Ele atendeu no terceiro bip.

— Sou eu, Aart. Sjors, — Aart começou a falar antes mesmo que o outro o cumprimentasse. — por que diabos tem dois caras estranhos no meu prédio? — rangeu os dentes e franziu o cenho.

Um silêncio familiar se sucedeu antes do homem começar a falar.

— É para a sua segurança. — respondeu do outro lado da linha. — Eles não vão te incomodar.

— Sabe o que é? — começou olhando através das persianas da sua sala. — Dois caras de preto parados no meu jardim definitivamente não combinam com os gnomos.

Aart quase podia imaginar Sjors dar um meio sorriso. Quase. Se alguma vez ele ja viu isso acontecer, não se lembrava

— Não preciso lembrá-lo que invadiram sua casa e te espancaram até a inconsciência, preciso? — suspirou. — Eu tenho que saber se você está bem. — aquele Sjors, que demonstrava exacerbada preocupação e foco na segurança do jovem, Aart passara a conhecer bem. Porém, também aprendera a barganhar com ele.

— Então venha checar pessoalmente. — soltou antes de pensar duas vezes. — Mas não mande a máfia italiana ficar de babá no meu jardim. Estão ofuscando minhas plantas.

— Eu não sou da máfia.

— Tem certeza? De onde vem esse dinheiro?

— Já pensou em algo como "trabalho"?

— Já pensou em algo como jantar comigo hoje às nove? — antes que o silêncio se tornasse constrangedor demais, Aart continuou: — Ou podemos continuar com o papo da máfia.

Algumas teorias mirabolantes na cabeça do jovem depois, Sjors respondeu:

— Quer qual vinho?