As crônicas de Animadria. "Guerras no Norte." escrita por Lord JH


Capítulo 19
Cautela.


Notas iniciais do capítulo

O líder do vilarejo de Dubaru decide como lidar melhor com a ameaça em florestas próximas.



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O vilarejo de Dubaru estava extremamente agitado. A cada dia que se passava mais pássaros relatavam avistamentos de dragões brancos e de um enorme exército de predadores entre o antigo castelo de Luciferio e a grande e misteriosa pedra da águia.

— Todos os animais abandonaram a floresta, e aqueles que não conseguiram viraram comida para aqueles monstros! — Dizia Bobur, o pardal, para Belguir, o humano líder da vila.

— É verdade, Belguir. Outro dia eu também fui atacado por um falcão que eu nunca vi naquela região. — Falou Barabur, o tordo de cabeça cinza que também era um dos informantes de Belguir.

— E então, Belguir? O que vamos fazer? Renuir os guerreiros e pôr um fim a isso de uma vez por todas, ou esperar que eles cheguem aqui e nos matem a todos? — Perguntou Belfor, o ogro grande e negro que era braço direito e vice-líder do vilarejo de Dubaru.

Belguir suspirou em profunda agonia, e ao se levantar da cadeira onde estava sentado, foi até a janela de onde ele avistava o pequeno mercado de madeira do vilarejo, e ao fitar um fauno fazendo escambo com um humano, respondeu — Falei com Gilbatar essa manhã, ele disse que a guarda da cidade tem no máximo 145 guerreiros aptos para uma batalha dessas. E com os 24 da guarda do nosso vilarejo, e os 16 sobreviventes do castelo, isso nos dá 185 seres ao todo. —

— E a vila de Taboril? — Perguntou Bobur, o pardal.

— Eles disseram que não vão arriscar a segurança da vila. E por isso mandaram os fugitivos do castelo para cá. — Respondeu Belguir de maneira direta.

— Mas os 24 guerreiros de Guro são muito habilidosos! — Falou Belfor com confiança. — E se você, seu irmão, e eu, nos juntarmos a eles, teremos 27 guerreiros do nosso lado. Isso sem falar naqueles que se oferecerão para nos acompanhar de bom grado para defender nossos lares. — Completou o ogro mais confiante ainda.

— Não pretendo arriscar vidas despreparadas, Belfor. Se caso eu for ao ataque levarei apenas aqueles que sei que estão preparados para a luta. E meu irmão foi com a esposa dele visitar a família dela no vilarejo de Bulgar ao sul. Ou seja, estamos sem um dos nossos mais habilidosos guerreiros conosco. — Comentou Belguir extremamente pensativo.

— Ainda assim teremos os 145 guerreiros da cidade de Belburdia. Você conhece Gilbatar, aquele elfo nunca mente. Se ele prometeu 145 guerreiros podemos esperar 145 guerreiros valentes e habilidosos com certeza. — Falou Belfor empolgado.

Belguir porém, não estava tão seguro como o seu amigo ogro, e após suspirar novamente e retornar a sentar em sua cadeira, falou — O problema, Belfor, e se nós perdermos a batalha. Dubaru fica muito longe de Belburdia para uma retirada estratégica. Se esse tal exército invasor resolver fazer uma represália, será nosso vilarejo que cairá primeiro. —

Belfor se manteve calado á aquele comentário, mas Barabur, o tordo, falou — Belburdia tem muros altos para proteção, vocês poderiam mandar os moradores daqui para lá. Assim eles ficariam seguros no caso de uma invasão. —

Belguir pareceu ponderar a proposta da pequena ave, e após pensar um pouco mais, falou — É possível. Bom, como parece que essa será a nossa única alternativa, falarei com Guro para preparar a guarda do vilarejo. Também pedirei que você voe até Animadria, Barabur. Sei que o caminho é longo e perigoso, e que provavelmente Gilbatar também já enviou alguma ave, mas eu me sentirei mais seguro se aumentarmos as nossas chances da mensagem e dos pássaros chegarem lá no conselho de Animadria com vida. Você poderia fazer isso por mim? — Pediu o humano de barba, cabelos e olhos negros como a noite.

Barabur pensou um pouco antes de dar a sua resposta a Belguir, mas ao olhar para Bobur, e perceber que o pardal tinha uma parceira com quem voar para a ilha dos pássaros ao sul, o tordo respondeu — Eu farei mais essa pequena viagem antes do inverno chegar. Mas chamarei Betu, o canário, Pologa, o pombo, e Kakui, o corvo, comigo. Pois não me arriscarei sobrevoar o grande pântano sozinho. Dizem que existem criaturas comedoras de pássaros naquele temível lugar. —

— Há! Os Paparuguis são apenas uma lenda que as mamães pássaros contam aos seus filhotes para que quando eles cresçam não voem por sobre o pântano. A verdade é que existem algumas águias pescadoras que ainda habitam aquele lugar. E nem todas só comem peixes. — Falou Belfor arrogante.

— Não é uma lenda, Belfor. Eu já conversei com uma cegonha e uma garça do grande pântano, e as duas aves me juraram que já viram os Paparuguis devorando andorinhas curiosas que resolveram explorar para além da nevoa. — Falou Bobur, o pardal bastante convencido sobre aquele relato.

— Bem, lenda ou não preciso que a mensagem chegue até Animadria, Barabur, você acha que esses três pássaros aceitarão lhe acompanhar através do grande pântano? — Perguntou Belguir com certa expectativa.

Barabur apenas balançou a cabeça em concordância e falou — Betu, Pologa e Kakui sempre foram loucos para ver Animadria com os seus próprios olhos. Eu também devo admitir que já tive a mesma vontade antes. Apesar de que agora sou um pouco mais cauteloso do que já fui. Então acho que tenho quase certeza que eles não recusarão o pedido.  — Confirmou o Tordo com sua voz bela e melódica.

— Planejado então. Agora temos que ponderar se tudo aquilo que aquele elfo com o braço cortado falou é verdade. — Falou Belguir ao acariciar sua barba negra como carvão.

— Que o castelo de Luciferio retornou para o seu antigo morador? Olha, atualmente não duvido mais de nada nesses dias. — Falou Belfor com sua voz grossa e pesada.

— Termos um vampiro como inimigo dificulta um pouco as coisas, já que eles são muito rápidos e fortes. Mas como não gostam da luz do sol, basta atacarmos de surpresa durante o dia e não teremos problemas maiores. — Explicou Belguir com certa calma nas palavras.

— Ótimo. Agora que já temos tudo preparado e planejado, posso preparar a minha clava para a batalha? — Perguntou Belfor ao se levantar de sua grande confortável cadeira.

— Sim. Prepare-se para a batalha, Belfor. Nós partiremos assim que o exército de Belburdia chegar. — Falou Belguir ao se levantar novamente de sua cadeira e ir até um suporte de armas onde se encontrava uma bela espada de aço élfico com runas antigas desenhadas na lamina.

 


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Notas finais do capítulo

Continua...



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