Nilo encarou a garota que vinha ao seu encontro.

Eles se olharam por algum tempo e ela começou a falar:

— Eu sei sobre o que você esconde.

O garoto sentiu seu coração parar de bater, Como ela saberia?

— Então... Você veio para ajudar ou acabar com meus planos?

— Para sua sorte eu vim ajudar.

­­— Posso saber quem é você? Não costumo confiar em estranhos.

— Sei que se afeiçoou ao capitão, mas você nada conhece sobre seu passado.

Ele se calou, ela tinha razão.

— Respondendo sua pergunta, meu nome é Milla e eu trabalho para as sirens.

— Você é uma delas?

— Disse que trabalhava para elas e não que era uma.

— Então por que você mesma não levou o coração até o xamã?

— Pois ela foi clara em sua carta, era seu destino achar aquela garrafa, posso acompanhá-lo e nada mais, o sábio explicará seu papel na jornada.

— Por que eu?

— Eu também queria saber, mais despreparado não existe, porém, você não estará sozinho. Preciso ir, ele está voltando.

Mas antes que Nilo pudesse perguntar quem, Milla já tinha ido embora pelas janelas e o capitão entrava pela porta. Ele percebeu sua expressão, pois logo o questionou sobre o que havia acontecido.

— Parece que você viu um fantasma, calma, sou eu.

— Me desculpe, estou apenas preocupado.

— Não tive coragem de desembrulhar das cordas e do pano, então, vou esperar sua explicação e depois abrirei.

— Acho melhor você olhar primeiro, não é algo que eu consiga explicar sem provas.

E assim o capitão com a mesma reação de Nilo, soltou o pacote no chão e respondeu gritando:

— Como? Por quê? E de quem?

O garoto mais jovem tentou explicar da melhor maneira possível, sempre observando as reações de Markos que apesar de assustado, se manteve calmo á todo momento.

O capitão estava dividido em pensamentos, não poderia simplesmente largar sua tripulação, porém sabia que Nilo estava decidido em ajudar a siren e não queria ter que deixá-lo. Estava quase chegando a um consenso em sua mente quando começou a lembrar da forma que o garoto falava da mulher em perigo, e como ele estava disposto á largar tudo para ajudá-la, sentiu uma pontada de ciúmes e se sentiu mal por isso, eram situações diferentes, e no fundo ele achava que Nilo também estava compartilhando do mesmo sentimento que ele.

Por fim, depois de chegar a sua conclusão pessoal, o capitão disse:

— Irei ajudá-lo.