata, não a deixem sozinha, por favor. — Tsunade disse, tentando transparecer calma, mas estava sendo impossível ocultar seu nervosismo.

O loiro assentiu.

— Sim, mas e quanto ao Sasuke?

— Ele sabe se cuidar. — a médica disse, caminhando em direção à porta. — Eu espero. — sussurrou a última parte, o que deixou-me um pouco nervosa.

O que Sasuke iria fazer, afinal?

Eu não fazia ideia da resposta, e nem do que esse mentiroso do Takeshi era capaz, só esperava que Sasuke ficasse bem, pois ele sim estava falando a verdade o tempo todo.




. . .



   

Sasuke Uchiha

 

Se Takeshi havia encontrado Sakura naquele dia mesmo, então, não deveria estar longe dali.

Saí correndo pelas ruas de Konoha, pulei pelos telhados das árvores procurando por ele e nada, não vi ninguém suspeito. Todos os ninjas que encontrei eram conhecidos.

Continuei a procurar, mas não o encontrei na aldeia, nem chakra estranho, nada — mas também eu não era um ninja sensorial, então, já era de se esperar.

Talvez, ele já tivesse fugido.

Respirei fundo, tentando controlar a raiva que sentia por ele ter controlado a Sakura. Por que logo a Sakura?

Mas, eu já sabia a resposta. Se ele queria me matar, era mais fácil usar alguém próximo a mim.

Além da raiva, uma coisa me intrigava. Naruto e eu éramos os alvos, mas por que apenas eu estava sendo atacado? Havia algum motivo para Takeshi querer acabar comigo primeiro?

Sentei-me perto do lago onde eu ia muito quando criança e fiquei olhando as águas tranquilas. Lembranças vieram em minha cabeça conforme sentia a água gelada em meus pés, principalmente, de quando meu pai me ensinou o jutsu bola de fogo nesse mesmo lugar.

Sorri de canto ao lembrar-me dele. Fugaku, arrogante e frio, nunca satisfeito com meu desempenho. O que ele falaria se me visse naquele momento? Quinze anos depois.

Será que ficaria orgulhoso por eu ter superado Itachi?

Eu não fazia ideia da resposta, Fugaku era imprevisível.

Mais lembranças vieram à minha mente, só que em relação à minha mãe, Mikoto. Ela cuidando de mim, e seus sorrisos, sempre doce e carinhosa. Era uma ótima mãe, de fato.

Depois, veio Itachi, e aquelas imagens que tanto me atormentaram no passado, meu ódio, e a primeira vez que encontrei-o depois daquele incidente com o clã. 

Lembrei-me das imagens no Tsukuyomi, e da nossa luta. A luta que eu tanto sonhava, a luta em que eu vingaria meu clã e meus pais.

E, então, lembrei-me das palavras de Tobi sobre a verdade por trás da aniquilação do clã Uchiha.

Mais e mais lembranças invadiam meus pensamentos, principalmente, da luta ao lado de Itachi contra Kabuto, onde ele me mostrou toda a verdade. Lembranças que não sumiam da minha mente, que sempre estavam ali para lembrar-me de quem eu era, do que eu fui capaz de fazer e de meu arrependimento.

Levantei-me em seguida e comecei a andar. Estava decidido.

Iria reformar o distrito Uchiha, e, assim que Takeshi aparecesse, iria destruí-lo. Seguir com minha vida em paz e, se tudo desse certo, ao lado da mulher que amava.

Pois, agora, eu queria que fosse diferente. Eu daria um basta no passado e começaria uma nova vida.

 

. . .

 

 Acordei cedo no dia seguinte, pois queria visitar Sakura e, depois, passar no distrito Uchiha, precisava dar uma olhada em tudo que precisaria comprar para reformá-lo.

Já era hora de criar coragem e enfrentar as lembranças do passado.

 Parei na porta de sua casa e toquei a campainha. Sakura atendeu sorridente como sempre, vestindo um vestido rosa da cor dos seus cabelos, que ia até uns três dedos acima do joelho. Estava larguinho em seu corpo, e o vento que soprava um pouco mais forte o fazia balançar.

Ela parecia bem, e isso era bom.

— Oi, Sasuke. Entre. — sorriu.

— Agora, não posso, eu só vim ver se está tudo bem com você. Preciso ir para o distrito Uchiha dar uma olhada nas coisas para reformá-lo. 

— Posso ir com você? — perguntou com a voz baixa, parecia chateada com algo.

— Pode.

Ela fechou a porta de casa em silêncio e desanimada.

— Desculpe novamente por ontem.

— Não se preocupe. — sorri fraco.

Ela desviou o olhar para o chão e, em seguida, voltou a olhar para mim.

— Encontrou o Takeshi? Tsunade e aquelas pessoas, no hospital, disseram que ele era um inimigo.

— Não encontrei, mas ele vai aparecer.

Ela permaneceu em silêncio, e, juntos, caminhamos até o distrito, onde ela olhou ao redor, surpresa.

— O que aconteceu aqui? — perguntou.

Seu olhar alternava para todas as construções em péssimo estado que haviam por lá.

— O clã Uchiha foi exterminado há alguns anos e, desde então, esse distrito está abandonado. — respondi, olhando para as casas familiares e lembrando-me dos moradores que ali viviam.

— Que horror. — sussurrou incrédula. — Mas quem fez isso?

— Foi meu irmão com a ajuda de outro ninja. — Sakura parou, os olhos esmeraldas arregalados, como se perguntassem como ou por quê. — Longa história. — completei, continuando a andar.

E ela me seguiu.

— Posso te fazer uma pergunta? — disse novamente, o que me fez parar e olhá-la a espera da pergunta.

— Agora que falou sobre seu irmão ter feito isso, lembrei-me de uma coisa. — olhou para mim. — É verdade que você saiu de Konoha em busca de poder para matar seu irmão?

Arregalei os olhos.

— Como sabe disso? — perguntei.

— Uma pessoa me contou. — respondeu friamente. — Agora, me responda.

Respirei fundo. Seria melhor se ela não soubesse, mas, se eu não contasse, ela não me deixaria em paz.

— Sim.

Seus olhos arregalaram-se com a minha resposta, e Sakura tampou a boca com as mãos, surpresa.

— Então, é verdade… — sussurrou incrédula.

— Eu fui dominado pelo ódio e o desejo de vingança naquele tempo. — respondi, olhando para o fim da rua.

Como eu me arrependia das burradas que fiz.

— E você, realmente, tentou me matar? 

Agora, quem arregalou os olhos fui eu. Até isso ela sabia? Quem foi a pessoa que lhe contou e por qual motivo?

— Sakura, eu estava dominado pelo ódio, só enxergava escuridão...

— Então, você realmente tentou me matar? — ela insistiu, e minha expressão facial, conjuntamente com meu silêncio, me entregou. — Então, nessa parte, Takeshi foi verdadeiro.

E a ficha caiu. Claro que foi ele. Quem mais poderia ser?

— Ele queria te pôr contra mim.

O olhar de Sakura fitou-me friamente.

— Por que ele faria isso, afinal?

— Talvez, porque ele queria me matar?! — disse ironicamente, já irritado com esse ninja. — Ele sabia que poderia não dar certo e decidiu te pôr contra mim pelo menos. E, além do mais, você já sabia disso, só não se lembra.

— Mas o que ele ganharia fazendo isso?

— Eu não sei, mas ele quer fazer algo grande, talvez, dominar ou destruir o mundo, e eu represento uma ameaça para ele. Não só eu, você e Naruto também. Talvez, por isso, ele queria te convencer de que sou uma má pessoa, assim, me derrotar, seria mais fácil.

— Não sei se devo acreditar em você.

Uma facada doeria menos que o peso daquelas palavras.

Observei-a, respirando fundo.

— Takeshi é um inimigo, por causa dele, você perdeu a memória, já que ele é o líder por trás dos homens que te atacaram. — expliquei calmamente. Por mais que doesse aquela desconfiança sobre mim, eu não podia ficar bravo, ela havia perdido a memória. Eu ainda era um estranho para ela. — E sobre minhas atitudes no passado, eu me arrependo muito. Naquela época, Sakura, eu estava cego pelo ódio, não sabia o que estava fazendo, mas Naruto me fez mudar, e minha viagem de redenção serviu para eu perceber quem realmente sou e o que eu quero fazer no futuro.

 Ela nada falou, apenas continuou a andar, seguida por mim. Ambos em silêncio.

 

. . .

 

Passamos o dia em silêncio. Sakura apenas observou tudo enquanto eu analisava o que precisaria comprar para restaurar o distrito Uchiha — o que não seria pouca coisa.

Certamente que ficaria caro aquela reforma, mas dinheiro não era problema para mim, pois recebi todos os bens das pessoas do clã, já que eu era o único Uchiha vivo, portanto, herdeiro de tudo.

Caminhamos de volta ao centro da vila e paramos em frente à sua casa, ainda em silêncio, o que já estava ficando desconfortável.

Ela ainda parecia mexida com a história do meu passado e minhas atitudes.

— Entregue. — disse, olhando para o chão.

Sakura não falou nada, o que eu já esperava, então, sem dizer mais nada, dei meia volta e comecei a caminhar.

Porém, parei ao ouvi-la chamar meu nome.

Virei-me de frente para ela.

— Desculpe. — ela nem mesmo olhava para mim. Parecia envergonhada.

E aquele pedido foi sincero.

— Tudo bem. — sorri fraco.

— Você não quer entrar? Posso fazer algo para a gente comer.

Pensei em recusar, mas mudei de ideia, seria bom ficar ao lado dela caso precisasse de algo ou proteção, sem contar que eu poderia demonstrar que não era a má pessoa que Takeshi quis fazer parecer que eu era — não mais.

Acenei positivamente com a cabeça, e ela sorriu antes de caminhar até a porta, abri-la e dar passagem para eu entrar.

 Sakura foi direto para a cozinha assim que entrou na residência, pegou alguns ingredientes no armário e começou a fazer sabe-se lá o quê. Enquanto ela fazia a comida, eu me sentei no sofá da sala, de onde podia ver tanto a cozinha quanto a estante em frente.

Sobre o pequeno móvel, haviam muitos porta-retratos com fotos da Sakura reunida com nossos amigos, mas todas eram da época em que eu não estava em Konoha. Haviam também fotos com seus pais, Kizashi e Mebuki, e, em um canto isolado, a nossa foto como time sete.

Meus olhos pousaram na última, lembrando-me daquela época. Tudo poderia ter sido diferente se eu a tivesse escutado naquela noite. Não haveria apenas aquela foto nossa ali se eu não a tivesse desmaiado e ido embora.

Se eu não tivesse cometido os piores erros.

— Está pronto. — Sakura trouxe-me de volta à realidade com sua voz.

Caminhei até a cozinha e sentei-me à mesa. Sua superfície estava toda arrumada, hashis ao lado do prato com bolinhos e do copo de vidro, uma jarra de suco e um vaso com margaridas no centro da mesa.

A comida estava com um cheiro delicioso, de fato.

— Espero que goste da comida. — sorriu.

— Como sabia que eu gosto de suco de tomate e bolinhos de arroz?

Ela sorriu sem graça — e aliviada ao mesmo tempo por ter acertado.

— Não sei, minha intuição disse que era melhor fazer isso.

Começou a comer timidamente, e eu sorri. Sua memória estaria voltando aos poucos?

Bom, eu esperava que sim.

— Está muito bom. — elogiei, e ela sorriu ainda mais.

Voltamos a comer em silêncio, mas o ar já não estava desconfortável como antes. Parecia que ela havia acreditado em mim — bom, era isso que eu queria.

— Eu preciso ir agora, tenho que passar na sede do esquadrão dois da Anbu, já faz alguns dias que não apareço por lá. — falei ao levantar-me. — Obrigado.

— De nada. — ela falou, sorrindo e acompanhou-me até a porta. — Bom trabalho e desculpe novamente, eu não queria…

— Não se preocupe. — a interrompi. — Nos vemos depois.

Acenei em despedida e comecei a pular pelos telhados, até chegar ao galpão, onde entrei e fui direto para minha sala, nos fundos da construção.

Sobre a mesa, encontrei vários papéis, os quais não me lembrava de ter deixado lá, então, deduzi que eram novas informações. Peguei as folhas e comecei a lê-las com atenção.

 Eram relatos de pessoas que viram dois homens estranhos rondando a vila, os quais pareciam simples turistas, mas um Hyuuga conseguiu perceber que eram ninjas, devido ao Byakugan. Continuei lendo e percebi que a data em um dos papéis era de ontem.

Poderia ser Takeshi...

 O Hyuuga fez uma descrição dos ninjas. Segundo ele, um usava roupas simples e tinha um cabelo curto no tom preto, o outro usava roupas escuras e mais chiques, possuía um cabelo castanho claro um pouco mais comprido, uma cicatriz próxima a orelha esquerda e tinha olhos verdes. 

Terminei o relato do Hyuuga e li um outro relatório sobre o depoimento de uma velha senhora, que disse que viu o mesmo cara da cicatriz andando com a Sakura. Então, essas eram as características físicas de Takeshi.

Finalmente, uma pista.

Os ninjas do meu esquadrão já estavam agindo, será que Kakashi havia mandado? Interrompendo meus pensamentos, Kotaro, o representante dos ninjas do esquadrão, veio até mim.

— Com licença, Sasuke-sama.

— Sente-se. — falei seriamente.

— Senhor, Kakashi-sama me deixou no comando por esses dias. Deixei esses relatórios em sua mesa hoje, pois já sabia que tinha voltado, bom... Queria dizer que tomei a iniciativa de mandar alguns ninjas procurarem esses dois homens, achei-os muito suspeitos, ainda mais quando fiquei sabendo que um deles estava junto com a Haruno. Fiz bem, Sasuke-sama?

— Fez muito bem. Graças à sua decisão, temos uma pista sobre quem é esse líder por trás dos renegados.

Os olhos de Kotaro se arregalaram.

— Como assim, senhor? Está me dizendo que um desses caras é a mente por trás dos ataques desses renegados?

— Exatamente, e, agora, devemos relatar isso ao Kakashi. Temos que pôr a aldeia em alerta. Takeshi não pode entrar e sair da Folha quando bem quiser, ele é uma ameaça. Todos devem saber como ele é fisicamente para o pegarmos. — falei seriamente.

 Tínhamos uma pista, já sabíamos as características físicas do novo vilão, mas ainda não sabíamos nada sobre suas habilidades, apenas que podia controlar as pessoas com um doujutsu, pelo que entendi da explicação de Sakura, e isso seria um problema. Além disso, ele entrou em Konoha sem ser percebido.

Algo me dizia que não seria fácil derrotá-lo, mas precisávamos tentar e descobrir o máximo de informações possíveis sobre ele antes desse momento.

Porém, se dependesse de mim, tudo daria certo, porque eu ia fazer de tudo para proteger Konoha, a vila que meu irmão tanto amou e se sacrificou para proteger, com todas as minhas forças.

E a minha irritante também.




*  * *

       

                         

 

Enquanto muitos cidadãos de Konoha aproveitavam a linda noite, um ninja não conseguia se tranquilizar de jeito nenhum.

"Será que meu plano foi executado?"

Mas sua mente só conseguia pensar que Sakura Haruno havia falhado.

Takeshi estava perdido em pensamentos quando ouviu seu subordinado chamá-lo e parecia preocupado.

— O que houve, Nori? — Takeshi perguntou. 

— Más notícias. A Haruno não matou o Uchiha.

 — Mas que droga! — Takeshi exclamou, nervoso.

Era só o que faltava.

— E não é só isso, ela revelou a verdade, e o Uchiha saiu do hospital à sua procura. - Nori falou, e Takeshi arregalou os olhos. Não fazia ideia de que as coisas chegaram a esse ponto. — É melhor sairmos logo dessa floresta, o Uchiha pode chegar em breve, e o senhor não está em condições de lutar. — e era verdade, Takeshi estava esgotado, com pouco chakra e não podia usar a outra habilidade de seu doujutsu. — Vamos nos teleportar.

Nori fez alguns selos e, de repente, a floresta ficou vazia, e os dois ninjas apareceram à quilômetros de distância de Konoha.                                         

 

                          . . .     



 Ela estava solitária, olhando para o teto de seu quarto escuro e pensando em tudo de errado que fez em toda a sua vida, todos os homens que se renderam aos seus encantos e todos que ela enganou.

Não estava acostumada à ser rejeitada, e os dois únicos homens que resistiram aos seus encantos eram os que ela, realmente, queria conquistar.

Mas, um deles chamou mais sua atenção.

No início, ela pensou que era a vontade de aparecer, de ficar conhecida, mas, com o tempo longe dele, percebeu que era mais que isso.

Só que era tarde demais.

Ela percebeu que realmente gostava dele e sentia sua falta, porém tinha estragado tudo e não seria fácil consertar a burrada que fez. Entretanto, não desistiria, iria tentar mais uma vez, iria tentar conquistar o coração de um certo Uchiha, mas, dessa vez, seria por amor.

A garota dos cabelos castanhos compridos levantou-se de sua cama e começou a andar pelo quarto, pensativa. Ela precisava fazer algo e sabia que seu amor estava mais próximo da estúpida e insignificante garota de cabelos rosados, então, deveria começar por aí.

Saiu de casa, vestindo um vestido larguinho preto, que ia até abaixo do meio da coxa e não tinha um decote chamativo, com sapatos pretos sem salto e uma fita vermelha no cabelo.

Andou pelas ruas tranquilamente, até escutar vozes conhecidas vindas de um lugar que ela frequentava de vez em quando e ficar surpresa ao ouvir um certo detalhe. Ume ficou com os olhos arregalados e paralisada.

Ela não acreditava no que havia acabado de ouvir. Era a oportunidade perfeita, a sorte, finalmente, bateu em sua porta. 

— Soube do que houve com a Sakura, ela está bem? — o velho senhor do Ichiraku perguntou para Naruto, sentado em um dos bancos da barraca.

Ume estava parada em frente ao restaurante e reconheceu o jovem, na hora, pelo tom do cabelo dele.

Naruto suspirou.

— A Sakura ainda não se lembra de nada de antes do acidente por causa da amnésia, mas está bem. — o loiro falou, e, assim que Ume captou a informação, deu um sorriso maléfico e saiu correndo para que ninguém ali a visse.

Sorrindo, caminhou para longe.

"Isso é perfeito, é a minha chance de dar um fim na rosada insignificante e conquistar o Sasuke.”

Voltou para a sua casa e deitou em sua cama, mas não conseguiu dormir, então, ela decidiu fazer algo mais útil: aproveitar esse tempo para arquitetar os planos mais maléficos que sua mente conseguia pensar. 

Ume ficou a noite inteira montando os passos para executar o seu plano, pensou em exatamente tudo, nos mínimos detalhes, pois nada, absolutamente nada, podia dar errado. 


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