Eu estava em uma aula chata de Herbologia com a Lufa Lufa (sequer prestava atenção no que a professora falava e ficava apenas brincando com a minha varinha fazendo faíscas douradas pelo ar) quando a professora McGonagall apareceu na porta da estufa.
“Oh, posso ajudá-la?” Prof. Sprout perguntou parando sua explicação.
“Na verdade, era sobre aquilo que havíamos conversado mais cedo” a diretora da Grifinória falou.
Franzi o cenho e olhei para Draco que deu de ombros.
“Oh, sim sim!” A prof. Sprout exclamou se lembrando seja-lá-o-que-for que elas tinham conversado. “Pode levá-los”
Prof. McGonagall agradeceu com um aceno com a cabeça e se virou para os alunos.
“Os alunos da Sonserina recolham os seus materiais e, por favor, queiram me acompanhar” Ela falara e houve uma agitação entre os alunos da minha casa.
“O que será dessa vez?” Pansy murmurou mais para si mesma enquanto enfiava o livro de Herbologia em sua bolsa.
Continuei de cenho franzido, mas mesmo assim guardei meu material sem questionar. Os alunos da Lufa Lufa nos observavam curiosos e soltavam reclamações sobre nós estarmos saindo mais cedo da aula.
“O que você acha que é?” Draco perguntou asm muita emoção.
“Não faço a mínima ideia” falo seguindo o mar de alunos pelo corredor.
A professor nos levou até o segundo andar; ela caminhava pelos corredores com sua formalidade e sem dizer uma palavra, ignorando os burburinhos de especulações atrás dela. Ela abriu a porta de uma sala e fez um sinal para que entrássemos. E assim fizemos.
Ergo as sobrancelhas surpresa ao ver os alunos da Grifinória do quarto ano ali, sentados em um banco. Da para notar que eles também não esperavam nossa presença ali pelas suas expressões. Recebo olhares feios e os retribuo sem paciência. Draco, que estava ao meu lado, também encarava os grifinórios com um olhar intimidador.
“Ótimo, era tudo que eu precisava hoje” ele resmungou. “Ficar preso nessa sala com um bando de imbecis”
Ele falou alto o suficiente para que alguns alunos escutassem e lançassem olhares de ódio para nós.
McGonagall indicou o banco que estava do lado oposto de onde a Grifinória estava e mandou as meninas se sentarem de um lado e os meninos do outros. Notei que a Grifinoria também estava sentada nesse mesmo esquema.
“Bem, eu os reuni aqui para repassar um recado” ela começa alternando o olhar entre os alunos das duas casas. “Como tradição do Torneio Tribuxo, teremos um baile de inverno”
A sala se explode em comentários animados -alguns nem tanto. Olho para as meninas com os olhos arregalados e elas estão da mesma maneira que eu.
“Por favor, permaneçam em silêncio.” Ela pede com seriedade. “Na véspera de Natal, nós e nossos convidados iremos nos reunir no salão para o evento. Como representantes da escola anfitriã, eu espero que vocês não envergonhem a escola.” Ela olha principalmente para seus alunos. “Agora, o professor Snape me pediu que eu assumisse a missão de, além de ensinar meus próprios alunos, também os alunos da Sonserina...” Ela passa o olho no banco onde eu estava. “ a dançar”
“Dançar?” Eu repito baixinho para que só as meninas ouçam.
O salão novamente se encheu de burburinhos, desta vez as reclamações da parte dos meninos estavam mais altas.
“Por Merlin! Isso quer dizer que teremos um par?” Pansy fala excitada.
“Acho que sim” Karen fala no mesmo tom.
Eu não sei dançar, mas no momento eu não ligo nem um pouco para isso.
Novamente a professora pede o silêncio de todos, só que dessa vez foi mais difícil conter o ânimo.
“Dentro de toda garota existe um cisne prestes a se revelar” a professora fala e olha para as meninas.
Eu franzo o cenho. Cisne? Inclino minha cabeça um pouco para frente procurando Draco e ao cruzar meu olhar com ele nos dois temos que nos conter para não cair na gargalhada. Mordo minha bochecha interior na tentativa de conter minha risada, mas parece que eu não fui a única a tentar esconder a risada; Weasley do outro lado da sala dava risadinhas junto com Harry e Simas.
A professora ergueu uma sobrancelha para ele.
“E dentro de todo garoto há um leão pomposo pronto para se exibir” ela fala caminhando em direção à Rony. “Sr. Weasley queira me acompanhar” ela faz um sinal para que ele se levanta.
Weasley agora tem seu rosto e orelhas vermelhas. Ele se levanta relutante e a professora o leva até o meio da sala (estava difícil esconder a risada).
“Filch, pode ligar a música” ela diz pra o zelador (que eu nem tinha notado que estava ali no fundo com a Madame Norrrra nos braços). Ele ajeita a pequena vitrola que estava ali e uma música clássica soa por toda a sala.
Professora McGonagall posiciona a mão direita de Weasley em sua cintura e a outra a segura; Weasley agora estava tão vermelho quanto antes. Eu me engasgo com o riso preso na minha garganta e Karen da um tapa no meu ombro me mandando ficar quieta, mas era impossível!
Karen mesmo estava tendo dificuldades de esconder o riso e Pansy nem fazia questão de disfarçar.
A professora ensinava os passos para Weasley e mandava todos prestarem atenção. Não sei s posso chamar isso de dança, já que Weasley parece está tão duro que parece uma estátua.
“Muito bem! Pode voltar ao seu lugar” Ela fala depois de mais alguns minutos daquela tortura. Rony volta ao seu lugar quase que correndo e bate em Harry que estava rindo tanto que estava ficando com falta de ar.
“Agora vocês! Se levantam!” Prof. McGonagall fala e a sala imediatamente fica em um silêncio profundo.
Ninguém se atreveu a se levantar.
“Ora, não posso acreditar que estão intimidades com uma baboseira dessas! Vamos!” Ela fala indignada.
E então, não só surpreendendo a mim, mas também a todos que estavam presentes na sala incluindo a prof. McGonagall, Neville Longbottom se levanta do seu lugar e da dois passos à frente. Posso ver que ele esta respirando fundo várias vezes.
“Muito bem Sr. Longbottom!” A diretora da Grifinória fala um tanto quanto orgulhosa. “Agora uma menina, por gentileza”
O silêncio volta a parear o ar da sala. As meninas -tanto da Grifinória quanto da Sonserina- davam risinhos e cochichavam entre si. Ninguém se levantou.
Neville já estava vermelho com a demora de alguém aparecer. Ele estava de cabeça baixa e pelo canto do olho lançou um olhar para as meninas da Grifinória que automaticamente viraram o rosto -ele nem se atreveu a olhar para as da Sonserina. As risadinhas só tornavam tudo pior e o deixava mais desconfortável.
Respiro fundo e retiro minha capa.
“Ele pede para ser zoado” Pansy sussurra para mim e para a Karen.
Respiro fundo novamente e sem pensar muito me levanto do banco.
“Diana?” Pansy sussurra pra mim. “Que ‘cê tá fazendo?”
A ignoro e caminho em direção à Neville. Sinto olhares chocados sob mim, principalmente os da Sonserina -mas tento ignorar e não olhar para eles. Ao chegar na frente de Neville ele ainda olhava para baixo. Limpo a garganta.
“Posso dançar com você?” Pergunto e ele fica parecendo um pimentão de tão vermelho, mas ele balança a cabeça positivamente e eu ofereço um sorriso a ele.
“Oh, ótimo! Esse é o espírito! Filch pode colocar a música” McGonagall fala animada atrás da gente. “Agora, todos se levantem e tratem já de arranjar um par ou então será descontados 10 pontos de suas respectivas casas. Por cabeça!” Ela fala ameaçadora e em meio de reclamações todos começam a se levantar.
Filch ajeita a vitrola e uma música de baile começa a tocar. Sei que Neville não vai tomar iniciativa, então só puxo a mão dele para a minha cintura e seguro a outra assim como a professora havia feito com Weasley.
“Devo confessar que não sou uma boa dançarina” Falo tentando quebrar o gelo. E é verdade, nessa parte eu puxei o meu pai.
Neville da um sorriso tímido e começamos a dançar. Ele basicamente me guia durante toda a dança, me rodopia e surpreendente eu me divirto dançando com ele.
“Eu avisei que não era uma boa dançarina. Desculpe” Falo depois de pisar no pé dele... pela quarta vez. “Eu queria ter herdado esse dom da minha mãe”
Neville da um sorriso de lado.
“Eu aprendi a dançar com a minha vó, ela meio que me obrigava” Ele fala pela primeira vez.
“Pelo menos você não vai passar vergonha no baile” brinco e ele ri fraco.
A música chega ao fim e a prof. McGonagall diz para dançarmos pela última vez, só que agora era para trocar de pares. Agradeço a pela dança a NevilleC que só faz um aceno com a cabeça envergonhado antes de se afastar.
Procuro por algum dos meus amigos ao meu redor e vejo que Blaise já está dançando com Daphne e fico surpresa ao ver Fletcher fazendo uma reverência exagerada a Karen que só revira os olhos. Procuro por Draco entre todos os alunos e o vejo não muito longe de mim; ele estava parado em frente a uma menina da Grifinória que estava toda vermelha -provavelmente estava o convidando para dançar- Draco por sua vez estava com uma cara de tédio e olhava para a menina com aquele seu olhar frio. Dou risada e me aproximo deles.
“Já tem algum par?” Pergunto ignorando a presença da garota que arregala os olhos.
“Não” ele responde sem emoção e a menina solta um guincho antes de ir embora às pressas.
Quando ela já havia desaparecido eu e Draco soltamos uma risada e eu cruzo os braços.
“Já está recusando convites pro baile e quebrando corações” falo em tom de brincadeira.
“O que eu posso fazer? Elas me amam” ele fala no mesmo tom colocando as mãos no bolso.
“Oh não, já consigo até ver: um bando de garotas chorando desesperadas no banheiro ao serem rejeitadas por Draco Malfoy” falo com um ar dramático. “Será meses para recuperar o coração partido”
Ele revira os olhos com um sorriso divertido no rosto e puxa minha mão esquerda e a segura e coloca a outra em minha cintura. Posiciono minha outra mão em seu ombro. Outra música começa a tocar.
“Já estou até vendo a tortura que vai ser esse baile”
“Deixa de ser tão negativo, vai ser legal” eu falo. “Pelo menos iremos passar o natal juntos”
“Pela primeira vez” ele acrescenta.
Nunca passei o natal em Hogwarts, sempre ia para casa porque não queria perder a oportunidade ver minha tia e meu tio. Draco também nunca passou o natal em Hogwarts, mas sempre que eu perguntava como tinha sido o natal dele, ele apenas dava de ombros e murmurava alho como ‘legal’. Eu sempre quis convida-lo para passar o natal em casa, mas eu nunca fiz isso por causa do meu tio. Ele é trouxa, e eu sei muito bem como é o pensamento de Draco sobre trouxas e mestiços.
Não é como se eu tivesse vergonha, longe disso! Mas eu queria evitar esse conflito.
“Será divertido” falo com confiança.
Draco não fala nada e apenas me gira pelo braço me fazendo rir.

X

“É uma pena ser no Natal o baile, gostaria de ver minha família” falo me jogando em minha cama.
Já era de noite e eu estava com as meninas no nosso dormitório.
“Também estava planejando ver meus pais esse ano.” Karen comenta enquanto organizava alguns papéis sob sua cama.
“Eu já estou até imaginando meu vestido” Pansy disse animada enquanto se olhava no enorme espelho que tinha no nosso quarto. Ela se virou para gente com um sorriso. “Acho que irei usar verde”
“Clássico” Karen falou. “Uma Sonserina com orgulho como você, usando um vestido na cor verde, que é a cor da casa. Hm... Suspeito”
Pansy revira os olhos e ergue as mãos.
“Oh não, você me pegou” ela fala e eu dou uma risada. “Você fica linda em azul Karen, porque não usa um vestido dessa cor?” Ela pula na cama onde Karen estava e bagunça os papéis que a menina organizava.
“Vai demorar alguns meses até o baile Pansy, sossega” Karen volta a organizar os papéis e me lança um olhar. “O que está fazendo Diana?”
“Hm? Ah, só estou terminando de escrever uma carta pros meus pais.” Falo terminando de assinar meu nome na última carta, tomando cuidado para não borrar a tinta fresca. “Pronto! Amanhã tenho que ir para o corujal”
Eu escrevi três cartas. A primeira com destino aos meu pais, eu contava sobre como eu estava, as novidades de Hogwarts, e é claro sobre o baile. Também falo que não irei passar o natal em casa esse ano. Nas outras duas cartas eu conto tudo sobre Aaron e o que havia acontecido, mas envio somente a minha tia Margareth e a minha mãe -não quero meu pai lendo esse tipo de coisa, por isso envio separadamente para minha mãe.
“Pelo menos a Diana já tem um par pro baile” Pansy fala me fazendo a olhar. “Ou você não planeja ir com Aaron?”
Tenho a impressão que estou corada.
“Como Karen disse, ainda falta meses para o baile” a corto e ela dá uma risada.
“Não é como se fosse surpresa se Aaron te convidasse” Ela continua e eu apenas a ignoro.
“Draco vai ficar tão feliz com isso” Karen diz brincando com a voz sarcástica. E na mesma hora vejo que ela se arrependeu de ter dito aquilo.
O sorriso de Pansy desaparece no mesmo segundo e ela fecha a cara.
“Ele não tem nada com ela” ela fala ríspida e eu só desvio o olhar. “Porque você acha que ele ficaria com ciúmes? Eles são só amigos!”
Karen não responde e troca olhares rápidos comigo enquanto Pansy pega suas coisas.
“Eu vou tomar um banho” ela fala irritada e bate a porta do quarto ao sair.
Não é a primeira vez que Pansy fica desse jeito por causa de Draco, e não é novidade que ela gosta dele já faz alguns anos.
“Bem” falo tentando quebrar o clima depois que ela já havia ido. “Dessa vez ela não gritou, pelo menos”