Uma chance escrita por The Escapist


Capítulo 4
Capítulo 4




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Yuri estava decidido a não dar crédito aos próprios sentimentos. Convencido de que aquilo era apenas um amor platônico, como acontecera com Gustavo, no primeiro ano da faculdade: Lu colocara na cabeça que Yuri gostava do colega e ele acabou embarcando na onda da amiga, mas no final, Guto era heterossexual e começou a namorar uma garota de outro curso, o que colocou um fim nas suas esperanças.

Duvidava que Rodrigo fosse hétero, já tinha escudado conversas dele com Fernanda suficientes para saber que não era o caso, mas não ousava esperar que alguma coisa acontecesse entre eles.

Além disso, tinha um TCC com que se preocupar. Apesar de o semestre ter terminado, isso significava pouca coisa para os alunos concluintes. Junto com as notas finais da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I, Miguel deixou uma lista de livros e artigos para que ele aproveitasse as férias para ler e fazer fichamentos.

Porém, estar tão resolvido, não impediu que ele se envolvesse.

Mesmo que seu orientador tivesse deixado uma montanha de material para ele estudar, resolveu dar a si mesmo a primeira semana de férias, sem pegar em livros, precisava relaxar um pouco. Queria se formar, não ficar louco.

Trabalhar no escritório era mais fácil quando não tinha que sair direto para a faculdade, pôde perceber logo nos dois primeiros dias de férias.

Estava de pé de frente à copiadora, esperando que os documentos saíssem, quando Rose veio lhe entregar um pequeno envelope, que ele abriu e encontrou um convite dentro. Era o convite para a festa de aniversário de quarenta anos do escritório. Todo mundo estava muito empolgado e comentavam sobre isso o tempo todo. Ele também estava animado por poder ir a uma festa. Ou pelo menos estava, até receber o convite.

— Você vai levar algum acompanhante? — Rose perguntou.

— Não — gaguejou.

— Se você mudar de ideia, me avise com antecedência pra eu poder te dar o outro convite, ok?

— Tá, obrigado, Rose.

O motivo por que tinha ficado desanimado era que a festa seria um evento muito chique. A começar pelo local — um hotel cinco estrelas —, até o tipo de roupa que os convidados deveriam usar — passeio completo. Yuri teve que procurar no Google o que era passeio completo e não gostou muito da ideia. Claro que usava terno e gravata todo dia para trabalhar, mas não poderia vestir a mesma roupa com que ia para o escritório.

— Deixa de ser tonto, Yuri — Luciana ralhou com ele, depois de ouvir o drama todo. — Aluga uma roupa, mané.

Yuri balançou a cabeça.

— Isso não torna as coisas mais fáceis. Nunca fui numa festa assim, não sei nem como agir.

— Festa é sempre a mesma coisa, cara. É só sorrir e acenar. Relaxa, beber champanhe de graça não deve ser tão difícil.

Yuri resmungou qualquer coisa, mas no fim, acabou concordando com a amiga e ainda pediu a ajuda dela para resolver a questão da roupa.

Não era exagero quando dizia que nunca tinha ido a uma festa daquele porte. Nem sequer formatura, porque quando terminou o ensino médio, preferiu gastar o dinheiro da festa com um computador novo.

Quando chegou ao hotel, não pôde evitar se sentir um pouco deslocado. Demorou alguns instantes para localizar seus conhecidos, de modo que à primeira vista, sua impressão era de ter entrado na festa errada. Entre os convidados, sabia que havia juízes, promotores de justiça, mas tirando o pessoal do escritório, a única pessoa que conhecia era o professor Miguel. Descobriu naquela noite que além de ser sido professor de praticamente todos os advogados do escritório, Miguel havia sido colega de faculdade de Dr. Afonso.

Depois de localizar a mesa onde estavam os outros estagiários, foi sentar junto com eles e passou um tempo apenas observando e comendo os canapés que os garçons passavam servindo. Aos poucos, foi localizando todos os colegas. Rodrigo, Fernanda e Lúcia estavam juntos numa mesa, enquanto Álvaro estava junto com o pai e o sócio, Dr. Armando Borges, e suas respectivas famílias.

No começo, tudo parecia formal demais, porém, depois que Afonso e Armando fizeram seus discursos, relembrando a fundação do escritório pelos pais deles, quarenta anos antes, e agradeceram a todos que faziam parte daquela história, a festou se tornou mais dinâmica, as pessoas começaram a beber e se aventurar na pista de dança.

Yuri ainda se lembrava da última vez que tinha saído para beber com os amigos e teve que voltar para casa praticamente carregado por Luciana e Carol. Sem querer correr um risco semelhante, preferiu ficar só no refrigerante. Os canapés, por outro lado, estavam uma delícia e ele não estava de dieta.

Dali do seu lugar, viu Rodrigo e Fernanda dando um verdadeiro show de dança. Nunca teria imaginado que aquele advogado todo certinho fosse um pé de valsa. Todo mundo ficou admirado e aplaudiu quando eles terminaram.

De longe, viu quando Rodrigo aceitou uma taça de champanhe e a bebeu toda de uma vez, pegando outra logo a seguir. Viu Fernanda falar alguma coisa, dar uma risada e imitá-lo na bebida. E, o que mais lhe chamou atenção, viu Álvaro se aproximar de Rodrigo, falar alguma coisa ao ouvido dele que não pareceu agradá-lo, pois fez uma careta e continuou bebendo, como se ignorando o amigo.

— Vocês sabem se... — começou a perguntar, mas achou melhor mudar o rumo da pergunta. — Fernanda e Rodrigo estão juntos?

Juliana, sua colega estagiária deu uma risada.                            

— Ela está sempre tentando, mas Rodrigo é gay. Acho que ele tem um namorado, mas ninguém sabe quem é.

Yuri tinha uma suspeita. Perguntou-se se mais alguém também pensava o mesmo.

Temendo já estar dando bandeira, parou de observar o comportamento de Álvaro. Àquela altura, ninguém estava mais sentado, quem não estava dançando, ficava circulando pela festa, conversando ora num grupo, ora em outro. Assim, a noite foi avançando e, mesmo sem consumir álcool, ele conseguiu se divertir. Até dançou com Juliana e depois com Fernanda, embora morrendo de vergonha porque mesmo tendo quase 1,8 metro, ainda se sentia um anão perto dela.

Enquanto conversava com Lúcia e Rose, que pareciam ser as únicas além dele que não estavam bebendo — provavelmente por estarem ambas grávidas — viu que Rodrigo estava começando a passar dos limites. Era possível perceber isso pelas bochechas vermelhas, além de ele mal conseguir ficar em pé.

Quando foi ao banheiro dispensar uma parte do refrigerante que havia bebido, foi que as surpresas começaram. Em vez de usar o mictório, entrou em um dos cubículos e fechou a porta. Aproveitou para pegar o celular e checar as mensagens. Estava entretido lendo a conversa do grupo da faculdade quando começou a ouvir vozes.

Acho que eu não te devo satisfação — uma voz enrolada dizia.

Você está dando vexame — a outra respondeu.

Yuri não teve dificuldades em reconhecê-las. Pertenciam a Rodrigo e Álvaro.

Por que você está fazendo isso, cara? — Álvaro continuou, tentando soar conciliador. — Vamos embora, eu te levo pra casa.

Não vou pra lugar nenhum com você, Álvaro, me deixa em paz.

Tudo ficou em silêncio, então ouviu o som de passos, mas antes de pensar que eles estavam se afastando, houve o som de algo colidindo exatamente com a porta do cubículo onde ele estava. Teve um susto tão grande que quase derrubou o celular no vaso. Quase prendeu a respiração, esperando que logo sua presença fosse percebida, o que não aconteceu. Ao contrário, ouviu outro barulho, um som que poderia julgar ser de mãos espalmadas na porta. Tentou, mas não conseguiu evitar imaginar a cena. Um dos dois estava com as costas coladas à porta, o outro com as mãos acima dos ombros do primeiro, prendendo-o ali. Não podia ter certeza, mas acreditava que a respiração ofegante que ouvia era resultado de um beijo ardente.

Eu disse pra você me deixar em paz — era a voz de Rodrigo de novo, e logo depois, pôde ouvir passos se afastando. Pouco depois, os de Álvaro o seguiram.

— Puta que pariu — murmurou de si para si quando saiu do cubículo. Teve que jogar um pouco de água fria no rosto para clarear as ideias. Aquela situação era a tradução perfeita de se estar no lugar errado e na hora errada. Ficou pensando no que faria com aquela informação e concluiu que não havia nada a fazer. Claro que saber daquilo praticamente eliminava suas chances, mas elas nunca tinham sido grandes mesmo, então não era como se fizesse alguma diferença.

Voltou para a festa e tentou agir naturalmente, mas mal colocou os pés no salão, Álvaro se aproximou.

— Yuri, você bebeu? — ele perguntou.

Levou alguns segundos para que o rapaz processasse a pergunta e se convencesse de que Álvaro não o tinha visto no banheiro. Apenas balançou a cabeça em negativa.

— Preciso de um favor.

— Ok.

— Você sabe dirigir? — Yuri assentiu novamente. — Você vai precisar levar o Rodrigo em casa.

— Por que eu? — questionou, quase choramingando. Havia tanta gente ali, e além disso, Álvaro poderia simplesmente colocar o amigo dentro de um táxi, por isso tinha a impressão de que ele sabia que os tinha visto.

— Foi a primeira pessoa sóbria que encontrei. Você pode ou não fazer isso?

— Tudo bem.

Contudo, convencer Rodrigo a deixá-lo dirigir a preciosa BMW foi a parte mais difícil. Alguns bêbados ficam felizes, outros relaxados ou agressivos; Rodrigo estava num estado que era um misto de tudo isso: ora ele ria sem motivo, ora fazia uma cara séria, e às vezes parecia que estava doidão.

Depois de várias tentativas, finalmente, conseguiu fazê-lo lhe entregar as chaves e sair da festa sem se despedir de ninguém: para a imagem dele isso era melhor do que falar cuspindo em cima de Dr. Afonso ou de algum convidado.

— Tem certeza que sabe dirigir? — Rodrigo falou, na versão bêbado chato, enquanto Yuri olhava para o painel do carro com uma expressão de dúvida.

— Não deve ser diferente de qualquer outro carro — resmungou, colocando a chave na ignição e girando-a. O painel se iluminou e ele ficou ainda mais confuso com tantas luzes.

— Não compara o meu carrão com um ponto zero, cara — o bêbado balbuciou.

— Rodrigo, coloca o cinto e fica calado, ok? — Yuri mandou, confiando na possibilidade de, no dia seguinte, Rodrigo ter esquecido tudo.

Ainda resmungando, Rodrigo se aprumou no banco e estendeu a mão para mexer na central multimídia do carro. Yuri pensou que ele iria colocar alguma música brega para tocar, mas logo percebeu que ele estava ativando o GPS. Depois disso, a única voz dentro do carro foi a da moça mandando “virar à direita a trezentos metros”.

Percebeu que Rodrigo estava cochilando quando chegaram ao endereço dele. Era um prédio enorme, com uma fachada bonita, feita de vidros espelhados. Parou o carro, sem desligar o motor. Havia um porteiro na guarita, que só abriu o portão depois que Rodrigo despertou para dar um aceno.

Mesmo morto de bêbado, ele conseguiu ensinar o caminho até sua vaga para Yuri. Depois de estacionar, tentou sair do carro sozinho, mas tropeçou nas próprias pernas e ficou escorado no veículo. Yuri teve que ajudá-lo a caminhar até o elevador.

— Tô bem, tô bem... — ficou repetindo, embora não tenha conseguido nem sequer apertar o botão do elevador. Yuri tocou no número e ao chegarem ao hall do apartamento, Rodrigo tirou as chaves do bolso, mas as deixou cair.

— Caraca, velho, você sempre bebe desse jeito? — resmungou, apanhando as chaves; a seguir, abriu a porta e deixou que Rodrigo entrasse na frente, mas teve que segurá-lo mais uma vez para evitar que ele caísse.

Naquele estado, o ideal seria um banho gelado antes de ir para a cama, mas Yuri duvidava que ele conseguisse ir até o banheiro sem cair no caminho, e não estava disposto a levá-lo até lá. Isso já estava além do que poderia fazer. Depois de arrastá-lo até o quarto, apenas retirou os sapatos dele.

— Ahm, tem mais alguma coisa que eu possa fazer por você, Rodrigo? — perguntou, embora torcendo para que não houvesse, pensava já ter gastado sua cota de boa ação por uma noite.

— Não.

— Ok, então eu vou nessa. Fica bem, descansa aí.

Yuri ia dar as costas para deixar o quarto, quando Rodrigo o chamou de volta.

— O que foi?

— Vem cá, senta aqui, Yuri — falou, batendo com a mão no colchão. Ele insistiu tanto que Yuri acabou obedecendo. — Você é um bom garoto, sabia?

— Sabia, sim. Aliás, bom não, eu sou ótimo.

Rodrigo começou a balbuciar palavras ininteligíveis naquela língua de bêbado. A princípio, Yuri não entendeu nada, queria ir embora, mas cada vez que fazia menção de se levantar, Rodrigo segurava sua mão e, choramingando, pedia que ele ficasse, e voltava a repetir que ele era um bom garoto ou qualquer variação desta frase.

— Mas a culpa é minha, fui eu quem deixou as coisas chegarem nesse ponto, porque sou idiota, trouxa, otário.

— Rodrigo, acho melhor eu ir embora...

— Ele teve coragem de me beijar hoje! — Rodrigo elevou o tom de voz, assustando Yuri.

— Você não quer me contar essas coisas, cara — sugeriu.

— Que tipo de homem faz isso?

Rodrigo continuou chorando suas pitangas. Num instante, ele contou coisas que provavelmente jamais contaria se estivesse sóbrio. Depois de ouvi-lo por alguns minutos, Yuri começou a ficar com pena.

— Parece que você gosta mesmo dele, cara...

— Eu amo aquele desgraçado.

— Mas ele é casado...

— Eu sei, estava lá, fui padrinho. Era pra ter sido só daquela vez, só a despedida de solteiro, mas eu... sou fraco e covarde. Eu o odeio tanto.

Yuri desejou sinceramente poder dizer alguma coisa que o consolasse, mas sabia que nem mesmo confessando seus próprios sentimentos por Rodrigo, poderia ajudá-lo. Aliás, sentiu-se um tanto egoísta naquele momento, porque estava pensando que aquele relacionamento de Rodrigo era tão doentio que o deixava cego para qualquer outra possibilidade, de modo que não se via com coragem para se declarar e correr o risco de ser rechaçado.

Ainda demorou um tempo considerável para que o bêbado parasse de falar e adormecesse. Como já era tarde e havia perdido o metrô, Yuri decidiu dormir no apartamento de Rodrigo. Suas outras opções eram chamar um táxi — que custaria uma grana àquela altura —, ou pegar o carro dele emprestado, o que não lhe parecia correto, pois seria se aproveitar da situação.

Bem, dormir na casa dele sem convite também era um tipo de invasão de privacidade, mas depois de tê-lo carregado até ali, era o mínimo que poderia esperar em retorno. Porém, mesmo imaginando que houvesse um quarto de hóspedes, foi se deitar no sofá da sala — que era tão confortável quanto uma cama, para falar a verdade.

Dormiu muito bem e quando acordou de manhã já sentiu o cheiro de café. Ficou sentado no sofá e coçou os olhos, perguntando-se se era Rodrigo quem estava na cozinha ou talvez alguma empregada. Pegou o celular que havia deixado sobre a mesinha de centro e viu que já era mais de onze horas. Seu paletó e a gravata estavam em cima da poltrona ao lado, os sapatos no chão. Pensou em calçá-los e ir embora à francesa, mas antes que pudesse fazer isso, um Rodrigo banhado, de cabelos lavados e barba feita apareceu na sala.

Ele estava usando uma camiseta branca e um short xadrez. Apesar do estranho da situação, Yuri foi incapaz de não reparar no peito largo e nos braços musculosos.

— Bom dia — disse.

— Bom dia, Yuri. Fiz café — Rodrigo deixou o convite implícito e virou as costas, indo em direção à cozinha. Yuri o seguiu e encontrou uma mesa farta preparada. Havia mamão cortado, torradas, queijo, presunto, geleia, leite, além do café preto.

— Você fez tudo isso?

— Sim, acordei com fome. Deve ser a ressaca. Por favor, fique à vontade. — Indicou a cadeira à frente da sua, então se sentou e começou a se servir. — Obrigado por ter sido minha babá ontem à noite — acrescentou, parecendo um pouco constrangido.

— Hm, não há de quê.

Yuri estava se sentindo um pouco sem jeito também, era como se houvesse um elefante branco ali no meio dos dois. Mas seu estômago, menos tímido, reclamou, e ele começou a se servir.

— Sobre o que aconteceu ontem... — Rodrigo recomeçou.

— Eu não...

— Lembro de tudo, Yuri, infelizmente não sou desses que bebe e esquece. — Rodrigo tomou um gole de café, depois deixou a xícara sobre a mesa e passou as mãos nos cabelos, soltou um suspiro. — Me desculpe por ter te arrastado pro meio disso tudo.

Yuri apenas balançou a cabeça, sem saber o que poderia dizer. Depois os dois ficaram um instante em silêncio.

— Sei que não tenho nada a ver com a sua vida, mas... — Yuri começou, incapaz de ignorar o que estava passando por sua cabeça. — Acho que ele não te merece, Rodrigo.

— Isso não vem ao caso agora — Rodrigo respondeu, balançando a cabeça como se quisesse rechaçar a ideia. — Está tudo acabado entre nós.

— É que ontem você não agiu como se estivesse acabado.

— Olha, eu sinto muito que você tenha escutado as coisas que falei, mas isso não significa que você tenha direito de se meter na minha vida — assim que as palavras deixaram sua boca, percebeu que elas soaram muito mais hostis do que tinha planejado. Ele cobriu o rosto com a mão e ficou assim por alguns segundos, depois encarou Yuri. — Desculpe... Só queria não falar disso.

— Ok, tudo bem. — Yuri quase mordeu a língua para evitar que dissesse a Rodrigo o que estava pensando: que fazer de conta que nada tinha acontecido não iria resolver os problemas dele, e que ele precisava de um pouco de amor-próprio. Mas preferiu se calar. — E não precisa se preocupar, não vou falar sobre o que aconteceu ontem com ninguém.

— Obrigado.


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