As crônicas de Animadria. "Guerras no Norte." escrita por Lord JH


Capítulo 15
O duelo.


Notas iniciais do capítulo

Merania enfrenta Miciet em um duelo de espadas.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/754453/chapter/15

Era uma noite de festa e comemoração no antigo castelo de Luciferio.

Elfos, humanos, ninfas e até mesmo alguns ciclopes, festejavam e bebiam vinho e cerveja em um banquete no gramado em frente ao castelo, enquanto comemoravam o sucesso da colheita de cevada, uvas, centeio e trigo daquele outono.

— E nós teremos comida e bebida até o inverno acabar! — Gritou Miciet, um belo elfo de longos cabelos negros e olhos purpuras, orgulhoso e contente de sua situação enquanto bebia vinho e acariciava uma bela ninfa de cabelos castanhos em seu colo.

— E não apenas isso! Parece que o vampiro finalmente desistiu de nos perturbar. Alguns até dizem que ele morreu. — Falou Escanor, um humano de pele parda, careca, e com uma cicatriz na bochecha esquerda; e também acompanhado por uma ninfa de cabelos verdes, seminua e sentada em seu colo.

— Acho difícil que tenha morrido, mas que ele fique por onde estiver e não nos aborreça mais. Agora eu só quero saber de beber, comer, e copular bastante até o amanhecer! — Gritou o elfo ao levantar a taça de prata cheia de vinho tinto que estava em sua mão direita e fazer todos os outros brindarem juntos.

Foi então que no meio dos gritos de brindes, risadas de ninfas, humanas, ciclopes e elfas, e de músicas comemorativas cantadas aleatoriamente, se ouviu um bater de palmas calmo e tranquilo como se fosse um tipo de som que não pertencesse àquele lugar.

Todos os moradores do castelo fizeram silêncio e tornaram os seus olhares na direção de uma elfa negra acompanhada por uma garota ruiva, um arqueiro humano e dois grandes prineves ao seu lado.

Miciet e Escanor observaram o seleto grupo com desconfiança, mas Belet, uma elfa de cabelo roxo e seios fartos, e que já estava extremamente bêbada, se aproximou da elfa negra e falou — Eu estou bêbada o suficiente, ou essa criatura aqui é uma elfa negra? Não vejo uma dessa desde que eu parei de frequentar bordéis. —

— Hahahaha...! — Todos riram exceto o grupo de estranhos. E quando as risadas finalmente cessaram, um humano de cabelos negros e olhos escuros se aproximou e perguntou — Quem são vocês e de onde vieram? —

Um sorriso simpático e sarcástico se abriu no rosto da elfa negra, e ao fazer uma reverencia bem debochada, a de cabelos negros e lábios purpura respondeu — Me chamo Merania, e vim do Norte com alguns amigos. Também encontrei um ser muito bondoso e educado que me ofereceu um lugar para repousar com os meus aliados. Infelizmente esse lugar foi tomado por bandidos, disse-me ele. E então eu vim até aqui ver se o que ele me falou é verdade. —

— Você é amiga do vampiro!? — Perguntou e exclamou Miciet ao se levantar e quase derrubar a bela ninfa que estava em seu colo no chão.

— Do Lucifer? — Perguntou Merania com sarcasmo. — Se estiver falando dele a resposta é sim. Afinal ele foi tão sincero comigo.... — Sussurrou Merania com um sorrisinho fingido no rosto.

Miciet: — Hahahaha.... Então eu tenho uma resposta para o seu amigo. Volte para ele e diga para ele procurar um outro lar! Esse lugar não pertence mais a ele. E se depois de entregar a mensagem você e os seus amigos quiserem retornar e festejar conosco, que fiquem à vontade. Sempre quis provar uma elfa negra. — Ironizou e riu Miciet ao apontar para Merania com a taça e fazer todos os outros moradores do castelo rirem.

— Como ousa!? — Gritou Trivia em repulsa pelas palavras desrespeitosas do elfo.

Mas antes que a garota humana pudesse se mover, Merania levantou a mão direita, impedindo assim a passagem da jovem ruiva, e falou — É uma proposta interessante, senhor elfo. Mas eu também trago uma proposta. E creio que o senhor a achará mais interessante do que essa que me fez. —

Os olhos de Miciet analisaram cada detalhe do rosto da elfa negra, desde as sardas brancas até os olhos azulados. E depois de olhar para o lado e perceber que todos estavam curiosos, ele falou — Fale e eu te ouvirei. —

Merania concordou com Miciet, e ao degustar uma uva que estava por sobre uma mesa próxima, falou — Eu trago a proposta de que todos vocês saiam desse castelo até o amanhecer, senão todos queimarão em dor e sofrimento. —

Alguns segundos de silêncio se prolongaram antes de todos começarem a rir e gargalhar como se tivessem ouvido a melhor piada da vida deles.

— Hahaha.... E como vai fazer isso, elfa? Vai nos queimar com os feitiços que a sua mamãe ensinou a você, é? — Zombou Escanor que riu tanto que nem percebeu que derrubara a bela ninfa de cabelos verdes no chão.

Merania apenas sorriu e ao olhar para Finno, o arqueiro de olhos cinza da tribo Tafetau, sussurrou — Agora... —

Finno apenas concordou com a cabeça e ao preparar o arco, atirou uma flecha em direção a floresta que rodeava o castelo.

Poucos segundos se passaram até que detrás das arvores e arbustos, Quatro dragões brancos voaram e pousaram na frente de todos os moradores do castelo.

Os gritos de medo, admiração, espanto e desespero tomaram o ar que antes só ouvia risadas e músicas comemorativas.

Belet, a bela elfa de seios fartos que zombou de Merania, agora estava de boca escancarada em admiração àqueles seres ao qual ela só ouvira contos em sua infância.

Miciet estava tomado pelo medo e temor de que as palavras da elfa negra não se tratavam apenas de uma ameaça falsa.

Então, quando todos finalmente ficaram calados, Merania falou — Espero que todos pensem bem na proposta que fiz para vocês! Pois eu pretendo devolver esse castelo para o seu verdadeiro e antigo dono, e não pensarei duas vezes em queimar ou matar qualquer um que se oponha a esse plano. —

Foi então, que do meio do silêncio geral, um grito ecoou pela noite.

— Covarde! Por que não enfrenta ao nosso senhor você mesma ao invés de nos ameaçar com bestas do passado? — Gritou uma humana loira de pés descalços e lábios rosados e carnudos.

Melguer tentou responder a garota, mas antes que o prineve pudesse falar algo, Merania respondeu — Eu aceito! —

O silêncio tomou o ar mais uma vez e todos os moradores do castelo se viraram para observar Miciet em sua situação extremamente complicada.

Miciet ainda estava chocado com a visão dos quatros dragões brancos, e agora uma humana de seu grupo conseguira uma luta para qual ele não estava preparado naquele momento.

Mas ao perceber o silêncio e o olhar de todos sobre ele, Miciet deu um último gole em sua bebida e falou — Eu aceito também! Mas apenas se for uma luta de espadas justa, sem truques ou feitiços. —

Merania sorriu ao perceber o fraco teor de medo na voz do elfo, e ao pedir uma das espadas de Melguer, se aproximou do líder elfo, e falou — Aqui estou, sem magia nem feitiços. Usarei apenas essa espada de corte nórdica que nem minha é. Aceita lutar comigo? —

Miciet, que apesar de ser um bom guerreiro e estrategista, estava com receio por ter bebido bastante e não conhecer bem as táticas de batalha de sua oponente. Mas como não podia recusar mais, se virou para Escanor e pediu — Esc, traga as minhas espadas por favor. —

O humano careca apenas concordou e foi correndo até o castelo trazer duas espadas élficas parecidas com cimitarras e guardadas seguras em bainhas de couro.

Quando Escanor retornou e entregou as armas para o seu amigo, Merania se virou para Turino e falou — Me dê a sua espada também, Turino. Se o meu oponente usará duas armas, eu também farei o mesmo. —

Turino concordou e ao entregar uma espada idêntica à de Melguer, falou — Espero que saiba usá-las, minha senhora. —

Merania sorriu com o pequeno comentário do Prineve, e ao manusear as espadas com habilidade, falou — Não se preocupe, Turino. Eu não vou morrer esta noite. —

E então, quando todos afastaram algumas mesas para formar um círculo de combate, o ciclope conhecido pelo nome de Tetubiri, gritou — Que vença o melhor!

E então, em um movimento rápido e certeiro, Merania atacou forçando Miciet a começar o duelo já na defensiva.

Gritos ecoaram quando Miciet se desvencilhou das lâminas da elfa negra e tentou lhe cortar a cabeça. Porém, Merania foi rápida e se abaixou velozmente, dando tempo e vantagem para juntar suas duas espadas como uma tesoura que corta de dentro para fora; E em um outro movimento rápido cortou fora o braço direito do elfo que gritou e caiu ajoelhado na grama.

O silêncio tomou a multidão novamente, sendo quebrado apenas pelos gritos de dor do elfo Miciet, que agora estava com o seu braço direito cortado e caído no chão a sua frente.

Merania sorriu novamente, e ao limpar o sangue das espadas que pegara emprestado de Turino e Melguer, falou — Creio que vocês ainda possam salvá-los se queimarem o ferimento com ferro quente e lavar com água fria. Também sugiro que deem erva do sono para ele mascar, pois será uma noite de muita dor para ele. Já que eu sempre ouvi dizer que perder o braço é sempre muito dolorido. —

Todos ainda estavam chocados com o acontecido, e apenas quando Escanor levantou Miciet e o levou para dentro do castelo com a ajuda de uma ninfa, foi que todos começaram a correr e adentrar no castelo em uma tentativa tola de se esconder.

— Não adianta! Vocês todos vão queimar se se esconderem ai dentro! — Gritou Merania em aviso.

Porém apenas uma ninfa deu ouvidos e suplicou — Por favor, senhorita elfa, deixe-nos ficar até o amanhecer! Nós precisamos de tempo para prepararmos nossas coisas para partir. —

Merania pareceu analisar a proposta da bela ninfa de olhos vermelhos e cabelos verdes por um momento, e após perceber a aproximação de um ciclope que aparentemente desejava falar com ela, falou — Vá até o castelo e diga a todos para fazer o mesmo. Diga também que eu tenho um novo lar para vocês; e para aqueles que quiserem ouvir, uma proposta. —

A ninfa pareceu bastante curiosa sobre a tal proposta, mas antes que ela pudesse perguntar, o ciclope Tetubiri perguntou — E que proposta seria essa, nobre guerreira? —

Merania sorriu, e ao olhar para o grande olho único e de íris laranja do ciclope, respondeu — A proposta da reconstrução de um grande reino e um futuro próspero. —

 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Continua...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "As crônicas de Animadria. "Guerras no Norte."" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.