Conte-me uma história escrita por Chão


Capítulo 5
Capitulo 5 - O Shopping


Notas iniciais do capítulo

Milkshake - Riverdale Cast é uma ótima musica para esse cap ;)



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E não aconteceu o que vocês estavam esperando. Pelo menos não desse jeito. 

             Estávamos terminando de dançar quando o rosto dele se aproximou do meu. A respiração quente e pesada, o cheiro amadeirado era de certa forma hipnotizante. E quando seus lábios iam tocar os meus, algo gritou dentro de mim e eu virei o rosto. 

            Eu sei, eu sei. "CARALHO MATHEUS QUAL O SEU PROBLEMA?", mas eu juro que foi um puro instinto. Sei lá. 

             Ele pediu desculpas e ficou sem graça. O que não era pra menos. E depois disso ele me perguntou se queria ir jantar no shopping, já que o meu estômago não parava de roncar. De início eu pensei em recusar. Tipo, eu neguei o beijo do garoto. E eu também estou tentando guardar dinheiro. O que está sendo uma luta, já que a comida fica me tentando.

            E bem. Aqui estamos sentados na praça de alimentação. E é estranho, já que no dia anterior eu estava literalmente terminando meu lindo namoro, só que não, logo ali na frente.

              Vinicius me perguntou sobre meu dia, e foi estranho. Ninguém, tirando a Isa, pergunta como foi o meu dia a séculos. 

              - Foi estranho. - respondi entre uma batata e outra. - Eu acordei batendo minha testa contra a parede.

              - Que? Você é sonâmbulo? - perguntou ele. E então tomou um longo gole de refrigerante. 

              - Não que eu saiba. - dei de ombro. Desembrulhei o lance e o encarei. Decepcionante viu. - Devia ta tendo algum pesadelo, sei lá. E você? 

            - Uma vez eu acordei dentro do banheiro, com o chuveiro ligado e eu embaixo dele. Não sei se dormi lá, ou fui andando até lá. 

            - Cada vez mais interessante. - mordi meu lanche, fazendo uma pequena cachoeira de molho cair. 

          Vinicius riu, e isso me fez rir também. E nós ficamos assim, por algum tempo. Eram 20h45min quando resolvemos andar pelo shopping. 

        Eu queria segurar sua mão, como um pedido de desculpas, mas acabei por me controlar.

         - Eu preciso fazer uma coisa. Me espera aqui? 

        - Se você for embora e me deixar aqui, pede pra algum segurança avisar pelo menos. - me sentei em um daqueles bancos de madeira que deixam nos corredores. 

         - Pode deixar. - ele sorriu e se afastou a passos rápidos. 

 

Vinicius

 

              Sua mente fervilhava em possibilidades para aquele beijo não ter acontecido. Mas todos os pensamentos voltavam ao mesmo ponto. 

            - Eu sou uma merda. - sussurrou Vinicius para si mesmo. 

            E então seus pensamentos mudaram de foco. 

            "Preciso concertar isso." Pensou enquanto caminhava para longe de Matheus. 

             "Algum presente deve resolver." 

               Seus dedos se agitaram enquanto ele entrava em uma loja aleatória. 

              Ele observou as pulseiras dentro dos cestos de amostra. Escolheu uma que agradou seu gosto. Então se abaixou, como se fosse amarrar o sapato, e a jogou pelo chão. A pulseira deslizou suavemente até se chocar contra um pequeno vaso. 

       O alarme soou de forma irritante. Um bip que ecoou até uma atendente o desligá-lo. 

            Vinicius olhou para os lados, assim como todos os outros clientes e funcionários. 

             - Ele vive quebrando. - disse uma atendente dando um sorriso sem graça aos clientes. - Perdoem o incomodo. 

            - Máquinas. - disse Vinicius, ele sorriu, e então saiu da loja. Abaixou-se ao lado do vaso e enfiou a pulseira no bolso, como se nada tivesse acontecido. 

 

Matheus

 

Ele surgiu no fim do corredor. As mãos enfiadas nos bolsos e um sorriso idiota no rosto. 

             - Vamos? - perguntou ele parando em minha frente. 

 - Claro. - coloquei a mochila no ombro e me levantei. 

            Caminhamos para a porta mais próxima. 

            Havia esfriado do lado de fora, e o vento gelado me fez tremer algumas vezes. 

            Seguimos em direção ao ponto de ônibus. Estava ficando tarde e eu precisava ir para casa. Infelizmente. Não que meus pais sejam paranóicos com horários, nada disso. Eles até que são legais em relação a isso. Eu só precisava pensar sobre as coisas malucas que aconteceram. 

            Paramos embaixo do ponto, agora vazio. 

            - Espero que não sejamos assaltados. - brinquei.

             - Eu tenho um presente pra você. - ele enfiou a mão no bolso esquerdo e puxou um objeto brilhante. 

             - Eita. - encarei a pulseira, que devia ter sido bem cara. - Não precisava. Quer dizer, não precisa na verdade.

            - Precisava sim. - ele segurou meu braço de forma suave. E então a colocou. 

       O metal frio deslizou por meu braço até parar em meu pulso. 

            - Desculpa por mais cedo. - nossos olhares se cruzaram. 

            - Não tem problema. - sorri. E então o ônibus surgiu. 

            - Te vejo depois? - perguntou Vinicius enquanto eu dava o sinal para o ônibus parar. 

            - Claro. - e então ele fez algo que me deixou sem reação. 

            Seus lábios tocaram minha testa de forma suave. 

            - Te vejo depois. - e então ele se virou e seguiu na direção de uma rua deserta. 

            Entrei no ônibus e observei enquanto ele se afastava, sua silhueta ficando cada vez menor. Até que o ônibus saiu e eu o perdi de vista. 

***

            Eram umas 21h50min quando eu passei pelo portão de casa. 

            Durante o trajeto não houve mensagens, ou algum sinal de vida dele. E só percebi o quanto havia ficado preocupado, quando digitei "Chegou Bem?" 

            E só consegui dormir quando ele respondeu com um "To vivo, só passei no Zac antes. Durma bem" lá pelas duas da manhã. 

      E dessa vez eu tive um sonho bom. Um sonho que eu desejei que acontecessem várias e várias vezes. 


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Notas finais do capítulo

Hey Pudins

Como prometido olha o cap novo ae gente.
Deixa aquela opinião marota que vai me animar a continuar.

Sai compartilhando ae pra ajudar o tio ♥



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