Tarja Preta escrita por Maya


Capítulo 25
Dia Normal.




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— Não acredito que o Daniel me expulsou da casa dele no meio da noite! – queixou-se Edgar para Gabriela. Eles estavam se falando pelo telefone há quase meia hora.

— Eu não entendo... Por que ele mentiu para mim sobre a Amanda? – perguntou ela enquanto deitava na cama.

— Não sei, ele falou alguma coisa sobre ser inevitável.

— Eu estou ainda mais confusa! Pelo o que você me contou, o Daniel está sofrendo por causa de um cara. Nunca pensei que ele fosse homossexual... – ela sentiu uma pontada de tristeza, mas decidiu esconder isso de Edgar.

 “Como posso gostar de um garoto, ou melhor, do meu amigo se ele nem liga para mim?”, pensava Gabriela enquanto roía as unhas. “Pior ainda, e se ele estiver apaixonado pelo meu melhor amigo?!”

— Ed, passou uma coisa muito maluca por minha cabeça agora. – disse ela com receio.

— O que?

— Será que ele está apaixonado por você?!

— Não seja idiota! – Edgar gargalhou. - Gabi, ele apenas me ama como melhor amigo! Se ele for mesmo gay, com certeza está apaixonado por algum outro boy.

— Será mesmo? – ela perguntou catatônica.  – Droga! – choramingou.

— O que foi?

— Nada. – mentiu ela. - Eu só não entendo o motivo para ele ter tentado suicídio.

— Cá entre nós, algumas vezes ele dava a louca.

— Mas nunca tentou se matar!

— É, você tem razão. – suspirou ele. – Eu acho que devemos esperar as coisas esfriarem um pouco... Deixar a poeira baixar, etc. Vamos dá um tempo ao Dani, talvez ele nos diga quando tudo isso passar.

— Estou preocupada!

— Eu também, mas ele ainda não se sente seguro! Se a gente forçar a barra ele pode piorar ainda mais, entende? Eu garanto que ele irá nos contar alguma hora, só precisamos ter paciência.

— Espero que não seja tarde de mais. – ela murmurou para si mesma, de um jeito que Ed não pudesse ouvi-la.

Gabriela não queria abandonar Daniel, ela realmente gostava dele e sabia que ele estava passando por um momento muito difícil, mas também não queria continuar sofrendo sabendo que ele não tinha um sentimento recíproco.

 “Acho que devo me afastar por um tempo... Preciso esquecê-lo, mas se continuar convivendo com ele todos os dias, nunca irei conseguir! Quando tira-lo de minha cabeça, poderei voltar a falar com ele e tudo estará certo outra vez. Será tudo como antes, Ed, Dan e eu, apenas amigos...”, pensava enquanto fingia prestar atenção no que Edgar falava sobre Ana Carolina.

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— Carol, como você vai? – Edgar perguntou a si mesmo enquanto se olhava no espelho. – Carol, como você está? Carol, você está linda! – ele suspirou. – Se eu falar com ela desse jeito, irei receber um murro!

— O que está fazendo? – Edney perguntou entrando no quarto do irmão segurando uma faca.

— Não sabe bater na porta? Por que está com esse facão?

— Janaina está com um serrote... – lamentou-se o garoto. – Posso me esconder aqui?

— Onde ela conseguiu um serrote? – Edney deu de ombros. – Você está com medo de uma garota de 10 anos?

— Posso ficar aqui ou não?

— Pode, mas com uma condição! – Edney suspirou imaginando qual favor teria de fazer para Edgar. – Irá fingir que é uma garota!

— Hã?! Por quê eu faria isso?!

— Eu preciso treinar... – ele tirou uma peruca da gaveta e colocou no irmão. – Me dê essa faca, a Carolzinha não segura esses objetos perfurantes... Ah, coloque um batom! – ele tirou o objeto do bolso e passou no irmão. – Agora sorria.

— Por que você anda com um batom no bolso?

— Apenas sorria! – Edney obedeceu. – Ok... Olá Ana, tudo bem?

— Não, minha menstruação está atrasada! – Edney respondeu.

— EDNEY! – Ed gritou. – Que droga!

— Apenas lhe respondi...

— Ok, vamos de novo! Oi Ana Carolina, o que vai fazer hoje?

— Posar para a Playboy...

— Não, seu idiota! A Aninha nunca faria isso!

— Ela deve ser muito chata.

— Você que é insuportável! – Edgar explodiu. – De novo!

— Ok.

— Aninha, queria falar com você...

— Diga logo, não tenho tempo vadio!

— Sabe, há muito tempo eu queria dizer que realmente estou apaixonado, eu só queria uma chance para mostrar as minhas qualidades!

— E eu com isso?

— Me aceite! – Ed rosnou.

— Não, você não faz meu tipo!

— Droga Edney! Saia do meu quarto agora! – ele gritou pegando a faca e indo para cima do irmão.

— SOCORRO! – Edney berrou saindo correndo.


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