A tarde de outono estava bastante fresca e tranquila no vale dos elfos. E no quarto de Fraudélia, livros e mais livros jaziam jogados por cimas de mesas e cadeiras, enquanto a princesa élfica lia um conto antigo sobre um trasgo que ajudou uma princesa humana a fugir do cativeiro de um ogro.

— E o pequeno Logoth levou a princesa Samanta até o seu pai, onde ele foi recompensado com muito ouro. — Sussurrou a princesa totalmente entretida no conto.

Toc, toc! — Senhora? O chefe da guarda Magnus deseja uma audiência com vossa alteza. — Falou um dos dois guardas que protegiam a porta do quarto de Fraudélia.

— Deixe-o entrar, Belg. Você e Tulv podem descansar um pouco na cozinha, enquanto eu converso com Magnus. — Ordenou Fraudélia ao fechar o livro e ajeitar o seu vestido verde apertado e decotado, e também decorado com um bordado no formato de uma folha vermelha na região dos seios.

— Como ordena, minha senhora. — Falou Belg ao abrir a porta e permitir a entrada do belo e forte elfo de cabelos laranjas e olhos verdes.

— Nós vamos mesmo? — Perguntou Tulv com um sorriso sarcástico no rosto.

— Sim. É melhor do que ficar aqui ouvindo a “reunião” da princesa. — Falou Belg ao seguir pelo corredor em direção a cozinha.

No quarto, Magnus observava cada detalhe da bela princesa élfica. Os seus longos cabelos dourados, seus olhos azulados, os seus seios fartos, e aquele olhar sapeca que fazia o coração do chefe da guarda acelerar como nunca.

Na parede, um quadro pintado a óleo tentava reproduzir em tela uma pequena parcela da beleza magnifica da princesa do vale.

— Está atrasado. — Falou Fraudélia com seu tom de voz decisivo e autoritário.

— Me perdoe, minha princesa. Estive ocupado enfrentando os coiotes que estavam assolando os coelhos do nosso bosque vizinho. Eles não foram um desafio tão grande, mas haviam muitos daqueles rabugentos. — Explicou Magnus ao se aproximar de uma mesinha de madeira e abrir uma garrafa de vinho élfico que estava por sobre a mesa.

— Dane-se os coelhos! Eles não importam muito para o meu reino. Apenas os elfos e aqueles que vivem no meu vale é que merecem a nossa proteção. E o lugar do meu chefe da guarda é no meu quarto, me protegendo. — Indagou Fraudélia com seu tom de voz furioso.

Magnus, porém, apenas riu das palavras da princesa e ao beber um gole do doce vinho, falou — O meu lugar é lutando. Não importa qual seja o inimigo ou o oprimido que necessita de ajuda. Enquanto eu puder levantar a minha espada contra alguém, assim o farei. —

Um sorriso se abriu no rosto de Fraudélia e ao se levantar da cadeira almofadada em que estava, e caminhar lentamente até o elfo de cabelo laranja, a princesa sussurrou — Então você iniciaria uma guerra apenas pelo prazer de matar alguém? —

Magnus sorriu maliciosamente por alguns segundos, antes de responder — Talvez sim. Mas no momento prefiro servir apenas à minha princesa. Já que é a ela a quem pertence a minha vida. —

— Sim. E a sua princesa tem muitos serviços para você. — Falou Fraudélia ao tomar a garrafa de vinho das mãos de Magnus e beber do seu conteúdo.

— E de qual serviço minha princesa necessita agora? — Perguntou Magnus com a sua voz galante que enfeitiçava todas as elfas do vale.

— Eu preciso que o chefe da guarda vigie o interior do meu quarto até o próximo amanhecer. E que obedeça a cada ordem que lhe for dita pela princesa. — Respondeu Fraudélia ao ir até a enorme cama e se deitar nela com a garrafa de vinho na mão.

Outro sorriso se abriu nos lábios de Magnus, e ao desfivelar o cinto de espada preso a sua cintura, o chefe da guarda falou — Creio que eu possa fazer isso. Mas me diga, o que agradaria a minha princesa neste momento? —

Fraudélia terminou de beber o vinho até a última gota, e ao jogar a garrafa vazia no chão, falou — Quero que me conte sobre a batalha contra os coiotes hoje. Quero ouvir cada detalhe, cada morte, cada ganido, e cada detalhe sangrento que você sabe que me excita. —

— Até mesmo os detalhes mais desagradáveis? — Perguntou o elfo ao se aproximar da cama sorrateiramente.

— Sim. Principalmente os mais desagradáveis. — Falou Fraudélia ao se espreguiçar e inflar os seus pulmões com ar, fazendo assim com que os seus seios ganhassem um pouco mais de volume por sobre o vestido verde apertado e decotado.

— Então farei como a minha princesa desejar... — Sussurrou Magnus ao se deitar na cama por sobre o corpo vívido da bela princesa élfica.