As crônicas de Animadria. "Guerras no Norte." escrita por Lord JH


Capítulo 6
Reunião de batalha.


Notas iniciais do capítulo

No Norte, no Circulo de pedras do leste, os mamutes e vários outros seres se reúnem para decidir o futuro do Norte.



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O círculo de pedras ao leste do continente de Norte estava abarrotado de mamutes, rinocerontes, Brontotérios, bois almiscarados, cervos de todas espécies, javalis, carneiros, unicórnios e até alces gigantes.

Todos gritavam e exigiam que a reunião começasse logo, mas a pacifica matriarca mestra dos mamutes, Teresia, apenas pedia por paciência até que, Muruk, o velho mamute sábio, chegasse e tomasse lugar ao lado dela como os mamutes mais velhos e sábios de todo o Norte.

— Quanto tempo até aquele mamute velho chegar? Não posso esperar aqui o inverno todo! — Reclamou Theodor, um mamute macho e negro que costumava ser bastante impaciente.

— Olha como fala, Theodor! Se não quiser que eu lhe arranque as presas acho bom respeitar os anciões. — Falou Melguria, Matriarca de um dos vários clãs de mamutes que se juntaram para a reunião.

— Então venha! — Provocou Theodor. — Eu quero ver você tentar! — Ameaçou o macho a levantar a tromba e barrir bem alto.

— Parem com isso! — Gritou Trilvio, o outro mamute macho ao lado de Theodor. — Tenha respeito pelas matriarcas. Já não basta termos inimigos ao Oeste, ainda vamos brigar entre nós mesmos? — Indagou o grande mamute de presas longas e pelo marrom avermelhado.

— Concordo com Trilvio! — Falou Tereb, o rinoceronte lanudo. — Nossos inimigos estão nas montanhas do rochedo ao Oeste! É para lá que nós temos que ir e levar a nossa fúria! — Gritou Tereb antes de grunhir e ser acompanhado por todos os outros rinocerontes.

— Imaginei que essa seria a sua decisão, Tereb. Mas antes todos precisamos chegar ao mesmo acordo. — Falou Muruk ao se aproximar do grupo a passos lentos e cansados.

— Muruk! Finalmente você chegou. Já estávamos preocupados que algo pudesse ter acontecido com você. — Falou Tobias, o mais belo e alto dos alces gigantes.

— Hêhehehe... — Riu Muruk descontraído. — Estou velho o bastante para morrer de frio ou do coração, Tobias. Mas ainda está para nascer algum predador que ouse enfrentar o velho Muruk em sua força total. O último leão das cavernas que tentou não está mais aqui para contar como foi a experiência. — Completou o velho mamute ao se posicionar ao lado da velha matriarca, Teresia.

— Ótimo. Agora que temos todos os importantes presentes, que decidamos o que faremos sobre o massacre sofrido pela manada de Laina. — Falou Beberot, um mamute velho e com a ponta do marfim direito quebrada.

— Sim! Todos aqui vieram atrás do mesmo. — Falou Theodor eufórico e impaciente. — Vingança!!! —

E então vários mamutes começaram a barrir e levantar as trombas para o alto.

— Espere Theodor! Não podemos declarar guerra sozinhos contra aqueles que vivem nos rochedos. Aquele lugar é muito apertado para os mamutes transitarem. Se eles forem sábios o suficiente, que é o que eu acredito que eles são, eles só vão nos esperar e nos atacar quando ficarmos presos e encurralados naquele labirinto maldito de pedras, rochas e montanhas. — Falou Ilber, um mamute jovem, porém sábio.

 — Ilber, fala a verdade. — Concordou Teresia, a velha matriarca. — Não podemos vencer uma batalha dentro dos rochedos. —

— Então o que vamos fazer? Esquecer o que aconteceu com o clã de Laina e esperarmos até sermos o próximo? Não! Eu digo a vocês que temos que ir à batalha e esmagar todos os nossos inimigos! — Gritou e barriu Theodor mais uma vez.

— Concordo com Theodor! — Falou Tereb o rinoceronte. — Muitos rinocerontes já pereceram naquelas montanhas enquanto faziam a travessia ao lado de mamutes. Se é guerra que Theodor quer. Então ele pode contar comigo! — Gritou e grunhiu Tereb ao ser acompanhado por outros rinocerontes.

— Sei que não sou tão forte como vocês. — Falou Pelbo, o carneiro. — Mas muitos de meu povo foram expulsos daquelas montanhas quando todos os predadores se uniram e decidiram partir para lá. Muitos deles escaparam e estão aqui presentes, desejando o seu lar de volta. —

— Sim! — Falou Malukia, a cabra das montanhas. — Ninguém conhece aquele lugar melhor do que eu e meu povo! Lutem ao nosso lado e eu guiarei vocês até a vitória! — Gritou e bufou a bela, forte, determinada e branca cabra das neves.

— Existem caminhos para que alguém grande como eu e outros do meu povo possam passar e lutar? — Perguntou Trilvio para Malukia.

— Sim, mas são poucos. Porém nós podemos atrair a maioria deles até vocês, mas para isso precisaremos de um grupo maior e mais forte. — Falou Malukia ao olhar para os cervos e alces gigantes próximos.

— E por que nós temos que lutar por vocês? — Perguntou Beorobor, um javali líder de um dos maiores clãs de javalis do Norte.

— Porque se algum dia vocês, javalis, precisarem de ajuda, ninguém irá ajudar quando for chamado. — Respondeu Tobias imponente.

— Não precisa ameaça-lo, Tobias. — Falou Teresia, a velha mamute. — Não estamos obrigando ninguém a vir lutar conosco. Porém, toda ajuda é bem-vinda. E prometo que aqueles que tem mamutes como amigos, não tem inimigos. — Falou a matriarca ao olhar para os lados e observar cada um dos grandes líderes.

— Vocês têm o meu apoio e de alguns do meu bando, matriarca Teresia. — Falou Bulto, líder do maior grupo de bois almiscarados do Norte.

— Vocês também têm o meu! — Gritou Barabar o Brontotério branco.

 — O meu também! — Gritou Belunia, líder das renas.

— E o meu!!! — Gritou Tereb o rinoceronte.

— E então Beorobor? Se juntará a nós? — Perguntou Muruk ao olhar para o enorme javali.

Beorobor olhou para os lados e ao perceber que todos estavam olhando para ele, respondeu — Se vocês nos ajudarem quando precisarmos futuramente, pode contar comigo e com os meus filhos. — 

Foi então que o círculo de pedras foi tomado por gritos, bramidos e urros de todo o tipo de som. Apenas quando a velha matriarca Teresia pediu silencio, foi que os ânimos se acalmaram novamente.

— Tudo está ocorrendo muito bem, mas eu ainda acho que temos poucos aliados poderosos ao nosso lado. Você não concorda Tobias? — Perguntou a velha matriarca ao olhar para o belo alce gigante.

— Eu lutarei ao seu lado, minha senhora, mas isso é tudo o que eu posso oferecer. Os meus chifres estarão lá, mas eu não falo em nome de todos os cervos.  — Respondeu Tobias com honra.

— Não são cervos que me preocupam, Tobias. E sim o que iremos enfrentar! Pensem, teremos inúmeras espécies predadoras do outro lado, e quase todos eles são bem armados ou mais adaptados a batalha do que nós. O que eu digo é que nós precisamos de um amigo mais hábil. — Explicou a velha matriarca.

— É mesmo? E quem seria esses amigos? Os orcs? Ou melhor, os trolls? Por que pelo o que os pássaros me contaram até trolls das neves habitam aquela montanha. — Falou Theodor impaciente e inconformado.

— Bom, talvez os elfos nos ajudem. Eles sempre foram justos e leais. — Falou Kirio, um alce tímido que se aproximou sorrateiramente da conversa.

— Elfos? Hahahaha.... Não me faça rir! Eu perderia o meu chifre por velhice antes que algum elfo saísse de suas casas e viessem nos ajudar. — Falou Tereb ao olhar de lado para o alce.

— Então como invadiremos as montanhas sem ajuda bélica? — Perguntou Luc, um corvo pousado no dorso de um mamute.

— E como sabemos que você não é um espião deles ouvindo a nossa conversa? — Perguntou Gock, um cervo macho de longos chifres avermelhados.

— Porque sou eu quem trago as notícias para vocês, cervo! — Respondeu Luc extremamente ofendido.

As palavras dos cervos causaram um enorme burburinho no grupo que logo começaram a reclamar e discutir sobre a participação das aves no plano de batalha.

— Amigos! Eu trago a solução! — Gritou e piou uma bela coruja branca com uma corrente de ouro em volta do curto pescoço.

— E quem é você? — Indagou Guriu, um unicórnio.

— Eu me chamo Mulkia e sou uma amiga e mensageira do rei Kimerion da montanha de Dulbador ao norte do lago central. — Respondeu a bela ave branca.

— E o que você veio fazer aqui, Mulkia amiga de Kimerion? — Perguntou Beberot ao olhar para a branca ave de rapina.

— Eu vim trazer a proposta de parceria do rei Kimerion contra todos aqueles que estão escondidos nas montanhas do rochedo ao Oeste, e vingança para os mamutes mortos. — Respondeu a coruja ao voar e pousar no centro do círculo.

— E por que o rei Kimerion quer nos ajudar nesta batalha? Que eu saiba não existe ouro ou riquezas nas montanhas do Oeste. — Indagou Gulb uma cabra da montanhas macho, e que conhecia muito bem aquela região.

— O rei Kimerion teme pelo seu povo e tesouro. Ele prometeu ajuda e armamento para todos aqueles que desejarem lutar ao lado dele nesta batalha. — Respondeu Mulkia com sinceridade.

— E se ele deseja tanto assim lutar, por que é que ele não veio até a reunião? — Indagou Theodor o mamute.

— Por que é uma longa viagem de Dubaldor até aqui, mas eu lhe digo uma coisa, se juntem ao rei Kimerion e juntos vocês vingarão os seus mortos! — Exclamou Mulkia fazendo gritos e urros de alegria ecoarem pela neve.

— Talvez aceitemos a ajuda dele. — Falou Muruk ao se aproximar lentamente da coruja. — Mas diga ao seu rei para nos encontrar ao sul do lago central. Pois nós não iremos até Dubaldor para nos prepararmos para a batalha. — Explicou Muruk com uma voz serena, porém séria.

— Entendido. Devo voar e retornar com as boas novas para o rei? — Perguntou Mulkia ao abrir as asas para preparar voo.

— Sim. Más voltarás acompanhada por aquelas três gralhas encima de Trilvio. Pois conheço aquelas aves desde que nasceram, e sei muito bem que elas não me trairiam. — Falou o velho mamute ao apontar com a tromba para os três pequenos pássaros.

— Como o senhor desejar. Podemos partir? — Perguntou Mulkia ao olhar para as três gralhas.

 — Sim!!! — Concordaram as três aves ao grasnar e bater asas ao voo.

Mulkia acompanhou os pássaros e vou de volta para a montanha. Enquanto no círculo de pedra, só restava uma última pergunta a ser respondida:

— E então, todos concordam que partiremos juntos para a guerra contra os rochedos!? — Perguntou Theodor, ao barrir e olhar para os lados.

— Sim!!!!! — Gritaram todos antes de berrar, urrar e pular de fúria e ódio.

 


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Notas finais do capítulo

Continua...



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