No fundo da alma escrita por RosaDWeasley


Capítulo 10
França e Brasil


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura...

:)



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Os dias se passaram e os Weasley’s resolveram aceitar o convite da família de Hermione, estavam todos precisando de umas férias. Harry e Hermione foram até a casa da avó de Teddy, conhecer o menino e Harry pediu se podia levar o afilhado para a viagem, já que queria uma aproximação maior dele, ela aceitou depois de Hermione dizer que os Srs Weasley’s iriam e que ela mesma havia cuidado dos primos quando bebês e que não havia com que ela se preocupasse.

Na viagem foram Sr e Sra Weasley, Harry, Gina, Ron, Jorge com Angelina, já que estavam namorando Hermione estendeu o convite a ela também, Gui e Fleur. Carlinhos e Percy agradeceram o convite, mas não poderiam ir por conta do trabalho. A pessoa mais ansiosa da viagem além de Hermione era o Sr Weasley, claro.

Desembarcaram as 9h da manhã do sábado na França, em uma cidade próxima ao castelo dos Granger’s, ao descerem do avião Hermione reconheceu os motoristas e seguranças de sua família.

— Vicenzo!! Jacob!! – Correu em direção ao mais velho, Vicenzo, ele estava na família a muitos anos, desde que Hermione era bebê e além de mordomo foi o “babá” de Hermione em muitos momentos e Jacob chegou quando ela era criança, tinha um carinho enorme pelos dois, para ela, eram parte da sua família. Abraçou os dois emocionada, achava que nunca mais os veria.

— Como está querida? Sentimos sua falta! – Vicenzo a amava como sua filha, era bom tê-la de volta

— Seja bem-vinda de volta senhorita, todos estão ansiosos para vê-la! – Jacob falava enquanto a abraçava, ele era sempre mais formal.

— Estou muito feliz em revê-los, e doida para ver minha família! Deixe-me apresentar a vocês esses são os Weasley’s e esses são Harry e Angelina. – Ela apresentava e todos apertavam a mão em comprimento.

Eles seguiram de carro para a casa dos avós de Hermione, era aproximadamente uma hora de viagem.

— Nunca me canso desses jardins – ela disse a Rony que olhava abobado para o tamanho do jardim a sua frente conforme adentravam na propriedade, quando o carro parou todos foram descendo, as malas foram retiradas e os motoristas seguiram com os carros para a garagem.

Ouviu-se o barulho da porta se abrindo e uma cabeleira ruiva que indicava ser de uma criança desceu a escadaria que dava para a entrada da mansão.

— Tata! Tata! Tata! Você chegou! Você veio pra minha festa, você chegou!! – A menininha ruiva de grandes olhos azuis se jogava nos braços de Hermione, sendo acolhida com um demorado abraço, pelo jeito a morena não pararia de chorar hoje.

— Cheguei sim!! Jamais perderia sua festa! Deixe-me apresenta-la a algumas pessoas – Dizendo isso a menina aquietou-se, era tímida com estranhos, mas muito curiosa e ainda no colo de Hermione ela olhava interessada para os Weasleys – Helena, esses são o Sr e Sra Weasley, esse é Jorge e Angelina, esses são Harry e Gina, esse bebezinho lindo no colo dela é o Teddy, esses são Gui e Fleur e esse é o Ron, pessoal, essa é Helena, minha prima, a caçula da família e ela assim como eu é uma nascida trouxa – Ao terminar de falar foi um alvoroço só, todos eles ficaram animados em saber que havia mais uma bruxinha na família.

— Como sabe que ela é uma bruxa Hermione, já tem mostrado seus poderes hein mocinha? – O Sr Weasley falava com a menina e fazia cocegas nela que sorria e se agarrava mais ao colo de Hermione.

— Na verdade eu não sei se ela já começou a mostrar, visto que estive tão longe, mas ela é a única que vê as fadas, assim como eu via.

— Eu já comecei sim!! – Disse a menina orgulhosa e surpreendendo a todos – A Lylian brigou comigo outro dia e me bateu, quando eu chorei e gritei quebrei vasos e o espelho da sala, mamãe ficou brava e disse que eu tenho que controlar meus sentimentos, eu avisei que foi sem querer, mas mesmo assim nós duas ficamos de castigo – soltou um muxoxo ao terminar o relato, todos riram, ela era um encanto.

— E as fadas Helena, você já foi ver como elas estão? – Hermione perguntou interessada, a floresta que havia ao redor da propriedade era habitada por fadas e ela até Helena nascer era a única que podia se comunicar e ver as fadas.

— Já fui sim! Brinquei com elas um tempão ontem, tem uma bebezinha agora tata igual eu lá também, mas aí ficou tarde, o Juliano teve que ir atrás de mim e a mamãe me proibiu de ir lá hoje – ela disse chateada.

— Mas que mamãe mais brava essa sua hein! – Jorge disse para a menina.

— É que mamãe fala que nós somos muitos, por isso ela tem que ser firme! – Disse fazendo gesto de força com a mão fechada, fazendo careta e todos riram

— Eu acho que já ouvi isso em algum momento da vida... – Ron disse rindo e olhando para a Sra Weasley, recebendo um tapa de volta e fazendo todos rirem.

— Tenho mesmo, senão vocês me deixam louca! – Uma linda ruiva, de cabelos cacheados até a cintura e que parecia muito mais nova do que realmente era, descia as escadas, enquanto Hermione ia até seu encontro.

— TIA! Meu Deus que saudade, achei que nunca mais iria vê-la! – Elas se abraçavam, mostrando a todos toda a união daquela família.

— Posso dizer que assim como a sua mãe eu estou orgulhosa e brava com você! Fazer com que a gente te esqueça? Hermione que idéia foi essa? – Ela dizia entre lagrimas, amava a sobrinha como se fosse uma filha, e por muitos momentos teve que ser uma mãe.

— Tia me perdoa, mas eu realmente tive que fazer isso para protege-los

— Eu realmente perdoo e por mais que me doa saber que estava em perigo, agradeço por tudo que fez por nós – Ela sorriu para a sobrinha e se virou para os outros – Prazer, meu nome é Madelaine Watson, sou irmã do pai de Hermione, é um prazer conhecer a todos – eles se cumprimentaram sorrindo – mas agora precisamos entrar, tem um majestoso café da manhã esperando por vocês.

— Isso sim é música para os meus ouvidos – Ron comentou baixinho pra Harry fazendo o amigo rir.

Ao entrarem na mansão eles olhavam chocados para tudo, o grande hall de entrada, mais parecia uma sala de estar, havia algumas poltronas e uma escadaria que dava acesso ao andar de cima.

— Hermione querida! – Era a avó de Hermione, quase uma réplica perfeita dela daqui a alguns anos, a não ser pelos olhos azuis e cabelos loiros.

— Vovó! – Atrás dela logo vinham vários ruivos, a avó materna de Hermione, e a irmã de sua mãe que esboçava uma barriga de quatro meses ao lado do marido e todos a abraçaram e cumprimentaram todos os outros, era uma família amável e receptiva, eles se sentiam bem e em casa, Hermione sentia que nunca mais ia parar de chorar, sentiu muita falta da família e os outros logo perceberam, ao observar as crianças, todos logo notaram de onde vinha a educação impecável de Hermione.

Um casal estava abraçado e olhava ao longe toda a movimentação e alvoroço em torno da jovem, até que Hermione os notou.

— Pai! Mãe! – Correu até eles e os três choravam abraçados.

— Filha, como pode querer que esquecêssemos de você? Quanta coisa vocês passaram, estamos orgulhosos apesar de tudo, mais queríamos poder pelo o menos ter feito orações por vocês... – Otávio Granger dizia entre lágrimas, saber e imaginar tudo que a filha havia passado podia causar orgulho, mas a dor de poder perde-la era maior ainda.

— Não podia papai, me perdoe!

— Enfim, estamos felizes, hoje é dia de comemoração e temos muitos motivos para isso! Mas antes, eu gostaria de dar meus pêsames a todos vocês pela perda de Fred e os amigos, sei o quanto o dia a dia pode ser difícil sem eles, principalmente pra vocês, Arthur, Molly e Jorge, o tempo curará a dor, mas infelizmente teremos que aprender a lidar com a saudade. – A mulher morena de longos cabelos e com os olhos de Hermione, sorria doce para eles, ninguém negaria que Ana e Hermione eram mãe e filha.

— Agradecemos por tudo querida, e principalmente por proporcionar para todos nós esse momento e nos receber em sua casa, estamos realmente agradecidos – Molly disse.

— Com licença, eu gostaria de ver a minha prima – Uma linda ruiva que como a mãe tinha os cabelos cacheados, com olhos azuis marejados, sorria ansiosa.

— Marry... – Correu até a prima, as duas choravam abraçadas, Marry conhecia Hermione muito mais que a si mesma e Hermione sabia, podia contar com ela para qualquer coisa, por isso deu uma tarefa tão difícil a ela, eram irmãs de alma – me desculpe, por fazê-la sofrer e muito obrigada por proteger a todos.

— Você sabe que sempre estarei aqui para o que precisar e sinceramente saber que estávamos protegendo todos nós de algo que não conseguiríamos nos proteger, me deu forças pra continuar.

— Hoje eu entendo o que a estava incomodando, Marry perdeu a luz nesse último ano Hermione, achei que ela estava com depressão, por mais que ela brigasse comigo dizendo que não, minha filha não saia mais, nem queria mais dar aulas na escola, não cantava e a noite eu a ouvia chorar até dormir. Eu chorava devido a minha impotência em não saber o que fazer, cheguei a leva-la ao psiquiatra e psicólogo, só quando você nos contou que me dei conta do quanto ela sofreu sozinha, ainda estou brava, mas muito orgulhosas das duas. – Madeleine relatou para a sobrinha, conforme a tia falava, ela abraçava mais forte a prima.

— Não precisava ter sofrido tanto sozinha – Hermione virou para a voz que falava e deu de cara com Juliano, seu primo estava com o rosto sério e no seu olhar Hermione podia ver mágoa e tristeza, atrás dele estava Aline, sua namorada. Ele era seu irmão de alma.

— Ju... por favor – ela começou a falar mais ele não deixou.

— Porque não confiou em mim? Porque não disse a verdade a mim, fazer com que a minha irmã sofresse tanto, porque? – ele olhava magoado para ela – enfim, eu não quero saber, que bom que está bem, todos vocês, sejam bem vindos. – E dizendo isso subiu as escadas para o quarto.

— Me desculpa Mi, eu já tentei conversar com ele, ele chorou comigo quando soube de tudo, mas é muito cabeça dura pra entender que você estava o protegendo. – Alice falou se encaminhando para abraçar a amiga – Da um tempo pra ele, logo tudo volta ao normal.

— Assim espero Li, é bom te ver!

— E vamos comer pelo amor de Deus, que eu to completamente fora do meu horário de desjejum! Vamos, todos! – A matriarca da família, Clarice Granger chamou a todos.

Ao chegarem na sala de jantar foram surpreendidos com uma mesa enorme de café com tudo que tinham direito, os olhos de Ron brilhavam e Hermione ria da cara que ele fazia. Comeram até não aguentarem mais, o almoço seria servido mais tarde e eles conversavam a mesa. O Sr Granger pedia a palavra e se fez silencio a mesa.

— Bom, vou passar algumas instruções, Vicenzo levará todos a suas acomodações, dentro dos quartos há presentes para vocês, não é nada demais, são apenas roupas de piscina, estaremos lá na piscina para aproveitar o dia e é onde será servido o almoço também, como eu já disse, sintam-se a vontade e aproveitem o descanso.

Todos se arrumaram, Hermione se encontrava no quarto com Gina e a prima que não parava de tagarelar, assim que estavam prontas se encaminharam para a piscina, mas Hermione as puxou, precisava resolver algo que a incomodava.

— Má, Gi, eu vou ter que fazer uma coisa antes.

— Vai conversar com o meu irmão né?

— Sim, Juliano tem que entender os meus motivos.

— Tata, eu sei que você o ama, que ele é muito importante, mas te falo uma coisa, ele não quis entender nem os meus motivos, não deixe que ele seja arrogante com você e nem te trate mal, explique, se ele não for capaz de compreender, ele não te ama da mesma forma.

— Marry porque está dizendo isso?

— Bom, Juliano mudou um pouco, não mudou, mas ele esta mais irritado e estressado, com a minha mudança ele se afastou porque eu não dizia o que estava acontecendo, eu sei que ele está chateado, mas não permita que ele te magoe. – Marry se preocupava que a prima fosse sofrer mais.

— Não vou deixar, avisem o Rony que já vou, encontro vocês la embaixo – e dizendo isso saiu em direção ao quarto do primo.

Chegando na frente da porta Hermione bateu, ouviu um “pode entrar” na voz feminina gritado de lá de dentro, ela abriu a porta, Alice estava prendendo os cabelos em um rabo de cavalo na frente do espelho e seu primo estava sentado na cama mexendo em seu celular, ao vê-la sobressaltou-se

— O que você quer? – Ele perguntou azedo.

— Precisamos conversar Juliano – Hermione se dirigiu ao primo séria, como nunca havia falado antes.

— Não tenho nada pra falar com você – disse voltando o olhar para o celular.

— Juliano CHEGA! Vai ouvir sua prima e ponto final! – Alice gritava com ele e ele a olhava incrédulo – Chega de criancice ouviu? Se nada de ruim aconteceu com você ou sua família é porque ela e a sua irmã se sacrificaram em favor de vocês!! Ou você acha que foi fácil pra Hermione tomar a decisão de fazer com que nós esquecêssemos dela? Larga a mão de ser egoísta e pelo o menos escuta o que ela tem a dizer, já basta você ter maltratado a Marry! – E dizendo isso saiu do quarto, dando um olhar de cansaço a Hermione, que retribuiu agradecida.

— Pelo jeito consegue o amor e compreensão de todos por aqui – o sarcasmo em sua voz foi prontamente ignorado pela garota, mas doeu, porque ele nunca havia falado assim com ela – fale logo o que quer, não tenho o dia todo!

— Ah, claro! Como se você fosse realmente fazer alguma coisa no lugar que viemos passar as férias – ela devolveu o sarcasmo, estava ficando farta com a agressividade dele.

— O que você quer dizer? Tudo que todos nessa família me disseram?! Que eu tinha que entender seu lado e que você estava apenas nos protegendo? Estava nos protegendo mesmo Hermione, ou estava acabando com a sanidade mental da Marry? Porque você não viu como ela ficou, mas eu vi! Porque esconder de mim se eu podia ajudar?! – Ele estava de pé de frente para ela, despejando toda a frustração que sentia em cima dela.

— Já não bastava uma pessoa sofrendo Juliano? Quanto mais pessoas soubessem do que estava acontecendo, mais sofrimento eu iria causar! – Ela argumentou desesperada.

— Porque queria que esquecêssemos de você?

— Se eu morresse, o ministério entraria em contato com vocês e Marry pararia de dar a poção e contaria a verdade, mas enquanto nós estivéssemos em guerra o principal era que vocês continuassem no Brasil e não voltassem pra Europa, eu só conseguiria isso se fizesse vocês me esquecer e esquecer o que a Europa significa pra vocês, só Marry faria algo tão grande sem contestar.

— E eu não faria?

— Sua atitude agora me prova que não – ele se calou e ela respirou fundo tentando encontrar a melhor forma de dizer como o via – Juliano, você é o primo mais parecido comigo, você é pura emoção e coração, apesar de ter a objetividade masculina, você é tão sensível quanto eu. Quando você sofreu o acidente antes de eu voltar para Hogwarts no quarto ano, eu achei que morreria de tristeza ao te ver entre a vida e a morte naquele hospital. Se você passasse pelo que Marry passou, de ficar semanas, meses sem notícias minhas, recebendo nada além de mensagens monologas para avisar que eu estava viva, você não aguentaria a pressão e contaria a todos tudo o que estava acontecendo, além de querer ir pra Europa atrás de mim. Porque diferente de mim, você não coloca a razão frente as emoções, você é movido por ela. Eu sei que a atitude com os meus pais não foi a mais correta, mas era preciso.

— Minha irmã sofreu muito – ele não sabia mais o que dizer, visto que começava a entender que ela estava certa.

— Eu sei e por isso tenho uma dívida eterna com a Marry – ela se aproximou dele e pegou em sua mão, ele não se afastou – mas você é meu irmão, a pessoa que cresceu junto comigo, que canta comigo e é meu confidente, eu preciso que você me perdoe e me compreenda. – Olhos castanhos nos olhos azuis, ambos marejados, impossível negar o amor fraternal que sentiam.

— Eu perdoo – dizendo isso a abraçou e chorou – mas eu fiquei tão chocado com tudo isso que acabei agindo de forma errada, me perdoa por agir assim tata, eu fiquei em choque por poder ter perdido você, por saber que a minha irmã sofria por algo tão sério – ela soluçava e ria, era bom tê-lo de volta.

— Eu entendo você, obrigado por me entender. – Eles sorriram um para o outro – agora vamos pra piscina antes que venham nos caçar.

— A mais com certeza não seria nossos pais, seria um certo ruivo muito ciumento que viria atrás da sua namorada que não aparece onde ele está – Ele caçoou dela, fazendo-a rir.

— Logico que não, ele sabe que estou aqui.

— MEU DEUS! Vamos descer logo que eu não quero receber nenhuma azaração, e eu quero saber tudo o que acontecer pra vocês subirem do patamar de amigos para namorados – Hermione gargalhou e eles desceram de braços dados enquanto ela contava como tudo havia acontecido entre ela e Ron.

Os dias se passaram leves, no terceiro dia na França, Hermione, Marrie e Juliano combinaram de ir fazer um piquenique na cachoeira que havia na floresta, teriam que ir a cavalo pois a distância era longa. O treinamento para fazer Ron, Gina, Harry, Jorge e Angelina andarem a cavalo não podia ser mais hilário, mas aos poucos eles foram conseguindo se manter encima e se embrenharam pela floresta seguindo Juliano e Hermione, que conheciam aquele lugar como a palma da mão.

Ao chegarem na cachoeira ficaram encantados e rapidamente se trocaram e se encaminharam para dentro da água.

— Acho que eu não quero voltar, apesar de ter conseguido, não quero voltar em cima daquele animal – disse Angelina, que havia ficado apavorada apesar de ter conseguido andar a cavalo.

— Podemos aparatar – Jorge sugeriu

— Ah seria ótimo! Com um monte de empregados trouxas vendo? – Hermione o lembrou

— Ah Hermione! Porque você insiste em acabar com a minha graça? – Ele retrucou e todos riram.

— Vocês vinham muito aqui antes? – Ron perguntou para Hermione e os primos.

— A vida toda! – Juliano contou, surpreendendo alguns com essa informação

— Mas vocês não frequentaram escola trouxa e no Brasil? Hermione uma vez me disse que começa aos 6 anos. – Ron questionou

— Sim Ron, frequentamos lá no Brasil onde também fomos criados, só que sempre viemos pra cá, nas férias ou no recesso escolar que lá no Brasil é em julho, até mesmo nos feriados prolongados. – Hermione contou.

— Sim, Hermione foi a que veio até menos que nós porque meus tios não se entendiam, mas mesmo assim, aqui acaba sendo nossa segunda casa – Marry comentou.

— A única vez que Hermione não quis vir pra cá por motivos próprios foi quando ela brincava com as fadas, quando tínhamos 6 anos – Juliano contou os deixando surpresos

— Oras, e porquê? – Falou Harry

— Porque, porque, você não consegue mesmo imaginar Harry?! Somente eu via as fadas e falava com elas, fui chamada de louca, esquisita e tudo que você possa imaginar por esses dois – ela disse apontando para Marry e Juliano que seguravam o riso – Até no psicólogo minha mãe me levou porque eu falava que eu via sim! Não era nada imaginário nem faz de conta e claro que os bocudos aqui espalharam para a família inteira!! – Ela terminou emburrada, era um dos seus poucos traumas de infância, por muito tempo escondeu que sempre as viu e ia ver as fadas escondida de todos.

— Ela ficou as férias inteiras daquele ano sem falar conosco – Juliano contou não controlando mais o riso – Mas quando soubemos que ela era uma bruxa, pedimos desculpa por tudo, porque sempre curtíamos com a cara dela nessa história, tanto, que na última férias antes dela descobrir quem realmente era, eu percebi que ela tinha visto algo, insisti tanto que ela admitisse que eram as tais fadas, mesmo sabendo que ela ficava chateada com esse assunto, que acabei a fazendo chorar e ela se escondeu da gente na mata, na verdade você evaporou tata, onde estava?

— Onde mais você acha? Na arvore das fadas! – Ela comentou rindo, agora se deixando levar pela lembrança de deixa-los apavorados.

— E por falar nisso, onde elas estão? – Gina perguntou olhando para o céu e por todos os lados

— Quando tem estranhos por aqui, elas demoram a vir. – Hermione os relatou

— Que estranho, normalmente elas podem ser domesticadas – Jorge comentou

— É, mais elas vivem “isoladas” aqui né – Hermione respondeu, também procurando pelos céus e aos redores

— Eu também queria vê-las – Juliano comentou quase que em um sussurro

— ALI! Olha elas ALI!!! – Gina apontava extasiada ao ver o conjunto de várias fadinhas coloridas acima das arvores olhando para eles e todos sorriram e acenavam deixando Juliano, Alice e Marry emburrados por não verem.

— Olá! – Hermione logo cumprimentou, e a maior de todas, que não devia ter mais de 15 cm se postou a frente do grupo para ouvi-la - Esses aqui são meus amigos, vieram aqui para passear, também são bruxos como podem ver, mas não farão mal algum.

Logo as fadas se aproximaram deles e apesar de não serem seres dotados de grande inteligência eram simpáticas e graciosas. Passaram parte da tarde nadando, ouvindo histórias engraçadas de Juliano e Marry sobre Hermione, que logo se vingou contando relatos sobre os dois, fazendo todos terem ataques de riso. Ao entardecer se despediram das fadas e voltaram para o castelo, pois o aniversário de Helena aconteceria naquela noite.

— Como estou? -  Ron perguntou após colocar uma das roupas que Hermione havia comprado para ele. Estavam no quarto dele enquanto Harry estava com Gina e Marry no quarto das irmãs, haviam fugido para namorarem um pouquinho, eles estavam terminando de se trocar para descerem para o aniversário.

— Está lindo! – Ela disse o beijando e riu de leve ao notar que ele corou.

A festa estava linda, Helena quis uma decoração de unicórnios e os bruxos do local se surpreenderam em descobrir que unicórnios eram visto como criaturas lindas também no mundo trouxa, era tudo muito rosa e brilhoso, os garçons contratados serviam entradas e pequenas porções de comidas trouxas e brasileiras, todos se deliciavam e o Sr Weasley não parava de fazer perguntas sobre tudo ao Sr Granger. Hermione estava encostada no ombro de Ron ouvindo as últimas novidades sobre o Brasil e todos que conhecia lá quando sua mãe se aproximou.

— Filha, podemos conversar? – Ana perguntou ao se aproximar.

Hermione concordou se levantando, seguindo a mãe até a biblioteca da casa onde ficariam longe do barulho e teriam privacidade.

— O que aconteceu mãe? – A morena perguntou assim que entraram

— Bom, queria conversar com você longe do seu pai, pra fazer uma pergunta boba e conversar sobre alguns assuntos – a mulher falava com certa cautela enquanto se encaminhava para o sofá e trazia a filha consigo.

— Sou todo ouvidos mamãe!

— Você está se prevenindo? – a pergunta pegou Hermione de surpresa a fazendo cair na risada, primeiro porque ela não imaginava que a mãe pensaria o contrário a conhecendo tão bem, segundo por imaginar que esse seria o principal motivo de terem saído da presença de todos.

— Estou mamãe, com poções e feitiços.

— Ah ok! Era o que eu imaginava, mas esse não é o principal assunto que eu queria tratar com você – ela logo ficou séria, fazendo com que Hermione ficasse curiosa - Eu queria falar sobre seus planos daqui em diante, sinto como se você tivesse levando a vida com cautela, um dia após o outro, eu sei que tem todos os motivos do mundo para agir assim, afinal você acabou de sair de uma guerra, perdeu pessoas e iniciou um namoro, algo totalmente novo apesar de ser com alguém que você conhecesse a algum tempo. – ela fez uma pausa, olhando as filhas nos olhos, vendo a mesma ficar surpresa diante da percepção da mãe.

— Sim mãe, eu estou indo com mais cautela nesses tempos, mas eu já decidi o que vou fazer, vou voltar pra Hogwarts terminar o 7º ano – ela contou a mãe

— Os meninos voltaram também.

— Não, e eles também não sabem que eu já me decidi – ela estava a beira das lágrimas

— Tem algum motivo pra você não ter contado ainda? Eles já decidiram o que vão fazer? – Ana imaginava porque a filha parecia tão chateada, mas preferiu ouvir dela.

— Eles vão iniciar o curso de Auror, Harry já falou comigo sobre isso e acredito que Ron vá querer acompanha-lo, ainda temos alguns bruxos das trevas á solta.

— Entendi, mas ainda quero a resposta da primeira pergunta.

— O motivo é o Ron mãe – ela se permitiu chorar na frente da mãe – Nós acabamos de iniciar esse namoro e eu sei que ele não vai querer voltar pra Hogwarts, acho que estou muita acostumada a ele e saber que vamos ficar longe me deia angustiada, não sei explicar,

— Você está apaixonada filha é completamente normal – ela dizia enquanto secava as lágrimas da filha – foram 7 anos, férias e uma guerra vivida juntos. Você irá sentir saudades dele, mas uma coisa eu te garanto, se esse amor sobreviver a distância, provavelmente durará para a vida toda.

Hermione abraçou a mãe, grata por ter sido entendida, sentia falta das conversas com a mãe, contudo, ela resolveu esperar para contar a Ron a sua decisão, por hora, ela iria somente aproveitar.

A semana na França voou e logo eles estavam se despedindo do Sr e Sra Weasley e demais, Hermione. Gina, Harry e Rony ficariam mais um dia na França e depois iriam ao Brasil. A viagem até o Brasil foi tranquila, Gina e Hermione compartilharam com os meninos a decisão de que voltariam a Hogwarts concluir o último ano, eles estavam de acordo, apesar de Ron ter feito um pequeno drama por ter que se afastar da namorada. Conhecer o Brasil além de muito divertido era interessante, cultura muito diferente, mas eles admitiam, era um povo alegre e muito receptivo e aquele país tinham as praias mais belas que haviam visto na vida. Hermione matou a saudade da família da mãe e recebeu a notícia da tia, irmã de sua mãe, que estava gravida de uma menina e a mesma daria o nome de Jean em homenagem a sobrinha. Os dias se passaram rápido demais e o fim de agosto logo chegou, os pais de Hermione fariam uma festa para ela e Marry, como era a tradição, para comemorarem o aniversário de forma antecipada para as duas, visto que a filha, iria embarcar para Hogwarts pela última vez. O dia da festa chegou, e todas as mulheres estavam se arrumando.

— E aí meninas, vocês estão prontas para voltarem? – Madeleine perguntou a Gina e Hermione

— Olha tia, mais ou menos, visto que nem todos os nossos amigos iram voltar também – A morena comentou e Gina concordou com ela

— Nem seus amores né? – A tia brincou fazendo todas rirem

— Mas eu vou morrer de saudade da minha filha! – Ana disse abraçando a filha que compartilhou daquela afirmação com a mãe, morreria de saudade dos pais.

A hora da festa logo chegou, foi realizada em um grande salão, grandes decorações por todos os lados e Hermione e Marry estavam na entrada do salão para recepcionar todos os convidados, estavam completamente felizes por tanto carinho recebido, quando ao olhar para a entrada do salão o coração de Hermione deu um salto de susto, Daniel, Suzan, Rachel e Charles Radcliffe entravam no salão, foram convidados pelos pais de Hermione, visto que as famílias eram amigas a anos. Na hora em que os olhares de Daniel e Hermione se cruzaram ela sabia, ele ainda nutria um resquício da paixonite que tiveram nas férias do quarto ano de Hermione, ela teve o seu primeiro beijo com ele, mas aquele relacionamento curto não foi nada além de conturbado, eles não se davam bem, e apesar da paixão dele por ela, a morena não era capaz de sentir nada por ele. Hermione desejou matar seus pais por terem feito aquele convite sem comunicá-la, ela esqueceu que provavelmente eles seriam convidados, mas ela jamais permitiria com Rony ali. Marry que logo percebeu o embaraço da prima se adiantou em cumprimentá-los

— Hermione! Que saudade, você está maravilhosa! – Suzan se adiantou a dando um abraço de urso. Suzan era uma das poucas pessoas que realmente faziam falta na vida de Hermione, ela era alegre, o tipo de pessoa superpositiva que não reclama nunca da vida e está sempre com um sorriso no rosto, as duas haviam crescido praticamente juntas devido a amizade das duas famílias e Hermione havia aprendido a amar aquela menina de longos cabelos pretos, pele extremamente clara e olhos azuis.

— Olá linda! – Daniel disse com um certo tom de ironia ao chama-la pelo apelido que chamava quando eles ficaram juntos, mas somente ela percebeu e resolveu ignora-lo.

— Oi Dan, oi tia, oi tio – ela cumprimentou a todos com um abraço e eles adentraram na festa.

— Meu Deus Hermione, o Ron sabe da existência dele? – Marry estava tão ou mais aflita que a prima, durante o tempo que passou junta ao casal, apesar de ver um grande amor e extremamente verdadeiro, presenciou implicâncias, discussões, brigas e um ciúme gigantesco vindo da parte de Rony, visto que este se sentia inferior em relação a morena e claro, morria de medo de perde-la.

— Não e não vai nem sonhar Ma, pelo amor de Deus!

— Pode ter certeza que a minha boca é um tumulo.

A festa correu normalmente, quando o jantar foi servido, Ron, Gina, Harry, Juliano e Alice se encontravam sentados à mesa comendo, enquanto Hermione estava do outro lado do salão conversando com uma prima, quando Daniel se aproximou dela

— Olá – cumprimentou ele ao se aproximar das garotas – tá muito linda a festa Mione, como sempre sua família faz festas maravilhosas. – Ele disse olhando intensamente pra morena.

— Com licença Mi, depois conversamos – a prima de Hermione se retirou

— Muito obrigada Dan, minha mãe não me falou que viriam e nem a Suzan me mandou mensagem.

— Queríamos fazer uma surpresa, conseguimos? – A ironia na frase estava de volta e Hermione percebeu.

— Com certeza conseguiram – ela respondeu e resolveu contornar a situação – mas me conta, quais são as novidades.

— Ah, eu terminei a faculdade recentemente como você deve ter ficado sabendo, estou de férias, acho que vou viajar um pouco...

Do outro lado do salão Gina olhava a conversa com curiosidade, quando fez uma pergunta a Juliano sem pensar muito nas consequências dos seus atos e nem na presença do seu irmão ao lado de Harry.

— Ju, aquele moço conversando com Hermione é o tal do Daniel Radcliffe? – Ela perguntou e Juliano olhou para o lado que ela olhava e fez uma careta

— Infelizmente é ele sim, meus tios devem ter os convidados por educação, eu vi o nome deles na lista, mas eles não haviam confirmado presença, Marry veio avisar da chegada DELE meio em choque – ele comentou e deu ênfase ao “dele”, fazendo a curiosidade de Ron aguçar e soar um alerta dentro de si conforme a conversa foi se prolongando.

— Ela manteve contato com ele depois de tudo? – Se tinha uma coisa que Ginevra era, era curiosa.

— Não, ela nunca mais queria falar, ele que sempre mandava mensagens e falava com a Marry, sorte que ele falava com ela, porque eu fico imaginando se ele viesse me perguntar de uma prima que eu nem lembrava mais – ele disse dando de ombros, mas observando a conversa ao longe, sabia que Daniel tentaria uma reaproximação com Hermione, Marry já tinha o alertado.

— Eu nunca mais perguntei nada a ela, também, aconteceu tantas coisas... – Gina iria perguntar sobre a família, mas o alarme de perigo eminente dentro de Ron soou e quando deram por si, ele já estava vermelho e exigia explicações de Gina

— Quem é esse cara Gina?! – Ele a interrompeu, a assustando

— É um amigo dela Ron – ela respondeu se dando conta da besteira que havia feito

— Não minta pra mim!! A forma como falavam não era de um amigo! Anda Ginevra FALA! – Harry que estava alheio a conversa até então, interviu por Gina tentando acalmar Ron.

— Ron, cara, não grita com a sua irmã...

— Não to nem aí Harry, anda Gina, fala!! – A mente de Gina trabalhava loucamente em inventar uma história, mas todos os seus planos foram frustrados por Juliano, que por não conhecer Ron tão bem, achou que a verdade era a melhor solução.

— Eles saíram nas férias antes dela voltar pro quarto ano cara, mas tudo acabou antes dela retornar, porque aquele cara é um idiota.

Ron que até agora estava querendo explicações sentado à mesa se levantou e Harry se colocou na frente dele, prevendo as atitudes dele.

— Ron, você não vai fazer isso!

— Pro inferno Harry que não vou, Hermione é minha namorada! – ele tentava se desvencilhar do amigo, nisso Gina e Juliano já estava ao lado dele também, enquanto Alice estava pasma sem saber se ajudava a segurá-lo ou se corria contar pra amiga o que estava acontecendo.

— Ronald para de ser inconsequente!! A guerra não te ensinou nada não?! Vai fazer ela passar vergonha na frente dos amigos e da família?! – Gina encarnou a mãe ao dizer aquilo, estava pronta para dar uns tapas no irmão

— Eles só estão conversando Rony! – Harry o alertou tentando trazer para si o amigo, mas naquele momento do outro lado do salão Daniel deslizou a mão pelo braço de Hermione até segura-la pela mão e ela parecia petrificada olhando para ele.

Ron tentou ir na direção deles, ficando cada vez mais vermelho – Conversando?! Você acha que isso é conversa?! Daqui a pouco ele está a beijando!

— Primeiro ele não faria isso aqui Rony – Juliano começou tentando controlar a situação – Meu tio odeia o fato que os dois se relacionaram e no dia em que brigaram ele chegou a ameaçar o Daniel, eu sugiro que você se acalme, toma uma agua e se encaminhe para lá calmamente e a tire de lá se apresentando como namorado dela.

Com aquilo ele pareceu acalmar o ruivo a sua frente, que se soltou de Harry e bebeu agua, respirando profundamente buscando calma, quando conseguiu se controlar se voltou a eles que ainda estavam parados sem saber se ficavam preocupados ou não.

— Posso ir lá agora? – Ele perguntou aos amigos, agora mais calmo

— Pensa bem no que fará hein cara – Harry o alertou ao vê-lo passar por eles.

Ron foi com toda a calma que ainda existia dentro de si, tentando controlar a raiva que sentia ao ver Hermione rindo para aquele que estava disputando com Viktor Krum o posto de ser humano mais odiado por ele, nem Voldemort conseguiria que ele sentisse tanta raiva assim.

— Com licença – ele disse se aproximando dos dois e abraçando Hermione pela cintura a olhando nos olhos, ela fechou os olhos puxando o ar, ele havia percebido algo e estava em mais uma das suas crises de ciúme – Tudo bem por aqui? Seus amigos estão te chamando para uma foto Mi – ele se dirigiu a ela falando calmamente, nem ele estava acreditando que era capaz daquilo – A propósito, prazer em conhece-lo, me chamo Ronald Weasley, sou o namorado de Hermione– ele abraçou mais Hermione e estendeu a mão para Daniel que olhava a cena que se desenrolava a sua frente totalmente aparvalhado.

— O prazer é meu Ronald, me chamo Daniel Radcliffe, um ami – ele pareceu pensar – amigo de Hermione, mas você já deve saber – ele disse com uma arrogância só dele e apertou a mão do ruivo a sua frente, dando o sorriso mais falso que conseguia.

— Bom, vamos então amor? – Ron falou a puxando levemente, a morena apenas concordou com um balançar de cabeça, voltando-se para Daniel.

— Aproveite a festa Dan, como sempre, é tudo feito pensando nos convidados – ela sorriu pra ele, pegando a mão de Ron e saindo em direção a mesa, a calma dele só conseguiu deixa-la ainda mais nervosa.

— Quando você ia me contar sobre esse cara?! – Ele perguntou a ela assim que se sentaram à mesa, ela olhou para o primo e Gina, ambos tinham um olhar de suplica pedindo desculpas.

— Nunca né! – Ela respondeu, batendo de frente com ele, como sempre.

— AH NUNCA?! Você convida seu ex para a sua festa de aniversário e me fala que nunca contaria sobre ele?!

— É justamente para me livrar desses seus escândalos que eu omito Ron!!

— Você mentiu pra mim! – Ela desacreditou naquelas palavras, a sua frente estava o mesmo Rony inseguro e ciumento de sempre

— O que?! Mentir? Não Rony eu omiti, e se você não notou estávamos apenas conversando! – Ela estava totalmente irritada com ele.

— Bem percebi seus sorrisos pra ele, se eu não tivesse chego a tempo vai saber o que teria acontecido – ela rolou os olhos, rindo internamente diante do drama dele e deu fim a conversa.

— Se você não sabe eu ainda tenho educação – ela falou ríspida.

— Desnecessária usar com ele – ele resmungou pra ela, que o observou, orelhas vermelhas, “bico” que somente ele sabia fazer, carranca tão Ronald Weasley e percebendo toda a situação caiu na gargalhada, ele olhou pra ela incrédulo, mas ela somente o abraçou ainda rindo.

— Ron, acha mesmo que eu te trairia? – Hermione perguntou direta assim que controlou as gargalhadas, precisava saber se ele confiava nela. Ele caiu em si, ponderando, com medo de meter os pés pelas mãos como sempre e acabar magoando-a e estragando tudo.

— Tenho medo de te perder – respondeu a abraçando pela cintura e a olhando nos olhos – acho que me acostumei demais a você – ele disse em um meio sorriso – e não posso te perder.

— Você nunca vai me perder – ela disse rindo, mas com os olhos marejados

— Muito obrigado pelo voto de confiança Srta Granger – ele ironizou a puxando para um beijo.

— De nada amor – Hermione disse antes de retribuir o beijo, que foi calmo e curto, mas longo o suficiente para perceberem um flash e se virarem, Marry tirava fotos deles.

— Vocês são tão fofos juntos, é tanto açúcar que eu acho que to com diabetes!! – Ela disse fazendo todos rirem e com a câmera apontada pro casal para pegar as melhores cenas dos pombinhos apaixonados.

— O que é diabetes? – Ron perguntou aos sussurros no ouvido de Hermione fazendo-a rir ainda mais.

Do outro lado da festa, numa mesa ao canto, estava a mesa dos Radcliffe, porém, só havia um indivíduo que bebericava um whisky observando a cena que se desenrolava a sua frente, o tal namorado fazendo cena, a namorada discutindo, depois rindo, depois se abraçando, fazendo pose para as fotos e se beijando. Hermione parecia feliz, satisfeita, apaixonada. Esse pensamento fez ele rir desgostoso. Ele sempre soube que ela nunca o amara, quiçá havia se apaixonado por ele, sempre foi muito sincera que o ‘caso’ deles nunca passou de um namorico de verão, com alguns beijos as escondidas e declarações – da parte dele – sempre que possível. E hoje a olhando tão entregue aquele ruivo esquisito, sentiu inveja, porque nunca a teve verdadeiramente, os beijos nunca foram esquecidos, nem aqueles olhos castanhos totalmente expressivos, mas ali sozinho naquela mesa, onde quem o olhasse acharia que ele estava apenas observando a festa e relaxando, ele sentiu algo novo, a amargura de um amor não correspondido.


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Notas finais do capítulo

Comentem seus lindos!!

Beijos!



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