Chegou o grande dia! E não é que deu resultado? Lotamos a van! FJ Kalyboz, aí vamos nós! A van precisou ser trocada para acomodar a todos os jovens. A de dezesseis lugares não veio, e sim a de vinte e oito. Isso porque não deu para alugarmos um ônibus ou um micro. Os mais firmes dividem duas poltronas para três e assim cabem todos os trinta e dois jovens. É claro que comigo vão Thalia e Valéria, minhas novas pupilas da Força Jovem Marazul. Quando penso em tudo que passei para Valéria estar aqui hoje comigo tenho vontade de chorar, mas me contenho, calma.

— Posso segurá-lo? — peço à Valéria, olhando para o bebê.

Michael vem para meu colo cheio de alegria. Que bebê mais lindo! E comigo fica ainda mais. O balanço parece ajudar a mantê-lo calmo.

— Ah, Bia, deixa eu pegar ele também — diz Mokado, no banco atrás de nós, me cutucando pelas costas.

— Para! Depois você pega, se a Val deixar. Agora é minha vez.

Nós três rimos da cara de decepção da obreira Mokado, sabendo que é apenas por fora.

Como sempre, Felipe vai na frente com o motorista. Sorridente como de costume, mas hoje ainda mais, pois se olhar para trás vê o resultado de sua loucura: uma van cheia de jovens que terão a oportunidade de conhecer o Senhor Jesus. Tenho certeza de que terão novos nascimentos hoje. O mais preocupado é seu primo. Bruninho comentou comigo que traria um jovem da escola, mas pelo jeito o bicho desgraçado conseguiu segurá-lo hoje. Mas já está amarrado!

Meck foi silêncio a viagem toda. Puxo conversa para tranquilizá-lo quanto à peça e também quanto ao seu futuro. Ele abre mais os olhos quando toco no assunto de Thalia, mas continua silencioso. Que Deus lhe dê direção, para que não sofra e, principalmente, não abandone a Deus.

O evento começa com algumas bandas, som pesado e alto demais para meus ouvidos. Sacrifico-me para me enturmar e pular com a galera. Para alguns, porém, não há dificuldade alguma em se misturar na bagunça.

— Meu primo é maluco, obreira — grita Bruninho quando Felipe passa por nós com um trenzinho de jovens.

— Ah, Bruninho, ele é maluco mesmo, mas olha quantos malucos ele trouxe! Seu primo arrebenta.

Após as bandas começam os teatros. Quatro peças de outras FJ são bem aplaudidas.

— Bom, Val, nenhum deve estar tão bom quanto os que você fazia, mas até que estão interessantes.

— Que isso, Bia. Tá tudo muito lindo.

— Então espere só o próximo. É o nosso! Também não está cem por cento perfeito, mas até que...

— Eu sei que vai ser bom, Bia.

Sorrimos enquanto nossos jovens vão para os fundos do salão.