No fundo da alma escrita por RosaDWeasley


Capítulo 14
I'll Never Love Again


Notas iniciais do capítulo

Oi oi oi gente linda!!

tudo bem com vocês?

Bom, aqui vai mais um capítulo, olha que autora aplicada hein... mas sinto informar que não será assim nos próximos dias, meu trabalho está uma loucura, preciso estudar para alguns cursos e minha mãe fará uma cirurgia, então amores, tlavez o proximo capitulo demore muito...
Maaaaas, quem sabe eu me esforço se vocês prometerem comentar muito? Tá na metade já hahaha

Sei que não posto títulos de musica nos capítulos, mas eu achei que essa se encaixa taaaaanto, então indico para ouvirem enquanto leiam: I'll never love again - Lady Gaga.

Boa leitura!



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*5 anos depois*

O celular tocou acordando-a, ela levantou o braço, procurando o aparelho pelo criado mudo, “qual era o problema desse povo? Ligar numa manhã de sábado!”, ela se perguntava, assim que achou o telefone atendeu sem ver quem era.

— Alô?

— Bom dia aniversariante!!! – sorriu ao ouvir a voz da prima – você não acha que tá um pouco tarde para tá dormindo não?

— Feliz aniversário Marry! – ela disse sorrindo, feliz com a ligação da prima que havia nascido no mesmo dia que ela – Nossa, não sei nem que horas são...

— Olha aqui no Brasil são 17 horas, aí possivelmente são 14 horas...

— Merlim! Como fui dormir tanto? – ela se exclamou se levantando e sentiu a cabeça rodar, uma ressaca a aguardava

— Eu não sei, e aí o Nathan conseguiu te arrastar pra onde ontem?

— Uma balada, você acredita? – ela ouviu a outra gargalhar do outro lado da linha – Eu bebi tequila Marry! Meu Deus! Nem sei como cheguei em casa! Será que o Nathan tá aqui ainda? – ela perguntou mais para si mesma do que para a prima que não parava de rir do outro lado da linha e colocando seu roupão por cima do pijama saiu do quarto para a sala do apartamento para encontrar o moreno dormindo no sofá – Ah! Eu sabia!

— Ele tá aí? – Hermione estava pronta pra xingar a prima, como podia alguém simplesmente não parar de rir?

— Tá sim – foi até ele o chacoalhando – Nathan! Nathan!! – o moreno de olhos verdes acordou assustado, mas quando reconheceu onde estava e quem o chamava sorriu

— Bom dia aniversariante! Devo começar a enumerar toda a vergonha que você passou ontem? – a voz completamente rouca e a incapacidade de abrir os olhos só faziam Hermione se perguntar por onde estava com a cabeça quando aceitou um convite dele?

— Nem comece, e levante daí! – ela falou pegando os travesseiros e jogando nele, que levantou e foi ao banheiro enquanto ela se encaminhava para a cozinha.

— Vocês dois são hilários sabia? Minha barriga tá doendo! Consigo ver vocês brigando – Marry gargalhava ao celular.

— Serio, o que eu ainda tenho na cabeça para ouvi-lo? Mesmo depois de todos esses anos? – ao entrar na cozinha ela se sentou na bancada, sentiu o estomago embrulhar e suspirou, quem mandou beber? Precisava de um remédio e comer alguma coisa.

— Amizade! Apesar dele ser bem gato vocês são bons amigos e ele ama puxar seu saco porque você é chefe dele!

— A sua sinceridade me enerva sabia? – a morena disse rolando os olhos.

— Mas me conta, até que momento você se lembra da noite passada? – Hermione podia ver o sorriso maldoso da prima ao perguntar, se a ruiva amava provoca-la? Com certeza...

— Acho que na quinta dose de tequila – e se deixou rir junto

— Sério, eu vou por esse menino em um pedestal!!

— Menos Marry! E aí como está a minha aniversariante preferida?

— Ah... o dia ta sendo bom, mais tarde meus pais vão dar um jantar aqui e toda nossa família vem, Gustav me encheu de presente e tá todo feliz porque eu aceitei o pedido dele...

— QUÊ? – ela se levantou em um pulo – QUE PEDIDO ANE MARRY?

— De casamento – ela falou bem devagar esperando o piti da prima, que veio bem rápido.

— AAAAAAAAAAAH!! – ela pulou no lugar dando voltas em si mesma de tanta alegria – finalmente alguém vai dar jeito em você!!!!

— Ei! – ela riu ao telefone, não esperava outra reação exagerada.

— Mas me conta, como foi, quando foi, ele fez algo especial?

— Foi ontem mesmo, a gente também foi em uma festa de um amigo nosso aqui, sabe aquelas festas em neon, que tem tinta e tudo mais e além de se divertir muito você acaba saindo toda suja? – a morena concordou – em um dos tambores que batíamos a tinta ele me fez parar, e escreveu “Épouse-moi?” (casa comigo? Em francês) e colocou a caixinha com um anel no tambor, eu simplesmente surtei Hermione! Cai no choro e disse sim! – como uma romântica incurável a morena já estava emocionada.

— Owuuuuuun.... Meu Deus isso é tão a cara de vocês!!! – Hermione secou as lagrimas – Como você está se sentindo?

— Nem sei explicar, tô tão feliz... – a conversa durou mais algum tempo ainda. O moreno havia saído do banheiro e entrava na cozinha, perguntou fazendo mimica se a morena estava com fome e Hermione concordou, desligou alguns minutos depois com um sorriso que Nathan denominava como de orelha a orelha.

— Pode ir falando. – ordenou o moreno enquanto colocava os ovos na frigideira.

— Marry está noiva! – ela viu o queixo de Nathan cair literalmente

— Você só pode estar de brincadeira? – o moreno havia conhecido a prima da amiga e jamais achou que viveria para vê-la dentro de um casamento

— Marry ama Gustav demais, a muito tempo, só ele conseguiria colocar uma aliança no dedo dela – Nathan sorriu assentindo e resolveu provoca-la

— E você Srtª Granger, quem vai conseguir colocar uma aliança no seu dedo? – ele podia parecer cruel perguntando aquele tipo de coisa, mas só queria que ela fosse realmente feliz, coisa que já não era a muito tempo.

— Você sabe que ninguém! O único que conseguiria colocou uma aliança no dedo de outra – ela falou se referindo ao dia em que recebeu um jornal onde mostrava o grande Ronald Weasley com uma loira, muito bonita por sinal, anunciando seu noivado – Já faz 5 anos Nathan...

— Exatamente! E vocês nunca mais se viram! – ele exclamou exasperado, como alguém podia ser tão teimoso? – Hermione você já teve dois namorados enquanto esteve longe e ninguém te faz tirar aquele ruivo da cabeça!

— Acabou Nathan! Ele deixou bem claro quando foi embora do meu apartamento e nem se despediu de mim quando sai em viagem! – ela exclamou cansada, ele sabia aquela história de cor – Nem uma maldita carta! Nada! Ele simplesmente me tratou como se eu nunca tivesse existido!

— E você fez o que em resposta?

— Não seja absurdo, foi ele quem foi embora! E chega desse assunto! – ela declarou dando fim aquele assunto. O moreno não falou mais sobre aquilo, resolveu contar um pouco da vergonha que fez Hermione passar na noite anterior enquanto os servia.

Nathan era um ano mais novo que ela, como ela, britânico, se formou em Hogwarts, era da lufa-lufa, Hermione se lembrava vagamente dele no ultimo ano durante as aulas, quando Hermione saiu em missão entre reconciliar o relacionamento do ministério britânico com os outros países, ela foi sozinha. Contudo, depois de um ano quando o serviço aumentou demais ela pediu algum assistente a Kingsley, ele aceitou, ela achou que ele mandaria Bryan, mas o amigo, muito competente por sinal, havia conseguido um bom cargo no departamento de Cooperação Internacional em Magia, sendo assim o ministro mandou um estagiário para acompanha-la. Nathan era moreno, da pele levemente bronzeada e lindos olhos verdes, dono de um sorriso galante e muito bom humor, ela se apegou fácil ao garoto, e eles criaram uma boa amizade. Apesar de trabalharem juntos e se darem muito bem, aquele relacionamento nunca passou da amizade porque além de Hermione ter alguém tomando conta de seu coração, o coração de Nathan já tinha dona, Isabelle, uma linda francesa, tão loira quanto Hermione se lembrava de Fleur, ela era simplesmente fascinante, no começo tinha ciúme da amizade dos dois, mas aos poucos foi se acostumando com Hermione e hoje já havia se tornado uma boa amiga.

Eles comiam em um silencio agradável, haviam dado boas risadas enquanto relembravam da noite, quando estavam prestes de terminar uma coruja piou na janela e Hermione correu para abri-la, era uma carta de Harry e Gina, e a morena logo foi lendo.

 

“Feliz aniversário Mione!

Eu e o Harry estamos te desejando toda a felicidade do mundo, tudo de melhor que você possa conseguir da vida, dizer que estamos com saudades e que queremos te ver!

Bom, na verdade eu tenho uma INTIMAÇÃO a fazer, atrás dessa carta tem um convite, espero realmente que você aceite, venha antes para passarmos um tempo juntas...

Quando acaba esse trabalho hein? Já deu a falta de você por aqui!

Felicidades, nós te amamos apesar de você nos esquecer!

Saudades!

Gin e Harry

 

PS: não aceito não como resposta! ”

Hermione franziu o cenho e quando viu o resto do conteúdo do envelope se assustou, ali na sua frente estava nada mais nada menos que o convite de noivado de Harry e Gina, seria na Toca, óbvio, dali duas semanas! Ela mal podia acreditar.

— Mi? – Nathan a tirou de seus devaneios – tá tudo bem? Você tá pálida!

— É o convite de noivado de Harry e Gina, eles vão dar uma festa Nathan! E na Toca! – ela mal conseguia expressar o que estava sentindo, a mente dela havia paralisado, apesar de amar aquela família, nunca mais havia posto os pés naquela casa, todos as vezes que ia pra Londres se encontrava com as mulheres da família em algum restaurante, café, qualquer lugar e quando queria ver Jorge e Angelina simplesmente ia até as gemialidades Weasley, nunca, nunquinha, nem nos corredores do ministério, ela havia estado frente a frente com Ron, o que fazia tudo parecer ainda mais aterrorizante.

— Qual a novidade disso Mi? Todas as festas daquela família são feitas lá, aliás, Jorge e Angelina se casaram e você foi convidada – ele pausou a olhando sério – e não foi, assim como o casamento do Percy.

— Nós estávamos no Brasil nessa época, você sabe muito bem!

— De a desculpa que você quiser, a quem você quiser, mas a mim você não engana, você não quis ir, simples assim, não quis para não ver um dos membros daquela família! Faça a mesma coisa, diga que está viajando e não dá! – ele sabia o que estava falando, e cruzou os braços se apoiando na cadeira enquanto ela o fuzilava com o olhar

— Você sabe que eu não posso fazer isso! É o Harry e a Gina! Não dá para simplesmente arranjar uma desculpa! – ela estava ao ponto do desespero

— Mi, chega! – ele decretou e ela o olhou intrigada – Você vai! Encarando ele ou não! Você vai!

— Mas...

— Mi, a mensagem que recebemos do Ministro semana passada diz muito, já tá ok, vamos voltar, as alianças estão refeitas, não temos mais o que fazer aqui – era tudo verdade e isso só desesperava Hermione.

— Eu não quero! – ela confessou chorando – Não dá Nathan! Eu acho que nunca vou superar! Mesmo que eu encontre alguém que valha a pena, não dá! Eu só o vejo por foto, nunca mais pessoalmente, eu não sei o que fazer – ela chorou e o amigo apenas esperou, quando ela se acalmou ele voltou a se pronunciar.

— Espere aqui – ele levantou indo até a sala deixando uma Hermione meio confusa para trás, quando voltou ele trazia uma caixinha retangular nas mãos – Feliz Aniversário Hermione! – ele entregou a caixinha e ela abriu, seus olhos marejaram mais ainda, e ela conteve o soluço em meio a um sorriso, era uma pulseira pandora prata, nela continham 5 pingentes. Nathan pegou a pulseira da caixinha e colocou no pulso esquerdo dela.

— Cada pingente representa algo para a pessoa, ou casal – ele deu uma piscadinha fazendo com que ela sorrisse da brincadeira – mas o destino não nos quis como casal, então somos bons amigos, e você sabe né Mi o quanto eu te admiro – eles sorriram um para o outro – esse pingente de livro representa a sua inteligência e seu amor por estudos, esse aviãozinho aqui é a representação do modo que você mais gosta de viajar, o mundo, é porque eu acreditei que você conquistaria o mundo e hoje ele está aos seus pés – ela sorriu e chorou ao mesmo tempo, incapaz de dizer qualquer coisa – esse coração, além de todo amor que eu sinto por você é a representação do seu amor, senso de justiça e respeito que tem por cada ser vivo, humano ou não, e finalmente – suspirou – o leão, representando a grifinória e também tudo o que há descrito naquela casa e que você tem, uma lealdade, força e coragem, capaz de salvar vidas e trazer paz ao mundo.

— Ah Nathan, isso foi tão bonito... – ela mal falava, estava emocionada demais com as palavras do amigo.

— Você acreditou em mim e me acolheu quando eu era apenas um estagiário assustado, e me ensinou tudo que sei sobre nosso trabalho até hoje e muito mais – ele pegou as mãos dela a olhando nos olhos – mas eu quase nunca te vejo realmente feliz, apenas quando está com sua família e seus amigos, eu posso te fazer rir sim e termos uma amizade incrível, mas eu não sou seu aconchego de passado, não sou eu que faço você se sentir em casa, feliz!

— Você fez com que todo esse tempo longe fosse suportável Nathan, não diminua sua importância na minha vida! – Não queria que o amigo enxergasse o contrário

— Eu sei Mi, eu sei! Mas se tem algo que eu quero te pedir e dizer é; vamos voltar! Não fuja mais desse sentimento, não se esconda porque vai ficar magoada ao vê-lo seguindo a própria vida! Encare, lute contra, continue a sua vida, escreva sua história no lugar que é seu por merecimento! Vamos voltar pra casa! – ele queria voltar, já estava planejando, mas não queria deixa-la, sabia que ela se afundaria ainda mais na solidão em que vivia, a máscara que vivia, era facilmente rompida por ele.

— Tá bom, eu vou pensar! – eles sorriram e Nathan resolveu dar uma última cartada

— Até porque chefinha... – ele começou tirando uma caixinha quadrada do bolso e a abriu, mostrando a Hermione um maravilhoso solitário, sorriu ao vê-la arregalar os olhos – eu pretendo pedir minha loirinha em casamento

— Você jogou baixo agora! – ela riu lhe dando um tapa no braço – Sabe que jamais diria não pra você depois disso – ela ria olhando pro moreno que se divertia com as reações da amiga – Você sabe né Nathan, pode voltar a hora que quiser, eu não quero te impedir de nada.

— Ora por favor Mi! É lógico que você não me impede de nada, mas a questão é que eu não vou te deixar! Não vai ficar aqui sozinha, pode ser muito bem vista na Macusa, ter vários admiradores e caras aos seus pés, mas eu sei que no final das contas, com a sua família longe, eu sou sua única companhia depois do trabalho, assim como você é a minha. – Aquele era alguns momentos durante a sua convivência com ela que ele se perguntava; algum dia conheceria alguém mais teimoso?

— Tá bom! – ela riu tapando os olhos com as mãos – vamos voltar!

— Ai sim! – ele comemorou pulando da cadeira – vamos comemorar chefinha! – correu até o armário de Hermione abrindo um vinho e pegando as taças. Hermione ria com o jeito dele, todo feliz, cantando e fazendo dancinhas, tá ai uma pessoa que a fazia se alegrar, passaram a noite tomando vinho e planejando o retorno, Hermione escreveu para Gin contando que estaria presente, que levaria Nathan, e possivelmente a futura noiva dele e que finalmente, estava voltando definitivamente para Londres. Quando os pais ligaram lhe parabenizando ela contou a eles as novidades e que finalmente voltaria para sua cidade.

Quando deitou pra dormir naquela noite, permitiu-se se afundar em lembranças como a muito não fazia.

“O julgamento dos Malfoy havia sido à uma semana, Hermione estava em casa comendo seu café da manhã, estava distraída quando ouviu a porta abrir, Ron não havia devolvido a chave como ela tinha pedido, então usou-a quando ela lhe mandou um patrono que precisava conversar, ficou o olhando caminhar até ela e se sentar a mesa na sua frente.

— Oi – ele sorriu tímido, ela o conhecia tão bem que podia ver a apreensão por trás daquela calma disfarçada.

— Bom dia – ela sorriu pra ele, e resolveu falar logo sobre o que era essa conversa – Bom, eu te chamei aqui para falar da minha conversa com o ministro.

— Então aquela conversa tinha mesmo algo a ver comigo ?

— Sim e não – ela sorriu – eu recebi uma proposta... – contou tudo a ele, tudo que foi dito naquela conversa com Kingsley e nas anteriores, falou e ele prestou atenção em tudo, absorvendo cada palavra dela e mal fazendo perguntas. Quando terminou tomou um gole do seu suco, havia falado por quase meia hora, em um monólogo enervante, Ron não dizia nada.

— Você não vai dizer nada? – ela estava começando a ficar nervosa e algo dentro dela despertou para a possibilidade daquilo não acabar bem.

— Você vai? – ele estava sério

— Bom, sim, eu te chamei aqui para conversar sobre isso, quero ir, é uma oportunidade única e... – ele a interrompeu

— Então eu não tenho mais nada pra fazer aqui, você já tomou sua decisão! – dizendo isso ele levantou, Hermione estava chocada, tão aturdida que nem percebeu quando já estava atrás dele.

— O que? O que isso significa? Eu te chamo aqui pra conversar e você me trata assim?

— Você não me chamou aqui para conversar Hermione! Você me chamou para comunicar sua decisão! – estava revoltado

— Eu não estou entendendo nada! Por que você está tão bravo?

— Você em algum momento pensou em mim? – O olhar dele era de pura dor

— Ron lógico, te chamei porque pensei em você! – Hermione já se encontrava a beira das lágrimas

— Não agora – ele gesticulou com as mãos, apertando os olhos – antes de você aceitar a proposta do ministro.

— Pensei Ron, mas..

— Mas pensou mais em você e na sua carreira, como sempre – havia desprezo naquela voz.

— O que? Não! Eu pensei que seria bom sim pra minha carreira, mas não é algo definitivo Ron, vai ser bom pra nós também – ela tentou se aproximar, mas ele a afastou, doeu.

— Ficar longe de você? Bom pra quem? De dois a três anos? A-N-O-S Hermione! ANOS! Não são meses!! – ele a encarava incrédulo

— Mas eu vou vir sempre RON! Sempre! Nós vamos nos ver sempre, será pouco tempo separados! – Agora ela já chorava, o medo a tomando.

— Você acredita mesmo no que você diz? – ele permitiu que as lágrimas escorressem e ela o olhou confusa – Você já viu como se porta no trabalho Hermione? Já viu como se dedica? Entenda bem, não estou dizendo por mal, apenas quero que entenda uma coisa, a sua rotina, aliada a minha rotina, nos afastou nesses últimos meses, coisa que você nem notou e acabou fazendo com que uma briga ridícula por ciúmes, ao invés de acabar na cama como sempre aconteceu, você me deu as costas e me mandou devolver a minha chave! – ele pegou o molho e ergueu pra ela

— E você não devolveu! Você entrou com ela e continua usando como se nada tivesse acontecido, eu resolvi colocar uma pedra naquele assunto e também te chamei pra conversar como se nada tivesse acontecido! – ela arfava, o rosto manchado pelas lagrimas

— Não vai – discutindo ele não chegaria a lugar nenhum, a conhecia muito bem – Fica. – Pediu a olhando.

Ao invés de se compadecer, ela sentiu raiva – Eu não acredito que você está me pedindo isso! Não acredito que não quer permitir que eu siga a minha carreira!  Quando você foi se tornar Auror eu pedi para que pensasse melhor sobre o assunto por ser perigoso, mas você me ignorou! E agora tem coragem de querer me impedir?! – ela despejou tudo em cima dele

— É diferente!

— Não é não!

— É sim Hermione! Eu fico algumas semanas, raramente vou ficar meses fora de casa e ao contrário de você consigo semanas de folga! – a comparação perto da rotina de trabalho dela o fazia ganhar alguns pontos naquela discussão, por mais que fosse muito mais perigoso, o trabalho de Auror conseguia ser bem mais maleável.

— Isso não vem ao caso! – ela se viu sem muitos argumentos – Eu só não entendo porque não pode ficar do meu lado e me apoiar? Porque não pode ser só meu companheiro? Só ficar comigo e se sacrificar como eu pelo nosso amor Ron?

— Se sacrificar? Você tá querendo dizer que eu não me sacrifico? – Agora os olhos que faiscavam eram os dele – Eu fui com você na casa da sua família, mesmo você sabendo que eu não queria que ninguém pagasse nada pra mim, eu sei que sou orgulhoso pra essas coisas, mas passei por cima do meu orgulho para ficar com você! – ele tomou folego, ela só o encarava – Aceitei sua decisão de voltar pra Hogwarts numa boa, mesmo se você não tivesse voltado, não conseguiríamos nos ver muito pelo curso de Auror e eu sabia que você estava feliz Hermione, então por mim tudo bem, foram meses sem te ver!!

— Mas você ouviu o que disse Ron? Que não nos veríamos muito mesmo que eu não tivesse voltado!

— MAS AINDA ASSIM NOS VERÍAMOS – ela se assustou no lugar e ele respirou fundo procurando ajuda aos céus – Vi você entrar no Ministério e brilhar – ele sorriu com a memória – como eu sabia que você faria, sua determinação e inteligência não me deixavam esperar outra coisa, você vai brilhar em qualquer lugar que pisar, entenda isso! – ele se deixou chorar, falando com a voz embargada – te ajudei a encontrar esse apartamento! A pintar e a decorar! Mobiliamos tudo do jeito que você queria! – ele pausou soluçando, ela o olhava com a vista embaçada as lágrimas correndo soltas, incapaz de falar algo – eu ia em missões sim, pensava em você o tempo todo! Sabe o que eu pensava Hermione? Preciso voltar pra minha sabe-tudo, inteiro e bem! E toda vez que a coisa se complicava eu focava nisso! – suspirou – Fiquei semanas fora sim, mas quando voltava, era pra cá que eu vinha, muitas vezes cheguei e você estava trabalhando e mesmo você sabendo que eu estava de volta, nunca, NUNCA, saiu mais cedo! Eu fazia o jantar e te esperava, você me pedia pra ficar e eu era incapaz de ir embora, no dia seguinte eu voltava pra Toca só pra ouvir o sermão da minha mãe por dormir com você, mas depois, voltava pra cá, pra te esperar. – ele finalizou arfando e soluçando

— Ron – soluço – eu não quero que pense que está sendo fácil, eu não quero que pense que eu não te amo – ela seria capaz de implorar se fosse preciso? Seria.

— Sabe o que é pior Hermione? Eu sei que você me ama e eu simplesmente acho que amor é até pouco perto do que eu sinto por você – soluço – só que apesar de eu ser o legume insensível da relação, eu nunca te impediria de ser feliz. Vai, conquiste todos os países, refaça as alianças, mas eu não sei se estarei mais aqui te esperando quando você voltar. – ela encostou na parede soluçando, precisando de um apoio, viu ele a olhar, pegar a chave do seu apartamento e tirar do chaveiro dele, deixando em cima do aparador e se virando para ir embora.

— Ron, pera aí, não vai assim – a sensação de dejavú que essa frase lhe deu a arrepiou, quase as mesmas palavras que ela disse durante a guerra, ele estava indo embora novamente. Num ato desesperado correu até ele antes dele alcançar a porta e o virou, se jogando contra ele e o colando seus lábios nos dele de forma desesperada.

O beijo trocado foi ardente e desesperado, cheio de amor e uma tristeza quase palpável, quando eles se separaram, Ron segurou o rosto dele entre as mãos, acariciando a bochecha dela, a viu sorrir e fechar os olhos, algumas lagrimas ainda caiam – Não vai, fica aqui! – era a última vez que pediria.

— Eu já aceitei Ron – ele chorou a abraçando e colando a testa na dela, procurou os lábios dela num último beijo em que ele fez questão de gravar o gosto dela, as mãos percorrendo o corpo que ele tanto amava.

Quando se separaram ele se afastou dela, tirando as mãos dela de cima de si – Eu espero que seja feliz Hermione – e dizendo isso saiu do apartamento. Ao ver o fim do seu namoro ela se deixou chorar, caindo no chão e deitando ali mesmo, o corpo balançava e ela sentia dores por todo ele. Naquele momento ela soube que corações podiam se partir em mil pedacinhos, o dela estava, acabado.

Lembra vagamente de ter sido tirada do chão por Harry e que Gina cuidou dela naquela noite, uma semana depois ela partiu, no aeroporto para se despedir dela estavam todos presentes, Harry, Neville, Luna, todos os Weasley, menos Ron.”

Naquela noite ela dormiu chorando, certa de que aquele sentimento que tinha se acalmado, retornaria feroz.


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam?

Comentem! Vou tentar retornar o mais breve possível!

Beijos



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