Perdida por você escrita por Luh di Ângelo


Capítulo 3
Capitulo 3- O trajeto




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Sebastian

~ 2 Semanas Antes ~

Acordo sobressaltado com o barulho de um celular tocando que identifico tardiamente ser meu. Olho a minha volta pensando como posso ter adormecido na cadeira que fica na varanda do meu apartamento. Ando até meu celular após meu devaneio e vejo 5 ligações perdidas da minha mãe. O celular começa a tocar de novo e rapidamente atendo.

—Oi mãe, o que a senhora quer? – pergunto mal-humorado.

—É assim mesmo que você vai tratar a sua mãe? Tá querendo umas porradas? – ela exclama já exaltada- além disso nem me atende mais ne?

—Oh minha rainha, eu tava ocupado, o que a senhora quer? – minto, pois, se ela soubesse ai sim eu iria ouvir.

—Nos precisamos conversar sobre aquela sua irmã. Sabe, aquela que você não vê a anos.

—Mãe, larga de drama por favor. O que ela aprontou dessa vez?

—Drama nenhum. Pelo que eu saiba ainda nada. Mas queria discutir o fato dela não estar sendo devidamente preparada para o vestibular de minas, já que seus professores só ficam falando sobre os de são Paulo.

—Mãe, a Ju estuda na melhor escola de São Paulo, o que mais a senhora quer dela? – pergunto com medo do que vem em seguida.

—Eu quero que ela vá para ai ser preparada pelos melhores e que saibam como funciona a UFMG, se não, não adianta de nada.

—Pelo amor mãe. Se ela tá pronta pra lá, ela ta pronta pra cá. Deixa a Julia.

—Nada disso mocinho. Ela precisa ter um foco pra conseguir passar.

Nesse ponto da conversa me jogo no sofá, pois percebo que essa briga não vai ser fácil.

—Mãe, ela pode até ser baderneira, mas sempre tira notas boas. Além disso, a senhora quer mudar ela no meio do semestre e no meio do ensino médio? Ai mesmo que não vai dar certo.

—Que nada Sebastian, tenha mais fé na sua irmã. Como você disse, ela sempre tira notas boas, então vai se adaptar rapidinho ai, e nem vai ter que se preocupar com isso pra faculdade.

—Ta mãe, o que a senhora planeja fazer? É a vida dela, ela que tem que se decidir? E vai querer que ela aceite qualquer mudança assim do nada?

—Seb, meu amor, eu planejo que ela se mude para a sua casa assim que termine o semestre naquela escolinha dela. Chega de palhaçada, tá na hora de estudar sério.

—E a senhora já conversou com ela? Pelo que eu conheço a senhora, não. E além disso, o curso que ela quer nem é tão difícil de entrar assim.

—Não conversei, nem preciso, você que vai fazer isso. Além disso, já que ela vai fazer esse curso podre dela, pelo menos tem que ser primeiro lugar geral da UFMG.

—EU mãe? Nem me mete nisso. E deixa a Ju fazer o que ela sonha em fazer, já que a nossa família já tem tanto dinheiro. Ela nem precisa se preocupar com isso. Para de competitividade e charminho dona Clara.

—Não mesmo, você pode ter passado em um curso bom, mas sua classificação foi uma vergonha pra nossa família. – Rolo os olhos ao ouvir isso pela milionésima vez.

—Tá mãe, mas a senhora que vai conversar com a fera.

—Claro, claro. Tchau bebezinho. Nos falamos amanhã.

Com o passar da semana a Senhora Clara, mais conhecida como minha mãe, conseguiu me enrolar direitinho e planejar todos os detalhes da minha ida e da mudança de Clara, além de conseguir me manipular para não contar para ela sobre nada disso.

Por que eu concordei em levar as porradas da Juh pela minha mãe? Uma única característica da última: manipuladora. Essa mulher consegue fazer com que todos sigam com que ela quer e ainda consegue ser assustadoramente fria quando precisa para ameaças.

Então no decorrer da semana vou preparando as coisas, inclusive meu psicológico, enquanto minha mãe relaxa com a sensação de dever cumprido e prepara as questões acadêmicas da minha irmã. Com o tempo passando mais ansioso fico, já que faz tempo que não vejo minha pequena e ainda vai ser por uma circunstancia tão... forçada.

Quando o dia da minha viagem chega, estou uma pilha de nervos, não ligo para as aulas que vou perder, já que estou basicamente passado em tudo e volto antes das minhas provas, mas sim com como a Ju vai lidar com isso e com todo o estresse da mudança.

Dirijo tranquilo o caminho todo, ouvindo musicas e pensando em tudo. Converso por uma hora por ligação com a minha mãe que estava com medo de eu amarelar/ dormir no volante. Paro algumas vezes para comer, ir no banheiro e me esticar. Tudo bem, admito que estava enrolando, mas pra ser justo, eu sei que ela ainda vai está acordando se eu chegar muito cedo.

Quando finalmente avisto a plaquinha delimitando a cidade de São Paulo a tensão triplica, e graças ao trânsito pude ir bem lentamente. Fui calmo olhando a rua, as pessoas, cantando e apreciando a cidade que não visitava fazia uns anos.

Quando chego a casa, quase não consigo estacionar de tantos carros parados em volta. Ai que cai a ficha, é um sábado não letivo, é claro que ela faria uma festa na noite anterior. Entro na casa e encontro copos jogados pra todos os lados, pessoas dormindo, outras reclamando e outras se pegando (que disposição ein...) e sigo direto para o quarto dela rindo.

Entro e escuto que ela tá no banho e fico esperando olhando as coisas em volta. Quando finalmente ela sai daquela porcaria já tinham se passado 10 minutos. Eu a encaro e analiso suas mudanças e vejo quanto ela parece mais madura e seu crescimento, ganhando mais altura e corpo.

Tento não pensar nos “homens” que minha irmãzinha anda ficando, porque né, ela ainda é minha bebezinha. Vejo a sua ficha cair de quem estava no quarto e seus olhos se iluminarem. Dou um sorriso de pura alegria, ignorando o motivo da minha vinda, pelas saudades sentidas.

—Se divertindo muito maninha? Pena que eu não cheguei um dia mais cedo pra festejar junto, não é mesmo? – Eu rio com a cara de desespero que ela começa a fazer – Não se preocupa, eles não ficarão sabendo.- Falo me referindo aos nossos pais carrascos e tradicionalistas, e pelo bem dela, não ficarão sabendo mesmo.


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