As crônicas de Animadria. "Guerras no Norte." escrita por Lord JH


Capítulo 8
O vale dos elfos.


Notas iniciais do capítulo

Tulv e Floriel discutem a relação enquanto Tangara e Trevor desenterram fatos do passado.



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O vale dos elfos era o lugar mais ricos em frutas e belas plantas em todo o continente do Sul. Muitos elfos, orcs, Goblins, Gnomos e fadas viviam e plantavam neste lugar.

Fazia apenas dois dias que os navios pesqueiros retornaram dos mares do Sul cheios de sardinhas, atuns, anchovas e xaréus fresquinhos.

Tulv estava em seu dia de folga, e observava os centauros de Berunia chegarem com carroças cheias de lenha e madeiras raras, para trocar pelos peixes pescados pelos elfos no mar.

— Oba, eles chegaram, eles chegaram! — Gritava a pequena fada Floriel em alegria ao avistar os centauros, cavalos e unicórnios.

— Acalme-se, Floriel. Parece que você nunca viu lenha ou madeira na vida. — Indagou Tulv pensativo e de mau humor na janela.

— Nossa, Tulvinho... O que houve para todo esse mau humor? Acordou com a perna esquerda foi? — Zombou a fadinha loirinha e de belos olhos verdes ao voar e pousar no ombro do belo elfo loiro.

— Ah... — Suspirou o elfo fatigado. — Desculpa o mau humor, Flori, mas eu não dormi quase nada esta noite. Eu queria tanto ter ido junto com os pescadores pegar peixes no mar do Sul, mas eu estava de guarda justo no dia em que eles saíram. Agora eu vou ter que pegar os peixes que a Fraudélia quiser dar para os guardas. Aquela maldita princesa élfica... — Resmungou Tulv revoltado.

— Ei, não fala assim da princesa, seu louco. Você ainda trabalha para ela, lembra? — Censurou Floriel ao voar na frente do rosto de Tulv e apontar o dedinho indicador para o rosto do elfo.

— Eu sei, Flori, mas não é você que tem que guardar a porta dela enquanto, Magnus, o chefe da guarda, entra nos aposentos dela para discutir “termos de reinado”. — Zombou Tulv com um sorriso desdenhoso no rosto.

Floriel apenas concordou, mas ao pousar no parapeito da janela, falou — Mas ela é uma princesa, e desde que o rei foi assassinado e a rainha está incapaz de se mover e governar, é mais do que normal ela ter que lidar com os assuntos do vale. —

— Sim, ela se empolga tanto com os assuntos do vale que as vezes até escutamos gemidos de empolgação. — Zombou Tulv com um olhar e um sorriso pervertido.

— Tulv! — Exclamou Floriel ao corar e ficar completamente envergonhada com o sutil comentário.

— Hahaha... Me desculpa, Flori. Às vezes eu me esqueço o quanto você é envergonhada com estes assuntos. Hihihi... Perdão. — Se desculpou o elfo tentando conter o riso.

— Hunf! Francamente Tulv. Nem sei porque gosto tanto de você. — Resmungou Floriel ao ficar emburrada e fazer biquinho.

— Hihihi... Perdão, Flori. Eu também gosto muito de você. Se não fosse as nossas diferenças de tamanho eu realmente faria de você a minha noiva. — Falou Tulv ao olhar para a fadinha e sorrir sinceramente.

Floriel corou como nunca antes e após respirar profundamente, falou — Mas você podia ao menos tentar, não é? —

Tulv riu baixinho com o comentário da fadinha e após olhar para a pequena criatura que corava envergonhada como nunca antes, respondeu — Sim, nós podemos tentar, mas acho que não teremos muitos resultados. Já que você tem no máximo o tamanho do meu rosto. Hihihi... —

Ofendida, Floriel então retirou uma de suas sandálias feitas com fibra de flores e jogou no rosto de Tulv, ao gritar — Racista! Hunf.

— Hahahaha... — Gargalhou Tulv feliz. — Eu não sou. Afinal, se eu fosse, nem sequer aceitaria você aqui em casa. Hihihi... —

— Que seja. Como punição eu vou passar o resto do dia e da sua noite na sua casa e ao seu lado. Hunf! — Murmurou Floriel emburrada e orgulhosa.

— Hêhehe... Tudo bem. Você pode ficar. Contanto que tome cuidado para não ser esmagada na cama, por mim tudo bem. — Falou Tulv ao sorrir e devolver a sandália para Floriel.

— Hunf. Seu bobo. — Resmungou a fadinha ao reclamar e recolocar a sandália no pezinho esquerdo.

Foi então, que pela janela, Tulv avistou Tangara, o líder mestiço dos centauros de Berunia se aproximar para falar com Trevor, o elfo mestre dos navios do vale dos elfos.

Tangara era um centauro forte e de cor branca como se o seu pelo fosse feito por partes da lua. Seu corpo era quase todo de centauro, exceto pelo belo e longo chifre que ele ostentava no meio da testa, que demonstrava a sua metade unicórnio por parte de pai.

— Tangara! Finalmente você chegou. Finalmente veio se preparar para os frios do inverno? — Brincou Trevor, o elfo de longos e belos cabelos azuis roxeados e lábios purpuras.

— Sim, Trevor, e também vim trazer lenha e madeira para você se aquecer e fazer artesanatos neste inverno. Tenho de todos os tipos, carvalhos, olmos, pinheiros, e até cerejeira. Também trago um pouco de cânhamo e linho se estiver interessado. — Falou o forte centauro mestiço ao sorrir e apontar para a carroça cheia de produtos atrás dele.

— Ótimo. Vamos negociar e ver quantos peixes deliciosos você levará para casa desta vez. — Respondeu o elfo contente.

— Sim, mas antes me diga, como estão as coisas aqui pelo vale? Ouvi os pássaros falarem que a rainha nunca mais foi avistada fora de seu quarto. — Questionou Tangara com certa curiosidade.

— Sim, desde que aquele minotauro perfurou a coluna dela com uma lança na última guerra, ela nunca mais foi a mesma. Ainda mais depois da morte de seu marido pelas mãos da própria filha adotiva deles, foi a partir daquele momento que ela realmente nunca mais foi a mesma. — Respondeu Trevor pensativo e melancólico.

— Até hoje eu ainda não acredito que a garota Merania pôde fazer aquilo com o homem que a acolheu e lhe deu amor. Por qual motivo haveria ela de querer matar o próprio pai? — Questionou Tangara desanimado.

— Eu não sei, mas é isso o que esses elfos negros fazem. Pode me chamar de preconceituoso se quiser, mas se não fosse por Magnus que heroicamente salvou a vida da princesa Fraudélia, Merania teria feito mais de uma vítima aquele dia. — Comentou Trevor enojado.

— E o que houve com ela? Merania fugiu, não foi? Ninguém nunca a encontrou? — Perguntou Tangara mais curioso ainda.

— Aparentemente não. — Respondeu Trevor mais enojado ainda. — Dizem que ela fugiu para o Norte, provavelmente para tentar encontrar apoio entre o povo dela. Se você quer saber eu espero que ela tenha congelado ou morrido de fome. Se não fosse por ela nós ainda teríamos o nosso belo e corajoso rei Silvri. — Explicou Trevor profundamente amargurado.

— Bom, tudo o que nos resta é que ela fique por lá e nunca venha para o Sul novamente. — Falou Tangara tentando quebrar o clima depressivo.

— Sim, acho bom mesmo. Pois se algum dia ela retornar....  Bem, muitos elfos lutarão para conseguir a cabeça dela para presentear a rainha. — Falou e cuspiu Trevor antes de fechar o punho com força e finalizar a conversa.

 


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Notas finais do capítulo

Continua...



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