The Marauders escrita por SsRoberta


Capítulo 3
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Olá outra vez hahah

Bom, hoje estou com um tempinho de sobra portanto vou atualizar todos os capítulos já postados de The Marauders!

Espero que gostem, boa leitura!



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Lily ainda estava surtando, mas agora era por outro motivo. Ela não conseguia acreditar que James Potter estava morando em sua casa e agia como se aquilo fosse um grande esforço e sacrifício.

Depois de fazer rituais de meditação antes de descer para o jantar, ela se sentia confiante para descer as escadas e encarar seu ídolo sentado na mesa. Pelo menos era o que sentia até encará-lo lá sentado com cara de tédio enquanto comia seu prato de macarronada. Ele não parecia real para Lily, ela sentia que estava em frente a um deus grego e seu poder irradiava por todo o cômodo deixando-a​ desconcertada e com vontade de sair correndo.

Respire, Lily, respire. Ela ordenou a si própria, não iria dar vexame na frente dele, não mesmo.

Colocou o melhor de seus sorrisos nos lábios e sentou-se​ ao lado de sua irmã que observava a cena com extrema diversão, resolveu ignorá-la para seguir adiante com seu plano.

— Lily estuda artes cênicas, seu sonho é fazer parte de algum filme renomado em Hollywood. — comentou Rose com orgulho estampado em seu rosto e em sua voz. — Terminou seu curso na França e já pretende finalizar a formação por aqui.

Em outras situações, Lily começaria a tagarelar incansavelmente sobre seu curso e os planos para o futuro. Ela amava atuação e podia passar o resto de sua vida falando sobre o assunto, mas com James Potter sentado a poucos metros, ela não conseguia se concentrar em absolutamente nada que não fosse ele ali em sua frente. Aquilo continuava ser surreal pra ela.

James ergueu os olhos de seu prato e olhou por um breve segundo para Lily, que sentiu seu coração dançar um ritmo latino em seu peito. James Potter estava olhando para ela! Aqueles olhos castanhos-esverdeados que tanto a visitavam em seus sonhos estavam olhando para ela! Foram apenas milésimos de segundos, mas ainda assim fez com que a alma de Lily saltasse do corpo e voltasse.

Ela esperou que ele comentasse alguma coisa sobre o curso de já que sabia que ele se interessava por esse tipo de coisa, mas ele não disse uma só palavra, apenas se levantou bruscamente da mesa e voltou para o segundo andar da casa.

— Bem... — Fleamont começou bastante constrangido. — Sinto muito, querida.

A mãe de Lily suspirou tristemente e segurou a mão do noivo, Lily se surpreendeu com o ato, mas não teve tempo de demonstrar qualquer reação. Percebeu que James odiava aquele lugar, odiava aquela casa, e consequentemente, a odiava também.

Ela precisava mudar isso, mas como? E por quê?

Foi no dia seguinte, depois de passar a noite praticamente em claro enquanto repassava em sua mente o dia aterrorizante e maluco que tivera, que ela – com muito esforço –, se levantou de sua cama e se arrumou. Havia combinado de encontrar Tonks e Marlene no Três Vassouras e não queria se atrasar, não somente porque suas amigas ficariam irritadas, mas também porque precisava sair de casa sem esbarrar com certas pessoas.

Mas é claro que seu plano foi por água abaixo assim que ela deu o primeiro passo para fora do quarto.

Ele estava saindo do quarto que ocupava no final do corredor, usava uma bermuda e uma regata que deixava à mostra seus músculos, seus cabelos estavam molhados e bagunçados grudando em sua testa. Lily não pôde deixar de soltar um suspiro, o que obviamente chamou atenção do garoto que olhou em sua direção.

Pelos deuses, ela sentia suas pernas bambearem e uma vontade imensa de sair dali correndo (o que seria patético).

— Hum... Bom dia. — conseguiu sorrir após formular a pequena frase. Ela não estava tão perdida, afinal.

Ele não se deu o trabalho de responder, apenas revirou os olhos e continuou andando. Lily não pôde deixar de se sentir estúpida e irritada. James Potter era assim sempre mal educado? Onde foi parar aquele rapaz sorridente e gentil que ela tanto conhecia pelos vídeos do Instagram?

Quando percebeu que ele estava a poucos passos de passar em frente ao seu quarto, ela deu um pequeno salto desesperado e fechou a porta com um estrondo. Nunca que ela deixaria que James Potter visse as dezenas de pôsteres - que continham o rosto dele - colada na parede.

Após aquele momento embaraçoso, desesperado e vergonhoso, James ergueu o olhar para ela novamente, agora com confusão estampada em seu rosto.

— Por que fez isso? — perguntou indicando a porta do quarto da ruiva com a cabeça.

Lily quase perdeu a fala. James Potter estava a três metros de distância, fixando aqueles olhos castanhos-esverdeados nela e estava falando com ela. Aquilo era demais até pra ela que se considerava uma garota até que equilibrada e contida, Lily queria gritar e pular no pescoço dele. Mas felizmente ela ainda possuía um pingo de controle e senso, então apenas forçou um sorriso.

— Não gosto de deixar meu quarto aberto. — Porque tenho diversos pôsteres com o seu rosto e de seus amigos grudados até no teto. Foi o que ela quase respondeu, mas se conteve.

Ele ainda parecia confuso com a atitude e ainda mais com a resposta, mas deu de ombros.

— Escondendo alguma coisa aí dentro? — perguntou parando ainda mais perto do corpo da ruiva que se esforçava para ignorar essa aproximação e agir com naturalidade.

— Claro que não. — respondeu sentindo o rosto ganhar uma coloração vermelha e intensa, que podia facilmente se misturar com seus cabelos.

E então ele sorriu. Lily sentia como se seu corpo de repente tivesse dado lugar a um material gelatinoso. Céus, ela iria morrer!

Encontrar James Potter na sala de sua casa? OK. Descobrir que sua mãe irá se casar com o pai dele? OK. Esbarrar com ele no corredor após o banho e sentir um cheiro doce exalando de seu corpo? OK, também. Mas receber aquele sorriso de James Potter? Era impossível estar OK, ela estava surtando.

Provavelmente ela o encarou com cara de trouxa por mais tempo que o necessário, mas também não podia se culpar, era impossível desviar o olhar daqueles dentes branquinhos e perfeitos que se exibiam para ela.

Ele bufou impaciente e passou por ela. O que só serviu para deixá-la confusa e sua irritação voltou. Por que ele estava agindo como um babaca? O que ele tinha contra aquela casa? O que ele tinha contra ela?

— Qual o seu problema? — o garoto se virou e a encarou de novo, ela quase esqueceu como se respira, mas estava tão irritada com as atitudes estranhas e sem sentido de James que ignorou completamente as batidas alucinadas de seu coração.

— Como é? — ele rebateu a pergunta, parecia confuso e também muito impaciente.

— Você. — disse, mas não bastou para que o moreno entendesse. — Desde que eu cheguei você vem agindo como um babaca e isso é completamente ridículo. Primeiro: você deixa seu pai falando sozinho na sala e não se dá o trabalho de cumprimentar a dona da casa que acabou de chegar de viagem. — ele cruzou os braços e esperou que ela continuasse. — Segundo: você é ainda mais mal educado na hora do jantar, deixando minha mãe – a dona da casa que você está morando – falando sozinha. E terceiro: Agora age ainda mais mal humorado comigo que tentei ser gentil logo pela manhã e quando estou extremamente atrasada, mas agora vejo que não deveria ter perdido o meu tempo.

Não soube de onde tirou forças e coragem para dizer aquilo tudo, mas o estrago já estava feito. Ela nunca pensou que James Potter podia ser tão desagradável e agora sofria por ter criado em sua mente um James Potter mais bem humorado e gentil, provavelmente ela havia se enganado e não podia deixar de transparecer o quanto estava decepcionada.

— Terminou? — ele perguntou e parecia não ter se abalado nenhum pouco com as palavras da ruiva. — Ótimo, não tenho tempo pra discutir com filha maluca de mais uma das noivas daquele que diz ser meu pai. É questão de tempo até que ele dê um pé na bunda de sua mãe e arrume outra otária.

James desceu as escadas e a deixou ali plantada no corredor. Sua cabeça estava girando e ela estava tentada a dar uma de Nazaré Tedesco e empurrá-lo da escada só para ver se ele continuaria a ser tão irritante quando chegasse lá embaixo.

Ficou alguns minutos ali parada controlando seus instintos assassinos. Não podia matar seu ídolo, ela iria presa e o pior, ele morreria.

Quando chegou na sala, o encontrou jogado no sofá enquanto digitava algo em seu celular. Ela teve de lutar contra o impulso de pegar o próprio aparelho e checar se ele havia publicado algo em seu Twitter, mas apenas desviou o olhar e foi em direção à porta.

— Você é uma pessoa famosa deveria ter mais senso e não sair atacando a primeira pessoa que vê pela frente. Que, olha que engraçado: Não tem nada a ver com os seus problemas! — ela lançou um último olhar na direção de James que a encarava meio boquiaberto. — Ou então continue agindo assim e irá espantar toda e qualquer pessoa que te admira e o considera como um ídolo.

Assim que terminou de dizer, não esperou por uma resposta. Caminhou apressada até o carro de sua mãe e deu partida o mais rápido que pôde.

Há quase vinte e quatro horas atrás, ela estava surtando por estar tão animada e nervosa ao saber que James Potter, o seu ídolo, estava morando em sua casa. No entanto, agora ela se sentia péssima exatamente por isso. Nunca pensou que ele pudesse ser alguém tão mal educado e irritante, por mais que ele desse indícios de não gostar do pai, aquilo não lhe dava o direito de sair atacando todo mundo, era no mínimo infantil e ridícula aquela atitude.

**

— Mas que diabos...? — James perguntou após encarar pela janela a ruiva deixar a garagem no carro e acelerar para longe dali.

Ele não queria estar naquela casa. Ele não queria conviver com o pai e muito menos com a nova família dele. Se arrependia completamente de ter aceito a proposta de Fleamont, estava até considerando conversar com o velho e desistir de viver naquele lugar horrível, mas não podia fazer isso. A única razão de ter concordado com seu pai, foi a insistência de sua mãe, Euphemia que sempre quis que James se aproximasse do pai.

Mas como James podia se aproximar de um homem que abandonou sua mãe assim que soube que ela estava grávida? Ele se sentia um intruso naquela casa, não conseguia se entender com o próprio pai e agora era obrigado a lidar com a filha maluca da nova mulher dele.

Ele não se importava com Petunia e as besteiras que a garota dizia em sua presença, porém quando a outra garota chegou primeiramente tentando ser gentil e no final se tornando maluca, ele sentiu que não seria nada fácil passar dois meses naquela casa.

Se sentia decepcionado agora que a ruiva havia dito que sabia que ele era famoso, esperava que ainda pudesse existir alguém que não o conhecesse. Mas não era exatamente isso que o incomodava, foi o modo como ela falou com ele antes de deixar a casa. Quem ela achava que era para lhe dizer aquelas palavras? Ela nem o conhecia para tirar conclusões precipitadas.

Sua linha de raciocínio foi interrompida pelo toque de seu celular. A imagem nada máscula e muito questionadora de Sirius, preencheu a tela de seu celular, ele imediatamente sentiu o mau humor se esvair e dar lugar a habitual animação que sentia quando estava próximo aos seus melhores amigos.

Finalmente consegui falar com você! — Sirius parecia comemorar do outro lado da linha, o que fez James revirar os olhos e sorrir. — Pensei que seu pai tivesse te obrigando a acordar às quatro da manhã para ordenhar as vacas e nem sinal teria para falar com seu precioso amigo.

James teve que se conter para não soltar uma gargalhada, ainda era muito cedo e não queria contato com mais ninguém daquela casa tão logo.

Sentia falta de sua casa em Nova York, onde a dividia com Sirius, Peter e Remus. Lá era seu lar verdadeiro, não ali em Londres na companhia de gente chata e maluca.

— Não estou em uma fazenda, Black. — respondeu enquanto mudava os canais da TV, procurando por algo que o interessasse e não fosse uma entrevista ou clipe dele e seus amigos. — Apenas esqueci de carregar o celular.

Para esquecer algo tão importante como a tecnologia então deve estar se divertindo por aí, hein?

Ele entendeu o que o amigo quis dizer com diversão, mas infelizmente Sirius estava completamente errado. Não havia nada divertido naquele fim de mundo. Tudo bem que Petunia e sua irmã eram bonitas e tudo mais, mas sua cabeça estava tão cheia e irritada que não conseguia prestar atenção em coisa alguma. Mas precisava mudar isso imediatamente, obviamente não seria com as novas irmãzinhas, tinha de haver alguém interessante naquele fim de mundo.

— Ainda não, ainda não. — respondeu rindo para o som de descrença que Sirius soltou. Era óbvio que o amigo não acreditaria, James não tinha a fama a seu favor nesse quesito.

Vou fingir que acredito. — ele respondeu. — E como estão as coisas com seu pai?

Aquela pergunta esgotou completamente o bom humor que ele havia gerado durante a conversa, não gostava do homem que se intitulava como seu pai e queria voltar imediatamente para casa, sabia que iria enlouquecer se continuasse ali. Mas por outro lado, ele era um homem de palavra e não iria quebrar a promessa que fez a mãe, de tentar conviver decentemente ao lado do pai. Já haviam se passado três dias e sua convivência com aquele homem estava muito longe de se tornar algo decente.

— Uma merda como sempre.

Sirius demorou alguns segundos para responder, pois estava ocupado gritando para Peter que havia derrubado alguma coisa em cima de seu novo video game. James foi obrigado a ouvir a série de xingamentos de Sirius até que ele se lembrasse que estava conversando com o amigo antes disso.

Eu vou te matar se você estragar meu PlayStation— resmungou Sirius alto o suficiente para Peter ouvir e soltar uma resposta mal-criada. — Mas enfim, não se preocupe, Prongs. Estamos indo te salvar, estes dois meses não serão mais uma tortura pra você, pois estamos chegando!

James franziu as sobrancelhas. O que Sirius queria dizer com aquilo?

— Do que você está falando?

Meadowes nos convidou para passar alguns dias em sua casa. — explicou Sirius parecendo muito mais animado do que seria sensato.

— Quer mesmo que eu acredite que Dorcas convidou todos vocês pra ficar na casa dela? — James perguntou segurando o riso.

Dorcas Meadowes era prima de Peter, e ela simplesmente odiava todos os amigos do seu primo, inclusive James. E com o temperamento explosivo e agressivo que ela demonstrava ter, parecia impossível que seus amigos tivessem aceitado passar um tempo hospedados na casa dela, ou que ela mesmo houvesse feito o convite.

Ela convidou Peter. — ele respondeu como se aquilo resolvesse tudo, James resolveu não discutir. Seria muito bom se tivesse os amigos por perto quando ele tinha que ficar naquele lugar horrível ao lado daquelas pessoas horríveis.

— Quando vocês chegam? — perguntou já se sentindo animado, coisa que não sentia desde que desembarcou em Londres.

E ter os marauders junto com ele o ajudaria a não perder a cabeça pelos próximos dois meses.


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