Entre Amores e Conflitos, Descobertas escrita por Gabuh


Capítulo 9
Capitulo 9 - Não pode ser verdade...


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura a todos!



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Minha vontade foi de sair correndo, gritando ou ate quem sabe chorando. Mas eu sabia que precisava me controlar. Manti uma falsa expressão de “esta tudo bem” ao ver Naty na sala.

Manti essa expressão até chegar em casa, onde me deparei com Débora.

- Pensei que não ia mais voltar pra casa...

- Tenho alguma escolha?

- Sakura, algum problema?

- Não Débora, problema nenhum.

- Tem certeza? Você ta meio estran...

- Eu já disse que to bem! – gritei –ficaria melhor se você saísse na minha frente.

- Mal educada sempre, né garota? – dei de ombro

- Criação sua.

- Você devia me agradecer por tudo o que eu fiz por você

- Não há nada a agradecer – rebati friamente.

- Se arrume. Nós vamos sair.

- Eu não vou pra lugar nenhum!

- Quem manda nessa casa sou eu garota! Se arrume e desça agora! Não me obrigue a usar da força.

Ela saiu andando rumo ao quarto e eu fui logo atrás indo pro meu. Tranquei a porta e me joguei na cama.

- Droga! Por que isso ta acontecendo comigo agora?

Olhei pela janela. Sasuke estava sentado na cama de costas pra mim vendo alguma coisa.

“Só uma briga” – pensei, enquanto a raiva das palavras dele me invadiam. Mas tudo ia ficar bem... tinha certeza disso.

- Sakura, vamos! – Débora gritou batendo na porta.

- Eu não vou! – gritei de volta.

Peguei o telefone e disquei o numero de Khadija.

- Alo?

- Kha

- Querida, como ta?

- A Débora quer me levar pra um lugar ai.

- Pensei que Liam estivesse brincando...

- A gente brigou e agora ela quer sair.

- Ela não devia fazer isso.

- Por que Khadija? O que quer dizer com isso?

- Eu mandei você sair não ficar ligando pra ela. – Débora falou enquanto puxava meu celular. Primeiro o susto. Depois a duvida de como ela tinha entrado lá – pegue o que achar necessário.

- Onde nós vamos Débora? Olha a hora...

- Hora não parece ser um impedimento pra você. Nunca foi.

Ela saiu andando enquanto eu pensava nas possibilidades. Havia algo a ser feito? Havia alguma coisa pra me salvar do que estivesse por vir?

Não. Essa era a única resposta que eu consegui achar. Sem Khadija, sem o Sasuke, sem a Nathaly. Sem saída...

Me arrastei ate a sala e segui Débora ate o carro.

Seguimos um longo caminho. Estava escuro demais lá fora. A estrada era desconhecida por mim. Perguntei-me se ainda estávamos na cidade. Provavelmente não.

Já passavam das 11 horas da noite.

Isso não ia dar em uma boa coisa, tinha certeza disso.

Ao longe vi uma casa, ou melhor, um casarão. Parecia uma daquelas de filme de terror onde tudo pode acontecer.

Conforme íamos nos aproximando fui vendo com detalhes.

Era enorme. A pintura era cinza, sombria. Só a luz do primeiro andar estava acesa.

Débora foi aproximando o carro da porta de entrada. Não acredito! Era ali que íamos? Mas o que era exatamente aquilo?

- Pronta pra sua nova vida Sakura?

- O que quer dizer com isso?

-Vai ficar ai até o seu tio chegar. É bom que aprende um pouco como é a vida de uma órfã.

- Como?

- Nunca soube agradecer, não foi mesmo? Então espero que isso lhe sirva de lição.

- Você não pode fazer isso Débora.

- Por que não?

- Por que eu não sou órfã. Sabe disso! Não posso ficar em um orfanato.

- Desça do carro. Sorria. E pegue sua mala no porta malas.

- Mala?

- Achou que ia ficar como aqui? Eu a arrumei pra você.

Ela desligou o carro e saiu. Peguei a mala.

Ótimo! Tudo o que eu não queria devia estar ali dentro.

Segui com ela até a porta. Não demorou muito até uma mulher abri-la pra nos.

A mulher era mediana, mas parecia bastante forte. O cabelo preto batia pouco abaixo do ombro. Os olhos me fitaram sombrio, sem vida, como se me fuzilasse. Um sorriso superficial cobria seu rosto enquanto se virava para Débora e nos mandava entrar. Não havia nada de inofensivo nela, e eu soube disso com aquele sorriso.

A cor de dentro assim como todo o resto era sem vida. Havia um brinquedo quebrado entre os dois sofás ao canto.

Fomos pra outra sala, onde devia ser o escritório. Ela se sentou e pediu pra fazermos o mesmo. Mais uma vez nossos olhares se cruzaram. Ela parecia estar me dando uma sentença de morte ou algo assim pela forma como me encarava.

- Débora, querida! Pensei que não voltaríamos a nos ver.

- Eu também estou surpresa com a minha vinda aqui hoje.

- E Liam, como ele está?

- Viajando.

- A garota? Quem é?

- Minha sobrinha. Sakura. Já te falei dela

- Sim, me lembro. A pequena Sakura. Parece que é fácil resistir aos seus encantos agora

- Sim. Há muito tempo ela já perdeu o dom de manipular os outros, de convencê-los a fazer o que ela quer.

- Acho que nenhuma garota nessa idade permanece tão encantadora. Mas vamos ao que interessa. Qual o motivo da sua visita?

- Bom, meu marido negociara com você depois por telefone. Eu vim deixá-la aqui.

- Não posso negar que estou surpresa.

- No seu lugar também estaria.

- O que faço com ela?

- Tratamento normal. Se ela se revoltar pode dar mais um de seus castigos... Nessa semana ela é como qualquer outra daqui. – ela assentiu – A única coisa que muda, é que ela não esta aberta pra adoção.

- Sei disso. – ela me olhou com um sorriso falso estampado no rosto – Então Sakura, seja bem vinda.

- Vou indo, sei que ela está em ótimas mãos. Tchau Waleska. Tchau Sakura.

Não respondi Débora se levantou e Waleska a levou até a porta. Permaneci onde estava.

Controlei a raiva e a tristeza que me dominavam.

Eu não ia chorar. Talvez fosse até melhor ficar aqui... longe da Débora.

Mas e o Sasuke? Eu também deixaria de vê-lo.

- Nunca imaginei que um dia voltaria a te ver... Quem diria, hein? Logo a caçula, logo a mimada e a queridinha. Parece que você não é mais tão preciosa assim. – falou Waleska quando voltou.

- De onde você me conhece?

- Isso não interessa.

- Você me lembra alguém... só não sei quem...

- Você não me conhece garota! Levante-se vou levá-la ao seu quarto.

- Quem é você? – perguntou uma garota aos sussurros um pouco depois que a porta fechou. Sua voz era doce e infantil, aparentava no máximo uns 5 anos. No escuro a vi levantando a cabeça pra me fitar.

- Sou a Sakura – respondi tão baixo quanto ela – e você é a...

- Clara. – ela ficou olhando enquanto eu sentava na única cama vazia do quarto. – Seus pais também não estão mais aqui né?

- Não sei Clara. Minha mãe ta viva, só não sei onde.

- E você vai morar com a gente?

- Acho que por um tempo. E você, há quanto tempo mora aqui?

- Não sei... Desde que eu lembro.

Abri minha mala pra ver o que Débora tinha colocado ali. Nada de importante, como eu havia imaginado.

Coloquei a mala no chão novamente e deitei.

- Boa noite Clara. – Não houve uma resposta, ela já devia ter dormido.

Minha vida ta uma droga!

Sentia um vazio maior agora do que nunca. E uma vontade descontrolada de chorar.

Deixei que as lágrimas fossem caindo por toda a minha face, deixei que elas batessem na ponta do travesseiro e molhassem aquela superfície.

Eu não tinha mais um motivo pra chorar... Tinha vários

Era como se eu tivesse acumulado todas aquelas lagrimas pra um só momento, e ele era agora.

A dor da ida de Khadija e da falta que ela fazia. A dor das provocações da Débora. A dor do abandono. A dor das brigas bobas que tive com o Sasuke e a dor que cada palavra dele tinha causado. A dor da desconfiança... E acima de tudo isso, tinha o medo.

Sentia as lagrimas arderem em chamas ao caírem. E algum tempo depois uma mão quente, macia e pequenina afagou meu rosto.

- Não chora Sakura. – Clara falou baixo.

Sentei na cama enquanto secava o rosto e tentava abrir um sorriso em vão, ela não o veria ali no escuro.

Externamente queria estar bem, embora por dentro ardesse em chamas.

- Por que você ta assim?

- Não é nada pequena.

- Você vai ficar bem, né?

- Vou sim – falei, embora soubesse que isso era mais uma mentira, e a abracei.


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Notas finais do capítulo

Demorei muito? Acho que nem tanto assim.
Bom, se gostaram não custa nada deixar um review! Se não gostaram também!
Beijosss



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