How We Get Here escrita por TatyNamikaze


Capítulo 15
Capítulo 15 - Uma Nova Pessoa




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How We Get Here

Capítulo Quinze - Uma Nova Pessoa



Sakura Haruno

 

— Fala um pouco sobre mim, Takeshi?

Ele sorriu para mim, assentindo.

— Bom... Você é bem forte, muito forte, uma ótima ninja médica também... É dedicada e bem inteligente.

Sorri com suas palavras.

— E o que costumávamos fazer juntos?

— Bom, nós costumávamos vir aqui e sentar bem onde estamos para ver a lua e as estrelas. Costumávamos conversar sobre o dia a dia, sobre missões, trabalhos… Coisas que amigos costumam fazer.

— Entendo. — sorri, olhando para a lua. — Eu devia ser muito feliz por ter um bom amigo como você.

— Bom, eu acho que sim. — e deu uma risadinha fofa. — Que tal uma volta pelo parque? 

— Pode ser.

Nós dois, então, levantamos do banco e caminhamos alguns minutos — eu acompanhando-o, pois não fazia ideia de onde ficava esse parque —, e não demorou para que ele entrasse em meu campo de visão.

De perto, pude ver que o parque estava cheio de árvores, e a grama era verdinha. Os poucos postes de luz davam, ao lugar, uma aparência mais bonita, e o vento fraco que soprava começava a gelar, fazendo-me ficar arrepiada. Sentamos na beira do pequeno lago que havia no centro e colocamos os pés na água gelada, que causou calafrios no primeiro instante. A luz do luar era refletida nas águas cristalinas, e o cantar dos pássaros era o único som audível naquele lugar.

— Aqui é muito lindo, não é? — Takeshi perguntou, e eu fiz que sim com a cabeça. — Dá vontade de ficar a noite inteira aqui, olhando para o céu estrelado e respirando esse ar gelado e puro.

Sorri em concordância ao vê-lo deitar na grama, com as mãos sob a cabeça enquanto eu apenas fiquei sentada do mesmo jeito, olhando para a maravilhosa lua que iluminava aquela noite.

Já passava das onze horas quando olhei em meu celular — o qual eu deduzi que era meu porque tinha minha foto como papel de parede e estava em cima da minha cômoda. Não sei porque não coloquei senha nele, mas foi uma ótima ideia.

Realmente, uma ótima ideia.

— Nossa, já é tarde! Eu preciso ir.

Levantei-me do chão com os pés molhados e, em seguida, Takeshi fez o mesmo.

— Tudo bem, eu te levo até em casa.

Assenti em concordância e, juntos, voltamos para minha casa, que não era muito longe dali. Durante todo o trajeto, permanecemos em silêncio, mas um silêncio confortável.

— Bom, chegamos. — ele disse ao pararmos em frente à minha residência.

— É… — sorri. — A gente se vê amanhã?

— Sim. Nos vemos amanhã. — ele sorriu em despedida.

Acenei e caminhei em direção aos degraus da minha casa, porém parei ao senti-lo segurar meu pulso suavemente.

— Sakura, posso te pedir um favor?

Takeshi soltou o meu pulso.

— Pode, claro.

Seu semblante assumiu um ar mais sério.

— Não fale com seus amigos que estava comigo, eles não gostam muito de mim desde um incidente com o Sasuke.

Olhei-o confusa e intrigada.

— Incidente?

Seu olhar desviou para o chão por alguns instantes, parecia inseguro se devia ou não dizer. Estreitei os olhos.

O que havia acontecido?

— Ele te fez sofrer, eu falei o que pensava sobre isso, e eles acabaram ficando de mal de mim por esse motivo.

Nesse instante, fiquei mais curiosa a respeito e, ao mesmo tempo, temerosa quanto ao que havia acontecido. A expressão de Takeshi não era nem um pouco calma.

— O que ele fez? — perguntei e estava começando a ficar preocupada.

— Acho melhor não te falar, não quero magoá-la. Você sempre disse que queria esquecer isso. — ele disse, suavizando a expressão facial. — Quando sua memória voltar, você saberá, mas, por hora, é melhor esquecer.

— Tudo bem. — concordei mesmo a contragosto.

— Então, para evitar qualquer desentendimento com seus outros amigos, não comente que estava conversando comigo, tudo bem?

— Tudo bem para você? — perguntei, isso não era nada legal.

— Tudo. — Takeshi disse sorrindo, e com um brilho especial nos olhos verdes.

— Então, combinado, não vou falar nada. Até amanhã. — sorri e entrei em casa após vê-lo acenar em despedida.




. . .



   

Sasuke Uchiha

 

— Um dos ninjas da equipe de infiltração que você organizou trouxe um relatório até mim. Como você estava no hospital, ele preferiu não incomodar e entregou direto em minhas mãos devido a gravidade da situação. — Kakashi explicava devagar e em um tom sério o que havia acontecido, e eu prestava atenção em cada palavra. — Eles foram descobertos. Parece que, entre os renegados, há ninjas sensoriais muito habilidosos.

— Hm.

— Eles descobriram que os renegados estão começando a agir em Konoha, e a última invasão foi só o começo de tudo. — ele explicou com os cotovelos sobre a mesa, e as mãos em frente ao rosto.

— E qual é a minha missão exatamente?

— Você precisa ir até a fronteira do país do Fogo com a aldeia da Chuva, lá tem uma grande concentração de armas ninja com um grupo de uns dez renegados. De acordo com o relatório, entre o armamento, há canhões de chakra, e eles podem fazer um grande estrago. — Kakashi explicou calmamente, mudando a sua posição na cadeira de Hokage. — As armas estão em um grande galpão próximo à fronteira e serão distribuídas entre os outros renegados para a invasão de Konoha. Então, você e sua equipe devem destruir o armamento ninja deles e derrotá-los. Vá o mais rápido possível, antes que eles sejam distribuídos.

Respirei fundo, isso precisava acontecer logo agora que Sakura precisava de mim?

— Kakashi…

— Eu sei que está preocupado com a Sakura, mas ela vai ficar bem, estará segura na aldeia. — ele disse, e me surpreendi por ter adivinhado o que eu iria dizer. — Só você pode realizar essa missão. Naruto não está na vila, e Sakura não está bem.

— Certo. — falei desanimado e a contragosto.

— Não se preocupe com o seu trabalho, manterei o esquadrão dois da Anbu sobre controle enquanto você estiver fora. — acenei com a cabeça. — Bom, escolha uma equipe composta por mais três shinobis e vá para o esconderijo dos renegados agora mesmo.

Acenei em concordância e saí da sala, porém as palavras de Kakashi não foram suficientes para deixar-me tranquilo.

Eu estava inseguro por ter que deixar Sakura aqui, mas era o único jeito.

Eu tinha que cumprir essa missão.

 

. . .

   

A noite estava cada vez mais escura e silenciosa. Os únicos sons que ouvíamos eram o bater de asas dos insetos e o dos nossos pés de encontro aos galhos das enormes árvores da floresta. Já era por volta de meia noite, e o caminho estava bem tranquilo.

Kiba e Lee iam mais à frente, conversando sobre garotas, e Yamato e eu íamos mais atrás, em silêncio.

— Sasuke, posso te perguntar uma coisa? — ele quebrou o silêncio.

Era a primeira vez que eu falava realmente com Yamato, então, não estava muito a vontade — e nem fazia ideia do que ele queria falar.

— Hm.

Ele tomou aquilo como uma confirmação e continuou:

— O que você sente pela Sakura?

Fui pego de surpresa por essa pergunta e não fazia ideia de como responder.

Pensei em deixar a pergunta no ar e não dizer nada, mas, uma hora ou outra, alguém iria me questionar sobre isso, e eu não podia evitar falar sobre o assunto para sempre.

Yamato pareceu perceber minha confusão interior sobre o assunto:

— Se não quiser responder, não tem problema.

Mas, não era que eu não queria responder, eu só não sabia como — apesar de ter pleno conhecimento do que eu sentia —, ou se devia. Sem contar que ainda estava me acostumando com o relacionamento com as pessoas.

Respirei fundo.

— Eu não sei. — foi só o que respondi apesar de saber bem, e Yamato se surpreendeu com a minha resposta.

Ou com o fato de eu ter lhe respondido.

Ele sorriu, notando que havia algo mais — e que eu não era mais o mesmo de antes.

— Só não faça Sakura sofrer mais. — pediu, voltando a olhar-me mais seriamente. — Ela não merece sofrer. O que Sakura sente por você é muito forte. — Yamato completou, e eu já tinha pleno conhecimento do que a Haruno sentia.

Assim como tinha certeza de seu amor por mim, eu também tinha certeza do que sentia por ela, e que, se dependesse de mim, ela nunca mais sofreria.

— O Naruto e ela são muito importantes para mim, são meus amigos, e eu só quero o bem deles. — Yamato falou enquanto caminhávamos pelos galhos das árvores.

Nesse instante, percebi o laço forte que ele criou com Naruto e Sakura, no tempo em que eu estava com Orochimaru e na minha viagem de redenção.

Como eu queria poder ter voltado no tempo e mudado tudo que eu fiz. Porém, já era tarde demais para consertar os erros do passado, mas, se tem uma coisa que aprendi depois da guerra é que nunca é tarde para recomeçar do jeito certo.

O silêncio voltou a estabelecer-se entre nós enquanto pulávamos pelos galhos das árvores em direção ao esconderijo dos renegados, seguindo Kiba e Lee, até que chegamos perto da fronteira.

 De onde estávamos, era possível ver o grande galpão ainda com luzes acesas, e Kiba conseguiu sentir o cheiro de dez renegados. Ótimo, ainda não haviam fugido do local.

De trás das árvores, à uns cinquenta metros da construção, era possível ver o armamento ninja pronto para ser transportado para outros esconderijos, e nenhum renegado estava do lado de fora do galpão.

 Nos aproximamos lentamente e, em questão de segundos, apareceram os renegados.

Haviam notado nossa presença.

Um combate se instalara por lá, e eles eram bons, admito, mas não fortes o suficiente para me deter, e Yamato, Kiba e Lee não ficavam muito atrás de mim.

Logo, todos haviam sido nocauteados, e só havia nós naquele local, conjuntamente com as armas, que haviam sofrido um pouco do dano da batalha.

Aproximei-me dos canhões de chakra e usei uma grande bola de fogo, a qual consumiu metade das armas que lá se encontravam, e Kiba usou o Presa sobre Presa novamente, destruindo as restantes.

— Missão cumprida! — Kiba exclamou com um sorriso no rosto.

— Sim. — Lee concordou, sorrindo também.

E eu apenas permaneci sério.

— Vamos olhar dentro do galpão.

Segui para a entrada do local, a qual possuía uma aparência velha. Entramos devagar e com cuidado, já que poderia haver armadilhas, mas não havia nada de importante naquele lugar. Nenhuma pista, nada que pudesse nos ajudar a destruir esses inimigos.

Continuamos a procurar, até que eu vi um papel no chão, caído e quase oculto embaixo de um móvel.

Abri-o, pois estava dobrado.

— O que é isso, Sasuke? — Kiba perguntou.

Os três vieram até mim em seguida, observando o papel assim como eu.

— Parece uma ordem. — comentei assim que li o conteúdo do papel rapidamente. — “Toyo, mande logo esses canhões de chakra para os esconderijos três e quatro ou Takeshi-sama vai ficar muito bravo."

Vi-os erguerem as sobrancelhas, confusos.

— Quem é Takeshi-sama? — Lee perguntou.

E eu também havia feito essa mesma pergunta mentalmente.

— Não sei. — respondi, guardando o papel no bolso. — Mas boa coisa não parece, e para usarem o sufixo "sama", esse Takeshi só pode ser o líder.




. . .




Sakura Haruno

 

— E, então, Sakura? Como se sente? — a mesma loira do hospital, Ino, pelo que me lembrava, perguntou, entrando em minha casa.

Era de manhã, e eu acordei com suas batidas na porta.

— Bem, só que um pouco chateada por não lembrar-me de nada.

— Não se preocupe, você vai recuperar a memória logo. — ela disse sorrindo, os lindos olhos azuis dela até brilhavam.

— Tomara. — sorri de leve, fazendo-a sorrir novamente.

— Só vim aqui rapidinho para ver como está, preciso ir para o hospital agora. Como você não pode ir trabalhar, terei que cobrir os seus turnos.

Ino parecia cansada só de dizer isso.

— Fique bem, depois, nos vemos novamente.

Acenei em despedida para a loira, que logo sumiu ao cruzar a porta da sala.

 Como eu já estava acordada, não quis voltar para a cama mesmo estando cedo. Fui para a cozinha bocejando e preparei um café da manhã delicioso para mim.

Torradas, frutas, suco de maçã e, de sobremesa, sorvete.

Voltei para o quarto e arrumei meus cabelos curtos em um pequeno rabo de cavalo, jogando a franja para o lado direito e vesti uma calça capri branca e uma blusa vermelha — peças que encontrei em meu guarda-roupa.

Estava devidamente arrumada e nenhum pouco afim de ficar em casa. Eu precisava sair, pois acreditava que algo poderia fazer-me lembrar da minha vida, então, assim fiz.

Andei pelas ruas lentamente, e muitas pessoas me cumprimentavam durante o trajeto que não me levava a lugar algum em específico, mas eu não fazia a menor ideia de quem eram elas, então, apenas sorri de canto para não parecer mal educada. 

Caminhei até o parque em que eu fui com meu amigo Takeshi e sentei-me em um dos bancos, onde fiquei olhando o lago e sentindo o perfume das flores que era trazido de longe pelo vento.

Estava observando as borboletas azuis que voavam por lá quando um homem de cabelos pretos arrepiados, rosto fino, sorriso bonito e olhos azuis parou em pé ao meu lado.

E parecia incomodado com algo.

— Sakura, eu sinto muito por tudo, sinto muito mesmo, eu...

— Desculpe-me, mas do que você está falando? — perguntei, interrompendo-o.

Afinal, quem era aquele cara? E por qual motivo ele estava se desculpando?

Eu estava confusa.

— Como assim do que estou falando?

Eu podia ver a confusão em seu rosto pálido.

— Você não está sabendo, né? — disse após concluir o que estava acontecendo ali. — Eu perdi minha memória no último ataque à Konoha. — expliquei, e sua expressão foi de confusão à surpresa em segundos. — Pelo jeito que você veio falar comigo, eu diria que somos próximos, não somos?

Ele assentiu ainda surpreso, sentando-se ao meu lado no banco.

— Quem é você? — perguntei curiosa enquanto lhe observava de soslaio.

E minha surpresa foi grande ao ouvir sua resposta.

— Sou Yori Satoshi, seu namorado.

— Namorado? Você é meu namorado?

Ninguém havia me falado que eu tinha um namorado. E por que ele só apareceu naquele momento? Se ele era meu namorado, então, deveria ter ido me visitar antes no hospital, como Sasuke Uchiha fez.

— Sim.

Abaixei a cabeça.

— Desculpe, mas eu não lembro quem você é, então, não posso ter certeza de que está ou não falando a verdade. Não me leve a mal, mas eu não posso acreditar em tudo que me dizem.

Ele, com o que eu havia acabado de falar, apenas sorriu de canto e olhou para o céu.

— Eu entendo, muitas pessoas podem querer se aproveitar de alguém que não se lembra de nada, mas não se preocupe, eu não sou assim. Eu nunca me aproveitaria de alguém nessas condições, ainda mais de você, meu amor. Eu te amo muito e sempre estarei ao seu lado em todos os momentos, Sakura. — Yori disse, e sorri de canto.

Pelo jeito, ele era realmente meu namorado.

Abaixei a cabeça, triste por não conseguir me lembrar dele e, ao mesmo tempo, pensativa, pois uma coisa me intrigava.

— Está se sentindo mal? — olhei para ele, encontrando-o com as sobrancelhas arqueadas.

— Não, é só que eu estava pensando... Se você é meu namorado, por que não foi me visitar antes?

Ele virou o rosto, encarando o chão.

— Desculpe, eu estava em uma missão, só fiquei sabendo agora do seu acidente, eu sinto muito.

Yori sorriu sem graça e ficou em silêncio por alguns instantes.

— Como nos conhecemos e começamos a namorar?

Eu queria saber mais sobre minha vida e nós. Ele sorriu, parecendo lembrar-se de algo.

— Foi engraçado. — Yori deu uma risadinha. — Eu vim para a Konoha logo depois da guerra, mas nunca tinha te visto na aldeia. Um dia, era um festival de inverno, bem depois do episódio com Toneri. Você provavelmente não vai se lembrar, já que perdeu a memória, mas Toneri foi um grande vilão à um pouco mais de um ano atrás. Eu nunca gostei muito de festivais, mas eu decidi ir nesse só para me distrair. Eu estava sozinho em um canto, mas, depois, quis ir para o meio do povo. — fez uma pausa, olhando para o céu, e eu prestava atenção em tudo que dizia. — Eu estava andando, até sentir alguém esbarrar em mim e derrubar um copo de saquê em minha roupa.

Ele deu mais uma risada, o que me fez sorrir, imaginando a cena na cabeça.

— Eu estava irritado, mas, quando comecei a falar, vi quem havia me esbarrado... Seus olhos esmeraldas me hipnotizaram, senti, no mesmo instante, meu coração acelerar. Foi amor à primeira vista.

Olhou para mim novamente e sorriu.

— Você pediu desculpas um milhão de vezes e, depois, começamos a conversar. Às vezes, trocávamos umas palavras quando nos víamos na rua, eu gostava muito de você, mas você não ligava nenhum um pouco para mim, ainda gostava do… — parou de falar e voltou a olhar para o céu. — Um tempo depois, você começou a namorar com o Dai, fiquei triste, mas não podia fazer nada. Mas, depois que terminaram, eu tentei me aproximar de você, e, no início, você não me deu muitas chances. Porém, um dia, um mês depois de você terminar com o Dai mais ou menos, eu criei coragem para pedi-la em namoro.

Yori sorriu, pensando no pedido.

Como eu queria me lembrar disso.

— Viemos nesse mesmo parque. — continuou, sorrindo. — Fizemos um piquenique à luz de velas, e eu fiz o pedido... Foi o momento mais feliz da minha vida quando você disse sim.

Sorriu ainda mais, e eu pude ver, em seus olhos, que ele estava sendo sincero.

— Parece que foi muito especial. — sorri.

— Muito. — Yori sorriu para mim. — Queria poder ficar mais com você, mas eu preciso ir, tenho uma missão a cumprir.

— Tudo bem. — sorri em concordância.

— Adeus e fique bem, querida. — beijou minha bochecha em despedida.

— Adeus.

Ele acenou ao levantar-se do banco e começou a caminhar, distanciando-se de mim.

Depois daquele momento, eu voltei para casa, e os dias foram passando. Vi Ino e Tsunade algumas vezes, e a Yamanaka falou que havia marcado seu casamento com um tal Sai e esperava que eu estivesse recuperada até lá — e eu também.

 Recebi, nesses dois dias, visitas do meu amigo Takeshi, conversamos sobre várias coisas, principalmente, sobre situações perigosas que passamos juntos.

Ele me contou tudo que aprontamos, desde a infância até aquele momento e sobre as missões em que fomos juntos.

Quando estava com Takeshi, me sentia feliz e bem confortável.

Mesmo sem me lembrar da nossa amizade de muito tempo, eu confiava nele, não sabia porque exatamente, mas ele me inspirava confiança.

Esses dois dias foram muito bons, mas eu não vi nem Yori, nem Sasuke.

O Yori, eu sabia que estava em uma missão, mas e o Sasuke? Onde será que ele estava? Será que estava em uma missão também?

Dormi pensando nisso.

 

. . .

 

Quase quatro dias depois de quando vi Sasuke pela última vez, ele apareceu e contou sobre a missão que teve que fazer. Admito que gostei de vê-lo, afinal, ele era meu amigo.

Nesse dia, fomos jantar em um restaurante e passamos umas boas horas juntos, nas quais eu falei mais do que ele obviamente. Sasuke era muito calado.

Depois, ele deixou-me em casa, mas eu não queria ficar lá.

Como no outro dia, indo totalmente contra ao que Sasuke disse, saí de casa e caminhei até o mesmo banco, onde sentei-me para observar o céu.

— Olhando a lua de novo? — a voz de Takeshi chamou minha atenção ao sentar-se ao meu lado.

Sorri ao vê-lo.

— Sim.

— Como se sente? — ele perguntou, acomodando-se melhor ao meu lado.

— Do mesmo jeito, ainda não consigo me lembrar de nada.

Sorri triste e senti sua mão sobre a minha, transmitindo-me força.

— É uma pena, mas talvez seja melhor assim.

Olhei-o confusa.

O que Takeshi estava falando?

— O que quer dizer com isso?

— Só assim para você esquecer todo o seu sofrimento.

Sua resposta só serviu para deixar-me ainda mais confusa.

— Sofrimento? Do que você está falando?

— É claro que o Uchiha não falaria… — sussurrou, e eu arqueei as sobrancelhas. O que Sasuke tinha a ver com aquilo? — É claro que ele aproveitaria esse momento para tentar reverter o que fez.

Estreitei os olhos, observando a expressão de Takeshi.

— Sasuke? O que tem ele? O que ele fez?

Vi Takeshi respirar fundo, o assunto parecia sério.

— Você pensa que Sasuke Uchiha é uma pessoa boa? Não, ele não é. 

— Do que você está falando? — perguntei, pois já não estava entendendo nada.

— O Uchiha traiu Konoha há muito tempo, era um renegado, se juntou à um sennin lendário para obter poder para matar o irmão...

— Não, você está mentindo, Sasuke não faria isso. — interrompi, lembrando-me do Sasuke que “conheci” há alguns dias.

Ele não parecia ser nada do que Takeshi dizia.

— Não faria? Não só fez isso, como muitas outras coisas. — a voz de Takeshi era firme, e ele parecia bem certo do que dizia. — Sasuke matou pessoas, quase matou o Naruto, quase te matou duas vezes e te fez sofrer muito por um amor não correspondido. Acha mesmo que o Uchiha é seu amigo?

Balancei a cabeça em negação. Aquele não parecia o Sasuke que me ajudou esses dias.

Não, definitivamente, não.

— Olha, eu entendo que você não gosta dele, mas não precisa inventar essas coisas.

Ele suspirou.

— Tudo bem, Sakura, se não quiser acreditar em mim, tudo bem, mas pergunte à ele e verá que estou falando a verdade.

Minha cabeça estava confusa após suas palavras. Takeshi não parecia estar mentindo, mas Sasuke também não parecia ser capaz de tais coisas.

— Vamos mudar de assunto, ok? — pedi, não aguentava mais aquilo.

Takeshi estava me confundindo mais.

— Tudo bem. — sorriu de canto enquanto eu permanecia calada. — Assim não vai funcionar. — sussurrou a última parte, o que me fez olhá-lo com os olhos semicerrados, confusa.

— O quê?

Ele sorriu.

— Eu preciso da sua ajuda.

— Da minha ajuda? — perguntei, olhando em seus olhos.

E, nesse instante, era como se minha mente não estivesse em meu corpo.

— Preciso que você... — os intensos olhos verdes de Takeshi, em questão de segundos, ficaram em um tom dourado vivo. — Que você mate Sasuke Uchiha.

O silêncio reinou no parque enquanto Takeshi me observava.

— O que você fará? — perguntou, sorrindo.

— Eu irei matar Sasuke Uchiha.


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