Um tal Cavaleiro escrita por Sabonete


Capítulo 1
Meu nome é Dancan White


Notas iniciais do capítulo

Esse é o primeiro conto, e todos devem seguir mais ou menos essa mesmo padrão.

Vocês vão notar, que além desse série aqui eu já comecei (e não terminei) meia dúzia de outros. Isso é bem recorrente. Mas dessa vez vou tentar terminar esse.

Espero que vocês gostem!



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"Nossa história começa assim.." — Ele diz, oculto pelo escuro. "Não, nossa história não..Minha história".

Estávamos sentados em um semi círculo. Nós todos, cansados, pelos dias mal ou não dormidos, fedidos, pela falta de banho, famintos pela falta de comida, com a boca seca, pela pouca água restante, mas ele estava lá, no centro, falando. Jhon Lander. O líder, famoso por suas empreitadas contra os povos selvagens, contra os reinos do Leste. O poliglota, escritor, poeta, e um dos maiores guerreiros de toda Dantália.

Ou babaca, como nos o chamávamos.

Ele falava por seus ancestrais, sobre como desbravaram a costa de Onur. Falava sobre seu avô, o maior dos cavaleiros do reino, responsável pela erradicação dos pelados homens rato. Falava sobre seu tio avô, o maior estrategista de sua era, que venceu uma batalha onde a diferença numérica era de 10 para 1. Falava de seu tio, o diplomata que findou as guerras com as cidades estado da península de Armos. De seu pai, que ganhou do próprio Charles Nardal VIII, o título de Conde, ao defender o porto de Umbral dos temíveis piratas do norte.

Mas nossos ouvidos só ouviam-no dizer "eu sou um babaca, meu avô foi um babaca, e minha árvore genealógica somente composta por homens é feita de babacas".

O maior guerreiro, líder das legiões Nove, Dez e Onze, que jamais pisou realmente em um campo de batalha, nos dizia como deveríamos lidar com as bestas de pele avermelhada que vinham das cavernas.

"Trata-los como um de nos. Buscando o melhor entendimento entre nossas raças, sem agressão".

O babaca só esqueceu que nunca lidou com uma no campo de batalha. Quando eles tentam nos esmagar com suas clavas de metal, nos fatiar com seus machados afiados, ou esmagar nossas caras com suas enormes bocas.

Alias, ninguém que viu isso consegue sentir algum tipo de segurança quando perto de um deles. Mas não é esse o problema, pelo menos não o maior. Mas é melhor eu explicar um pouco sobre o que são eles:

Nos descobrimos que os reinos do norte, os chamam de Trusgo. Eles são um tipo de criatura que tem a forma humana, mas não o mesmo entendimento de o que é a cultura. Não a nossa. Trusgos são monstros de dois metros, eles pesam o mesmo que dois de nós, por serem muito fortes e resistentes. Sua pele é avermelhada, e seu cabelo geralmente é preto e trançado para trás. De suas bocas, os caninos saltam para fora da boca, suas feições são agressivas, as orelhas são pequenas, mas seus olhos são grandes, que inclusive tem uma cor amarela, muito assustadora. Eles tem uma linguagem própria, pois todos nos já vimos se comunicando. Não usam armaduras de metal, parecem não ter uma boa qualidade nesse quesito, o que tornam suas armas de baixa qualidade, mas ainda muito perigosas, dado o peso.

Bem, um Trusgo é um ser muito perigoso. Muito perigoso, é bom reafirmar isso.A questão, é: o babaca, queria que nos, como capitães, elegêssemos um de nos para ir tentar dialogar com o chefe da tribo com a qual vinhamos lutando a quatro semanas. O chefe, que comeu a cara do meu tenente, Allan, a três dias, bem na minha frente, enquanto ele e seus monstros invadiram e massacraram a vila onde estávamos estacionados recolhendo provisões.

Babaca.

Todos se entreolharam. E eu podia vê-los gritando, urrando de raiva, e todos os pensamentos psicóticos que eu também estava tendo. Seus olhos me diziam essas coisas. Seus rostos pelo contrário eram mares calmos. Assim como o meu.

Jhon Lander se levantou, nos olhou uma ultima vez antes de se virar e nos pedir para escolhermos com calma, pois o eleito só partiria no dia seguinte. Ele saiu da sala, e tudo o que eu queria fazer era saltar sobre ele, pegar sua cabeça, e bater contra a porta até que alguém ali me parasse. Demoraria, tenho certeza.

Ele saiu e todos se entreolharam. Eu estava encarando o teto de pedra da sala de refeição que havia em Buttersburg. Anthony Houser, um amigo de longa data, me cutucou enquanto os outros já conversavam. Ele perguntou o que seria melhor, enviar alguém experiente ou alguém mais verde. Eu continuei a olhar para o teto, confabulando uma forma de matar o babaca sem que ninguém desconfiasse. Houser me cutucou novamente, me obrigando a responde-lo. Digo a ele que achava que deveria ser alguém nem tão novo, nem tão velho no posto, a perda seria menor. Hora errada para responder.

Sabem quando todos ficam calados e sua voz ecoa vergonhosamente?

Todos me observaram, eu os olhei nos olhos. E me lembrei que de todos os novatos e veteranos, era eu que me encaixava na minha própria fala, um capitão "nem tão velho nem tão novo".

Houser olhou para mim com aquela cara de que aquilo estava errado. Eu olhava para Houer com aquela cara de que estava ferrado.

Um por um, os meus "amigos" declararam em voz alta sua escolha para o cargo eleito de embaixador, ou como eu tinha nomeado internamente: cordeiro sacrificial.

E foi assim que eu me tornei o líder da Caravana da Boa Esperança. A ordem com nome idiota que Jhon Lander inventou, porque é um babaca.

Horas depois eu estava na frente de vinte bons homens, junto de Pharvra, minha tenente, a substituta de Allan, de frente para nosso comandante, Jhon Lander.

"Vocês foram escolhidos por serem os melhores entre a Décima Legião, foram escolhidos para essa missão vital". Eu falei, com a calma de quem já sabe que já está morto. "Meu nome é Dancan White, e eu sou seu capitão".


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Notas finais do capítulo

O próximo conto deve vir semana que vem.



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