Imprevisível, Inesperado e Improvável escrita por J S Dumont


Capítulo 1
O acidente


Notas iniciais do capítulo

Olá, seja bem vindos a Fic "Imprevisível, Inesperado e Improvável" Quem lê minhas outras fics sabem que tenho comentado que estou com três projetos de fics novas que ficarão no lugar das que conclui e que estão na reta final, essa é a segunda que estou postando, já postei "Abrakdabra" há alguns dias, também é uma fic de mistério como essa, o link está aqui para quem quiser conhecê-la: https://fanfiction.com.br/historia/753674/Abrakdabra/
E como falei em Abrakdabra repetirei aqui, meus três novos projetos são focados na categoria mistério, estou muito vidrada nesse gênero nesses últimos tempos, só que diferente de Abrakdabra essa é uma fic mais romântica também e mais dramática do que Abrakdabra que foge totalmente do que já escrevi, também ela tem bastante suspense e acredito que quem ler irá gostar... Caso gostem, peço que comentem, pois só voltarei quando tiver um numero razoável de comentários, então a minha volta vai depender de vocês.
Bgs bgs e espero que gostem!!!



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1. O Acidente

Edward Cullen

Ao abrir os meus olhos a primeira visão que eu tive foi do teto imaculadamente branco, fechei os olhos e abri-os novamente, gemi ao sentir a minha cabeça latejar, olhei para o meu corpo e notei que um dos meus braços estava engessado, coloquei a minha outra mão em minha cabeça e só então senti que tinha algo de diferente nela, comecei a apalpá-la até então perceber que minha cabeça estava enfaixada.

Eu fui descendo os meus olhos e percorrendo por todo local da qual eu estava, e foi então que eu notei que não estava em minha casa, mas sim em um quarto de hospital. Achei um tanto estranho, já que a minha ultima recordação era de que eu estava em uma viagem de negócios. Como eu vim parar aqui?

Olhei para um lado, depois para outro, até que então a porta se abriu e um médico entrou, quando ele me viu, aparentou estar surpreso, talvez por eu ter acordado, não sei.

Ele aproximou-se rapidamente, parou ao meu lado e esboçou um leve sorriso.

— Você finalmente acordou! – o médico exclamou, parecendo estar feliz por mim, depois ele começou a verificar o soro que havia ao lado da minha cama, ele pingava lentamente.

— O que aconteceu? – eu perguntei, numa voz fraca, tudo continuava negro depois da minha viagem.

— Você não se lembra de nada? – o médico perguntou.

Então tentei forçar mais a memória, lembro-me de que eu despedi de minha família e viajei, eu também me lembro de que durante a viagem eu almocei com um amigo um pouco antes de pegar a estrada para voltar para casa, então forcei um pouco mais a memoria e me recordei do momento em que eu entrei no carro para voltar de viagem, eu estava em uma estrada, e conversava com uma pessoa, pessoa da qual eu não me recordava quem é e nem conseguia me lembrar do seu rosto, e nem do seu nome.

Mas foi então que uma lembrança que antes estava negra surgiu em minha mente como um flashback, um caminhão em alta velocidade e desgovernado venho rapidamente em direção ao meu carro, tentei desviar dele e pisei no freio, mas ele não funcionou, e então o carro capotou.

— Sofri um acidente de carro, meu carro capotou, o que aconteceu com a pessoa que estava no carro comigo? – perguntei.

— Quando você foi encontrado não havia ninguém com você... – o médico respondeu enquanto pegava uma prancheta que havia na cama e começava a escrever.

— Como?

— Você foi encontrado na estrada, desmaiado, machucado, sem nenhuma documentação, não conseguimos descobrir quem é você... Você se lembra do seu nome? – ele perguntou enquanto ainda escrevia.

— Edward... – respondi rapidamente. – Edward Cullen!

E então o médico me olhou impressionado.

— Edward Cullen, o empresário? – ele perguntou.

— Isso mesmo! – falei.

—Bem que eu estava desconfiado, te achava muito parecido com ele, mas como passou na televisão que você estava morto... – o medico falou, e depois entreabriu os lábios. Eu também estava surpreso com que ele estava me falando. –  Nossa, enterraram você, como aconteceu isso? Com certeza enterraram outro corpo por engano! – ele disse, e agora eu estava mais confuso. – Mas pelo menos eu vejo que sua memória não foi tão afetada como eu imaginava que seria caso acordasse, e isso é bom... – o medico comentou.

— Quanto tempo? – perguntei, o olhando. – Quando aconteceu o acidente?

— Duas semanas... Você estava em coma! – ele respondeu suspirando, depois deu um tapa de leve no meu ombro. – Teremos agora que resolver essa confusão, me diga uma coisa você por acaso se lembra do telefone da sua casa?

***

As horas passaram-se lentamente e eu continuava de olhos fechados, pensando, como se estivesse contando minuto por minuto, na realidade a única coisa que eu fazia nessas ultimas horas é pensar, pensar e tentar lembrar claramente de tudo o que aconteceu.

Era estranho saber que eu estive um passo da morte, era estranho saber que fiquei duas semanas desacordado, a imagem do acidente continuava rodando em minha mente como se fosse uma cena de um filme, tudo se apagava no minuto em que o carro capotava, e antes disso eu só lembrava-me que conversava  com alguém, mas não conseguia saber quem é a pessoa. Com certeza a confundiram comigo, e a enterraram achando que era eu.

Eu só voltei a minha realidade quando escutei o barulho de abrir de porta e meu melhor amigo e sócio: Emmett McCarty entrou rapidamente no meu quarto, ele é um homem alto, forte, extremamente branco, de cabelos castanhos claros e olhos azuis, ele sorria muito e pelo seu semblante eu conseguia perceber o quanto ele estava surpreso e ao mesmo tempo emocionado por me ver.

— Meu amigo... Nossa, isso é um milagre... Um verdadeiro milagre!  - ele exclamou, pegando a minha mão, e sorrindo para mim, notei que os olhos dele marejavam. – Quando sua mãe me ligou e me disse que você estava vivo, eu não consegui acreditar, na verdade ninguém conseguia acreditar... – ele acrescentou.

— É eu tive muita sorte! – respondi numa voz fraca.

— Ele está mesmo bem? – Emmett perguntou, agora olhando para o médico, que havia acabado de entrar no quarto.

— Edward está com alguns lapsos de memoria, mas não se lembra de poucas coisas, acredito que em algumas semanas tudo voltara ao normal, tirando isso ele teve apenas uma costela e o braço esquerdo quebrado! – o médico respondeu.

— Poderei leva-lo para casa? – Emmett perguntou.

— Vou verificar isso, faz poucas horas que ele acordou do coma...  – ele respondeu. – Provavelmente não...

— Sinceramente eu prefiro ir para casa! – respondi, afinal, sempre odiei os hospitais e acho que já passei tempo demais aqui.

— Eu vou ter que verificar! – disse o médico, saindo do quarto logo em seguida.

Emmett observou o médico até ele sair do quarto, e só então voltou a olhar para mim, ainda com um sorriso no rosto.

— Quando sua mãe me ligou para me avisar que você estava vivo, eu estava voltando de uma viagem e como eu estava próximo do hospital eu avisei que ficaria encarregado de te levar para casa, já que eu chegaria aqui mais rápido do que a sua mãe, Edward, você nem sabe como eu fiquei feliz, na verdade eu imagino como a sua mãe deve ter ficado, você não faz ideia, nós enterramos um corpo pensando que era o seu... – ele falou, não me deixando muito surpreso, pois eu já sabia disso.

— Como foi isso? – perguntei.

— Provavelmente você não estava sozinho no carro... – ele falou.

— É, tinha alguém comigo, mas eu não consigo me lembrar quem era a pessoa... – eu falei

—Então teu carro quando capotou explodiu, e o corpo ficou totalmente irreconhecível, como a gente não imaginava que tinha outra pessoa no carro, imaginamos que aquele corpo era o seu, por isso não insistimos em investigar e enterramos aquele corpo, você nem imagina, foram dias terríveis, todos nós sofremos... – Emmett explicou. – Mas o que importa é que você está vivo, infelizmente ainda não conseguimos avisar a sua esposa, mas quando ela ficar sabendo, nossa, ela ficará muito feliz, dava para ver claramente o sofrimento dela, ela parece te amar muito, aliais por que você não me contou que havia se casado?

Eu franzi as sobrancelhas logo quando Emmett parou de falar, e então comecei a rir, afinal, ele só poderia estar brincando, mesmo que não fosse o momento para esses tipos de brincadeira.

— Esposa? Que brincadeira é essa Emmett? Eu não sou casado! – eu disse ainda rindo.

— Qual é Edward? Eu estou falando da Isabella, não precisa mais mentir, depois do que aconteceu, você acha que seu casamento continuaria sendo segredo?! – ele perguntou.

E então eu parei de rir ao notar que realmente Emmett estava falando a verdade, sim, não parecia brincadeira, discordei com a cabeça, completamente confuso e indignado. Tentei forçar a memoria, tentar recordar-me de alguma mulher chamada Isabella, mas nada, nenhum rosto surgiu na minha mente. Como isso seria possível?

— Emmett, eu não me lembro de ter me casado... – respondi, ficando completamente assustado.

— Perai você não se lembra dela? – Emmett perguntou, ficando surpreso com a minha resposta.

— Não, e como isso seria possível? – eu perguntei inconformado.

— Bom... O médico disse que você está com alguns lapsos de memória, então deve ser por isso que você não se lembra...

— Como eu me esqueceria de algo tão importante Emmett? Eu me lembro do meu nome, eu me lembro do que comi antes de viajar, eu me lembro de vocês, e até mesmo do numero do meu telefone, mas eu não consigo me lembrar nem do rosto da minha esposa? – eu perguntei meio desconfiado, achando aquilo um tanto estranho.

— Bom, mas nós vimos á certidão de casamento, tinha uma foto dela no seu escritório e em seu celular, ela chegou chorando na sua casa quando pensou que você havia morrido... – Emmett suspirou, enquanto pensava. – Ela disse que o casamento de vocês foi discreto, que não havia nenhum conhecido seu e que ainda você mentiu para ela sobre sua condição financeira...

 - Como? – perguntei, ficando ainda mais surpreso do que antes. – Emmett, você me conhece, sabe que eu não sou de fazer esse tipo de coisas, não costumo mentir sobre minha condição financeira e nem teria razões para isso, para que eu ia fingir que sou pobre?...

— Bom, sua esposa é humilde, talvez você sabia que se você dissesse que era rico, seria mais difícil de se aproximar dela...  – ele respondeu.

E então voltei a pensar... Uma mulher humilde, eu não costumava ficar com mulheres de classe inferior que a minha, não que eu tivesse preconceito, era que com a vida bastante agitada que eu tenho e com lugares que eu frequento, isso não me permitia que eu conhecesse mulheres com condições financeiras diferentes da minha.

— Emmett, isso não está fazendo sentido... – respondi bastante confuso.

— O que? Por que? – ele perguntou.

— Eu não me lembro de nada relacionado a essa mulher, você está falando que fiz coisas que não combinam comigo...

— Você deve estar confuso Edward, mas isso não quer dizer que isso tudo é mentira, é como eu te disse, tudo prova o contrário...

Eu suspirei e novamente coloquei a minha mão na testa enfaixada, agora eu estava mais nervoso e confuso do que antes.

Minutos depois o mais provável aconteceu, o médico disse que não poderia me dar alta, e eu teria que ficar a noite toda de observação, Emmett decidiu passar a noite comigo para me levar embora no dia seguinte, e aproveitarmos para conversarmos mais.

Depois de algum tempo eu fiquei tentando me lembrar quem era o homem que estava no carro comigo, mas eu não conseguia. Ainda algumas coisas referentes ao acidente continuavam negras em minha cabeça, e somente por essa razão eu ainda duvidada de que isso também deveria estar acontecendo com tudo relacionado a essa que Emmett diz ser minha esposa. Embora ainda eu achasse tudo isso um tanto estranho.

Um pouco antes de dormir conversei com minha mãe no telefone, ela parecia muito feliz e emocionada por descobrir que eu estava vivo, cheguei a perguntar de minha esposa e ela disse que ela ainda não havia voltado para casa. Estranhamente ela tinha ido embora.

No dia seguinte, realizei uma bateria de exames, o médico novamente repetiu que meus lapsos de memoria daqui alguns dias iriam acabar e que eu me lembraria de tudo novamente.

E então após ter alta, mas prometendo voltar para realizar mais alguns exames, fui embora com Emmett de helicóptero para chegar mais rápido em minha casa.

Enquanto observava a paisagem pela janela, eu pensava ainda na história que Emmett havia me contado, eu não podia negar eu estava preocupado com tudo isso, e lógico mesmo a história sendo absurda e no mínimo estranha, eu também tinha receio de realmente ter me esquecido de algumas partes de minha vida, e de tudo relacionado a essa tal de Isabella.

— E se eu me lembrar de tudo menos dela? – perguntei, voltando a olhar para Emmett. – Se eu nunca me lembrar dela Emmett?

— Acha que isso seria possível? – ele perguntou, olhando-me com as sobrancelhas franzidas.

— Eu não sei... Mas tenho medo, o pior, é que algo me diz que essa mulher não existe, quer dizer, ela nunca existiu para mim...

— Ela é muito bonita! - Emmett disse, e então eu suspirei.

— Ela foi embora... – eu disse voltando a olhar para a janela. – Não acha isso estranho?

— Ela era humilde, não gostou muito de ficar em meio ao luxo... – Emmett respondeu.

— Quem não ia gostar de luxo? – perguntei meio desconfiado.

— Ela parece não gostar, o que faria sentido você mentir sobre sua condição financeira...

Eu teria mentido para ficar com ela? Se caso fiz isso deveria estar muito apaixonado, mas ainda assim nada fazia sentido.

Quando o helicóptero pousou no jardim da minha mansão, senti meu coração disparar, definitivamente eu estava ansioso em poder rever a minha mãe. Como era bom estar novamente no calor do lar, mas ainda o melhor de tudo é poder respirar novamente, é poder estar vivo, era como se eu tivesse recebido uma segunda chance na vida e esse sentimento é muito bom, é um alivio.

 Desci do helicóptero rapidamente, sendo ajudado por Emmett, e fui caminhando lentamente em direção a minha mansão. Logo na porta de entrada deparei-me com minha mãe, que saia toda sorridente da mansão e já vinha em passos apressados em minha direção, ela me abraçou com força, e então gemi um pouco por ainda estar dolorido.

Esme é minha mãe, na realidade minha madrasta, ela casou-se com meu pai quando eu tinha apenas três anos de idade e praticamente me criou, na verdade ás vezes eu até me esquecia desse detalhe. Ela é uma mulher branca de cabelos e olhos castanhos, é alta e esbelta, é uma senhora muito bonita e tem a aparência muito jovem, definitivamente quem a olha confunde sua idade facilmente.

— Ai desculpa filho, foi á emoção, eu nem acredito que estou te vendo de novo... – ela disse, e vi algumas lágrimas caírem dos seus olhos.

Abracei-a com o braço que não estava engessado, e ela continuou chorando em meus braços.

— Mãe, não é para chorar é para ficar feliz que estou vivo... – eu brinquei, enquanto a soltava.

— Mas é claro que eu estou feliz seu bobo... Só que, é que, aconteceram tantas coisas nesses últimos tempos e...

— Como o meu casamento? – eu a cortei.

— É temos que falar seriamente sobre isso, não gostei nenhum pouco dessa sua atitude... Casar escondido? Mentir sobre sua vida? Quem você é! – ela falava, enquanto me puxava para dentro de casa, agora mais recuperada da emoção.

Antes de poder respondê-la eu fui interrompido pelos empregados, todos emocionados pela minha volta, eu cumprimentei eles, e junto de minha mãe e mais de Emmett caminhamos até a sala de estar.

Sentei no sofá, ao lado de Emmett, minha mãe sentou-se na poltrona a nossa frente. Eu soltei um longo suspiro, antes de continuar.

— Mãe, eu não sou dessa forma, você me conhece, eu não sei o que poderia dar em mim, para eu ter tido uma atitude dessas... – respondi ainda desconfiado de ter feito algo do tipo.

 - Você não se lembra? É isso que você está querendo dizer? – ela perguntou.

— Edward ainda está com alguns lapsos de memoria... – Emmett que respondeu

— E você não se lembra da sua esposa? – ela perguntou.

— Não, eu não me lembro de nada relacionado a ela... – respondi, suspirando. – Você teria alguma foto dela? – perguntei.

Esme então começou a pensar, até que então se levantou e foi ao armário da sala.

— Sim, ela saiu no jornal... – ela disse, fazendo com que eu me levantasse e olhasse para ela sem entender.

— Como? – perguntei, sem entender.

— É... Quando você foi dado como morto e ela chegou, os jornalistas começaram a ficar em frente da casa para saber o que havia acontecido, e então descobriram sobre o casamento ,se nós que somos sua família ficamos surpresos, imagina os jornalistas? Todos queriam tirar foto dela, na ida para o enterro conseguiram, e ela saiu no jornal... – minha mãe explicou.

Nossa família é conhecida, embora não seguimos nenhum meio artístico, somos empresários bem sucedidos, o que faz participarmos de alguns programas de televisão, campanhas publicitarias e ás vezes saímos também em capas de algumas revistas. Acabamos se tornando celebridades locais, o que para mim não é muito agradável, eu odiava me expor.

Minha mãe entregou-me o jornal, nem dei o trabalho de ler o titulo, meus olhos agitados já foram em direção á foto e quando os meus olhos fixaram-se nela, minha boca se entreabriu, enquanto ainda a analisava.

Ela era bonita eu não podia negar, faria com certeza o meu tipo de mulher, o rosto era daqueles angelicais, todo branco, como de porcelana, os cabelos bem pretos e compridos, assim como os olhos que também eram escuros, mas naquele momento pareciam mesmo tristes. Sim, na foto ela parecia triste com “a minha morte”.

— Ela é muito bonita... – elogiei.

— Você sempre ficou com mulheres bonitas... – Emmett respondeu, e então eu o olhei. Ainda eu tentava acreditar nessa história, mas algo dentro de mim não me permitia, talvez uma intuição me fazia acreditar que tinha algo de muito errado nisso tudo.

***

Anoiteceu, eu observava o dia virar noite pela janela do meu quarto, até aquele momento minha suposta esposa ainda não havia aparecido, e estranhamente outro que havia sumido é meu meio-irmão Jacob. Ele ainda nem deveria saber que estou vivo, mas imagino que ele não ficará muito feliz com quando descobrir.

Jacob nunca gostou de mim, nossas brigas sempre foram muito frequentes e ocasionadas por qualquer coisa. Jacob era mais velho, filho do meu pai Carlisle com Esme, ele tem vinte e oito anos, enquanto eu tenho vinte e quatro.

Há mais ou menos trinta anos atrás Carlisle e Esme tiveram um relacionamento, eles eram quase adolescentes, quando Esme engravidou de Jacob, mas antes de contar para Carlisle sobre a gravidez eles tiveram uma briga e romperam o namoro, foi então que ela muito orgulhosa na época, não contou sobre Jacob, eles não se viram mais e ela acabou casando com outro homem, e meu pai casou-se com outra mulher, que é a minha mãe Elizabeth, ela engravidou de mim, e pouco tempo depois que nasci ela morreu em um acidente de carro, Esme também ficou viúva, e então, ao reencontrar com Carlisle ela contou a ele que Jacob era seu filho, e então eles voltaram a ficar e se casaram.

Carlisle morreu faz dois anos, e no testamento me deixou a presidência da construtora, isso só aumentou o ódio de Jacob, já que ele por ser o mais velho acreditava que deveria ser o presidente, mas eu conhecia meu pai e sabia perfeitamente o porque ele fez isso, não é porque ele preferia a mim, mas sim porque ele sabia que Jacob é irresponsável demais.

Enquanto eu pensava, a minha testa estava encostada no vidro da janela do meu quarto, e enquanto olhava o jardim da mansão, luzes de um farol apareceram de repente na escuridão e ele chamou a minha atenção, era um carro que se aproximava.

Sai rapidamente de dentro do quarto, desci a escadaria e fui até a cozinha, olhei pelo vidro da porta dupla, mas não consegui visualizar por ali que carro que havia chegado. Seria Jacob? Era o mais provável, mas na realidade também havia a possibilidade de ser a minha esposa.

Escutei o barulho da porta da mansão se abrir, comecei a caminhar lentamente em direção á sala de estar, olhei a minha volta e então os meus olhos pararam-se nela pela primeira vez. Isabella caminhava rapidamente em direção á escadaria, parecia nervosa e ainda conseguia ser mais bonita pessoalmente. Ela estava vestida com roupas simples, seus cabelos pretos estavam á metade presos, seus olhos eram tristes e notei que pela sua aparência, ela deveria ter em torno de vinte e dois ou vinte e três anos. Fiquei alguns segundos olhando-a com atenção, enquanto a via subir a escada sem sequer notar a minha presença.

— Isabella... – a chamei num tom baixo, mas o suficiente para ela escutar. Rapidamente ela parou e me olhou, seus olhos grudaram-se imediatamente em mim de uma forma que pareciam ter sido colados, tanto que sequer ela piscou. Eles de repente se arregalaram e ela entreabriu a boca, numa expressão de terror. Ela não pareceu ter ficado emocionada a me ver, na verdade ela parecia estar vendo um fantasma e não eu, teu marido. – Vem aqui! – eu chamei, mas ela nem sequer se moveu, segurou-se no corrimão da escada, por um momento achei que ela iria cair. Mais um pouco, ela desmaiaria.

— Isabella, querida, sim, é Edward de verdade! – exclamou minha mãe descendo as escadas na direção dela. - Você não está sonhando... – ela então parou em frente á Isabella e a segurou. – Filha, o que você tem? Ai pobrezinha deve ter sido a emoção... – ela disse. Isabella ainda não desgrudava seus olhos de mim, eu poderia até apostar que sua respiração ofegava. – Ai filha, vem aqui vem, foi o susto não é? – ela então ajudou Isabella a descer os degraus, uma hora ela quase caiu novamente, e minha mãe teve que segurá-la com força.

Ela a levou até o sofá e Isabella agora não olhava mais para mim, mas sim para o chão.

— Nossa você está tremendo, foi á emoção não é? É um verdadeiro milagre, eu também fiquei assustada quando soube, o hospital ligou ontem para falar que Edward estava vivo, ele estava sem documentos e foi encontrado na estrada, e ficou em coma por duas semanas, outra pessoa que o acompanhava que morreu no acidente, foi tudo uma confusão, mas ele está bem, só bateu a cabeça e tá com uma costela fraturada e o braço quebrado, diga se não é um milagre?

Isabella não respondeu, ainda parecia assustada.  Meus olhos desviaram-se dela quando a porta novamente se abriu, e um homem moreno, alto, de cabelos pretos e olhos negros entrou em casa, era Jacob, ele a me ver também ficou surpreso, encostou-se na porta para não cair, seus olhos se arregalaram enquanto me encarava fixamente.

— Filho, você viu! – minha mãe foi agora até Jacob e o segurou, ele continuava me olhando com os olhos arregalados. – Seu irmão está vivo!

Percebi que os olhos dele desviaram-se de mim, e rapidamente foram em direção de Isabella, que continuava em transe.

Aproximei-me lentamente de Isabella, agora voltando a olhá-la com atenção. Ela parecia agora, querer evitar me olhar.

— É a emoção não é? – eu perguntei, sorrindo ironicamente para ela.

— S-Sim... – ela gaguejou, ainda evitando me olhar. – Eu estou muito feliz... – ela acrescentou num tom baixo.

Discordei com a cabeça, ainda sorrindo. Feliz? Ela parecia tudo, mas menos feliz.

Continua...

 


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Notas finais do capítulo

N/A: Espero que tenham gostado e peço que comentem, como eu disse, eu estou finalizando ainda algumas fics, então essa fic ainda não será postada semanalmente, talvez no futuro ela seja, mas quem me conhecem sabe que eu posto regularmente, se vocês comentarem, volto mais rápido, isso prometo!
Beijos beijos :) e espero que todos tenham gostado ;)



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