Irmãs Evans escrita por Ellie Black


Capítulo 2
Carta à cara de cavalo.


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem!!!!! Nos vemos nas notas finais.



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O Salão Comunal da Grifinória, sempre cheio de alunos durante o dia, era silencioso e desabitado à noite, quando todos estavam em seus respectivos quartos, dormindo. Pelas janelas era possível ver a lua minguante no céu, assim como poucas estrelas, as únicas fontes de luz. Embaixo de uma dessas janelas, desrespeitando o toque de recolher, encontrava-se uma garota sentada com os joelhos contra o peito, um papel em suas mãos.

Uma brisa gelada surgiu, fazendo a garota erguer a cabeça para ver a silhueta de um menino passar pelo retrato da mulher gorda, aberto. Ele notou a presença da menina e se aproximou, com o rosto contra a luz da lua...

— Sirius? — Lílian franziu a testa.

— Lily?

Ele sentou-se do lado dela, perto o suficiente para perceber as lágrimas.

— Você estava chorando?

— O que você foi fazer lá fora? — mudou de assunto não tão sutilmente, mas Sirius deixou essa passar para o bem da amiga. Não iria forçá-la a falar.

— Sabe... Uma menina... Um menino... Uma sala de aula a disposição...

— Eca! Tá bom. Não preciso de detalhes.

Ele riu, a típica risada latido ecoando pela sala. Caíram em um silencio um pouco desconfortável.

— Que papel é esse? — Sirius apontou para a mão de Lily, que por reflexo escondeu a carta.

— Não é nada...

— Vamos lá, Lils. — ele interrompeu a fala dela. — Você sabe que pode confiar em mim.
— Sei?

— Não?

— Sei lá, Sirius. Eu amo você, você sabe disso. Você é um dos meus melhores amigos, mas nós nunca conversamos coisas que importam de fato, coisas que você não diz pra qualquer um. Normalmente só fazemos coisas divertidas e rimos.

—  Tem algo que você quer saber ao meu respeito?

— Muitas coisas. Tem algo que você quer me dizer? — ela ergueu as sobrancelhas, questionadora. Uma expressão tipicamente Evans.

— Régulos virou um Comensal da Morte — disse depois de uma pausa.

Lily esperou, sem entender ao certo por que ele queria falar sobre aquilo. Não era de comum conhecimento que Régulos Black era, ou tornar-se-ia, um comensal? E que Sirius Black só escapara desse triste futuro por ir para a grifinória, por ser um Maroto, por ser quem ele era?

— Eu queria odiá-lo, já disse em várias ocasiões que o odeio. Mas não é verdade. Ele é meu irmão caçula. Eu o amo, Lily — ele falou a última parte como se desafiasse Lílian a contradizê-lo.

— Claro que ama — Lily confirmou.

— Quando eu olho para ele e vejo quem ele está se tornando, eu sinto culpa... Eu devia ter feito algo para impedir que as loucuras da minha família contaminassem-no. Régulos sempre foi puro, doce, educado. Eu sempre fui um rebelde sem causa, grosseiro, a ovelha “branca”. Ele é um filho bem melhor do que eu jamais serei, e é justamente por isso que ele é tão facilmente controlado. Ele quer provar seu valor pros nossos pais.

— Eu não acho que você deve se culpar, Sirius. Eu entendo porque você pode querer se culpar, mas não acho que deva. Não era uma escolha sua, era dele. É a vida dele.

— Eu abandonei-o, Lily — Sirius disse, lembrando-se das palavras do irmão.

— Como assim?

— Eu fugi de casa, o deixei sozinho.

— Six...

— O que ele podia fazer? Ele sempre fora acostumado a dizer aceitar tudo, e de repente, e completamente sozinho, ele deveria dizer não? Mesmo com toda a família dizendo que ele está fazendo a coisa certa?

— Você fez. A coisa certa, quero dizer. Disse não.

— É diferente, Lily.

—  Por quê? — disse suavemente.

— Eu tive os Marotos, você, Marlene...

— Não, Sirius. Você teve você, e apenas você. Você não conhecia a gente, não tinha sido influenciado por nós quando o Chapéu Seletor colocou você na Grifinória. São escolhas que nos define, Sirius. Desde o início julgamos algo certo ou errado. Você distinguiu e Régulos fez o mesmo, embora a concepção dele seja diferente da nossa.

— Eu só queria que as coisas fossem diferentes. O idiota não merece o que vai acontecer com ele.

— Nenhum de nós merece nenhuma das consequências dessa guerra.

— Eu odeio minha mãe e vou odiá-la para sempre. Ela é detestável, desumana — seu olhar ficou vago, parecendo lembrar-se de fantasmas do passado e para essa confissão Lily não teve o que responder, então apenas alisou a mão do amigo.

— É uma carta — disse, finalmente.

— Hm?

— O papel. É uma carta.

— De quem?

— Da minha irmã.— Lily sentiu a voz tremer, e abaixou o olhar para se forçar a continuar: — Ela vai se casar.

— A cara de cavalo? — Sirius usou o apelido que dera a irmã de Lily quando a vira no Natal — Mas isso é ótimo, não é?

— É, sim — uma lágrima desceu e Lílian enxugou-a rapidamente do rosto. — Exceto que ela não quer que eu vá e só mandou o convite porque mamãe a obrigou.

— Eu juro que eu nunca vou entender essa menina. Por que ela é tão chata com você? Você é incrível, Lils. Qualquer um adoraria te ter como irmã.

— Tenho algumas teorias, mas não sei ao certo. Pensei que ao menos no dia mais feliz da vida dela ela gostaria da minha presença. Poderíamos decretar paz temporária, sabe? A felicidade dela como minha própria felicidade. Fui tola em desejar isso.

— Ela que é tola, agindo desse jeito. Afastando você. Você é incrível, Moranguinho, e qualquer um que diga o contrário não merece suas lágrimas — Sirius secou uma lágrima com o polegar, depois dando um peteleco no nariz de Lily que a fez rir.

— Obrigada, Sirius — deitou a cabeça no ombro do amigo, feliz de tê-lo ali, não só do seu lado, mas em sua vida. Engraçado: eles eram tão diferentes, mas ao mesmo tempo estavam consolando um ao outro por causa do amor que sentiam por seus irmãos. — Você acha que eu deveria escrever uma resposta?

— Você quer?

Lílian ergueu a cabeça e pensou por um instante. Talvez fosse melhor deixar as coisas como estavam, sem polemizar mais. Mas ao mesmo tempo precisava colocar para fora tudo que estava sentindo.

Confirmou com a cabeça.

— Vou escrever no meu quarto — informou e ele despediu-se com um beijo carinhoso em sua testa antes que cada um fosse para seu respectivo quarto.

Petúnia,

Lily parou para respirar e clarear a mente. O que queria dizer exatamente?

Parabéns pelo seu noivado. Fico feliz em saber que tudo que você sempre sonhou está se tornando realidade. Valter, embora quase não tenhamos interagido, parece-me um homem formidável ...

E...? Era difícil escrever elogios falsários sobre o noivo de Petúnia. Valter, na realidade, demonstrava ser monótono, limitado e medíocre. Claro que não poderia dizer isso a sua irmã sem proclamar o fim oficial da relação delas.

Continuou:

e incrivelmente sensato. Acredito que vocês formarão um casal ideal.

Eu entendo que minha presença possa incomodá-la. Você nunca pediu para ter uma irmã bruxa e minha condição — Extraordinária? Notável? Rara? — incomum não deveria atrapalhar sua vida. Se quiseres que eu me ausente, assim farei. É seu casamento, afinal.

Sinto muito que tenhamos chegado a esse ponto. Gostaria muito de poder prestigiar-te no dia mais feliz de sua vida, sei o quanto você sonhou com isso.

Lílian permitiu que lágrimas rolassem livres por suas bochechas. Fungou e reprimiu os barulhos de choro quando Dorcas Meadowes mexeu-se em sua cama, a poucos centímetros da cama de Lily.

Por que Petúnia tinha que odiá-la? De onde vinha tanta raiva, rancor e ódio? As duas costumavam ser melhores amigas até Lily ser chamada para Hogwarts.

Embora estivesse muito frustrada com sua irmã, Lily preferiu expor seus sentimentos mais singelos.

Eu amo você, como você mesma disse na carta que me enviou. Muitas vezes você me magoa com suas palavras violentas, mas será preciso mais do que isso para que eu desista de você. Mesmo que briguemos você sempre será Tuney para mim.


Lily Evans.


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Notas finais do capítulo

LEIAM
LEIAM
LEIAM
O que vocês acham da ideia de euzinha aqui postar uma fic – de um só capítulo – sobre Sirius Black e Régulos? Ou acham melhor eu fazer uma do casamento de Petunia onde ela e Lily se "enfrentam"?
Ah! O que acharam do capítulo que acabaram de ler? Por favor comentem para que possamos conversar melhor. Amo comentários, desde os pequenos até os maiores.
Beijos!!!! Tenham um bom dia.