Perdida por você escrita por Luh di Ângelo
Julia
Chego na festa como um furacão, saio correndo a procura de bebida, porque depois da noticia de hoje, preciso aproveitar muito cada momento. Com uma garrafa de 51 na mão sigo pra a pista onde alguns dos meus amigos estavam dançando e me junto a eles e ficamos rindo e dançando por algumas musicas.
Quando começa a tocar Toxic da Britney, olho para Jaque e começamos a fazer a coreografia que fizemos para a aula de stiletto e todos abrem espaço e começam a gritar, cantar e rir com a gente. Seduzimos a musica toda, mesmo levemente alcoolizadas, conseguimos fazer perfeitamente e terminamos rindo e com o nosso toque especial, enquanto todos aplaudiam e assobiavam.
Depois desse momento estrela, vou a procura de mais bebida e vejo Sebastian conversando com um dos jogadores mais antigos de basquete da escola. Passo por eles dando uma piscadinha para o jogador e pego minha bebida. Voltando pra pista chega Ricardo querendo ficar comigo, mas recuso, o que ele acha estranho, mas deixa para lá.
Me junto com os meus amigos e tiramos muitas fotos, falamos muitas besteiras, cantamos e dançamos por um bom tempo. Até que começaram a estranhar o fato de eu estar recusando todo mundo que tentava ficar comigo.
Tento desviar desse assunto e digo que vou pegar um ar la fora, então eles pensam que eu já tinha alguém pra ficar e to indo me encontrar com ele e me mandam uma piscada e risadas. Saio e fico observando a lua e as estrelas, tentando ignorar o assunto, que veio mais fortemente atona nesse momento. Tudo que eu queria era esquecer e aproveitar a noite, mas acho que já ta na hora de ir para casa, para não estragar a noite de todo mundo.
Ligo para o meu irmão, que está sóbrio e pode dirigir legalmente, para irmos para casa. Espero ele na frente do carro e quando ele vê minha cara levanta a sobrancelha, mas resolve não falar nada. Mando mensagem para a galera dizendo que já fui embora e que segunda nós nos encontramos e desligo meu celular.
Seguimos o caminho inteiro em silencio, só com a música do carro contrariando nossos humores, já que tocava uma música alegre genérica sobre amor. Antes que eu saia correndo do carro, Seb segura meu pulso e me abraça forte e começo a chorar que nem um bebê e em seguida ele se junta ao meu choro, mas discretamente e tenta me consolar dizendo que vai ser o melhor para mim e que ele vai está comigo.
Ficamos assim por um bom tempo até que ambos se acalmam. Como eu tava com saudades dele... Sempre fomos assim, um tomando a dor do outro e sempre juntos, mesmo quando não estávamos juntos fisicamente.
Descemos do carro depois de nos recuperarmos e subimos as escadas de casa abraçados. Peço que ele durma comigo essa noite e ele aceita sem pestanejar. Quando deito, apago imediatamente de exaustão emocional.
Acordo com um som constante tocando perto da porta, que logo identifico ser o meu celular (como esse bicho ainda tá com bateria?). Abro os olhos com o Sebastian me batendo e resmungando pra eu desligar aquele barulho que ele queria dormir. Pego meu celular e vejo que é a Jaque ligando e atendo saindo do quarto, já que o meu irmão tá quase me expulsando a tapas.
—MENINA ONDE VOCÊ TA? TEM 10 MINUTOS PARA APARECER AQUI NA ACADEMIA, CORRE!
—Em casa. Academia?? Hoje é sábado Jaque, ta doida?
—Eu vou te arrastar pelos cabelos no asfalto. Esqueceu que hoje tem ensaio para a apresentação de fim de semestre?
—PUTA MERDA- Enquanto exclamo isso, corro para o quarto e bato no Sebs pedindo que me leve lá. - Já to indo miga. Vou me atrasar um pouco, mas chego ai. - e desligo antes de ouvir mais xingamentos e gritos contra minha pessoa.
Corro no meu guarda-roupa pegando minha roupa de ensaio (uma calça de moletom e um top), visto correndo e pego uma caixa de suco e umas bolachas para comer no caminho, além da minha bolsa com as minhas coisas e com uma muda de roupa para depois. Arrasto o meu irmão para o carro do jeito que ele tá e passo o endereço para ele e pedindo que ele me busque as 20 na casa da Luisa.
Desço correndo do carro e quando entro percebo que a musica já está tocando do grupo anterior ao meu. Corro ate a sala e todos me encaram, principalmente jaque, mas me alongo e me aqueço rapidamente e quando finalmente começa o meu grupo eu já estou pronta.
Como sai correndo de casa, não escolhi o melhor salto alto para essa música, mas é a vida... Vou dançar assim mesmo. As batidas de Say My Name começam a tocar e a coreografia já sai automaticamente por mim e meus colegas. Chega no refrão todos na sala aplaudem e assoviam aos passos e poses ousadas que fazemos.
Terminamos a dança sincronizada em uma pose e todos da sala aplaudem. Apesar do final, a professora e minha amiga ainda me olham como se falassem “você ainda tá ferradíssima minha cara.” É, no mundo da dança não tem escapatória e dar uma relaxada... Tudo é levado a serio e com profissionalismo, e atrasos são inadmissíveis.
Depois de algumas outras coreografias chega a minha vez de danças sozinha uma dança de contemporâneo ao som de Too Good at Goodbyes. Essa coreografia ainda não mostrei para ninguém. Mas no momento que eu começo a dançar, eu esqueço de ver a reação das pessoas e só vou sentindo a música, pois ironicamente o titulo dela dizia uma coisa que eu não sou, boa em dizer adeus, mas devido a minha condição atual, vou ter que ser...
Lagrimas começam a descer durante a coreografia, por que diabos eu fui escolher essa música? Tudo bem que eu não fazia a mínima ideia de que isso iria acontecer... Odeio essa situação toda. Termino a minha dança e vou para o meu canto me preparar para a ultima coreografia e poder finalmente ir embora daqui.
Acabo minha ultima coreografia (dueto de stiletto com a musica K.O da Pablo) e vou arrumar minhas coisas, já que só tem mais uma coreografia a ser ensaiada e depois é só a professora falando avisos e coisas que podemos melhorar.
Depois de falar com todos (quase nem levei bronca, AMEM) ela finalmente nos libera e eu e Jaque vamos ate o shopping almoçar para podermos ir para casa da Lu tomar banho e conversar com a galera (inclusive vou aproveitar para dar a notícia).
~Whatsapp on~
Eu: Ei muleque, já to aqui no shopping almoçando com a J.
Seb: Não me chama assim pirralha, vou te encher de porrada.
Seb: Ok, me avisa quando chegar na casa da sua amiguinha. Me liga qualquer coisa. Beijos.
Eu: Bipolar. Pode deixar que aviso.
~whatsapp off~
—Miga, já avisou a baixinha que daqui a pouco a gente já vai invadir a casa dela?
—Já sim, ela ta esperando a gente já e a galera já ta quase indo para lá também.
—Ok.
~Whatsapp on~
Grupo das Piri
EU: Não quero que ninguém falte que tenho uma novidade para vocês...
~Whatsapp off~
—O que aconteceu mana? Que novidade é essa? Tomou jeito na cara? - Jaque me enche de perguntas.
—Quando todos tivermos juntos eu conto. - respondo enigmática.
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