As crônicas de Animadria. "Guerras no Norte." escrita por Lord JH


Capítulo 11
Emboscada.


Notas iniciais do capítulo

Os Rochedos do Norte são atacados por seres que buscam vingança.



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O vento frio ecoava pelos rochedos e a geada encobria de névoa as partes que rodeavam as entradas para as montanhas dos Rochedos enquanto o gigante de gelo Kilbar, fazia uma reunião com o Troll de gelo Beolgar sobre se deviam ou não invadir as terras dos Rinocerontes no círculo de pedra do Oeste.

E enquanto os dois grandes líderes discutiam, Maluk, a pequena raposa vermelha, patrulhava uma das várias entradas dos rochedos, acompanhada por Ultrus, a Hiena, Quatro Trolls de gelo, Dois ursos das cavernas e dois gigantes de gelo.

— Por que nós temos que vistoriar as malditas entradas? Eu não consigo ver ou sentir cheiro de nada com essa névoa congelante. Eu preferia estar comendo. — Reclamava Ultrus enquanto observava os quatro trolls jogar uma espécie de jogo no qual se rolam pedras no chão.

— Pelo motivo de que a maioria das águias e falcões foram com o exército que partiu para a cidade de Valokia e para o Sul junto com a princesa da noite. — Respondeu Maluk de imediato enquanto olhava os dois gigantes de gelo contar piadas um para o outro.

— É verdade. — Concordou Ultrus furioso. — Eu ainda não acredito que nós não fomos escolhidos por Ulrk para irmos com eles para o Sul. Agora vamos ter que esperar o inverno se alastrar para acompanhar esses gigantes azuis que não aguentam sair do frio nem por um dia. — Resmungava e reclamava Ultrus inconformado.

Maluk concordou com Ultrus, mas ao olhar para os dois ursos negros que conversavam enfaticamente sobre uma bela ursa que eles avistaram outro dia, Maluk falou — Sim, mas eu ainda acho arriscado a gente não estar vigiando esse lugar apropriadamente. Se tem uma coisa que a minha mãe me ensinou é que segurança e atenção nunca é demais. —

Ultrus apenas gargalhou ao ouvir o comentário do amigo, e ao olhar para os lados, falou — Maluk.... Olhe em volta. Nós estamos rodeados por oito das criaturas mais assustadoras e perigosas do Norte. Que tipo de ser você acha que pode ousar nos atacar? — Zombou a hiena ao voltar a rir novamente.

Desconfiado, mas ainda orgulhoso, Maluk não falou nada até avistar alguns corvos sobrevoando suas cabeças no topo das pequenas montanhas.

— Corvos... — Sussurrou Maluk extremamente atento.

Ultrus olhou para cima também e ao perceber as negras aves voando e observando, falou — Está vendo? Nós ainda temos apoio aéreo. —

Maluk porém não se tranquilizou com as palavras da hiena, e ao olhar para o seu amigo risonho, perguntou — Mas quase todas as aves do rochedo não foram Com Ulrk e Merania para o Sul? Que eu saiba só ficaram alguns corvos na companhia de Beolgar e Kilbar. —

Ultrus apenas tossiu e bocejou lentamente antes de responder — Talvez alguns tenham ficado. Você sabe como são esses corvos, sempre ficam onde tem comida. —

Maluk concordou e enquanto falava, percebeu — Verdade, eles sempre aparecem quando.... Tem comida? Ultrus! Esses corvos não são daqui! Eles são... —

Mas antes que Maluk pudesse completar a sua frase, alguns alces, cervos, cabras, carneiros, alces gigantes, e anões apareceram por detrás da cortina de névoa empunhado armas e chifres equipados com pontas afiadas de prata, ouro, ferro, e outros minerais.

Tobias, o alce gigante de pelo vermelho, liderava o ataque com ferocidade e maestria. E quando um dos gigantes de gelo que estava conversando distraído foi perfurado no pescoço pela lança de um anão que estava montado em um cervo com um elmo de ouro e prata e laminas de ferro nos chifres, Tobias avançou na direção do segundo gigante e o perfuro com o espigão na ponta do seu elmo de ouro que o deixava extremamente parecido com a mistura de um unicórnio com cervo gigante.

Os dois ursos tentaram reagir a tempo, mas foram rapidamente derrotados pelos anões que atiraram flechas e lanças rapidamente contra os ferozes predadores.

Os Trolls também tentaram lutar, mas foram logos subjugados pelos alces gigantes, cervos e renas, que os espetaram e os escoicearam até a morte.

Assustado, Maluk tentou dizer para Ultrus fugir, mas quando avistara, a hiena já estava sendo empalada pelos espigões afiados dos elmos dos carneiros e cabras das montanhas que atacavam a hiena ferozmente.

Sem opção, e ao perceber que um carneiro vinha ferozmente em sua direção, Maluk fugiu rapidamente tentando alcançar os arqueiros humanos que estavam reunidos ali perto enquanto conversavam com outras hienas.

Devido a sua boa velocidade, Maluk conseguiu chegar a tempo de avisar aos arqueiros, mas antes que eles pudessem pensar em uma estratégia, mais anões, cabras, carneiros, cervos, e agora até pôneis, javalis, unicórnios e cavalos, se juntavam a luta. Todos trajados e equipados com armaduras e elmos belos e brilhantes, porém afiados e mortais.

Kelber, Líder das hienas que estavam ali, falou para Maluk correr e ir chamar os Trolls e os gigantes, e avisar a Kilbar e Beolgar sobre o que estava acontecendo.

Maluk assim fez e deixou o local às pressas enquanto ouvia os arqueiros das tribos se prepararem e atirarem flechas de pedra que mal faziam arranhar as belas, resistentes, e magnificas armaduras do exército invasor.

Kelber e suas hienas foram corajosas, e mesmo em desvantagem, conseguiram derrubar alguns anões de suas montarias. Porém foram logo abatidos por Beorobor e seus filhos, e pelos reforços que chegavam rapidamente da entrada da montanha.

Os arqueiros das tribos tentaram segurar um pouco a invasão, mas não foram páreos para os arqueiros anões com as suas flechas de prata e ouro que brilhavam e reluziam por sobre a neve e o ar gélido antes de atravessar e perfurar as roupas de couro humilde dos nativos das montanhas.

Então, antes mesmo que Kimerion, os mamutes, rinocerontes e brontotérios, pudessem chegar, todos os arqueiros e hienas já estavam mortos. Para desagrado de Theodor e Kimerion que queriam e muito matar alguém.

— E agora? Para onde vamos? — Perguntou Muruk para Malukia, a grande cabra das neves.

— Por aqui! Este caminho leva para um lugar espaçoso e muito bom para uma emboscada. Lá nós conseguiremos atrair o exército deles e os derrotaremos a todos. — Respondeu Malukia ao pular e apontar um caminho com o seu elmo prateado já manchado de vermelho pelo sangue de hiena ali derramado.

— Ótimo. Tobias, você e Belunia vão com o carneiro Griulburt até o inimigo para atraí-los até nós. Beorobor, você e os seus filhos vão para a entrada e impeçam todos que tentarem fugir e nos cercar; Tereb e Barabar, vocês e o seu povo vem conosco e com os anões até esse lugar adequado para emboscada. Malukia, estamos em suas patas. — Falou Muruk, o velho mamute que estava acompanhado por seus outros semelhantes, Teresia, Trilvio e Theodor. Todos magníficos em suas armaduras gigantes.

— Sim, sábio ancião. Por aqui! — Gritou Malukia antes de guiar todos os mamutes, anões e outros seres até um grande espaço aberto entre as quatros montanhas mais ao norte do Rochedo.

Enquanto isso, Maluk avisava a Kilbar e Beolgar sobre o ataque surpresa dos carneiros e anões.

— Aqueles desgraçados vão pagar por essa ousadia! Eu quero todos os seres que estejam do nosso lado aqui e agora! E se eu souber que alguém correu ou fugiu da luta, eu mesmo vou caçar e devorar o infeliz assim que a batalha acabar. — Ameaçou Kilbar ao olhar para os seus aliados e ao ordenar aos poucos corvos que lhe restaram para que avisassem a todos os aliados do Rochedo.

Logo todas as hienas, carcajus, lobos, ursos, humanos, trolls de gelo, linces, gigantes de gelos, e raposas da região, estavam presentes juntas e se preparando para atacar o pequeno exército de invasores que Maluk avistara assassinado os seus amigos.

— Amigos, hoje nós vamos mostrar a esses invasores que eu, Kilbar, e meu amigo Beolgar, não tememos a anões e outros seres que são tão baixinhos perante nós! Vamos, e logo teremos carne suficiente para festejar novamente. — Falou o gigante ao pegar o seu enorme porrete de madeira com espigões de ferro.

Todos os outros seres uivaram, gritaram, grunhiram e comemoram. Até mesmo Beolgar, que não era de falar muito, tentou fazer um breve discurso que logo foi interrompido pelo avistamento de inimigos se aproximando da região.

— Vamos! Vamos acabar com esses desgraçados! — Gritava Kilbar ao instigar os seus gigantes e outros seres a avançar na direção dos cavalos, unicórnios, pôneis, carneiros, cervos e anões que se aproximavam e paravam em uma linha de batalha pronta para o combate.

— Atacar!!!! — Gritou Kilbar ao apontar a sua arma na direção dos anões e ordenar que os predadores de seu grupo avançassem rapidamente contra o exército inimigo.

No grupo de invasão, os anões apenas preparavam as suas flechas e se posicionavam escondidos atrás de outros seres maiores que os protegiam do perigo.

Então, quando os predadores já estavam bem próximo da linha de alcance, Tobias alertou para que os anões atirassem e espalhassem flechas douradas e prateadas pelo céu em direção aos terríveis predadores.

Os disparos foram quase todos certeiros, e muitos predadores foram feridos ou mortos quando a chuva de flechas chegou ao chão.

Desesperados, aqueles que sobreviveram ficaram ciente de que estavam vulneráveis e recuaram para perto dos gigantes e trolls que já se preparavam para jogar pedras e bolas de gelo e neve enormes contra o grupo invasor.

— Vamos ver se eles vão gostar disso! — Gritou Kilbar ao atirar uma pedra tão grande que esmagou um alce inteiro ao cair ao lado de Belunia, fazendo o líder das renas recuar um pouco de medo.

— Tobias, acho que agora é o momento certo. — Falou Griulburt, o carneiro, ao perceber que estava começando a ficar perigoso demais permanecer ali.

— Sim, você está certo. Guie o caminho de volta até a parte certa da qual Malukia falou. Eu vou avisar a todos para recuarmos. — Falou Tobias ao começar a gritar: “Recuem, recuem!” Para todos que estavam ali.

Logo, todos os invasores estavam aparentemente fugindo do ataque dos trolls e dos gigantes. O que deixou Kilbar mais confiante e ansioso pela vitória.

— Vejam, eles fogem de nossa superioridade! Cacem eles, persigam e matem todos! Eu não quero ver um só invasor vivo quando essa batalha acabar. — Gritava Kilbar eufórico e confiante.

Logo todos os predadores que sobreviveram estavam correndo atrás dos inimigos armados. Mas sempre tomando cuidado para não se aproximar mais do que deviam.

Então, quando um lince que estava correndo na linha de frente avistou os invasores se refugiando nos pastos entre as quatros montanhas do norte, ele avisou a todos os predadores para pararem e esperarem pelos gigantes e trolls.

— Por que temos que esperar? Os covardes já estão fugindo mesmo. É só continuar e botar eles para correr de uma vez só. — Falou Grodor, um lobo velho e rabugento.

— Não subestime eles, Grodor. Eles ainda estão mais protegidos e armados que nós. Eu sugiro que esperemos Kilbar e os outros para que eles lidem com eles ao nosso lado. — Falou Berunia, uma leopardo das neves fêmea, linda e de olhos vermelhos.

— Concordo com Berunia. Nós felinos não podemos correr por muito tempo. Então é melhor esperar um pouco antes atacar. — Falou Morogor, um leão das cavernas branco.

— Então acho que não teremos que esperar muito, pois olha quem chegou. — Falou Cut, um carcaju negro e de cauda vermelha.

Foi então que Kilbar e os gigantes se aproximaram, todos parando para saber o que acontecera e para esperar os trolls que eram bem mais lentos e pesados que eles.

— Estamos esperando todos chegarem para atacarmos. Aparentemente os covardes se esconderam nos pastos centrais do norte onde planejam se recuperar ou fugir antes de implorar pela vida. — Falou uma carcaju extremamente empolgada com a situação.

— Então vamos dar a eles um último golpe, antes deles implorarem pela vida, vocês que são menores vão pelo lado leste do campo. Eu quero que peguem esses desgraçados quando eles tentarem fugir. Deixe que eu, Beolgar, e os outros trolls, humanos, e gigantes derrotemos eles pelo Sul. Veja, os Trolls já chegaram. — Falou kilbar ao avistar Beolgar acompanhado pelos outros de sua espécie.

— Beolgar, você, os humanos e os trolls vem comigo! Todos os outros seres sigam Berunia e Morogor, e matem todos aqueles que tentarem fugir.

E então, o grupo dos rochedos se dividiu, e o grupo de Kilbar e Beolgar se moveram até os pastos, onde avistaram um enorme grupo de anões extremamente armados e liderados pelo seu líder Kimerion.

— Kimerion, seu velho tolo! Escolheu o dia errado para tentar tomar os Rochedos. Ulrk e Merania não estão aqui, mas Kilbar e Beolgar estão! E nós estamos loucos para comer carne de anão — Ameaçou kilbar com um sorriso sádico e amedrontador no rosto.

— Que pena, Kilbar! — Gritou Kimerion enquanto sorria. — Eu não tenho a menor intenção de tomar o Rochedo imundo de vocês. Eu estou aqui apenas por vingança. — Respondeu o anão ao levantar o seu machado e fazer a prata brilhar perante os olhos de todos.

— Hahahaha.... Vingança é? Vingança por quem? — Perguntou Kilbar com um sorriso malvado e sádico no rosto.

— Vingança pela minha irmã e por todos aqueles que foram mortos pelos monstros que aqui habitam! Eu trago vingança por eles! — Gritou Kimerion ao apontar para a direção onde vários bramidos de mamutes começavam a ecoar pela neve.

Foi então que Kilbar avistou o maior, (literalmente), exército de seres gigantes que ele avistara na vida.

Os mamutes com armaduras brilhantes bramiam e avançavam com fúria e força para cima dos gigantes, acompanhados por rinocerontes e brontotérios, também protegidos por armaduras e laminas, que corriam com tanta velocidade e força que fazia a terra coberta de neve tremer a cada pisada forte no chão.

Naquele momento muitos trolls e humanos se desesperaram e alguns gigantes até pensaram em fugir, mas já era tarde demais. Eles já haviam caído na armadilha....

 


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Notas finais do capítulo

Continua...



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