Imprevisível, Inesperado e Improvável escrita por J S Dumont


Capítulo 2
Desconfianças


Notas iniciais do capítulo

olá gente, voltei com mais um capitulo, então para que as postagens saiam rápido, peço que deixem comentários, se possivel favoritem também, se não poderá demorar entre 15 a 20 dias para att.
Enfim, quero agradecer os comentários que deixaram no primeiro capitulo e também a quem favoritou. Continuem deixando, beijos beijos!



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2. Desconfianças

Tinha algo de estranho acontecendo, eu sabia, os olhos de Isabella demonstravam pavor, ela não parecia nenhum pouco feliz em me ver vivo, eu estava me sentindo como se fosse um fantasma da qual ela parecia querer ficar muito longe.

— Bom, eu vou me retirar porque eu estou muito cansado... – eu iniciei, depois de notar toda a tensão naquele cômodo.

— Ah claro filho, é o melhor, você precisa descansar... – minha mãe concordou, parecia que naquela sala ela era a única emocionada de me ver vivo. Permaneci em silencio, enquanto olhava novamente para Isabella que ainda evitava me olhar, sua respiração continuava acelerada, tanto que eu podia escutá-la da onde eu estava. Depois olhei para o meu irmão, que estava com uma expressão de assustado, enquanto encarava a minha “esposa”. Ele parecia tão apavorado quanto ela por me ver vivo.

— Está tudo bem filho? – minha mãe perguntou, aproximando–se de mim, acredito que sua pergunta seja por perceber que eu continuei parado no mesmo local, enquanto revezava o meu olhar entre Isabella e Jacob.

— Sim, eu estou! – respondi, e então dei mais um passo em direção a Isabella. - Se sente melhor? – eu perguntei a ela. Ela fechou os olhos e concordou com a cabeça.

— Sim, obrigada! – agradeceu, abrindo os olhos novamente, mas não me olhou.

— Consegue se levantar? – perguntei.

— S-Sim... – ela gaguejou.

— Então me acompanha? – perguntei, percebi que ela respirou fundo e então lentamente começou a se levantar do sofá.

Segurei-a pelo braço que não estava engessado e então, juntos, subimos a escada lentamente, conduzi ela até o meu quarto, passando pelo longo corredor da mansão, soltei-a para abrir a porta e fui entrando antes dela. Era aquele momento o ideal para tentar retirar alguma informação, tentar entender a atitude estranha dela quando me viu, conhece-la já que para mim pelo menos até o momento ela é como uma estranha e principalmente saber se realmente tudo aquilo é verdade, pois ainda mesmo sendo um tanto absurdo existia essa possibilidade.

— Quer beber alguma coisa? – perguntei, indo até o meio do quarto, parei próximo da cama.

— Não... – ela respondeu, virei-me para ela e vi que ela entrava lentamente dentro do quarto.

— Pode me ajudar? – eu perguntei.

— No que? – ela perguntou, parecia não entender.

— A retirar a tipoia e a camisa! – respondi. Afinal, imaginei, se ela for mesmo a minha esposa, o mais provável é que ela faria isso sem problema algum.

Isabella não me respondeu, apenas aproximou-se lentamente, até parar na minha frente, olhei-a fixamente nos olhos, porem rapidamente ela desviou o olhar para baixo, enquanto começava a retirar a tipoia, ela a tirou rapidamente, colocou-a na cama e ficou parada, olhando para mim.

— A camisa... – eu a lembrei.

Ela suspirou e meio nervosa, aproximou-se um pouco mais e começou a desabotoar rapidamente os botões.

— Cuidado, vai devagar, as minhas costas estão muito arranhadas... – respondi. Ela concordou com a cabeça, enquanto começava á desabotoar um pouco mais devagar. Ela terminou, olhou-me nos olhos por alguns segundos, antes de puxar a camisa para baixo, retirando-a por completo.

— Agora pode me ajudar a colocar a tipoia?

— Não vai por o pijama? – ela perguntou.

E então eu dei uma risada de leve.

— Eu não uso... – respondi, ela me olhou com a boca entreaberta e então rapidamente voltou a me ajudar a colocar a tipoia. – Você deveria saber disso, não é?

Ela então olhou para mim.

— Por que eu saberia? – perguntou e ao terminar de colocar, afastou-se rapidamente como se eu fosse o próprio demônio.

— Somos casados... – respondi. – E então não vai me ajudar a tirar a calça? – perguntei, aproximando-me novamente dela. Ela me olhou e abriu e fechou a boca varias vezes, parecia ter ficado desconcertada com o meu pedido.

— Como? Você vai ficar nu? – ela perguntou, como se aquilo fosse algo anormal para se fazer entre um casal.

— Sim, eu já disse, eu não durmo vestido... – respondi, e então sorri enquanto aproximava meu rosto com o dela, ela olhou rapidamente para o chão, parecendo incomodada com a minha aproximação. – Não vai me dizer que nunca me viu pelado?

— N-Não... – ela gaguejou, numa voz fraca, ainda olhando para o chão.

— Então como fazíamos amor? Vestidos? –perguntei.

— Nós nunca transamos... – ela respondeu, agora mais incomodada do que antes, notei que ela deu um passo para trás, para se afastar um pouco.

— Ué, mas não somos casados? Estranho, os casais costumam fazer sexo, ainda mais eu que sempre gostei... – respondi de uma forma irônica, dando mais um passo na direção dela, passei a mão em seu cabelo na intenção de provoca-la, e notei que consegui, pois ela me olhou ainda mais desconcertada do que antes.

— Somos casados há poucas semanas, e apenas no civil... – ela disse ainda numa voz fraca.

— Uau... E não namoramos? Tipo eu encontrei você, foi amor á primeira vista e eu te pedi em casamento? Coisa de famosos, aqueles namoros relâmpagos? – eu perguntei num tom irônico. E então, ela novamente se afastou, indo para o outro lado do quarto, virou-se para mim e me encarou com um olhar sério.

— Namoramos um tempo, mas simplesmente não fizemos sexo, eu sou do interior e de família religiosa, decidi me casar virgem... – ela respondeu, cruzando os braços.

E enquanto a olhava umedeci meus lábios e novamente me aproximei, notei que ela ficou mais nervosa ainda com a minha insistência de me aproximar.

— Olha só, que interessante, eu consegui encontrar uma mulher da moda antiga! – eu respondi num tom irônico, Isabella continuou me olhando ainda com a mesma expressão que misturava um pouco de nervosismo e um pouco de vergonha, e foi quando a porta se abriu e o desagradável do meu irmão entrou no meu quarto, atrapalhando tudo como ele sempre gosta de fazer.

— Minha mãe me disse que você perdeu a memoria, que não se lembra do casamento e nem da sua mulher... – ele disse, e então eu o encarei seriamente.

— Você é especialista em estragar as minhas surpresas... – e então eu voltei a encará-la. – Preferia ter sido eu a contar para ela no momento conveniente!

— É que... É que... – ele começou a gaguejar e então parou o olhar em Isabella. – É que eu vim avisar a Isabella que a irmã dela desapareceu!

— Minha irmã? – Isabella perguntou, arregalando os olhos no mesmo momento, e dando alguns passos na direção de Jacob.

— Sim, já faz um bom tempo que não a vejo, desde que você foi embora dizem que ela também sumiu... – ele respondeu, eu já não estava entendendo mais nada. Isabella então havia trazido uma irmã para minha casa, que também desapareceu.

— Você tem uma irmã? – eu perguntei.

— Sim, ela está na mansão, mas, eu pensei que ela estava no quarto, ela deve estar assustada, ai meu Deus, eu preciso encontra-la! – ela disse, parecia estar bastante preocupada e ao mesmo tempo desesperada, ela saiu quase correndo do quarto, sem sequer olhar para trás.

Então ao vê-la sair, eu encarei o meu irmão por alguns segundos.

— Estranho... Por que a irmã dela estaria assustada? – eu perguntei, ele me encarou com as sobrancelhas franzidas.

— Isabella estava nervosa, brigou com ela e foi embora, por isso... – ele respondeu, parecia meio nervoso também.

Eu franzi as sobrancelhas e aproximei-me dele lentamente.

— E por que elas brigaram? – eu perguntei.

— Eu também não sei de tantos detalhes, acabei de conhecê-la, você que deveria saber, já que é a sua esposa! – ele disse, dando de ombros, virou-se, parecendo estar agitado.

— Ah sim, falando nisso, você não acha um tanto estranho eu não me lembrar de nada relacionado a ela? – eu perguntei.

— Bom, você perdeu a memoria, é natural! – ele disse, olhando para mim tentando fingir indiferença, mas tive a impressão de que isso não era tão indiferente a ele assim.

— Ah você acha natural? – perguntei, agora indo até a minha cama e sentando-me nela. – O que você faria então em meu lugar? Sofreu um acidente, bateu com a cabeça, mas você sabe o numero da sua casa, chega e reconhece a todos, até que pá te apresentam uma mulher e dizem ela é sua esposa e que você se casou ontem ou antes de ontem, então você para e pensa, não, tem alguma coisa errada, algo nessa história não está batendo, e ainda, dá a impressão até de que alguém quer me ver morto, não acha?...

E então ele riu, sim, ele começou a rir, parecia achar engraçado o meu comentário.

— Sério, eu acho que depois que você bateu com a cabeça, começou a ter mania de perseguição... – ele disse num tom zombador, depois virou-se para sair do quarto.

Eu levantei-me da cama.

— Aonde você vai? – perguntei.

— Ué, eu vou para o meu quarto, não tenho mais nada para fazer aqui... – ele respondeu, saindo do meu quarto e batendo a porta fortemente atrás de si.

Bufei e caminhei até a porta, coloquei a mão na maçaneta para abrir e sair do quarto, na intenção de ir atrás de Isabella, mas antes de abrir a porta algo me fez desistir, preferi ficar na minha, observar tudo de longe, com a intuição de que se eu fizer isso, poderia descobrir algo importante.

Então passei a mão no cabelo e fui até a janela, afinal, se ela está procurando a irmã com certeza deve estar andando por fora da mansão. Comecei a procura-la com os olhos até onde a janela permitia, até que então a avistei, saindo pela porta da mansão, e começando a caminhar pela grama, olhando para todos os lados, segundos depois bingo, lá estava ele, Jacob, caminhando rapidamente em direção a ela. Franzi as sobrancelhas, aproximei meu rosto em direção do vidro para tentar visualizar melhor. Eu vi que ele a puxou pelo braço e os dois começaram a falar, pareciam estar discutindo.

Isabella puxou o braço da mão dele e começou a andar em passos mais largos, e ele foi seguindo ela, em poucos segundos não consegui mais visualizar nenhum dos dois. Que ligação Jacob teria com ela? Logo me perguntei.

Sai rapidamente do quarto, passei pelo corredor e desci as escadas, fui até a janela da cozinha, para ver se conseguia ver um dos dois, sem sinal deles. Então mudei para a janela da sala, olhei em volta, mas nada.

“Muito estranho...”.

Eu pensei, até que a porta se abriu, Isabella entrou junto de uma garota bem branca, alta, magra, de cabelos loiros e olhos castanhos claros, aparentava ter no máximo uns dezenove anos. Parecia mesmo estar assustada. Logo atrás entrou Jacob, ele estava muito próximo de Isabella para o meu gosto.

— Parece que você encontrou a sua irmã... – comentei, aproximando-se deles, meus olhos pararam diretamente em Isabella, que estava com as mãos nos ombros da sua irmã e olhava diretamente para mim.

— Sim, essa é a Jane! – ela me apresentou.

— Precisa me apresentar? Suponho que eu já devo conhecê-la... – eu tentei.

— É... Achei que você não se lembraria dela... – Isabella respondeu.

— Oi! – Jane cumprimentou sorrindo para mim.

— Oi... – eu disse. – Posso saber onde você estava? – perguntei.

— É... Eu estava por ai esperando a minha irmã voltar... – ela respondeu, ainda sorrindo.

— Então, nós vamos subir para dormirmos... – Isabella disse, puxando a irmã, e as duas começaram a caminhar em direção as escadas.

— Onde? – perguntei, virando para olhá-la.

Isabella e Jane pararam, para olharem para mim.

— A sua mãe deu um quarto para mim e outro para Jane... – ela respondeu.

— O seu quarto é o meu! – eu respondi.

— Mas Edward, você está ferido e... – Jacob iniciou, fazendo com que eu o olhasse, com raiva.

— Não pedi a sua opinião... – respondi, num tom grosseiro, para ver se ele se tocava e parava de se meter onde não é chamado.

— Eu acho que você fica melhor sozinho, além do mais, minha cabeça está doendo muito e eu tenho que conversar com a minha irmã... – ela respondeu, deu para perceber que era apenas uma desculpa.

— A minha também está doendo, ah, claro eu bati ela no acidente... – eu disse, num tom irônico. Depois dei uma rápida olhada para Jacob, que agora sim estava quieto, nos encarando com a boca entreaberta. Virei-me e voltei a olhar para Isabella, sorri ironicamente. – Quantas desculpas, tudo isso é medo de dormir no mesmo quarto que eu? – eu arqueei as sobrancelhas.

— Eu não tenho medo, simplesmente não vejo razão para dormir no quarto com um homem que não se lembra quem eu sou! – ela respondeu, no mesmo tom que eu, fazendo com que meu sorriso se alargasse.

— Olha só... – iniciei aproximando-se lentamente dela, percebi que ela me olhava com um olhar bastante sério. – Agora eu sei porque eu me casei com você... – parei bem na sua frente. – Seu gênio, eu gosto dele! – coloquei minha mão no queixo dela, ela imediatamente deu alguns passos para trás. – Tudo bem, eu não quero forçar nada! – acrescentei. Isabella me olhou por mais alguns segundos, ainda com uma expressão séria no rosto, depois virou-se e subiu as escadas rapidamente, puxando Jane consigo.

Continuei observando elas subirem, ainda com um sorriso de leve nos lábios.

Continua...


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Notas finais do capítulo

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