The Marauders escrita por SsRoberta


Capítulo 4
Capítulo 3




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Depois de quase atropelar um gato, bater na traseira de uma lata velha e quase fazer strike em um grupo de idosas que atravessava fora da faixa de pedestres, Lily conseguiu estacionar em frente ao Três Vassouras. Faziam longos seis meses desde que ela não pegava no volante então dava para dar um desconto, principalmente porque ela sentia toda a adrenalina de jogar aquelas cruéis verdades na cara de James Potter, também conhecido como seu ídolo.

Temia que tivesse sido cruel demais com ele, mas não conseguiu se controlar. Ele estava agindo como um idiota e Lily não tinha paciência para idiotas. Então antes que pudesse se conter despejou todas as verdades em cima dele, que pareceu bastante atordoado com as palavras da loira.

— Finalmente! — exclamou Tonks assim que Lily parou em frente a mesa que habitualmente ocupavam. — Ah que saudades!

Marlene sorria radiante e as três deram um abraço sufocante. Lily se perguntava como conseguiu sobreviver sem aquelas duas por tanto tempo, agora não conseguia esconder o quanto estava feliz por estar novamente na presença delas.

— Merda, eu senti tanto a sua falta! — exclamou Marlene assim que elas se soltaram e ocuparam a mesa. — Nos conte da viagem!

Lily não sabia o que teria para contar sobre os meses que passou na França  já que conversava todos os dias com as amigas, e elas já sabiam de cada detalhe.

— Nah, nos conte sobre o James!

Certo. Estava aí um assunto do qual ela não queria tocar. O que diria agora? Depois de surtar com as melhores amigas pelo telefone, ela simplesmente deu uma bronca no ídolo pelo mau comportamento dele. Tonks iria matá-la.

— Está tudo bem, Lily? Você parece meio verde. — observou Marlene olhando preocupada para a amiga.

Lily suspeitava que estivesse meio verde desde que voltou para Londres e se deparou com James Potter em sua sala. Aquilo era demais pra ela, não sabia como ainda não tinha surtado.

Então é óbvio que aquele momento aconteceu.

Ela não se importou com as pessoas em sua volta no estabelecimento. Era impossível se conter depois de tanto tempo segurando aquele sentimento, ela precisava surtar ou então explodiria.

— Tudo bem?! Como você acha que eu posso estar bem após deparar com meu ídolo morando em minha casa? — Marlene fez uma careta e se afundou na cadeira, já sabia o que estava por vir e preferia fingir que não conhecia a melhor amiga no momento, principalmente quando recebiam olhares tortos da maioria das pessoas que estavam no estabelecimento. — Eu passei séculos imaginando como seria esse momento. Até fanfics interativas eu já li, só para me iludir ainda mais! E então, sem qualquer tipo de aviso, ele brota na minha sala! — muitos olhares desconfiados estavam voltados para a mesa que elas ocupavam devido a voz elevada de Lily que não conseguia se calar. — Então eu finalmente penso que poderia viver uma daquelas fanfics clichês, aliás, ele está morando debaixo do mesmo teto que eu! Mas adivinha? James Potter é um idiota!

Ela olhou para as amigas esperando pelas reações delas. Marlene que antes apreciava o formato de seu bolinho, a olhou completamente confusa com a declaração. Tonks que prestou atenção em cada palavra da ruiva parecia ainda mais perdida.

— Certo, o que foi que a gente perdeu? — perguntou.

Antes de contar para as amigas o que havia acontecido, ela respira fundo e acalma os nervos que estavam à flor da pele. Felizmente as pessoas decidiram que não valia a pena prestar atenção em uma ruiva histérica e voltaram ao seu café da manhã, coisa que Lily agradeceu pois começou a narrar os acontecimentos daquela manhã para as amigas que ouviam atentamente cada palavra.

— Avisei a vocês que esses famosos se acham donos do mundo. — Marlene disse com uma voz superior, o que deixou Lily bastante estressada.

Talvez a amiga estivesse certa em relação a James, mas ela preferia acreditar que tudo aquilo havia sido um mal entendido e pela tarde, ele pediria desculpas a ela. Era ridículo, mas ela não queria acreditar que seu ídolo, a pessoa que ela admirou por anos, pudesse ser tão desagradável.

— Ele errou descontando a raiva que sente do pai na Lily. — Tonks defendeu prontamente. — Tenho certeza que ele vai lhe pedir desculpas.

E era por isso que Lily amava Tonks. As duas dividiam aquele amor pelos marauders há anos e nunca se cansavam de falar sobre eles quando estavam juntas. Tonks entendia o amor que ela sentia pelos garotos da banda e não a questionava sobre o quão insano e ridículo podia parecer, e sempre acompanhava a amiga nas loucuras que faziam pelos garotos.

— Se ele pedir talvez suba no meu conceito, caso contrário vai cair ainda mais.

Por mais que Lily odiasse os haters da banda que ela tanto amava, não conseguia considerar Marlene como uma hater. A amiga só não curtia as músicas e adorava implicar com eles só para irritá-las, o que funcionava perfeitamente bem.

Mas agora a situação era diferente, ele não era só um integrante da sua banda favorita, ele agora seria seu meio irmão. E pensar nisso fazia sua cabeça dar um nó.

**

Era difícil para Marlene admitir, mas ela sentira falta de ficar na companhia de Tonks e Lily enquanto as duas falavam sem parar sobre os meninos do The Marauders.

Tomou seu café descafeinado em silêncio enquanto ouvia as duas surtarem sobre o mais novo irmão de Lily, apesar da declaração da ruiva de que James era um idiota, as duas pareciam não se importar contanto que ele continuasse cantando aquelas músicas irritantes e exibisse aquele sorriso sempre que possível.

— Sabe da novidade, Lily? — Tonks perguntou para a amiga sem desgrudar os olhos de Marlene que franzia a testa, confusa com a mudança repentina de foco.

Lily parecia tão confusa quanto Marlene.

— Que novidade?

Parecia que o assunto The Marauders havia acabado, o que deixou Marlene um tanto aliviada.

— Marlene está com uma amiguinha nova. — informou Tonks. — Está passando mais tempo com ela do que comigo, acredita?

Ou não tão aliviada assim.

Tonks iria recomeçar com aquela história de que estavam sendo trocadas. Aquilo era ridículo e não fazia sentido, Marlene tinha sim uma nova amiga, mas aquilo não significava que ela tomaria o lugar de Lily ou Tonks.

Conheceu Dorcas na faculdade, a garota havia acabado de se mudar de Nova York e se sentia completamente perdida. Como elas cursavam o mesmo curso – fotografia –, ela não se importou em deixar a garota mais confortável na nova cidade onde não conhecia ninguém.

Marlene sabia o quanto era horrível ser nova em uma cidade onde não conhece uma única alma. Fora assim que se tornou amiga de Tonks e Lily quando estavam na oitava série.

— Como assim? — perguntou Lily. — Que amiguinha?

Marlene revirou os olhos. Já estava sendo irritante lidar com os ciúmes de Tonks, agora seria praticamente insuportável se as duas juntassem as forças.

— Dorcas. É esse o nome dela, certo? — Marlene confirma com a cabeça e toma mais um gole de seu café.

Não sentia vontade de discutir aquilo com as duas quando poderia estar aproveitando aquela adorável manhã.

— Tonks está exagerando.

Foi obrigada então a explicar como conhecera Dorcas para Lily que ouvia tudo com interesse e não parecia tão paranóica quanto Tonks estava sendo, o que deixou Marlene muito aliviada.

Depois de passar a manhã com as duas conversando sobre o intercâmbio de Lily e outras coisas totalmente aleatórias, foi obrigada a ir para casa e terminar seu trabalho da faculdade. Ainda era sábado, mas não queria passar o final de semana inteiro trancada no quarto.

Quando finalizou o trabalho percebeu que o sol já estava se pondo e sequer percebeu como o tempo havia passado tão rápido. Sentia sua barriga fazer barulhos estranhos a espera de que Marlene a ouvisse e a alimentasse devidamente.

A garota foi até a cozinha, mas não encontrou nada que pudesse comer sem precisar criar um caos na cozinha. A mulher que sua mãe contratara para trabalhar na casa estava de folga e sua mãe, como sempre, estava viajando a trabalho e não tinha data pra voltar. Então o jeito seria pedir comida, coisa que Marlene estava evitando fazer nos últimos dias.

Felizmente, foi salva disso quando seu celular tocou. Assim que avistou a foto de Dorcas, ela o atendeu no primeiro toque.

— Oi, Doe!

— Hey, Lene! — a garota respondeu animada. — Está ocupada?

— Não, na verdade estou procurando algo pra comer e você?

Ela andou novamente até a geladeira e a abriu, como se em um minuto algo novo brotasse ali dentro.

— Por que não vem aqui pra casa? Podemos pedir comida japonesa.

Marlene ficou parada em frente à geladeira enquanto olhava para os nabos e o enorme pé de alface, não precisou pensar duas vezes para decidir o que preferia comer.

**

Chamar Marlene para comer comida japonesa foi a melhor ideia que Dorcas teve durante todo o dia. Passou o dia inteiro se estressando com o pai que morava do outro lado do mundo, ele era um importante empresário em uma grande empresa e nem se lembrava da existência dos filhos. Precisava então esquecer que tinha um pai idiota há milhares de quilômetros de distância.

— Que bom que chegou, estou morrendo de fome! — e estava mesmo, não havia comido nada o dia inteiro e sua barriga protestava em alto e bom som por isso.

Antes morava sozinha em Nova York, mas recentemente decidira vir para Londres já que sempre nutriu uma paixão pela cidade. O apartamento era pequeno e ela preferia assim, não gostava dos exageros que seu pai insistia em lhe arranjar. Estava satisfeita com o apartamento que havia alugado, preenchera as paredes com quadros e alguns pôsteres de suas bandas de rock preferidas.

Agora seu apartamento parecia de alguém organizado, coisa que Dorcas não era. Mas após um dia estressante, ela decidiu esquecer dos problemas arrumando a casa e podia dizer que havia dado certo, pois estava tudo em seu devido lugar, nem parecia que horas antes aquele apartamento parecia ter sofrido os efeitos de um furacão.

— Poderia ter trazido suas amigas, seria divertido. — disse olhando para Marlene enquanto as duas se sentavam no chão da sala para uma maratona de The Walking Dead.

Marlene se remexeu desconfortável e engoliu um sushi.

— Talvez outro dia a gente possa fazer isso. — ela sorriu e jogou seus cabelos loiros para o lado. — Só não podemos assistir nada relacionado a zumbis, Lily e Tonks morrem de medo.

Dorcas foi obrigada a gargalhar. Nunca conseguiu entender como alguém tinha medo de criaturas fictícias, era óbvio que os monstros não iriam saltar da tela para viver no mundo real e matá-las.

Olhou para Marlene que também ria e sentiu algo estranho se agitar em seu estômago, que nada tinha a ver com o sushi que acabara de engolir. Mas resolveu ignorar tal sensação imediatamente.

Assistiram três episódios seguidos comentando sobre os acontecimentos e principalmente sobre o físico dos personagens, vibrou ao descobrir que Marlene achava as mulheres da série muito melhores dos que os homens. Era difícil encontrar alguém que tivesse a mesma opinião que a dela.

Foram interrompidas pelo interfone que tocava sem parar na cozinha. Dorcas resmungou e foi atendê-lo, não estava esperando visitas e esperava que ninguém tivesse botado fogo em um dos outros apartamentos.

— Srta. Meadowes? — perguntou Sr. Filch, o porteiro, no seu habitual tom de mau humor do qual Dorcas já estava acostumada. — O baderneiro do seu primo acabou de chegar e trouxe-

Dorcas reprimiu um gemido.

Quando fez o convite não esperava que o primo fosse chegar tão cedo, caso soubesse jamais teria convidado Marlene para sua casa. Ela não se sentia confortável contando aos amigos que seu primo era integrante de uma banda mundialmente famosa, normalmente as pessoas só se aproximavam dela devido a isso, (ela já perdeu as contas de quantas vezes passou por essa situação horrível). Portanto, Dorcas procurava omitir este fato o máximo que conseguisse, mas como o destino a odiava, isso não seria mais tão possível já que seu primo estava ali e ela não podia mandar a amiga embora sem uma explicação. E mesmo que mandasse, eles acabariam se esbarrando já que o prédio era minúsculo, e tudo o que ela não precisava era um escândalo.

— Tudo bem, pode mandar subir. — o porteiro resmungou algo em resposta e desligou o interfone, deixando Dorcas com uma dor de cabeça imensa para resolver.

— Está tudo bem? — a voz de Marlene soou preocupada ao avistar a amiga voltar para a sala como se fosse um dos zumbis do seriado.

— Sim. — respondeu, respirando fundo.

Temia que a partir do momento em que seu primo entrasse por aquela porta, sua amiga iria começar a gritar e implorar para que Dorcas os juntasse como um casal. Estava acostumada com isso e odiava quando acontecia.

Não houve tempo para Marlene responder, pois naquele exato momento Peter adentrou o apartamento sorridente e... estava acompanhado de seus outros dois amigos: Sirius e Remus.

Ela não conseguiu esboçar qualquer tipo de reação ao avistar os outros dois. Havia convidado apenas seu primo para passar algum tempo ali, não esperava que ele trouxesse seus amigos inconvenientes também. Dorcas não conseguia suporta-los, os achava irritantes e folgados, e agora estavam comprovando seus julgamentos.

— Hey, Dorc!

— O que isso significa, Peter? — ela perguntou encarando seu primo enquanto Remus e Sirius arrastavam suas malas para dentro do apartamento.

— Você nos convidou para passar uns dias aqui. — respondeu Sirius com seu habitual sorriso maroto.

Dorcas teve de reprimir a vontade de lançar qualquer objeto na direção do garoto, se pudesse lançaria um raio na cabeça dele para extravasar sua ira.

O que eles faziam ali? Ela não queria a banda toda de seu primo acampando em seu apartamento.

— O que- — só naquele momento Dorcas se lembrou de que Marlene continuava ali, ela estava olhando para os garotos completamente perdida e confusa com toda a situação.

Pelo menos ela ainda não pulou em cima deles... Pensou Dorcas analisando o único ponto positivo do momento.

— Marlene... Este é Peter, meu primo. — ela apontou para ele que sorriu simpático. — E esses são os amigos dele. — apontou a contra-gosto para os dois que sorriram e acenaram para a loira.

Ela não soube ler a expressão de Marlene, não sabia se o que viria a seguir seria uma série de gritos ou choro, e não estava ansiosa para descobrir.

— Ahn... Legal. — e foi tudo o que ela disse antes de comer mais um sushi e voltar a atenção para a TV.

Nada de gritos, lágrimas, escândalos ou desmaios. E não foi só ela que se surpreendeu com a atitude da amiga, Peter e os amigos dele também pareciam atordoados, não estavam acostumados a ser ignorados por qualquer garota. Isso fez com que Dorcas gostasse ainda mais da amiga, tinha que agradece-la por isso mais tarde.

— Bom... Onde guardamos as malas? — a voz de Sirius a trouxe de volta para a realidade.

— Eu não convidei vocês para ficar aqui! — esbravejou a morena.

— Peter disse que não teria problemas- — começou Remus tentando amenizar o caso, o que quase funcionou pois ele era bastante calmo e não tão irritante quanto seus companheiros de banda.

— Mas tem problemas! — protestou e cruzou os braços enquanto encarava o rosto apreensivo dos três. — Eu convidei apenas Peter, não esperava que vocês dois aparecessem.

— E íamos ficar em Nova York sozinhos? — Sirius perguntou e roubou um sushi, recebendo um olhar mortal de Marlene, ele apenas piscou para ela em resposta, o que fez Dorcas sentir ainda mais vontade de matá-lo. — James vai passar um tempo aqui, Peter também, eu e Remus não temos nada melhor pra fazer então por que não acompanhar os amigos?

Dorcas queria mandar todos embora e voltar a paz do seu apartamento, porém não podia fazer isso. Se os colocasse para fora chamaria atenção e não precisava de fãs malucas acampadas em frente ao seu prédio, então seria mais sensato apenas concordar com aquilo e tentar se manter o mais longe possível de todos eles, exceto Peter, talvez.

— Eu confesso que estou surpresa, pensei que você iria começar a pular e a gritar ao ver meu primo e seus amigos entrando por aquela porta. — desabou sobre o sofá assim que conduziu os garotos para o quarto em que eles ficariam.

Marlene negou com a cabeça e riu.

— Não posso negar que fiquei um pouco atordoada, mas apenas porque minhas amigas são completamente loucas por eles, então estava acostumada a vê-los somente estampados em um papel colado na parede.

Pela primeira vez desde que seu apartamento entrou em caos com a presença de seres indesejáveis, Dorcas gargalhou. Nunca esteve tão aliviada ao notar que a amiga não se importava que ela fosse prima de um cantor pop famoso.

— Eu amo meu primo, mas a fama não é pra mim. — suspirou lembrando de todas as vezes que esteve em apuros ao ser reconhecida pelas fãs de seu primo. — Então peço para que não diga nada a ninguém sobre o que aconteceu aqui.

Marlene entendeu de imediato o que ela queria dizer e concordou prontamente com a cabeça.

Pelo menos um problema estava resolvido na vida de Dorcas Meadowes... Até ela ouvir algo quebrando dentro de um dos cômodos em seu apartamento.

— Eu vou matá-los! — esbravejou.


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Notas finais do capítulo

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