As crônicas de Animadria. "Guerras no Norte." escrita por Lord JH


Capítulo 28
O grande pântano.


Notas iniciais do capítulo

Turoq, Tapiti, Morby e Smitor finalmente adentram no grande pântano de Animadria.



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O caminho pela floresta das ninfas fora bastante fresco e de bom odor, pois as criaturas que ali viviam cheiravam como flores e alguns dos fungos possuíam um cheiro doce que lembrava bastante o aroma de mel novinho recém produzido por abelhas bastante competentes na tarefa.

Porém, o cheiro que agora Turoq, Tapiti, Morby e Smitor sentiam, não era nada bom ou muito menos agradável, pois o grande pântano fedia a peixe podre, metano, água parada e lama negra.

— Caramba, ele é grande mesmo! — Comentou tapiti ao subir encima de uma grande pedra e ficar sobre duas patas para poder avistar melhor a paisagem.

— Grande? Tapiti, meu amigo, eu estou voando alto e nem daqui de cima eu consigo ver o final dele, em nenhuma das direções! — Gritou Morby bastante impressionado com a imensidão do gigantesco lugar.

— O tamanho é o de menos. Nós temos é que nos preocupar é com nossas vidas! Ou vocês já se esqueceram dos boatos sobre este lugar? — Indagou Smitor sempre bastante alerta para qualquer perigo próximo.

— Nós sabemos dos vários perigos, Smitor — Falou Turoq que viera arrastando uma pequena e mais leve canoa — Eu só espero que esta canoa e os suprimentos que nós conseguimos com aquele velho orc pescador dure até encontrarmos a tribo de Mia. —

— E como nós vamos encontrar a tribo dela? — Perguntou Smitor ao se aproximar do esperto humano que guiaria toda aquela aventura.

— Ela me falou que a tribo dela ficava no meio do grande pântano. Então nós só precisamos avançar um pouco pelo local até encontrarmos alguém que possa nos dizer onde exatamente fica esta tribo e qual caminho nós devemos tomar para chegar lá. — Respondeu Turoq ao finalmente colocar a leve canoa talhada dentro da água escura e lamacenta.

— Hunf! Eu espero que realmente existam moradores amigáveis e não assassinos dentro deste maldito lugar. — Resmungou Morby ao pousar na beirada da canoa e espreitar as laterais do simples e nada poderoso e resistente barco.

— Eu também, Morby. Agora eu quero todos vocês juntos e aqui dentro; pois se o pântano for realmente um lugar repleto e dominado por predadores, eu não quero que nenhum deles devorem um coelho, um furão e um gaio azul que morreram por ficar passeando por aí. — Falou e ordenou Turoq ao entrar e se acomodar dentro da pequena canoa.

— Faremos como você diz, Turoq. — Falou Tapiti ao pular dentro da canoa — Caramba, como este lugar é apertado. — Reclamou o coelho ao perceber diversas sacolinhas e alguns pequenos potes de barros espalhados por dentro do pequeno barco.

— Estes são os nossos mantimentos para a viagem. Eu vou guarda-los dentro de duas sacolas de cânhamo diferentes para liberar um pouco mais de espaço e eu espero que nenhuma das duas caiam dentro da água, escutaram? — Explicou e perguntou Turoq ao começar a guardar as suas pequenas provisões.

— Entendido, Sir; mas me diga... O que temos aí para a viagem? — Perguntou Smitor curioso sobre os alimentos disponíveis.

Turoq então sorriu um pouco e ao retirar um pequeno potinho de barro cheio de mel e oferecer um pouco para o furão, respondeu — Nós temos dez potinhos de barro cheios de mel, vinte sacolinhas com castanhas e amoras dentro, mais dez sacolinhas com biscoitos de aveia e trigo e mais sete sacolinhas com cerejas e nozes, além de um pouco de capim e caules para o Tapiti. —

— Que delicia, comida! — Comemorou Tapiti ao ver o capim fresquinho esperando apenas para ser devorado dentro do pacote de cânhamo.

— Sim Tapiti, deve estar delicioso, mas você não deve comer agora, e sim quando estiver perto do anoitecer, por agora você pode dividir um pouco do mel com Smitor. — Falou Turoq ao tentar ao máximo prolongar a duração da comida de seus amigos.

Tapiti então apenas resmungou um pouco, mas no fim aceitou e se alimentou um pouco do mel que Smitor estava saboreando com tanto gosto e vontade.

Turoq então começou a remar e por muito tempo os únicos seres vivos que o pequeno grupo conseguiam avistar era os diversos mosquitos que apareceram para picá-los.

Por sorte Turoq fora alertado pelo velho orc pescador que morava em um rio próximo ao pântano e trouxe com ele um repelente feito a partir da seiva de uma planta local, o amarelado liquido possuía um cheiro bastante forte que espantava os diversos mosquitos e pernilongos famintos, mas também incomodavam bastante o olfato sensível e aguçado de Smitor que dizia que o repelente era a coisa mais fedida que ele já cheirara em toda a sua vida.

Então, quando finalmente anoiteceu, Turoq parou a canoa próximo de uma grande arvore e amarrou o barco em um dos galhos mais baixo, podendo assim guardar o remo dentro da canoa e podendo finalmente parar para comer.

— Nossa, está bastante escuro por aqui. — Reclamou Morby sem conseguir enxergar nada que estava por perto.

— Não se preocupe Morby, pois eu trouxe o meu lampião de seiva de arvore de fogo e com ele eu posso iluminar um pouco a nossa situação. — Falou Turoq ao pegar duas pedras de sílex e chocar uma contra a outra, próximo da pouca quantidade de trapo velho molhado com um pouco do líquido inflamável retirado de uma arvore que possuía uma seiva que queimava bem devagar por um bom tempo.

— Ótimo, agora nós já podemos comer, certo? — Perguntou tapiti extremamente faminto depois de ter passado o dia todo com vontade de comer o capim fresquinho que lhe fora apresentado mais cedo.

— Hahahaha.... Sim, Tapiti, aqui está o seu capim, apenas lembre-se de deixar um pouco para amanhã pois não sabemos se o capim daqui é seguro ou não. E você Morby, cerejas ou amoras? — Perguntou o humano ao oferecer as pequenas frutinhas para o belo pássaro.

— Amoras, obviamente. Pois cerejas demoram até dois dias para estragar. — Respondeu o pássaro que era um excelente conhecedor de frutos da região.

— Então aqui está. E você Smitor? Você dormiu o dia quase todo, deve estar morrendo de fome, não? — Perguntou o Humano ao balançar o furão dorminhoco que descansava profundamente.

— Não, eu estou bem, me dá apenas uns dois biscoitinhos deste com um pouco de mel encima que eu estou perfeitamente alimentado. — Respondeu o furão ao se levantar e bocejar longamente.

— É uma boa ideia, Smitor. Eu acho que eu também vou te acompanhar nesta refeição. Falou Turoq ao pegar um saquinho de biscoitos e abrir um dos potinhos com mel e dividir a sua refeição com o preguiçoso furão que mal acabara de acordar.

— Vocês acham que nós realmente encontraremos alguém que poderá nos mostrar o caminho até a tribo da Mia? — Perguntou Morby ao finalizar a sua refeição de frutinhas.

Turoq então saboreou o ultimo biscoito do saquinho e ao se deitar desconfortavelmente por dentro da canoa lotada, falou — Eu espero que sim, Morby. Eu espero que sim... — E abraçou Tapiti e os seus outros amigos antes do lampião se apagar e todos dormirem juntos sobre a fraca e branca luz do luar.

 


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Notas finais do capítulo

Continua...



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