Doce Natal escrita por Marina Louise


Capítulo 3
Capítulo 3




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Inclinando-se sobre o berço, Lisbon olhou docemente para o filho enquanto o ajeitava sob o cobertor. Finalmente havia conseguido fazer pequeno dormir. Como se não bastasse o susto que Bella lhe dera mais cedo, Gabe havia ficado extremamente agitado depois que voltaram do hospital, fazendo ela e Jane correrem atrás dele pela casa por horas a fio. Desde que seu menininho tinha começado a engatinhar, ela havia feito questão de dizer a Patrick que ele estava experimentando na própria pele o que a fazia passar quando saía feito um trem desgovernado por aí. 


Isabella costumava aprontar das suas, mas, no geral, era tranquila e bem comportada. Já Gabe, a cada dia que se passava, mostrava mais que era igualzinho ao pai, tanto na aparência quanto na personalidade. E os três, definitivamente, acabariam deixando-a com todos os cabelos brancos antes dos cinquenta, ponderou com um enorme sorriso adornando os lábios e acariciando levemente as mechas douradas na cabeça do garotinho antes de se afastar do berço. Precisava verificar Jane e Bella, e, principalmente, descobrir o que o marido estava aprontando agora. 


A agente ainda estava furiosa com o que ele havia feito mais cedo, quando estavam saindo com Bella para o hospital, e agora que a filha estava pedindo a cada segundo para que Patrick lhe comprasse um cachorro, não queria deixar os dois ficarem sozinhos por muito tempo, ou ele acabaria cedendo, mesmo ela tendo proibido. 


Após ligar a babá eletrônica e colocá-la sobre o criado mudo, ao lado do berço, a morena saiu do quarto do filho e caminhou diretamente para o quarto de Bella, mas, assim que adentrou o ambiente, sentiu o coração derreter com a cena que encontrou a sua frente. 


Sua garotinha, que agora estava ostentando oito pontos na testa, um gesso no braço direito, e diversas escoriações nas mãos e na perna, estava enrolada em seu edredom da princesa Bela, totalmente adormecida e usando o tórax do pai como travesseiro enquanto ele lia em voz alta para ela o primeiro livro de Harry Potter. 


“Patrick.” Ela sussurrou, para não acordar a filha. 


“Ei! Não escutei você entrando.” O loiro fechou o livro, finalmente notando que Bella estava dormindo e olhando para Lisbon com um sorriso. “Gabe dormiu?” 


“Desmaiou.” A agente bufou. “Acho que nem um terremoto acorda ele.” 


“Ainda bem.” Jane segurou uma risada para não acordar a filha. “Não tenho mais idade para tantas emoções e tantos esforços físicos .” Ele cuidadosamente se ergueu, tirando a filha de cima de si e colocando-a no travesseiro para poder se levantar. 


“Não foi o que você me disse na noite passada e essa manhã.” Ela o provocou. 


“Acontece que por você eu estou disposto a fazer qualquer loucura.” Afirmou, caminhando na direção dela com um olhar malicioso e um sorriso predatório nos lábios. “Agora que você mencionou, eu acho que deveríamos aproveitar que as crianças estão dormindo para continuar os exercícios físicos que estávamos praticando quando a Bella nos interrompeu hoje de manhã cedo.” 


“Nem pense nisso.” Lisbon avisou, tentando manter a voz neutra. Jane estava olhando-a de uma forma gulosa e ao mesmo tempo amorosa, e isso a estava deixando completamente trêmula. “Depois do que você aprontou hoje, eu deveria é colocá-lo para dormir no sofá!” 


“Teresa...” O loiro piscou, atordoado. 


“Jane...” A agente arqueou a sobrancelha, virando-se e caminhando em direção ao próprio quarto. 


Patrick soltou um suspiro enquanto observava Lisbon ir embora. Sabia que ela tinha ficado zangada com ele por ter hipnotizado Bella mais cedo, mas não esperava que ela fosse levar a raiva a esse ponto. Não era como se ele tivesse tido muita escolha. Que espécie de pai ele seria se deixasse sua princesinha sentindo dor? Pensou, amargamente. 


Balançando a cabeça, ele acendeu a lâmpada do pequeno abajur que ficava ao lado da cama de Bella, depositando um beijo na testa da menina antes de se afastar, apagando a luz do quarto e deixando a porta um pouco entreaberta para que ele e Lisbon pudessem escutá-la caso ela os chamasse no meio da noite. 


Parando por um instante, o loiro respirou fundo, e, quando criou coragem, seguiu em direção ao final do corredor, entrando em seu próprio quarto, para finalmente encarar a fera. 


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