As crônicas de Animadria. "Guerras no Norte." escrita por Lord JH


Capítulo 25
Forasteiros.


Notas iniciais do capítulo

Brimir e seu grupo de amigos e guerreiros chegam ao Sul no porto da cidade de Esguair.



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O caminho até o Sul fora bastante longo e agitado devido as fortes águas furiosas do mar revolto.

Mas apesar do tamanho das enormes ondas e das inúmeras noites de tempestade, o barco élfico que levara Brimir e seu pequeno grupo de Verunia no Norte até Esguair no Sul, conseguiu chegar inteiro no porto da lotada cidade.

— Esguair é tão grande quanto Verunia, ou até maior. — Comentou Kulu, o centauro de pelos negros e brilhantes olhos verdes.

— Sim, me faz sentir saudade de Valokia. — Comentou Berena, enquanto olhava os humanos, elfos, prineves e anões que andavam e trabalhavam pelo grande porto da cidade.

Brimir então se aproximou de Berena e ao segurar em suas mãos, falou — Não se entristeça, Berena. Eu prometo a você e a todos os outros que estão aqui comigo, que juntos nós caçaremos e destruiremos a tal elfa negra que ordenou o massacre de nossa cidade. —

— E como nós faremos isso, Brimir? Se nós sequer sabemos onde ela está nesse momento. — Perguntou Catrina, uma centaura também de pelos negros, mas com olhos dourados ao invés de verdes.

— Não se preocupe, Catrina. Se o exército dela veio mesmo para o Sul, não será difícil saber a localização do mesmo. — Respondeu Arcadia, a bela e esperta unicórnia branca.

— Exatamente, Arcadia. Um exército tão grande não pode passar despercebido por um lugar tão populoso. Tenho certeza que se nós andarmos pela cidade um pouco, nós com certeza descobriremos algo. — Falou Sogor, o cavalo.

— Você está certo, Sogor. Agora a pergunta é..... Para onde devemos ir primeiro? — Perguntou Brimir ao olhar para seus companheiros em busca de alguma opinião.

— Talvez devamos procurar um lugar para passar a noite primeiro. Algum tipo de pensão ou pousada. — Comentou Eclébio, um centauro belo e mestiço de pai centauro e mãe égua.

Foi então, que ao escutar a conversa do pequeno grupo que acabara de descer do navio, um grande pelicano se aproximou de Brimir e falou — Bom dia, senhores. Ouvi que necessitam de um lugar para descansar por hoje. E eu, por acaso tenho um amigo centauro que possuiu uma pousada extremamente adequada e confortável para todos vocês. —

Brimir então olhou para o pelicano e ao observar que a grande ave parecia estar realmente querendo ajudar, perguntou — E você poderia nos levar até esse lugar? Senhor...? —

— Mauricio. — Apresentou-se a rosada ave. — O local fica a umas duas ruas de distância daqui. Não é longe, então me sigam. — Finalizou o grande pássaro ao começar a andar em direção à uma das grandes e largas ruas da cidade.

Brimir e seu grupo então seguiram a ave e no caminho, Arcadia perguntou — Senhor Mauricio, o senhor sabe se algum exército de outro lugar vem causando problemas na região? —

A grande ave então parou e ao se virar para olhar para a bela unicórnia, respondeu — Pelas minhas penas! A resposta é sim! Eu fiquei sabendo que eles massacraram os seres das florestas ao leste e expulsaram todos os sobreviventes para o sul. —

Brimir então se encheu de esperança ao ouvir o relato da ave, e ao olhar esperançoso para todo o seu grupo, perguntou — Você sabe nos dizer quantos dias aproximadamente nós demoraríamos para chegar até essas florestas? —

O pelicano então percebeu que o pequeno grupo se tratava de guerreiros experientes e bem armados e ao desviar o olhar das espadas embainhadas do valente grupo, Mauricio perguntou — Vocês pretendem lutar em qual lado da batalha? —

Brimir então percebeu que a rosada ave ficara bastante desconfiada e ao sorrir calmamente e mostrar um medalhão antigo feito de bronze para Mauricio, respondeu — Eu e meus amigos erámos guardas na bela e antiga cidade de Valokia, que foi destruída por esses mesmos assassinos que agora devastam suas terras e matam seus compatriotas. Este medalhão só é entregue para os melhores guardas das cidades do Norte. Então me diga, nobre e sábio Mauricio, de que lado você acha que estamos? —

O rosado pássaro então observou atentamente o medalhão e ao perceber que o centauro provavelmente não estava mentindo, falou — Eu tenho um amigo que também possui uma pousada que fica do lado de fora da cidade, lá está hospedada uma ciclope chamada Halana, ela está juntando seres para ir atrás dos invasores que invadiram nossas florestas. Creio que se desejam vingança pelo seu povo e sua cidade, esta é uma excelente oportunidade. —

— Nos leve para lá então! — Exclamou Berena empolgada com a notícia. — Eu acho que eu vou gostar de conhecer esta tal ciclope. —

Todos do grupo concordaram, mas Mauricio levantou as asas pedindo um pouco de silêncio e falou — Eu ficarei mais do que contente em levá-los até lá, porém já aviso que a pousada lá é bem mais confortável e um pouco mais cara, e a harpia que a comanda adora pedras preciosas como pagamento. —

— Não se preocupe, Mauricio. — Falou Brimir sem hesitar. — Quando partimos de Verunia Miguar nos presenteou com presentes tão raros e valiosos devido a nossa perda que eu garanto que esta harpia nos deixará ficar por vários dias se eu lhe der uma das pedras lunares que só existem nas terras do Norte. —

Mauricio então concordou com a resposta e guiou o grupo até a pousada da harpia em total silêncio.

Então, ao acertarem o pagamento com a bela harpia Papi, o grupo procurou pela Ciclope Halana, que estava bastante distraída bebendo com um humano negro vindo de outro continente mais ao Sul.

— Você é a ciclope que está juntando seres para lutar contra os invasores do Leste? — Perguntou Brimir ao se aproximar da mesa da mesma.

Halana então olhou para o centauro e seus companheiros, e ao perceber que estavam todos armados e dispostos para falar com ela, respondeu — Sou eu mesmo, senhor. E vejo que trouxe um grupo preparado para se juntar a mim e meus amigos. —

— Sim. — Respondeu Brimir sem hesitar. — Aqueles malditos derrotaram e massacraram a minha cidade no Norte. E agora nós queremos vingança. —

Halana então se levantou da cadeira e ao oferecer a mão para o bravo centauro apertar, falou — Se é vingança que você e o seu povo procuram, então vieram ao lugar certo. Pois os mesmos malditos que vocês procuram mataram a minha irmã que morava em uma casa com seu marido e filha na floresta atacada. —

— Eles mataram todos os três? — Perguntou Catrina ao sentir a dor e a revolta nas palavras da bela ciclope de olho violeta.

— Sim. — Respondeu Halana de imediato. — Mas eu garanto que eles vão pagar por cada vida tomada naquele maldito ataque. — Declarou e finalizou a ciclope com palavras confiantes e corajosas.

— Então conte comigo e com os meus amigos. Apenas nos diga quando partiremos e lutaremos ao seu lado contra esses malditos predadores. — Declarou Brimir agora empolgado pela sede de vingança mútua.

Halana então sentiu-se cheia de coragem e esperança, e ao olhar para um grupo de elfos que estavam bebendo cerveja em outra mesa, falou — Eu estou apenas esperando que mais seres se junte a nossa causa, mas assim que tivermos guerreiros suficientes para partir, sairemos de imediato desta pensão e caçaremos todos aqueles malditos que assassinaram todos há quem já amamos. —

E então Brimir não perguntou mais nada ao perceber que agora só restava esperar.

Ao anoitecer, o centauro líder dividiu um quarto grande com a centaura Berena, enquanto Arcádia e Eclébio ficaram em outro e Kulu e Catrina em um terceiro, deixando apenas Sogor em um quarto solitário.

— Você sabe que Sogor gosta de Arcádia, certo? — Perguntou Berena enquanto desfrutava de uma forte e saborosa caneca de cerveja artesanal.

Brimir então, que também estava bebendo da mesma cerveja, apenas sorriu e ao dar mais um longo gole na forte e amarga bebida, respondeu — Eu já desconfiava, mas ela ama Eclébio, então não há nada que possamos fazer. —

Berena apenas riu da resposta de seu reservado e acanhado parceiro, e ao acariciar o seu rosto com certa delicadeza, falou — Sorte minha que quem eu amo também gosta de mim. —

Brimir então sorriu e ao largar a caneca de cerveja encima de uma pequena mesinha de mogno que enfeitava o quarto, sussurrou — Eu também tenho. — E beijou Berena carinhosamente na boca.

 


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Notas finais do capítulo

Continua...



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