Era nítido a ansiedade no olhar de cada um. Eles se mantiveram calados durante todo o tempo que se arrumavam e comiam até a ida ao ministério.

O ministério estava lotado, todo decorado com as bandeiras de Hogwarts, havia uma foto de Harry no lugar de onde Harry se lembrava de ter visto a do Fugde a primeira vez que esteve lá. No lugar da estátua que esmagava os trouxas, havia um palco onde Kingsley conversava com Macgonagol, Slugorn, Sr Weasley e vários outros bruxos que faziam roda ao seu redor. Havia tantos bruxos que quase não notaram que Harry havia chegado.

Ao notarem a chegada dos quatro o silencio se fez presente, e abriram um corredor para que eles se encaminhassem até o palco. No palco os bruxos sorriam para eles e alguém ao fundo puxou uma salva de palmas. E foi nesse som que eles subiram no palco, constrangidos e orgulhosos, um misto de emoções boas que nunca haviam experimentado.

Atrás do palco apareceu uma foto dos três no dia da guerra com a legenda “o trio de ouro”. Kingsley pediu a palavra.

— Caros bruxos e bruxas do mundo, gastaria de dizer algumas palavras em agradecimento...

Saíram do ministério quase a noite, a cabeça dos três latejava, estavam cansados e com fome. Harry foi avisado sobre a fuga dos comensais e que começaria uma caçada aos fujões, ele também tinha que participar das audiências dos Malfoy’s, que acabaram se entregando aos aurores e agora aguardavam julgamento em Azkaban.

Todos os Weasley’s estavam juntos, Sra Weasley sugeriu de irem para A Toca, mas como estavam cansados, Hermione propôs irem jantar por sua conta e depois pegariam suas coisas no apartamento e iriam para A Toca.

— Hermione querida, não há necessidade disso... – Sra Weasley tentava convencê-la de que não era necessário usar o seu dinheiro.

— Sra Weasley por favor, estamos todos exaustos, não é tanto dinheiro assim e quantas vezes nós ficamos na casa da senhora de graça? Me deixe retribuir de alguma forma. – Dito isso a Sra Weasley se calou. Ron não gostava muito de usar o dinheiro da namorada, era orgulhoso até o ultimo fio de cabelo, mas resolveu contar brincando que ele e Hermione haviam oficializado o romance.

— Não fique chateada mãe, sua nora quer fazer um agrado para a sogra! – Falou rindo, todos pararam de andar e olharam os dois, Hermione e Ron estavam vermelhos, ele a abraçava pela cintura, mas esboçavam um sorriso de orelha a orelha, ela estava encantada com a atitude dele.

— FINALMENTE! – Foi praticamente um coro, e a Sra Weasley abraçava Hermione e Ron os enchendo de beijo e emocionada, não parava de dizer que sempre soube e que eles nasceram um para o outro. Harry que já havia conversado com Molly e Arthur no ministério sobre seu namoro com Gina, sorria para os dois e eles foram andando até o apartamento de Hermione.

Depois de quase duas horas que Hermione e Harry estavam respondendo perguntas de todos os Weasley’s sobre os utensílios trouxas, eles saíram do apartamento e foram em direção aos restaurantes que haviam perto dali. Ron e Gina imploraram por pizza e logo todos estavam se deliciando com maravilhosos sabores de pizza.

Já era tarde quando aparataram na Toca, cada um se encaminhou para o seu quarto e algumas horinhas depois Hermione e Harry trocaram de quarto, ele foi para o de Gina e ela se encaminhou para o de Ron, estava se tornando um habito dormir junto, ela sabia que quando tivesse que ir embora, sentiria falta daqueles braços a abraçando a noite.

— Oi – ela disse entrando embaixo das cobertas.

— Oi – Ron a puxou a abraçando e logo a beijando. Beijar Hermione era algo insaciável, assim como provar do corpo dela, a amava tanto, que não conseguia imaginar a vida sem ela, já estava por cima dela, distribuindo beijos pelo seu pescoço quando ouviu ela falando.

— Ron, feitiços, estamos na sua casa agora, se a sua mãe me pegar aqui vou morrer de vergonha... – Ele sorriu e pegou a varinha proferindo feitiços para que os dois continuassem inaudíveis e trancados em segurança.

Ron voltou a beijá-la, assim que desceu para o pescoço, ela gemeu, estimulado pelo gemido ele não parou, a puxou para sentarem na cama tirando a roupa um do outro, ficaram por segundos se olhando, admirando o corpo já conhecido por ambos. Ron a deitou a beijando, o toque era suave, diferente das primeiras vezes que fizeram amor, a urgência foi deixada de lado, afinal, tinham todo o tempo do mundo, não tinham? A mão dele foi para a intimidade dela e Hermione suspirou....

Ao acordar, mesmo de olhos fechados ela sorriu, foi invadida pelo cheiro que acalentava seu coração e o calor que sentia não vinha das cobertas e sim do homem ruivo agarrado a ela que ressonava tranquilo. Ela virou para olhar para ele.

— Bom dia Ron, acorde dorminhoco – acariciou os cabelos dele e o enxia de beijos pelo rosto.

— Bom dia – dizia com a voz rouca – vamos voltar a dormir... – Hermione riu, ele falava aquilo todos os dias.

— Nem pensar, eu vou levantar ajudar a sua mãe com o café e você devia sair dessa cama para aproveitar o dia... – Ela disse procurando suas peças de roupa pela cama e começando a se levantar, porém, seus planos iniciais foram frustrados por um ruivo manhoso e cheio de amor pra dar.

— Nem pensar, eu quero você... – ele se adiantou a abraçando.

— De novo? Que homem insaciável! – Ela dizia rindo e cedendo, se enganar para que? Toda vez que ele chegava perto dela na intenção de sexo, o corpo dela se acendia, não imaginava que seria assim, mas esperava que aquele desejo nunca acabasse.

— Nunca vou me cansar de você, nem do seu cheiro, nem da sua pele macia, nem desse seu jeito mandão, eu te amo Mione – Ron falava e distribuía beijos por todo o pescoço, colo e seios de Hermione, antes que pudesse tentar toca-la, ela já o agarrou pela cintura com as pernas e ele a penetrou de uma vez só. Ela abafou um grito e ele gemeu alto, ela já estava úmida e aquilo acabava com ele. Em pensamento ambos desejavam por mais manhãs como aquela.

— Nunca mais vou te acordar... – ela disse enquanto eles tomavam banho no banheiro de Ron.

— Eu não sei porque, mas eu duvido muito dessa afirmação – ele riu a beijando e esfregando o corpo dela com a bucha.

A semana passou leve, Ron, Harry e Hermione receberam a proposta de estudarem e trabalharem  no ministério, toda e qualquer vaga em qualquer curso estava disponível aos três. Eles acharam melhor decidir isso depois, mas Hermione já estava decidida, voltaria para Hogwarts cursar o 7º ano. Harry foi para o largo Grimald ver como estava a casa e começar a fazer planos para reforma-la, Hermione e Gina falavam sobre a decoração e pareciam muito mais interessadas que ele na reforma daquela casa. Juntos os quatro se divertiam e os dias deixavam para trás os sofrimentos vividos. O Sr Weasley queria os aparelhos eletrônicos que viu no apartamento de Hermione e ela e Harry o ajudaram a colocar energia elétrica, geladeira, tv e um fogão novo. Todos estavam muito entretidos com as mudanças na casa e com a perspectiva de futuro ali em diante.

No sábado Hermione acordou com um som diferente e reconheceu que era seu celular, deu um pulo da cama de Ron e foi atende-lo. Na noite anterior, a prima havia lhe mandado uma mensagem dizendo que toda a sua família estava na França.

— Alô?

— Tata sou eu, desculpe pela hora eu te acordei??

— Acordou, mas não tem problema.

— Ah, é que eu não me lembro mais quanto tempo é o fuso, já que ficamos tanto tempo sem vir pra cá.  Seguinte, seus pais, meus pais e nossos avós querem fazer um convite especial, então daqui uma hora eu vou te ligar novamente e aí a gente fa- ela foi interrompida por um ruivo assustado por não notar a namorada ao seu lado, guerras deixam traumas.

— Mione?? Cadê você? O que aconteceu?! – O ruivo havia acordado e ela nem tinha visto de tão concentrada que estava na ligação.

— Nada Ron, é a Marry, volte a dormir, tá tudo bem.

— Ah ok! – Respondeu voltando a se deitar e dormindo logo em seguida.

— PERA AI! – Marry estava eufórica do outro lado da linha e Hermione ria já sabendo a próxima pergunta – Você está a essa hora da manhã no quarto dele?! Então vocês dormiram juntos? Vocês TRANSAM?? Desde quando??

— Marry!! Para de gritar pelo amor de Deus, vai que meus pais escutam!!

— Oh, sorry...

— Aconteceu na primeira noite no apartamento, no dia em que conversamos a primeira vez

— Mas vocês são rápidos hein!!

— Não se esqueça que nos conhecemos a mais de 7 anos, agora volte no assunto anterior.

— Nossa verdade, faz tempo que vocês convivem, então não foi tão rápido não, mas saiba que eu estou muito feliz por você!

— Obrigado Ma.

— Bom, como eu ia dizendo, daqui uma hora vou te ligar novamente, mas você tem que estar com todos reunidos para uma ligação em vídeo, nossa família quer fazer um convite.

— Até imagino qual seria, mas pode deixar que reúno todos aqui.

— Ok então, até daqui a pouco! Beijos tata!

— Beijos Ma, diga a todos que estou morrendo de saudades – ela não podia falar em saudades que seus olhos já marejavam.

— Pode deixar eu falo, também estamos!! Beijos.

— Beijos.

Encerrou a ligação com um suspiro, foi se trocar para descer e conversar com os Srs Weasleys,

Uma hora depois, ela conectou o notebook ao celular e aguardou a ligação da prima que não demorou a acontecer.

— Momi! – Exclamou feliz, no momento em que a imagem da sua mãe apareceu na tela, atrás dela todos acenavam.

— Filha! Que saudades, depois que a Marry me contou tudo que aconteceu eu não sei se me orgulho ou te mato.... rs – ela ria e chorava lembrando da conversa que teve com Marry – Sinto sua falta meu amor, e por isso queremos que você venha pra França conosco, chegamos ontem e esse castelo não é o mesmo sem você.

— Eu vou mãe! Estou morrendo de saudades!

— Também estamos, você não imagina o quanto!! Arthur e Molly estão aí? – todos se aproximaram do notebook e Hermione deu espaço para que todos pudessem ver seus pais.

— Estamos aqui Ana querida, somos todos ouvidos – respondeu a Sra Weasley.

— Molly, Arthur e todos vocês, sabemos da perda que sofreram, ficamos muito chateados, mas também não tem como negar que estamos felizes que o pesadelo acabou, principalmente pra você Harry – ela sorriu para o garoto que retribuiu – Contudo, como sabem, meus sogros moram aqui na França, eles voltaram agora depois que Hermione pediu para Marry parar de dar a poção e nos contou o que aconteceu. E como forma de gratidão e até mesmo uma maneira de festejar, gostaríamos que vocês todos viessem pra cá. Podem ficar o tempo que quiser, mas nós não aceitamos menos de uma semana, porque vamos comemorar o aniversário da minha sobrinha caçula aqui, pensem sobre o assunto e Hermione nos envia uma mensagem para podermos arrumar a casa.

— Prometo ver no ministério Ana e vamos conversar aqui em casa, sua proposta é um tanto tentadora, mas como iremos até a França? Provavelmente há trouxas ai que não podem nos ver em uma chave de portal.

— Não se preocupe quanto a isso, Otávio manda o nosso avião e vocês vem pra cá.

— Meu Deus! Molly querida, vamos, já pensou? Um avião! UM A V I Ã O!! – Todos riram da animação dele, Molly agradeceu o convite e o arrastou pra longe do “artefato trouxa” de Hermione.

— Agora minha conversa é com você mocinha! – Todos se retiraram e Hermione seguiu para os jardins para conversar com a mãe.

— Pronto mamãe, estamos sozinhas.

— Eu sei que você está colocando a “casa em ordem” por a e superando a perdas que sofreramí, mas sinceramente filha, precisa voltar pra nós, até decidir o que vai fazer com a própria vida, estamos com saudades e eu fiquei tão preocupada depois de tudo que estou tendo insônia e até uma crise de ansiedade já tive, sei que tudo já acabou, mas preciso ver você!

— Eu vou voltar mãe, se todos não forem, vamos nos quatro, mas preciso de um favor seu mãe...

— Iiiiiih, diga!

— Eu e o Ron estamos namorando, conte ao papai, você sabe como ele é. – Os olhos da mãe se arregalavam ao ouvir, nem acreditava que a filha que há dois anos confessou a ela que era apaixonada pelo ruivo, vivia seu primeiro amor.

— Meu Deus filha!! Que felicidade saber disso!! E como vocês estão? Como está se sentindo? – Ana não podia estar mais feliz pela filha, sabia do amor “platônico” que a filha tinha pelo ruivo e acompanhou seu sofrimento de perto, em segredo dentro do seu coração de mãe sempre torcia para os dois terminarem juntos.

— Apaixonada mãe! – Ela corou sorrindo e emocionada – ainda brigamos, claro, nós estamos falando de Ron e eu, mas eu estou feliz mãe....

As duas conversaram uma hora sobre o novo romance, Hermione contou da primeira vez deles, há tempos sua mãe havia se passado do cargo de mãe, para melhor amiga e confidente. Hermione só não contava todas as peripécias que fazia com Harry, porque apesar de melhor amiga, aquela mulher morena, do sorriso mais lindo que Hermione já vira, ainda era sua mãe e mães não mereciam saber sobre como seus filhos arriscam a própria vida.