O Mito das Guerras Santas - O Legado dos Gêmeos escrita por Waulom Amarante


Capítulo 22
Capítulo XXII: Aqueles que Vem dos Sonhos


Notas iniciais do capítulo

Na Ilha da Rainha da Morte, Damien enfrenta seus fantasmas do passado literalmente, quando se depara com sua irmã mais nova trajando a Armadura Negra de Gêmeos.O cavaleiro fica sabendo do que havia acontecido com a ex-amazona após o fim da missão que havia realizado no local.
No entanto para vencer a inimiga que tinha o mesmo sangue que o dele o Cavaleiro acaba tendo que contar com a ajuda do espírito do irmão, Cosmo.
Agora o Cavaleiro de Leão e seu grupo se deparam com um novo mal...



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O vilarejo tinha uma atmosfera obscura. Mas não era somente o vilarejo, pensou o Cavaleiro que usava uma túnica preta e carregava nas costas uma urna dourada. Seus cabelos eram dourados como céu do amanhecer, seus olhos azuis como céu tropical.

Esse lugar… que ar macabro circunda esse espaço?

— Vai ficar mesmo pensativo ou vamos logo entrar no lugar? - perguntou a moça atrás dele.

— Lilian…

— Você está sentindo, como eu, o ar macabro desse lugar… - ele afirmou com a cabeça - nem de longe eu imaginava que o poder de um Espectro pudesse deixar uma assinatura tão maligna.

— Esse é o problema… esta assinatura não é o poder de uma Estrela Maligna. O que aconteceu aqui foi aproveitado do momento da libertação das 108 Estrelas, mas não é, definitivamente, algo relacionado aos Espectros. Vamos…

Eles saltaram pelo paredão em direção do vilarejo.

Templo de Athena, Grécia

Athena estava em seus aposentos finalmente descansando quando seus sonhos a arremataram para algum lugar diferente.

O espaço parecia se dobrar sobre si mesmo em curvas distorcidas. Dezenas de bilhões de estrelas, centenas de trilhões de luzes além, Athena se viu diante da imagem de seu maior rival. Naquele instante a deusa se viu trajando sua armadura, báculo e escudos empunhados e diante dela a imagem aterradora… como um anjo negro, trajando uma armadura de brilho obscuro empunhando uma espada de onde emanava um cosmo escarlate tenebroso, Hades surgiu diante de sua rival.

— Porque me trouxe até esse local Hades? - indagou a deusa.

— Precisávamos falar Athena. - respondeu, o deus, com calma.

— Hades, por mais uma era você volta a assolar esse mundo com suas atrocidades, culminando no sofrimento incessante dos seres humanos, como se já não tivessem que carregar consigo o fardo pesado e doloroso das vidas que levam…

— Você é uma deusa tola Athena! Acredita mesmo que os seres humanos são capazes de sair desse lamaçal a que pertencem por vias de seus puros sentimentos, como se isso fosse uma espécie de tábua de salvação!

— O amor dos seres humanos é algo que nós deuses jamais poderemos entender, Hades, e por não podermos entender rechaçamos e queremos castigar a raça humana como se fossem um tipo de ameaça!

— Os humanos são uma ameaça Athena! - vociferou o Deus dos Mortos -  Ao contrário do que você imagina em algum momento a soberba dos seres humanos será tão gigantesca que eles renegarão aos deuses e ansiarão por tomar nossos lugares, por estar acima de nós! Não é permitido a um mortal subjugar um Deus!

— E que tipo de Deus você vem sendo Hades? Um deus que outorga sofrimento? Um deus que impõe às almas sofrer pela eternidade, por menor que seja o erro nos atos comete?

— Athena… - ele deu uma risada leve, mas cheia de sarcasmo - você é considerada deusa da sabedoria e da justiça, mas está cega! Você em algum momento de nossas sangrentas batalhas já se perguntou porque eu escolho usar o corpo do jovem mais puro da era em que está predestinada a Guerra Santa?

— Seu corpo…

— Não, Athena, - ele a interrompeu de pronto - não estou falando do fato de que desejo preservar meu belo corpo, fruto da relação de Réia e Cronos, eu estou falando do motivo de eu escolher o corpo cujo habita a alma mais pura sobre a Terra…- ele desapareceu surgindo sorrateiramente atrás de Athena e falando-lhe ao pé do ouvido - É simples, Deusa da Terra, em todas as Guerras Santas que travamos eu provo a você que até mesmo a alma mais pura entre os homens pode ser corrompida pelas trevas e pela maldade. Venho lhe provando isso desde a eras mitológicas e você nunca pode fazer nada…

De certo, ao ouvir as palavras de Hades, Athena sentiu um aperto em seu peito, naquele momento ele estava certo… e foi quando ela sentiu sua mente se afastando velozmente daquele lugar e a voz de Hades se tornou um eco distante, porém nitidamente audível.
— Guerra Santa após Guerra Santa, você e seus cavaleiros assassinam a alma mais pura para salvar a humanidade da corrupção das Trevas… esse é o preço que sua fé nos humanos te obriga a pagar, Athena…

Roma, Itália

Nada havia ali além do silêncio. Um silêncio macabro. Era como estar ante ao próprio vazio, mas não era nada parecido com o que os cavaleiros tivessem presenciado em algum momento de suas vidas.

— Cészar, o que aconteceu com esse lugar? - a voz da amazona maneava um pouco de temor.

— É de dar calafrios. Eu nunca senti algo desse tipo em toda minha vida. É um estar e não estar ao mesmo tempo. Como se existisse aqui algo e ao mesmo tempo coisa alguma.

De repente todos os músculos dos corpos dos cavaleiros se retesaram. Uma sensação de pressão completa.

— Que cosmo é esse?

— É… é muito maior que o de um Espectro…

Diante dos cavaleiros surgiram quatro imagens dantescas. Protegidos por armaduras escuraso cosmo dos quatro era imenso e agressivo.

— Quem são vocês?! - vociferou o cavaleiro de Leão tomando a frente.

— Nós somos o Panteão dos Deuses do Sono. - respondeu uma quinta figura.

— Panteão… do Sono…?

— Eles são os deuses que regem o sono.

— Cinco deuses… agora faz mais sentido o que sentimos aqui antes. O alerta despertado pelo Santuário. O que vocês fizeram com essa região?

Um deles tomou a frente.

— Todos os habitantes dessas regiões foram conduzidos ao Mundo dos Sonhos…

— O que? - se espantou o Cavaleiro de Ouro.

O deus que tomou a frente gargalhou com deboche.

— O Imperador Hades, é um deus benevolente… ao invés de conduzir as pessoas desse vilarejo à morte violenta e dolorosa, Hades ordenou que todos fossem confinados em seus próprios corpos em um sono eterno e profundo.

— Malditos!

— Não… estamos sendo benevolentes com esses mortais… eles irão morrer tranquilamente sob a mortalha de seus sonos.

— Malditos! - os dentes do leonino chegaram a ranger…- Você diz que o fez aqui foi benevolência, mas na verdade você está selando o destino desses mortais! - o punho dele serrou-se ao lado do corpo do santo dourado - Que tipo de deus você diz ser? Um deus deveria guiar os humanos com benevolência e serenidade! No entanto, vocês apenas agem como carrascos! Vocês não são dignos… - seu cosmo se elevou com grandiosidade, as estrelas da constelação de Leo brilharam com intensidade sobre o cavaleiro - de se chamarem de Deuses!

Ele saltou em uma velocidade cujos olhos dos humanos não poderiam notar seu deslocamento. O punho fechado na altura do ombro envolto numa energia brilhante dourada como o brilho do próprio Sol. Porém seu corpo se esfriou completamente quando percebeu que seu alvo havia simplesmente desaparecido de sua mira.

— Acreditou mesmo, que eu um mero cavaleiro poderia atingir um Deus?

O sorriso no rosto do deus era estampado de sarcasmo. Com a ponta do dedo ele tocou o braço em riste do cavaleiro e imediatamente o membro veio a baixo como que se desligado.

O que aconteceu com meu punho? Foi como se tivesse sido desligado…

Você nunca vai tocar esse seu punho imundo num deus como eu…

Novamente o deus levantou seu punho divino contra o cavaleiro, porém nesse instante foi quando sentiu um poder atingir o punho em avanço. Porém ainda que se detido, ele percebeu que nem se quer o havia arranhado.

— Você nunca tocaria no meu líder… - a voz veio de trás de uma máscara.

— Amazona… de prata…

— Lilian de Serpens.


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Notas finais do capítulo

Na próxima Semana...
Capítulo XXIII: Vipera Mortiferum



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