No fundo da alma escrita por RosaDWeasley


Capítulo 13
Os Malfoy


Notas iniciais do capítulo

Oi oi oi gente!!

Mais um capitulo no ar!!
to até orgulhosa dessa autora exemplar que eu estou me tornando viu, postando regularmente... hahahahah

Bom, a partir desse capitulo as coisas começaram a esquentar! Se preparem!

Boa leitura! :xxxxx



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— Você não passa de um idiota Ronald Weasley! – ela gritou a plenos pulmões as palavras e saiu de seu quarto se encaminhando até a cozinha, certa de que ele estaria em seu encalço a seguindo, como aconteceu.

— EU? Você jura que eu sou o idiota aqui? – o tom dele era de pura ironia – Não era eu que estava me oferecendo para o meu colega de trabalho! – Antes que pudesse prever já estava segurando uma Hermione muito enraivecida que foi até ele pronta para uma luta corporal

— COMO OUSA? QUEM VOCÊ PENSA QUE EU SOU? – ela não acreditava nas palavras dele.

— EU NÃO SEI! Só sei que você deixou aquele idiota se aproximar!!

— Ron ele é meu colega de trabalho! – era a última vez que falaria essas palavras, se cansou, aquele ciúme doentiu junto com a insegurança dele em relação ao amor que ela sentia por ele estava acabando com ela.

— Me pareceu muito mais que isso ontem! – ele estava magoado, havia pego Bryan Kent, o secretário todo sorrisos pra ela e ela compartilhava, ele não falaria nada daquela situação, porque nem sabia o que eles conversavam, mas o leão dentro do seu peito rugiu quando ele pegou a mão de sua namorada e se aproximou dela dizendo algo que a fez gargalhar. Assustou os dois quando gritou sua presença, colocando um sorrisinho cínico na cara daquele cretino e um franzir de cenho no rosto da namorada.

— Quer saber? Pense o que quiser, eu vou trabalhar porque já estou atrasada! – Virou nos calcanhares até a porta da cozinha para pegar sua bolsa e sair, mas a última palavra não seria a dela.

— VAI! Vai com o seu amiguinho, você prefere muito mais seu emprego do que o nosso relacionamento! – Assim que terminou a frase se arrependeu, o olhar magoado que ela lhe lançou o deixou arrasado. Sem dizer nada ela seguiu andando até a sala, pegou a bolsa e antes de bater a porta, sentiu seu peito se rasgar ao falar

— Tranque a porta antes de sair – e lançando um último olhar a ele sem realmente conseguir enxergá-lo por ter os olhos embaçados de lagrimas disse – deixe a sua chave embaixo da porta.

E saiu, largando um Ronald incrédulo pra trás. Era isso mesmo? Ela tinha terminado? Deus ele não era capaz de acreditar naquilo. Sentiu o peso de ser tão idiota com ela, a boca ficou amarga e seu estomago revirou, seu ciúme sempre, sempre, a afastou, porque ele nunca se deixava acreditar que talvez ela pudesse gostar mesmo dele, a insegurança o tomava mesmo com sendo quem era e até tendo mulheres aos seus pés, ela, Hermione, era muito mais incrível e perfeita que qualquer outra mulher. Não permitiria perde-la, não depois de tanta espera por ela.

Hermione optou por caminhar até a entrada do ministério, se atrasaria e possivelmente conseguiria bolhas nos pés visto que seu flat era um pouco distante do ministério, mas ela precisava colocar a cabeça no lugar, Ron conseguia tirá-la do sério. Dois anos do fim da guerra, dois anos que eles namoravam, e ele simplesmente tinha ciúme de seu colega e assistente Bryan! O fato é que ele entendeu tudo errado, Bryan estava ensaiando como convidar um amigo, para jantar. Sim! Bryan, seu doce e engraçado colega de trabalho que estava mais pra seu assistente, era gay. Só que ela achava que Ron ainda não tinha percebido, apesar de Bryan não falar abertamente sobre isso ele também não negava, adorava Hermione e morria de rir com o ciúme de Ron, mas tudo que Ron havia falado pra ela desde a hora que saíram do ministério, até a briga que se retomou depois da simples menção do nome de Bryan naquela manhã, haviam magoado ela demais. Ela se sentiu no direito de dar um gelo nele, e um susto dos grandes o mandando devolver a chave que ela havia lhe dado, a verdade é que as brigas nos últimos meses pioraram, o trabalho exigia muito dos dois, mas parecia que eles não estavam conseguindo lidar com tudo, a rotina, o cansaço, o stress e o ciúme por ambas as partes. Porque sim, Hermione era uma possessiva assumida, só que a diferença é que muitas vezes ela conseguia se manter racional, o fato da fama ter atingido os três, colocou o seu namorado ruivo, alto, de lábios carnudos, ombros largos e braços fortes em um patamar de assedio por aquelas, como ela mesma gostava de descrever, bruxas assanhadas. Ron, sempre tão emocional e explosivo, simplesmente surtava com os flertes que a namorada recebia, a diferença é que ele não descontava mais nela como no baile de inverno, só que daquela vez, por ter “pego” ela em uma brincadeira, acabou falando demais e a magoando demais.

Entrou na sua sala com 20 minutos de atraso, sentou atrás de algumas papeladas de papel sem conseguir realmente ver nada a sua frente, a briga dando lugar ao julgamento que aconteceria dali à uma hora. Harry havia falado com ela e Ron no dia anterior, os depoimentos dos 3 seriam coletados em pleno julgamento e o ministro deixou claro para eles que daria a sentença em cima do depoimento deles, ignoraria tudo, provas e acusações, mas eles ditariam a sentença daquela família. E Hermione se permitiu sentir pânico, Harry estava certo em dizer somente a verdade, mas ela não queria que eles pagassem nada além do justo.

— Mi? – Bryan falou colocando metade do corpo pra dentro da sala, analisando a expressão da colega com cautela – Bom dia, tudo bem?

— Tudo sim Bryan, apenas ansiosa – desviou do assunto Ronald esperando que ele entendesse que não queria falar no assunto.

— Eu imagino, mas o ministro deixou um recado comigo, quer falar com você na sala dele, agora – ela assentiu se levantando, estranhou, não por ter sido chamada, fato que era corriqueiro, as más línguas no ministério a chamavam de queridinha do ministro, Hermione não se importava, mas também não gostava e fazia questão de não conversar nos corredores onde olhares maldosos podiam cerca-los, mas por ter sido chamada antes do julgamento.

— Bom dia Sr Ministro – cumprimentou após ter sido anunciada pela secretária – mandou me chamar?

— Bom dia Hermione! Mandei sim e sei que está se perguntando o porque, mas já adianto que não tem nada a ver com julgamento de daqui a pouco, venha, sente-se , sente –se – ele a chamou indicando as cadeiras em frente a mesa e ela se sentou.

— Sobre o que seria então Senhor?

— Quando você vai me chamar apenas de Kingsley? – ele a provocou com um meio sorriso

— Acredito que nunca Kim – ela respondeu a provocação sorrindo.

— Bom, vamos então ao assunto – ele adquiriu a expressão séria de quando ia pedir algo delicado e a curiosidade de Hermione se aguçou – como a senhorita deve saber, pelo ministério britânico ter sido dominado por você sabe quem, nós perdemos credibilidade com o ministério dos outros países, cheguei a comentar com você o problema que estávamos tendo com a macusa, se lembra?

— Sim, o senhor comentou que havia indícios de que comensais haviam fugido para a américa, mas eles não autorizavam a investigação dos nossos aurores lá, nem mesmo com o Harry comandando.

— Exatamente! Então como não tivemos muito sucesso nesses últimos dois anos eu conversei com a minha equipe e concordamos que precisamos conseguir de volta a nossa confiança e credibilidade, como também avançar com as investigações em outros países. E para isso nós precisamos de alguém que fale no mínimo três línguas e que tenha a capacidade e bom senso de se relacionar com os outros ministérios e conseguir novamente refazer a nossa aliança. – a mente de Hermione simplesmente acendeu um alerta vermelho, era isso mesmo que ela estava entendendo?

— Deixo eu ver se entendi senhor, vocês acharam mais viável enviar alguém para tratar pessoalmente do relacionamento entre nós e a macusa, tipo um cargo de relações internacionais?

— Sim e não, não é só entre a macusa Hermione, entre todos os outros países também – ele a olhava nos olhos, sabia que ela já tinha entendido.

— E quem vocês pretendem mandar? – Perguntou pausadamente pra que ele respondesse com calma também.

— Bom,  quem aceitar né senhorita, mas a pessoa mais indicada para esse trabalho seria você Hermione – ele sorriu a encarando e ela estava em choque

— Porque? – a pergunta saiu rápida e como um sussurro.

Kingsley suspirou profundamente, antes de começar, tinha que convencê-la, não havia pessoa melhor para esse tipo de trabalho dentro de todo o ministério – Hermione, você sabe muito bem a competência que tem, o seu estágio aqui no ministério não durou nem dois meses e você já tinha um cargo, é a pessoa mais inteligente e sensata desse lugar, é capaz de responder corretamente e rapidamente qualquer objeção que lhe é colocada sem titubear, tem um senso de justiça e crítico muito raro, fala 3 línguas e sei que está estudando alemão por conta – o choque no olhar dela o fez sorrir e se apressar – não se preocupe, apenas o seu assistente de língua comprida que me contou. E também, você tem um bom relacionamento e entende tudo sobre os trouxas e seus artefatos, então o que me diz?

— O que tem haver eu entender dos trouxas?

— Bom... – suspirou – preciso da confiança restaurada com eles também.

— Por quanto tempo e quando começa? Nem sorria muito, eu não disse que aceitava – ela se adiantou assim que o rosto dele se iluminou, e ele gargalhou com o desespero dela.

— Mas também não disse que não! Você sabe que terá que sair do pais pra isso, essa parte você entendeu? – ela assentiu – então, quem aceitar partirá em um mês e calculamos que pode levar de 2 a 3 anos!

— O que?! Tudo isso? Mas porquê?! – ela até se esqueceu na frente de quem estava tamanho o choque.

— Eu sei que é muito, mas é necessário, a senhorita terá que ganhar a confiança deles, e isso leva tempo – com a hesitação dela ele continuou – mas não tem que me responder agora, te dou uma semana pra pensar, pode ser?

Ela assentiu e eles ouviram alguém batendo a porta e o ministro pediu para abrir, era Megg, sua secretária – Senhor desculpe interromper, mas o julgamento começa daqui a 15 minutos – e dizendo isso se retirou, ambos se levantaram.

— Eu até te convidaria para irmos juntos Hermione, mas sei que não gosta que nos vejam juntos pelos corredores – ela assentiu.

— Eu já vou indo para o julgamento, prometo pensar na sua proposta ministro, é tentadora, mas preciso pensar com calma. – ela tinha perdido o rumo com aquela proposta, isso sim.

— Sei que tem uma vida aqui senhorita, família, amigos, namorado...- o ministro deu a volta na mesa, indicando que a acompanharia até a porta - Não quero que tome nenhuma decisão precipitada, mas não conheço pessoa mais qualificada.

—- Como eu disse, prometo pensar – ele assentiu e a deixou sair, torcendo internamente para uma resposta positiva, a conhecia tão bem, sabia que ela faria esse trabalho de forma impecável como nenhum outro faria, mas devido ao passado dela, sabia que podia estar pedindo demais.

Quando Hermione chegou ao tribunal, quase todos os convocados para o julgamento já estavam presentes, inclusive Harry e Rony, ela se encaminhou, se sentando no meio deles.

— Aonde você estava? Por um momento achei que não viria Mione! – Harry perguntou exasperadamente pra ela enquanto dava espaço para que ela se sentasse, ela ia retrucar que jamais perderia algo que foi convocada pois não era uma irresponsável, mas assim que encarou o amigo notou as olheiras, o rosto mais pálido que o normal e os olhos sem vida. Harry estava nervoso e ela preferiu só falar a verdade

— Estava com o ministro, ele me chamou para conversar.

— Mas agora, porque? – Quem perguntava era Rony, totalmente curioso, deixando de lado qualquer intriga que tivesse com ela.

— Precisamos conversar... – ela o encarou – depois.

— Porque? Sua conversa com ele tem algo a ver com a gente? – a mente de Ron se desesperou imaginando mil possibilidades que pudesse tê-la prejudicado e por um momento se esqueceu de onde estava.

— Não sei, tem? – Ela arqueou uma sobrancelha em uma indicação clara de estar o desafiando.

— Pelo amor de Merlim Hermione! Não se já absurda, claro que sim!

Ela até abriu a boca para retrucar uma resposta mau criada, mas Harry foi mais rápido – Pelo amor de Deus vocês dois! Agora não é hora e nem lugar! Já vai começar! – Ele virou para o lado que indicava a promotora do caso que se levantou para anunciar a entrada do ministro.

— Senhoras e Senhores, comunico a presença do nosso ilustríssimo excelentíssimo Ministro da magia Kingsley Shacklebolt.

Todos os presentes se levantaram e Kingsley entrou seguido por sua secretária, apenas acenando a cabeça para alguns presentes, e para o trio que se encontrava a frente. Sentou na poltrona e fez o que seria a primeira das pouquíssimas pronuncias do dia:

— Que se inicie o julgamento!

Aurores entraram e se colocaram um ‘u’ em volta dos assentos dos presentes ao centro do tribunal e quando eles levantaram as varinhas o teto do tribunal se abriu e três gaiolas desceram, contendo cada uma um humano dentro. Hermione prendeu o grito de horror tapando a boca com a mão e sentiu o mundo girar sendo amparada pelos amigos ao seu lado. Os olhos dela quase não acreditavam no que estavam vendo. Dentro de cada uma das gaiolas se encontrava um membro da família Malfoy, das grades da gaiola saiam flechas pontudas que apontavam para os principais locais de morte; cabeça, pescoço, coração e abdômen, além de cada preso estar amarrado com cordas enfeitiçadas e imobilizados com feitiços. Ela não havia participado de nenhum julgamento e agora agradecia ao seu sexto sentido, era um tratamento que eles julgavam necessário, mas ela julgava desumano.

Todos se sentaram e a promotora começou a ler as acusações e provas contra a família, nenhum dos três Malfoy pronunciava algo. Quando a leitura terminou ela se virou para o ministro.

— Excelência, como pedido, gostaria de fazer as perguntas as três pessoas que darão o depoimento sobre os acusados – Kingsley apenas assentiu – Se encaminhe ao púlpito, Srº Ronald Weasley.

Ron olhou para os dois ao lado e recebeu um aperto na mão de Hermione, uma promessa muda que daria tudo certo, levantando ele se encaminhou ao púlpito ficando de frente para a promotora e os acusados.

— Senhor Weasley, gostaria de fazer algumas perguntas e o senhor deve responder e relatar apenas o que lhe foi perguntado, fui clara?

— Sim senhora – Quem visse Rony naquele momento jamais o reconheceria, não tinha ironia, humor ou gracinhas, apenas seriedade de julgar pessoas.

— O senhor estudou com Draco Malfoy em Hogwarts?

— Sim senhora

— Como era o relacionamento dos senhores?

— Na verdade era péssimo, Draco sempre foi preconceituoso, pela minha família ser pobre e termos amigos que não eram puros-sangues, ele não perdia a oportunidade de implicar conosco.

— E em algum momento vocês chegaram a se agredir ou duelar?

— Teve uma vez que eu tentei por ser sempre o mais explosivo, ele havia ofendido Hermione e eu quis fazer justiça, mas não deu muito certo, fora essa vez nunca.

— Quando o senhor esteve na mansão Malfoy como foi?

— Eles nos aprisionaram no porão, mas nós conseguimos fugir e resgatamos Hermione.

— Quem os aprisionou? E o que os Malfoy estavam fazendo?

— Rabi- desculpe – pigarreou – Pedro Pettgrow com ordens de Bellatrix Lestrange. Antes de sermos pegos Hermione havia lançado um feitiço no rosto do Harry e o deformado, Bellatrix queria que Draco confirmasse que era o Harry que estava ali.

— E ele confirmou?

— Não, ele simplesmente não disse nada.

— Em uma declaração feita pelo Srº Potter ele disse que a Srª Narcisa Malfoy viu que ele havia sobrevivido novamente e mentiu para Voldemort confirmando que o Srº Potter estava morto, o senhor confirma esta declaração como verdadeira Srº Weasley?

— Sim.

— Tem alguma ideia do porquê a Srª Narcisa Malfoy fez isso?

— Acredito que ela agiu como mãe – ele pausou olhando para a mulher e depois voltando para a promotora – no fundo eles sabiam que Harry era o único que podia acabar com aquilo.

— Perante provas e acusações nós temos tudo para manda-los para Azkaban por serem comensais da morte, contudo, como ações dessa família ajudaram de forma indireta o fim da guerra, apenas os senhores poderão nos influenciar por uma sentença sobre está família, portanto farei uma pergunta e o senhor pode responder, sim, não ou nada a declarar, entendido? – O tribunal caiu em profundo silencio os únicos sons eram da voz da promotora e sua pena de repetição rápida, nem Rita Skeeter respirava.

— Sim senhora.

— O senhor concorda com a sentença a prisão do Srº Draco Malfoy? – Ron olhou para o loiro que o olhava com tristeza e desespero.

— Não

— O senhor concorda com a sentença a prisão da Srª Narcisa Malfoy?

— Não

— O senhor concorda com a sentença a prisão do Srº Lucius Malfoy? – Rony olhou para o mais velho, que baixou a cabeça não o olhando de volta, queria dizer que sim, ele havia colocado a família naquela situação, mas não se igualaria a eles.

— Nada a declarar.

— Estou satisfeita, obrigada Srº Weasley.

— Obrigado, com licença. – Ele saiu voltando ao seu lugar, quando sentou abaixou a cabeça a apoiando com as mãos na perna, como era possível alguns minutos te deixarem exausto? Era assim que se sentia, foi reconfortado por Hermione que o abraçou falando baixinho que ficaria tudo bem.

— Peço que se encaminhe ao púlpito a Srtª Hermione Granger.

O estomago de Hermione revirou e ela se levantou em um salto se encaminhando ao púlpito.

— Como disse ao Srº Weasley, farei as perguntas, responda e relate apenas o que lhe for perguntado, tudo bem?

— Sim, entendido senhora.

— O senhorita estudou com Draco Malfoy em Hogwarts? Como era o relacionamento de vocês?

— Sim, estudei. Era complicado pelo preconceito que eu sofria por parte de Draco por ser nascida trouxa.

— A senhorita discutia muito com o Draco Malfoy? Houve algum duelo entre vocês?

— Sim, sempre discutíamos e sempre Draco achava um motivo para implicar comigo, mas nós nunca duelamos.

— Durante a captura de vocês na mansão Malfoy o que aconteceu com a senhorita, me relate resumidamente.

— Bom – Hermione suspirou profundamente – quando eu vi que seriamos capturados, lancei um feitiço para desfigurar o rosto do Harry, fomos enviados pra lá quando um dos sequestradores achou que podia ser realmente ele apesar da cicatriz não estar muito visível. Quando chegamos lá eles nos revistaram e pegaram da minha bolsa a espada de Griffyndor e foi aí que a Bellatrix Lestrange enlouqueceu, ela achou que eu tinha entrado no seu cofre no Gringotes, ficou me perguntando o que eu havia roubado a mais e me torturou para que eu falasse.

— Em algum momento algum dos acusados ajudou nessa tortura ou tentou impedir?

— Não senhora.

— Foi nesse momento que vocês decidiram invadir Gringotes?

— Não, mas com a irritação dela por ter certeza que eu tinha entrado o cofre, tivemos certeza que havia algo a mais lá.

— A senhorita chegou a duelar ou confrontar algum membro dessa família durante a batalha em Hogwarts?

— Não

—  Em uma declaração feita pelo Srº Potter ele disse que a Srª Narcisa Malfoy viu que ele havia sobrevivido novamente e mentiu para Voldemort confirmando que o Srº Potter estava morto, a senhorita confirma esta declaração como verdadeira Srtª Granger?

— Sim

— Como dito ao Srº Weasley perante as provas e acusações nós temos tudo para manda-los para Azkaban por serem comensais da morte, contudo, como ações dessa família ajudaram indiretamente o fim da guerra, apenas os senhores poderão nos influenciar por uma sentença, portanto farei uma pergunta e a senhorita responderá, sim, não ou nada a declarar, entendido?

— Sim senhora.

— A senhorita concorda com a sentença a prisão do Srº Draco Malfoy? – ela pausou antes de responder, o encarou e tudo que viu em seus olhos cinzas era dor, por mais que ele tivesse a machucado durante a escola, não seria capaz de acabar com a vida dele daquela forma.

— Não.

— A senhorita concorda com a sentença a prisão da Srª Narcisa Malfoy?

— Não

— A senhorita concorda com a sentença a prisão do Srº Lucius Malfoy?

Hermione olhou para aquele homem, tentou ter compaixão dele, buscou dentro de si seus próprios sentimentos, mas não encontrou nada e olhando naqueles olhos, apesar de tudo, ela só via vazio – Nada a declarar.

— Estou satisfeita, obrigada Srtª Granger.

— Com licença.

Ela retornou ao seu lugar, quando se sentou os dois ao seu lado apenas agarraram sua mão enquanto ela tentava acalmar as batidas de seu coração. A promotora mexia em vários papeis até finalmente se arrumar para o próximo interrogatório.

— Peço que se encaminhe ao púlpito o Srº Harry Potter!

Harry trocou um olhar significativo com os amigos e se encaminhou ao púlpito. A declaração dele durou mais de 1 hora, quando ele se encaminhou para sentar de volta com os amigos, seu corpo tremia, mas por um lado, estava aliviado. Todos aguardavam a resolução do caso enquanto toda a corte e Kingsley conversavam, ele daria a sentença.

Quando a conversa com a corte acabou, Kingsley se levantou pronto para ler o pergaminho que tinha em mãos e bateu o martelo pedindo silencio.

— Bom, dentre os fatos e provas, como também as declarações colhidas e depoimentos dos réus, a corte chegou a um veredito. – Ele pausou, respirando fundo para conseguir continuar – Declaramos o Srº Draco Malfoy inocente por não cometer crimes e assassinatos, agindo apenas para proteger seus pais e quando preciso, indiretamente ou não proteger o Srº Harry Potter, contudo, a atuação em magia negra ainda é considerada crime, sendo assim 10% de seus bens serão confiscados e terá que trabalhar voluntariamente para a sociedade bruxa por 2 anos.

O murmurinho no tribunal foi grande, o ministro bateu novamente o martelo – SILENCIO! – Ordenou levantando a varinha e liberando Draco da gaiola, o loiro apenas chorava, mas manteve-se sentado esperando o julgamento dos pais.

— Declaramos a Srª Narcisa Malfoy inocente por não cometer crimes e assassinatos, agindo para proteger seu filho e por ser indiretamente responsável pela derrota de Lord Voldemort quando mentiu sobre a morte do Srº Harry Potter. Contudo, a associação com magia negra e bruxos das trevas é crime, então condeno a Srª Narcisa Malfoy há 1 ano de trabalho voluntário e 10% dos seus bens confiscados – ele levantou a varinha e a liberou da gaiola, mãe e filho se abraçaram num choro compulsivo, quando se recuperaram se mantiveram em silencio, o tribunal caiu num profundo silencio, as únicas coisas ouvidas eram as maquinas de fotografia e as penas de repetição rápida dos jornalistas.

— Declaramos o Srº Lucio Malfoy, culpado pelos crimes de associação à magia negra causando perigo a sociedade bruxa e trouxa, indiretamente ligado a guerra e as mortes causadas por ela e por não se entregar fugindo num ato de desespero e irresponsabilidade. Contudo, por não ter ligação com o retorno de Lord Voldemort e por se manter ao lado dele para proteger seu filho e esposa, o condeno há 4 anos de prisão em Azkaban, 30% dos seus bens confiscados e após o termino de sua pena na prisão, 10 anos de trabalho voluntário para a sociedade bruxa e o ministério.

O falatório foi grande, Lucio olhou para a mulher e o filho, chorou, pedindo perdão, e quando tudo parecia improvável, procurou Harry com os olhos, assentiu e numa frase sem som, agradeceu, Harry apenas assentiu de volta.

Narcisa num último ato correu até o marido, segurando-lhe o braço e prometendo – Vai dar tudo certo, estaremos aqui quando sair, não está sozinho querido, não está sozinho! – Os aurores se aproximaram a afastando e a gaiola de Lúcio subiu para que ele pudesse voltar a Azkaban. Mãe e filho permaneceram abraçados no meio do tribunal e Kingsley bateu o martelo novamente pedindo silencio.

— Os trabalhos realizados pelos Senhores serão de responsabilidade do departamento de Execução das Leis da Magia, os senhores terão as varinhas devolvidas, mas ainda estarão sendo monitorados por tempo indeterminado. Declaro esse julgamento como encerrado! – Bateu o martelo se encaminhando para tentar sair. A chuva de jornalistas descendo dos assentos para falar com os Malfoy foi grande, mas os aurores os cercavam para que pudessem sair daquele lugar em paz, contudo Narcisa olhou em volta e correu até Harry que descia de seus assentos, ele se encaminhou até ela permitindo que se aproximasse, a senhora apenas tocou seu rosto e o olhando nos olhos da mesma forma que fez em Azkaban, agradeceu. A chuva de fotografias era tão grande que mal se conseguia enxergar. Draco agradeceu aos três, e pedindo perdão, foi levado pelos aurores para fora do tribunal junto com a mãe.

Hermione que achou estar meio adormecida durante todo o tempo, se consumiu as lágrimas, Ron a abraçou e ela se agarrou ao peito do ruivo soluçando, sentiu Harry a abraçar pelas costas encostando sua cabeça na dela, as fotografias continuaram loucamente e no dia seguinte o abraço choroso do trio estampava a primeira capa e o julgamento dos Malfoy era detalhado em quatro páginas do profeta diário.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam?

Me contem nos comentarios please!!

Beijos! Até mais!



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