Tarja Preta escrita por Maya


Capítulo 3
Surpresa para Gabriela.




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— Já estava na hora! – Ana gritou quando viu a filha finalmente sair do quarto. – Eu já estava preocupada com você!

Depois que os garotos pescaram, ligaram para todos os colegas de turma e para mais algumas pessoas, começaram o churrasco às dez da noite e só terminaram quase às três da manhã. Gabriela dormiu na casa de Daniel, assim como Edgar, e só agora escalou a parede de casa, entrando pela janela novamente.

— Você deve estar morrendo de fome... – Ana continuava falando enquanto seguia a filha até o banheiro. – Eu fiz suas torradinhas preferidas, aquelas com geleia de uva e... Filha, eu só quero o seu melhor! Não quero brigar com você!

— Depois de tudo que me falou, acredita mesmo que quero conversar com você? – então a garota fechou a porta do banheiro e a trancou.

Olhando-se no espelho, Gabriela fez um rabo de cavalo alto no cabelo curto avermelhado, despindo-se logo em seguida. Com ressaca, entrou no chuveiro deixando a água cair em seu corpo.

Involuntariamente, seus olhos encheram de lagrimas. Apesar de tentar parecer forte na frente das pessoas, bem lá no fundo a garota reconhece sua fragilidade. “Deixe de ser boba” pensou engolindo o choro. De fato, as constantes brigas com Ana estavam corroendo o emocional dela e mais do que nunca, Gabriela se sentia cansada das acusações da mãe.

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— Eu tenho pena de você... – Edgar riu quando Daniel contou que Paola e Sérgio, seus pais, chegaram e encontraram a casa toda bagunçada depois da festa.

— Eu fui pego de surpresa! Pensei que iriam voltar no fim de semana, por isso não arrumei tudo! – respondeu. – Por sorte não fiquei de castigo, eles apenas me mandaram limpar tudo.

Os alunos entraram na sala de aula e se sentaram em seus lugares.

— Bom dia para você também, professora! – Edgar gritou quando a mulher entrou na sala sem falar com ninguém.

— Calado, Espínola. – respondeu ela de mal humor. – Não me faça tira-lo da sala assim tão cedo. – então ela bateu com os livros na mesa e começou a dar a aula.

— Que velha rabugenta... – queixou-se ele.

— O que você disse?! 

— Isso mesmo que você ouviu. – Daniel riu. A professora fuzilou os dois garotos com os olhos.

— Cadê a educação de vocês?! – todos da sala estavam prestando atenção na discussão.

— Esquecemos em casa... – Daniel lamentou ironizando. – Triste.

— Saiam agora! – os dois pegaram suas coisas e retiraram-se da sala.

— Odeio essa mulher! – Edgar resmungou.

— Ela tem sempre esse “bom” humor? – Daniel riu.

— A Gabriela é a única que ganha dela quando o quesito é “bom” humor.

— Falando na Gabi, sabe por que ela não veio hoje?

— Deve ter se atrasado de novo, já é costume. – Edgar deu de ombros. – Mas... Já que fomos expulsos e não temos mais nada para fazer, por que não vamos até a casa dela?

— E da para sair assim do colégio?

— Não seja inocente, novato! Não iremos sair pelo o portão, iremos escalar o muro dos fundos.

— Ok, já que é assim... – os garotos correram até o fundo da escola, escalaram o muro e caminharam até a casa da amiga.

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— Pai? – Gabriela se assustou quando saiu do quarto e viu João. – O que você está fazendo aqui?

— Eu estava te esperando. – respondeu indo abraça-la. – Sua mãe me recebeu, mas graças a Deus ela já foi trabalhar.

— Mamãe mandou você vir aqui por causa da tatuagem?

— Ela me ligou reclamando, mas não foi por isso que vim. Na realidade, quero conversar com você.

— Pode dizer. – Eles se sentaram no sofá. – Não esperava te encontrar, já tem meses que não nos vemos pessoalmente.

— Querida, sei que não tenho sido tão presente. – João deu um longo suspiro e pegou na mão da filha. – Mas alguns acontecimentos me fizeram perceber meu erro.

— Que acontecimentos?

— Bom, não há outra forma de lhe dizer a novidade.

— Está começando a me preocupar, pai.

— Você terá um irmão. – disse rapidamente cheio de nervosismo na voz.

— O quê?! – Gabriela arregalou os olhos. – Irmão?!

— Estou saindo com uma mulher chamada Lúcia há algum tempo... Somos namorados, na realidade.

— Por que você fez isso? – ela se levantou e começou a andar de um lado para o outro. – É por isso que você decidiu ser mais presente na minha vida? Então quer dizer que o fato de eu ser sua filha não é o suficiente para você ser um bom pai? Precisa de outro?!

— Querida, você sabe que não foi isso que eu quis dizer!

— Será mesmo?!

— Princesa, o fato de um novo filho me fazer mudar não torna você menos especial.

— “Princesa”. – debochou ela. - Claro... A Lúcia pelo menos é bonita? Eu não quero um irmão com a sua cara... Tive sorte em puxar a mamãe!

— Filha, essa é uma boa noticia, não precisa ficar irritada! Deveria me dar parabéns, não me ofender!

— Eu não estou te ofendendo! Só tenho medo da criança ter o azar de ser parecido com você.

— Ok... – disse ele. – Só vim lhe avisar. – ele a olhou e suspirou. – Gostei do novo visual... Esse tom de ruivo fica bonito em você.

— Me elogiar não vai me fazer ficar com menos raiva.

— Mas é verdade... – o homem respondeu. – De qualquer forma, estou indo para casa. Se quiser conhecer sua nova madrasta, sempre será bem vinda. – ele a beijou na testa e saiu da casa logo em seguida.

— Pai! – Gabriela gritou correndo para alcança-lo. – Espera!

— Sim? – perguntou enquanto abria a porta do carro.

— Quando vamos nos ver de novo?

— Brevemente.

Então ele se foi, deixando-a parada no meio da rua. “Nossa, ótima mudança.”, pensou irônica. Gabriela já estava prestes a entrar novamente em casa quando Edgar e Daniel apareceram do outro lado da rua.

— Aquele era seu pai? – perguntou Edgar se aproximando da amiga. – O que ele estava fazendo aqui?

— Eu vou ter um irmão. – ela respondeu sem entusiasmo. – A namorada nova dele está gravida.

— Parabéns! – disse Daniel.

— Isso não é motivo de alegria. – Gabriela murmurou. – O que vieram fazer aqui?

— Você é uma anfitriã tão boa... – ironizou Edgar. – Fomos expulsos da aula, estávamos sem nada para fazer e aí tivemos a ideia de visitar você. Por que não foi para a escola hoje?

— Ressaca de ontem. – respondeu de forma seca. – Bom, minha mãe está no trabalho então podem entrar.

— Legal! Você tem um hamister! – disse Daniel quando entrou na casa de Gabriela e viu o pequeno roedor na gaiola.

— O nome dele é Teobaldo.

— Isso é maravilhoso! Eu tenho uma fêmea chamada Rafina!

— Vocês dois são bem criativos para nomes, hein? – Edgar riu. – Por que vocês não apresentam o Teobaldo para a Rafina? Eles poderiam ter um caso de amor.

— Claro que não! – disse Daniel. – Você sabe quantos filhotes vem em uma única ninhada?!

— Então vai deixar sua rata morrer virgem? – Edgar riu acariciando a cabeça de Teobaldo. – Olha, o Teo precisa de mais água, a dele já acabou... Ai!

— O que foi? – Gabriela perguntou.

— Seu rato desgraçado me mordeu!

— Para de drama, foi só uma mordidinha de nada. – riu Daniel.

— Meu dedo está sangrando! – gritou o rapaz mostrando o dedo mordido.

— Sangrando nada, você que é fresco. – Gabriela falou. – Sabe, eu bem que queria um filhote da Rafina e do Teo...

— E o que eu iria fazer com os outros novecentos filhotes? – Daniel rosnou.

— Aí já é um problema seu. – respondeu dando um sorriso malicioso.

— Vocês são muito irritantes. – resmungou Edgar. – Agora será que alguém pode me trazer um curativo?


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Notas finais do capítulo

Se chegou até o fim, meu sinceros agradecimentos! E então? O que achou do novo capítulo? Aguardo sua opinião, com certeza ela será bem vida! Até a próxima ♥



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