Reencontro escrita por Lucca


Capítulo 20
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Jeller
Jeller
Jeller
Jeller
Jeller
Jeller
Na dose em que eu queria na série.
Boa leitura.



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No Capítulo anterior:

Ele esperou a resposta ácida de retorno por alguns segundos. “Ela estava focada em vistoriar o local, era normal não responder imediatamente.”_ pensou. Mas não havia qualquer outro som vindo pelo comunicador: sem passos, sem barulho de metal ou de coisas sendo arrastadas. A única coisa que ele ouvia era seu coração acelerando.

— Jane? Tudo bem aí?

Nada.

— Jane! _ ele praticamente gritou fazendo Rich dar um pulo na cadeira._ Jane diz qualquer coisa, por favor._  e ligou o rastreador que demonstrava se o comunicador estava fucionando. Desligado.

Num salto, ele se levantou da cadeira enquanto se preparava pra deixar o barco e subir no cruzador.

— Rich, dê o alerta à Reade e Patterson. Eu vou até lá.

— Dando o alerta agora. Mas é melhor você esperar aqui, Weller.

— Eu vou para o cruzado!

Em minutos, ele estava no cruzador e já tinha alcançado Reade e Patterson.

— O comunicador dela está desligado e todas as informações sobre o local que ela estava indo vistoriar desapareceram. _ Patterson informou.

— Sabemos que era um dos pavilhões inferiores de bombordo. _ Reade terminou.

— Ela desceu uma escada vertical e reclamou da qualidade do ar. Isso é uma referência. _ Kurt pressionou o comandante.

— Na verdade, todos os pavilhões inferiores dos dois lados do navio têm essa característica. Vamos distribuir equipes de buscas. _ Mackenzie demonstrou total apoio.

Os olhos de Kurt vasculhavam a planta digital do navio enquanto Patterson e Rich tentavam  desesperadamente recuperar os dados perdidos em busca de uma localização mais precisa.

— Eu vou tentar aqui. _ Weller disse, batendo o dedo sobre a tela numa determinada localização._ qualquer informação nova, eu mudo minha posição.

— Vou com você. _ Reade se disponibilizou.

— Não. Passe as informações necessárias para as equipes de busca e vasculhe outro local. Quanto mais rápido formos, mais chances ela tem.

Weller fez o caminho bem mais rápido do que esperava. Era como se ele soubesse exatamente onde ir observando aquela planta do navio que já lhe era familiar após duas horas acompanhando Jane como um ponto vermelho circulando pelo local. Eles podiam ter perdido os dados digitais, mas sua mente parecia ter guardado exatamente por onde ela passou.

Ele alcançou a escada vertical e iniciou a descida na certeza de que estava no local certo. O ar abafado foi outra pista importante. A porta da sala da frente estava aberta. Poucos degraus mais e alcançaria o piso. Foi quando o comunicador chiou e ele ouviu:

 _ Kurt. Kurt. Estou bem._ Jane parecia cansada.

— Onde você está ? _ perguntou antes de saltar os últimos degraus da escada e som de seus pés batendo no piso metálico ecoarem pelo ambiente e pelo comunicador.

Jane apareceu na porta com escoriações visíveis no rosto e disse:

— Aqui. Bem na sua frente.

— Você está bem?

— Sim, eu tenho o driver. Agora aqueles três caras ali vão demorar um tempinho pra se recuperar._ e apontou para três tripulantes do cruzador desacordados e algemados a partes diferentes do cômodo. _ antigos amigos de Orion que pensei estarem mortos. Eles desligaram meu comunicador assim que passei pela porta.

Pelos comunicadores, Reade avisou:

— Estamos à caminho.

— Vou deixar meu comunicador aqui para vocês localizarem o local e vamos começar a subida de volta. Terá que ser devagar porque o Senhor Protetor aqui já abusou demais por hoje._ Jane disse.

Weller fez um gesto questionador, mas não ousou verbalizar nada.

Subiram a escada devagar. Assim que acessaram o próximo nível, Jane desligou o comunicador de Weller e fez sinal de silêncio indicando uma sala. Ele a seguiu em prontidão. Assim que entraram, ela fechou a porta atrás dos dois e ele lhe lançou um olhar questionador. Então ela falou:

— Kurt...

A voz dela parecia sedutora, mas com seus instintos de perigo ativos somados ao balançar do navio, Weller pensou que não tinha entendido a mensagem. Então ela repetiu:

— Kurt..._ ela já estava ofegante. A mensagem agora pareceu clara tanto por sua voz e como também por seu olhar.

Ele fechou a distância entre os dois, praticamente colocando seu corpo ao dela, mas ainda não ousou tocá-la. Com o olhar penetrante, perguntou num sussurro tão carregado de desejo quanto o olhar dela:

— Isso é uma emergência nível 3?

Enquanto a mão esquerda dela corria para trás do pescoço dele, a direita tocou seus lábios pedindo silêncio. O beijo que se seguiu foi intenso e urgente, reivindicando que todo o tempo distante fosse suplantado.

Em outras épocas, ele teria retribuído o beijo e sugerido continuarem mais tarde, num local mais adequado, após ela ter passado por uma avaliação médica e estarem em condições mais confortáveis. Mas ele não fez. O tempo havia se tornado seu algoz e ele não perderia um minuto sequer com cuidados que poderiam tirar dos dois a felicidade que sentiam em se tocarem. Então se entregou por completo e finalmente soltou a arma que ainda estava em sua mão para envolver Jane em seus braços.

O som do metal ecoou estridente pelo espaço com a batida da arma contra o piso, arrancando um olhar de reprovação de Jane. Ele respondeu com um novo beijo. Os dois se livraram do colete à prova de balas sem parar de trocar beijos e carícias.

Kurt foi direcionando Jane para a parede até que pudesse sentir que não havia forma dela se distanciar dele. Ele precisava senti-la ali: quente, ofegante, intensa e real o bastante para que, mesmo se fosse um sonho, nada pudesse afastá-la. Ironicamente, um inesperado balanço da embarcação o jogou para trás separando-os.  Após resmungar um palavrão, ele retomou seu lugar e reiniciou os beijos apenas para ser novamente jogado para longe dela no próximo tombo do cruzador. A frustração dele foi tamanha que Jane riu alto e tampou a boca em seguida lembrando-se do pacto de silêncio.

Então ela foi até ele, tomou sua mão e o conduziu para o outro lado da pequena sala. Havia uma espécie de degrau numa reentrância das laterais do cruzador. O espaço era apertado, mas poderia ser usado perfeitamente como banco por uma pessoa. Mas duas?

— Sente-se. _ ela sussurrou.

Kurt obedeceu apesar de sentir nascer um pequeno medo de que aquilo fosse o ponto final do contato entre os dois.

Depois que ele se acomodou. Ela passou a perna sobre ele, ficando em pé à sua frente, contra a parede e com as pernas dele entre as suas. Levantando o queixo dele com um toque, voltou a beijá-lo. E, correndo os dedos suavemente pelos cabelos dele, perguntou:

— Eu vou te machucar se me sentar no seu colo?

Retribuindo o carinho, ele levou a mão até o rosto dela e acariciou suavemente  sua bochecha com o polegar, evitando as áreas com hematomas:

— Você não vai me machucar. _ e sorriu colocando no olhar toda a confiança que era possível.

Nada mais precisava ser dito. Bastavam que se entregassem aos sentidos a partir dali. O único som que os dois precisavam ouvir eram aqueles que o prazer de estarem entregues um ao outro produziam.

As mãos dele envolveram a cintura dela, Jane acomodou suas pernas cobrindo o colo dele. Pelo simples fatos de estarem ali e saberem onde chegariam, os dois já ficaram ofegantes. Kurt não reprimiu o gemido que brotou após ouvir o riso rouco e sensual dela. Toda vez que ela fazia isso, ele sentia subir um arrepio por sua espinha que lhe roubava toda racionalidade. Ele afastou o cabelo dela, agora levemente mais longo, para ter acesso completo ao seu pescoço. Ela permaneceu imóvel, respiração presa o desafiando. Ele se inclinou e pressionou os lábios contra o pássaro em seu pescoço, fazendo seu coração ir da parada abrupta à aceleração total. O pulso era tão forte em seu peito que ele sentiu e decidiu avançar ainda mais.

Assim que as mãos de Kurt mergulharam sob a blusa de Jane, ele se lembrou da primeira vez que se amaram. A blusa de botões permitiu que ele fosse revelando a nudez dela fresta a fresta. Agora, três anos e tantos caminhos depois, ele tinha urgência em despi-la para saciar a saudade de seu corpo. Mas ela foi mais rápida em tirar sua camisa. A forma como ela acariciava seu peito, o brilho no olhar dela, os toques tão carregados de desejo e carinho, os beijos molhados no seu pescoço e clavícula... Não havia mais a menor dúvida para ele: aquela mulher o amava como nenhuma outra jamais amaria. Todas as transformações trazidas pelo retorno de sua memoria, todos os efeitos cruéis do ZIP, nada disso havia apagado os sentimentos dela por ele.

Kurt queria sussurrar seu nome como uma forma de gratidão, mas ele não sabia como ela desejava ser chamada, então silenciou e se apressou em livrá-la da blusa e do top que usava. A ânsia que ele sentia em saborear os mamilos dela parecia que ia sufocá-lo.  Mas, uma vez que o dorso dela ficou nu, ele precisou parar para admirá-la. Seus olhos e suas mãos precisavam correr cada linha traçada nas tatuagens e cada cicatriz,  seja as camufladas por elas ou as mais recentes que embaraçavam os desenhos. Aquela mulher era a simbiose perfeita de segredo e sagrado pra ele. Por trás de cada milímetro de sua pele e de sua alma, Jane Doe era o oceano do qual Kurt Weller sentia sua vida renascer.

Antes que ele fosse capaz de pensar qualquer outra coisa, se afogou nos seios delas, fartando-se de seu cheiro e sabor.

Jane leu o sentimento e os meses de desejo que saíram de Kurt e uma necessidade desesperada passou a guiar a ferocidade de suas ações. Tudo o que viveram ali naquela sala até agora foi forte e intenso, mas não suficiente. Ela precisava de mais, precisava dele bem mais perto, dentro dela. Rapidamente, ela se levantou. Estava sem fôlego para formar palavras e sabia que elas eram dispensáveis entre os dois. Compreendendo completamente o que ela queria, ele desabotou e desceu sua calça. Após levantar a perna para se livrar da peça de roupa, Jane apoiou o pé na pequena fresta que restou ao lado dele transformando sua coxa musculosa num convite tentador a mais para ele.

Os beijos molhados de Kurt varreram a pele interna de sua coxa, aceitando o convite, enquanto uma das mãos dele já a provocava insinuando atravessar a borda de sua calcinha. Ela enterrou uma das mãos em seus cabelos agora bem mais longos do que o corte militar que ele usou por tanto tempo e, com a outra, buscou apoio nas saliências da parede para impulsionar mais e mais o corpo em direção a ele.

Pela primeira vez, Kurt desejou que Jane usasse lingeries pequenas e rendadas, pois isso lhe daria fácil acesso as partes dela que ele desejava agora. Mesmo frustrado porque a peça que ela usava não lhe permitia acesso total, ele mordiscou sobre o tecido enquanto suas mãos buscavam uma forma de trazê-la abaixo. Movendo-se para facilitar o trabalho dele, ela se afastou e, depois, aproveitou a distância para desabotoar a calça dele. A medida que ela descia o zíper, o desejo louco que ele sentia já pulsava, lutando contra o tecido de sua cueca e querendo se libertar para ser todo dela. Reconhecendo que cada segundo sem ela era uma tortura para ele, Jane o desnudou e acariciou com desejo e saudade.

Enfim ela o conduziu para dentro dela. A medida que os dois se fundiam, as dobras revestidas de calor e umidade dela pedindo mais e mais da força e firmeza dele, os dois reconquistavam seu paraíso perdido. Quando finalmente ele estava por completo dentro dela, eles pararam e se entreolharam com cumplicidade e amor. Ali, palavras pareciam tão medíocres para descrever o quanto pertenciam um ao outro...

Então, Jane mordeu o lábio inferior e Kurt fechou os olhos. Ele sabia que dali em diante seria guiado por sensações celestiais. Ainda assim, a forma como ela se moveu o surpreendeu, ela tinha total domínio sobre os solavancos das ondas batendo contra a embarcação. O balançar natural do cruzador era usado como potencializador para empurrá-lo mais fundo dentro de si. Deus, ele não conseguiria se conter por muito tempo com ela desencadeando ondas de prazer tão fortes assim.

Tentando buscar um pouco de controle, ele abriu os olhos, mas o que viu só coroou sua entrega. Ela estava ali: plena, desafiadora, controlando cada movimento e sensação dele. Remi!

Num transe, ele cobriu com a mão direita seu seio e com esquerda se agarrou ao quadril dela numa súplica para que ela viesse logo e o libertasse para entrar em êxtase também. Compreendendo a necessidade dele, ela se apertou ao seu redor e, num movimento rápido, permitiu que ele estimulasse dentro dela os locais que a enlouqueceriam. Sabendo o que ela fazia, ele não se conteve mais. Em instantes seus corpos foram varridos pelo prazer.

Exausta, ela descansou a testa na dele. Os dois sabiam que deveriam se separar. Provavelmente os amigos já estavam à sua procura. Mas eles precisavam de mais um minuto ali.


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Notas finais do capítulo

Muito obrigada pela leitura.

Continuo aberta à sugestões e críticas de vocês. Alguma coisa que gostariam de ler nessa história? É só deixar nos comentários.



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