~ Sirius P.O.V ON

Agora tudo estava indo por água abaixo. Lupin. Sim. Tinha que ser ele, o Lupin, a desvendar tudo. Ninguém tinha percebido nada até agora e ele veio estragar tudo. E agora? O que eu ia fazer? E quanto à Marlene? Eu devia contar à ela que Remo sabia de tudo ou deixar tudo no silêncio? Bem que me disseram que guardar segredo não presta.

Pego minha vassoura e vou à procura de Marlene. Achei melhor avisá-la, assim temos como bolar algo junto para tirar parte da culpa de cima de nós. Onde estaria Marlene McKinnon? Só Merlin sabia.

Vou a todos os cantos do castelo, um a um (quando se conhece todas as passagens secretas, isso se torna algo bem fácil) e nada de encontrá-la. Resolvo, então, falar com ela durante o jantar.

Aproveito os minutos que ainda tenho antes da comida ser servida para me trocar e ver onde James está. Será que Aluado já tinha contado a Pontas o lance? Eu torcia para que não.

Quando entro no dormitório, vejo Pontas deitado na cama, e seu rosto estava um pouco vermelho e inchado. Imagino que Lily viera brigar ainda mais com ele, mas ignoro o garoto jogado no colchão.

Troco-me rapidamente e já desço para o jantar. No caminho, em um dos corredores menos movimentados, encontro com Marlene.

— O que você está fazendo aqui? – pergunto.

— Ah, procurando por Lily pra ser sincera. Ela desapareceu.

— Bem, acho que ela não quer ser encontrada.

— E qual seria o motivo? – Lene me pergunta.

— Bem, ela e o amorzinho do Potter brigaram hoje mais cedo. Foi meio feia a briga, no meio do time todo.

— Ah...

— É. Mas não é por isso que eu estava te procurando.

— Ah, então era por quê? – ela diz, já se aproximando de mim.

— Não, Lene. Isso é sério – digo – Lupin descobriu sobre a poção.

Ela fica enfurecida.

— Ele descobriu ou você contou? – e eu pude sentir o peso da culpa quando ela pronunciou o "você".

— Bem, ele ficou me interrogando, mas ele já desconfiava de tudo.

— E desconfiava de mim? – ela indaga, furiosa.

— Bem, não, mas ele imagi...

— Você me DEDUROU! –ela grita.

— Ei – digo em voz baixa – alguém pode nos ouvir.

— Tá.

— Então, o Remo sabe de tudo. Ele disse que ia dar um antídoto para ela e que teríamos de contar que ela estivera sob o efeito da poção. Porém, vamos apenas dizer que deram a poção a ela, e não que fomos nós. Ela é monitora e vai dar o ano que vem todo de detenção pra nós dois se descobrir que a ideia foi nossa...

— A ideia foi SUA, Almofadinhas. Eu só ajudei a realizá-la.

— E isso a torna tão culpada quanto eu... – e abro um sorriso sarcástico para ela.

— Acho que sim... – ela diz, agora culpada.

— Ele vai dar o antídoto amanhã provavelmente. Hoje ele está meio cansado – digo, pensando na longa noite que passaríamos pela floresta.

— OK. Aí eu falo pra Lily, com jeitinho. Não quero que você estrague toda a nossa amizade por usar palavras erradas.

— Concordo.

— Eu não vou jantar hoje – Marlene diz, e com isso ela sai em direção ao salão comunal.

Tudo daria certo no final.

No jantar, nem Lily, nem James, nem Lupin aparecem. Janto com Pedro, sem muitos diálogos, e nós dois seguimos para a floresta. Lupin iria precisar da gente.

~ Sirius P.O.V OFF

~ Lily P.O.V ON

Eu não fui jantar. Fiquei sentada na torre de astronomia a noite toda, apreciando as constelações. O que será que as estrelas tinham escrito para mim?

Será que as coisas iriam melhorar?

Acabei pegando no sono encostada em uma das grades.

~ Lily P.O.V OFF

~ James P.O.V ON

Não sei o motivo de eu ter chorado. Mas chorei. Acho que era de medo de meu amor com Lily não ser real.

Sirius entrou no dormitório e ele olhou para mim. Mas eu não olhei para ele. Não queria dar motivos para uma conversa começar. Não queria falar com ele. Ou com alguém.

Eu sabia que era a primeira lua cheia de junho. Mas eu não estava com cabeça para passar uma noite na floresta. Eu sabia que Lupin entenderia.

Então, eu dormi.

~ James P.O.V OFF