As crônicas de Animadria. "Guerras no Norte." escrita por Lord JH
Notas iniciais do capítulo
Mais seres se juntam ao grupo nas montanhas do rochedo ao Oeste.
Os rochedos estavam infestados de corvos, falcões e águias que patrulhavam e vigiavam cada morro e pedras das montanhas rochosas.
Porém, nas cavernas do rochedo dos Urikibais, fogo ardia nas fogueiras e mais e mais predadores e simpatizantes se juntavam a causa da bela princesa da noite.
— É verdade que quase ninguém á viu? — Perguntava, Maluk, a raposa vermelha enquanto observava um grupo de 5 lobos devorando e roendo pedaços grandes de ossos ainda cobertos com um pouco de carne crua.
— E eu sei lá! Eu ainda sou novato por aqui. Só sei que nunca vi tanta comida junta, e pretendo ir para um lugar bem melhor do que essa terra fria e desolada. — Respondeu a hiena Ultrus enquanto roía um osso grande e saboroso.
— Mas será que você só faz comer? Nós chegamos aqui não faz nem um dia e você já comeu por duas semanas. — Resmungou a raposa ao se deitar e pegar um osso para brincar um pouco.
— E pretendo comer muito mais. — Respondeu a Hiena ao se levantar e alongar o corpo. — Não é esse o trato? Nós lutamos e servimos, e ganhamos comida e uma vida melhor. — Comentou a fera antes de sair da caverna e se juntar a um grupo gigante de hienas, lobos, carcajus, e dentes e sabre.
Enquanto isso, na parte mais profunda da caverna, 7 humanos (3 homens e 4 mulheres!), Um puma branco, um Warg, Quatro lobos (Dois lobos e duas lobas!), Um casal de lobos gigantes, e um urso negro gigante das cavernas, conversavam em volta de uma enorme fogueira enquanto se empanturravam alegremente com a carne conseguida no ataque aos mamutes.
— Parece até um sonho. Não faz mais do que alguns dias quando nós éramos somente alguns humanos, lobos, ursos, alguns felinos, dragões, falcões, corvos e águias. — Falava Ulrk, um homem barbudo, forte, alto e cego do olho esquerdo. Mas mesmo assim ainda era chefe dos Urikibais.
— Sim, mas olhe lá fora agora e verá seres até onde a sua vista alcança. — Falou Ulna, a mulher gorda e ruiva, líder da tribo Palapara.
— Exato, seres pequenos, grandes, e até antigos e que muitos consideravam extintos. Todos vieram até nós para se juntar a nossa causa. — Falou Mordick, o lobo cinzento líder da maior alcateia daquelas montanhas.
— É verdade. E eu que achava que o nosso velho Morg era o único Warg ainda vivo. Hahahaha... — Gargalhou Kurokuma, o urso negro gigante.
— Há – há – há.... Você é muito engraçado Kurokuma. Mas eu quero ver se continuará a rir quando a comida acabar e o inverno piorar. Estamos aceitando seres demais, até para um exército. Outro dia avistei uma raposa por aqui, em que uma misera raposa nos será útil? — Perguntou Morg antes de saborear a carne macia que estava presa por suas patas.
— Sim, eles vêm pelos boatos de banquetes e vida melhor espalhado pelos corvos. Mas não os vejo como problema. — Falou Ulrk ao se levantar. — Eles, meu querido Morg, são a solução. —
— Solução para o quê? — Perguntou Lunara, a loba gigante branca, parceira de Peregrini, senhor dos lobos gigantes da montanha dos rochedos.
— Para a nossa causa. — Respondeu Ulrk. — Quando partimos do Norte nós precisaremos do maior exército que o Norte, ou melhor, que o mundo jamais viu. — Completou Ulrk enquanto apanhava uma cuia de barro com tinta vermelha feita a base de sangue com terra e começava a desenhar no teto da caverna.
— Vai nos mostrar como é um bom desenhista, Urlk? — Zombou Zogre, o líder magrelo da tribo Tafetau.
— Não Zogre, apesar de que com apenas um olho eu ainda sou melhor em desenho do que você. — Respondeu Ulrk ao terminar de desenhar o que pareciam ser casas de madeira.
— Uhhh.... Você poderia ter dormido sem essa, Zogre. — Provocou Kalabar, o lobo negro líder da segunda maior alcateia das montanhas do rochedo.
— Poderia mesmo, mas ele nunca sabe quando calar a boca. — Provocou Zilra, a mulher de Tutrus, o careca líder da tribo dos Teturus.
— Ei, não fale isso do meu marido. Só porque o coitado não sabe desenhar bem não quer dizer que ele não tenha talento. — Falou Druina a mulher zarolha e loira de Zogre.
— Concordo. Até na nossa tribo todos nós já ouvimos falar de Zogre, o desenhista. Hahahaha... — Brincou Trivia, a filha da gorda Ulna.
— Está bom, senhoras. Todos nós já sabemos da capacidade de desenho de Zogre, agora que tal deixarmos Ulrk continuar? — Perguntou Albu, o puma branco e de olhos vermelhos.
— Concordo com Albu. Prossiga Ulrk. — Falou Peregrini calmo como sempre.
— Temos que reunir o maior exército para, quando finalmente chegarmos na cidade de Valokia, tomar os seus navios para nós. — Falou Ulrk ao desenhar navios vermelhos na parede da caverna.
— E por que nós precisaremos de navios? — Perguntou Morg rabugento.
— Porque é a única maneira de atravessar o mar, seu idiota. — Respondeu Trivia impaciente.
— Não é não. Os pássaros vão voando. — Zombou Tutrus o careca.
— E você por acaso voa? — Perguntou a jovem garota de belos e longos cabelos ruivos malcuidados.
— Não. E nem você e a sua mãe. — Respondeu Tutrus ao olhar para Ulna que se banqueteava com um pedaço enorme de carne assada.
— Nenhum dos que estão em volta desta fogueira voam, mas como usaremos os navios deles? Alguns de suas tribos sabem navegar? — Perguntou Voltria, a loba malhada parceira de Kalabar.
— É verdade, até porque nós lobos, e outros seres provavelmente não seremos de muita ajuda naquelas coisas humanas. — Concordou Hukia, a loba marrom parceira de Mordick.
Ulrk entendeu a preocupação de seus amigos e ao levantar as mãos para pedir silencio, respondeu — Não se preocupem. Neste exato momento um grupo de orcs está vindo da cidade do pequeno lago do Norte. Estes eram marinheiros e navegadores na cidade de Crisália, a maior e a mais protegida do Norte. —
— E por que eles se mudaram de lá? — Perguntou Albu extremamente desconfiado.
— Eles deixaram a cidade quando os humanos e alguns elfos preconceituosos queimaram e afundaram os navios deles. Esses orcs ficaram revoltados e assassinaram os humanos e elfos que fizeram isso. Como resultado foram expulsos de Crisália e voltaram para a cidade dos orcs. — Explicou Ulrk pacientemente.
— E por que agora eles vêm para o nosso lado? Que eu saiba vocês também são humanos. — Perguntou Kurokuma, bastante confuso.
— Porque eles descobriram que os orcs também estão em paz e pretendem manter uma boa amizade com os humanos, elfos, gigantes, e anões das cidades do Norte. Então eles querem uma outra vida. Uma que só Merania pode oferecer. — Explicou Ulrk fervorosamente.
— E por falar nela, onde está a nossa líder? — Perguntou Albu ao olhar para os lados.
— Dentro de sua caverna, fazendo feitiços de prever o futuro e coisas assim. Aquele lugar fede. — Respondeu Mordick ao espirrar um pouco.
— São as ervas! Muitos seres se utilizam delas para fazer poções. — Explicou Lunara com a sua bela voz.
— Sim, ela me falou que estava prevendo o melhor dia para o ataque. Assim que ela me falar, nós partiremos. — Finalizou Ulrk ao voltar a se sentar.
— Então até lá.... Vamos comer! — Falou Kurokuma ao pegar um pouco mais de carne e saborear a sua deliciosa refeição.
— Então vocês comem, e nós trabalhamos? Não parece ser muito justo. — Brincou Turuk, o tigre branco ao entrar acompanhada de Laina, a leopardo das neves.
— Eu pensei que vocês estavam de vigia. O que aconteceu para virem aqui? — Perguntou Trivia ao olhar para os brancos felinos.
— Alguns gigantes se juntaram ao nosso grupo hoje, eles dizem ser um grupo de bandidos conhecidos como os “esmagadores”. O líder deles é careca e tem o rosto pintado de vermelho. — Respondeu Turuk o tigre.
— Melgror “quebra mamutes” veio até nós? Hahahaha.... Eu escuto contos sobre esse gigante desde que eu era uma criança. Quantos ele trouxe? — Perguntou Tutrus bastante contente.
— Doze ao todo. Nove homens, e três mulheres. — Respondeu Laina a leopardo.
— Então os deixem ficar. Ofereçam-lhe comida e abrigo em algumas das cavernas grandes. Diga ao Melgror que eu mesmo irei falar com ele depois. — Falou Ulrk ao se levantar.
— Sim, senhor. — Respondeu o Tigre ao dar meia volta e se virar.
Ulrk: — E Turuk! —
Turuk: — Senhor? —
Ulrk: — Diga para os corvos vigiarem eles. Faça o mesmo procedimento que acontece a todos que se juntaram a nós. —
— Certo senhor. — Respondeu o tigre ao sair da caverna acompanhada de sua parceira felina.
— E o nosso exército aumenta... — Comenta Kurokuma ainda com a boca cheia de carne.
— Sim Kurokuma.... Ele aumenta. — Sussurrou Ulrk enquanto olhava a lenha do fogo da fogueira crepitar.
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Continua...