As crônicas de Animadria. "Guerras no Norte." escrita por Lord JH


Capítulo 7
A princesa da noite.


Notas iniciais do capítulo

Ulrk e Merania decidem como agir a conquista de Valokia.



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O vento frio ecoava pelos picos montanhosos dos rochedos. E em uma caverna no alto de uma montanha, uma elfa negra preparava poções e unguentos.

A subida até o topo fora difícil, mas depois de um bom tempo, Ulrk finalmente chegara na entrada da caverna.

Duas águias gigantes e um lince vigiavam a entrada, mas como conheciam Ulrk, nada fizeram ao avista-lo.

— Bom dia Asgaroth, bom dia Azoth. — Falou Ulrk ao olhar para as duas enormes aves de rapina.

— Bom dia Ulrk. Retornou da batalha? — Perguntou Asgaroth, a irmã de cabeça vermelha.

— Sim, Valokia caiu, e eu estou aqui para dar as notícias á bela dama. — Respondeu Ulrk ao se acocorar e admirar o belo lince.

— Este é Velnor. Conhece as montanhas como ninguém. — Falou Azoth, o irmão de cabeça branca.

— Que bom. Quantos invernos você já viveu, Velnor? — Perguntou Ulrk ao se levantar e limpar um pouco de neve que lhe cobria os ombros.

— Três, senhor. Mas andei por essas montanhas desde o dia em que minha mãe me tirou da toca. — Respondeu o lince com confiança.

— Ótimo, se um dia eu precisar de um guia eu o chamarei, agora se vocês me dão licença, eu preciso falar com a princesa negra. — Falou Ulrk ao passar pelas aves e adentrar na caverna.

Lá dentro o cheiro de ervas e feitiços era ainda pior, mas diferente dos outros animais, Ulrk gostava, pois, o cheiro lhe fazia lembrar dela, a dama de seus sonhos.

— Já retornou, meu guerreiro? — Perguntou Merania sem precisar se virar para saber que era Ulrk, seu amado, que estava ali.

— Sim, minha senhora. Valokia caiu. A cidade e os seus barcos são seus. — Respondeu Ulrk ao se aproximar e tocar o longo e belo cabelo negro de Merania.

— Ótimo. Como foi que vocês fizeram? — Perguntou a elfa ao se virar e mostrar os seus belos e profundos olhos azuis-gelo.

— Fizemos da maneira que você falou. Esperamos até o anoitecer, cercamos a cidade e deixamos que Velgert, Gnoria, Galbur e Ereneu, queimassem tudo. Menos os barcos, é claro. — Respondeu Ulrk com sinceridade.

— Sábio. E alguém conseguiu escapar? — Perguntou Merania com olhos azuis de preocupação.

— Apenas aqueles que voaram e escaparam de nossas aves de rapina. O resto todo queimou ou morreu enquanto tentavam escapar da cidade em chamas. — Respondeu o guerreiro ao acariciar o rosto e a pele negra-arroxeada da bela elfa negra.

— Então temos que nos apressar. Pois logo a notícia de que Valokia foi queimada chegará ao ouvido dos elfos, orcs, gigantes, anões e humanos de Crisália. E acredite, eles não ficarão nada contentes ao ouvir isso. — Explicou Merania bastante esperta.

— Então partiremos ao amanhecer. Direi para os outros escolherem apenas os melhores e os mais uteis para levarmos. Deixaremos os mais fracos e aqueles que não queiram partir. — Falou Ulrk enquanto admirava fixamente o rosto da bela elfa.

— Quantos barcos nós temos em Valokia? — Perguntou Merania curiosa.

— 27. Dezessete navios, quatro barcos menores de pescador, e seis canoas. O resto queimou ou foi levado por aqueles que conseguiram escapar pela água. — Respondeu Ulrk detalhadamente.

— Tem algo de útil dentro dos navios? — Perguntou Merania ao pegar uma cuia de barro cheia de tinta negra, se aproximar do braço esquerdo de seu líder de guerra, e desenhar um símbolo antigo em seu braço.

— Sim. Alguns tem peixes, outros vasos de cerâmicas e barro cozido, linho, seda, trigo, milho, cânhamo, batatas, cenouras, rabanetes, outras verduras, raízes e outros tipos de cereais. — Respondeu Ulrk enquanto tentava ver o que Merania desenhava em seu braço.

— Ótimo, pelo menos não passaremos fome ou chegaremos de mãos vazias nas praias do Sul. — Sorriu Merania ao finalizar o símbolo feito com tinta preta e admirar o seu trabalho.

— A quantidade de navios não é suficiente para todos os nossos aliados, é por isso que nós temos que escolher quem vai e quem fica. — Relembrou Ulrk á Merania.

Porém a bela elfa apenas sorriu e ao segurar as mãos do líder, falou — Eu deixarei você decidir quem vai e quem fica. Pois sei que você fará isso melhor do que eu. Porém lembre-se de colocar as canoas dentro dos navios e manter os orcs marinheiros sobre extrema atenção. — Alertou Merania com certa desconfiança pelos orcs.

— Sim. Nós partiremos amanhã à noite até Valokia. E talvez em 15 dias nós chegaremos ao Sul. — Explanou Ulrk esperançoso.

— Pelo visto aprendeu que a noite é a melhor hora para se mover. Será que você já sabe quem vai deixar para trás? — Perguntou Merania com um sorriso frio e sedutor.

Ulrk sorriu ao perceber o olhar belo e sádico de sua senhora, e ao tocar nos seus lábios purpura com a ponta do dedo polegar direito, respondeu — Pretendo deixar as raposas, algumas hienas gulosas, e é claro os trolls e os gigantes de gelos, já que eles só sobrevivem no gelo e na neve. E segundo os pássaros ainda não está nevando no Sul. —

— Boa escolha. Também nomeie Kilbar, o gigante de gelo, como líder do grupo que ficar. Você sabe como ele é orgulhoso e provavelmente ficará furioso se for deixado para trás sem nenhuma honra. — Sussurrou Merania com um sorriso sapeca no rosto.

— Sim, furioso como um balrog é como o chamam nos campos de gelo. — Comentou Ulrk com um sorrisinho de desprezo no rosto.

— Ele é no máximo um lich, se comparado com Ulrk, líder dos Urikibais. Esse sim, tem o fogo e a escuridão de um balrog. — Sussurrou Merania enquanto acariciava o rosto de Ulrk com carinho.

— E a minha elfa manterá o fogo desse balrog acesso? — Brincou Ulrk ao segurar firmemente a cintura da elfa.

 Merania sorriu com as segundas intenções do humano, e ao beijar os seus lábios e acariciar o seu cabelo, respondeu — Apenas por essa noite. Amanhã eu voarei com os dragões e a as aves e nós chegaremos lá primeiro. Procure aportar na praia perto da pedra da águia. É um lugar com fama de ser assombrado por fantasmas de orcs, então os seres evitam passar por lá. Eu ficarei com os outros nas cavernas embaixo da formação rochosa, assim que chegarem a praia mande alguém nos encontrar. — Explicou Merania cuidadosamente.

— Como queira. Mais alguma ordem? — Perguntou Ulrk com um sorriso perverso no rosto.

— Ordem não, pedido. — Retrucou Merania com serenidade. — E sim, tenho mais um. —

— E qual seria? — Perguntou Ulrk extremamente curioso.

— Fique nesta caverna e aqueça o meu corpo durante esta noite... — Sussurrou Merania ao se aproximar lentamente do grande homem e derruba-lo ao chão com um abraço e um beijo profundo.

 


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Notas finais do capítulo

Continua...



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