Naruko escrita por Monna Belle


Capítulo 7
Capítulo VII




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— Naruko, você também está achando essa festinha estranha? – Opa, então não sou paranóica? – Acho que elas querem descobrir algo, não faz sentido me chamarem, eu nem sou daqui.

— Assim como não faz sentido me chamar.

— Exato! Por isso queria ver se você consegue descobrir por que me chamaram... Vai ficar muito óbvio se for eu a perguntar, sabe?

— Tudo bem, em troca quero que tente descobrir por que não chamaram a Karin também, pode ser? – Após ponderar por alguns momentos, ela concordou e retornamos ao quarto onde todas as garotas riam alto.

Logo que entramos, nos encararam e pareceram surpresas por algum motivo além da compreensão humana.

— Caramba, Naruko! – O que eu fiz pra Ino falar assim e vir na minha direção? Ela parecia impressionada com algo. – Como você fica linda de cabelo solto, parece até outra pessoa! Devia usá-lo assim mais vezes. – Ah, é isso. Obrigada por dizer que pra ficar linda preciso parecer outra pessoa, Yamanaka. Tô lisonjeada.

— Obrigada, Ino... Mas o cabelo solto atrapalha muito nas lutas.

— Claro, faz sentido. Mas aproveite os tempos de paz que teremos agora pra repensar um pouco nisso. – Ela sorriu e piscou pra mim antes de retornar ao seu lugar.

Tempos de paz, né? Sentei-me onde estava antes de banho.

— O que farão agora nesses... Tempos de paz? – Todas se entreolharam e pareceram confusas por um momento. A anfitriã foi a primeira a se manifestar.

— Consegui várias armas novas durante a guerra, pretendo treinar com elas até me tornar uma expert. – Legal, pena que ninguém se importa com você.

— Acho que irei apenas continuar com a floricultura do meu pai e ajudando na ala médica, ainda não sei muito bem. – A Yamanaka já não parecia tão animada quanto a anterior.

— Eu.... E-eu... Vou tentar.... – A Hyuuga parecia que ia desmaiar antes de terminar a frase, é irritantemente fofa, não sei explicar. Ela então tomou ar e criou coragem para prosseguir. – Vou tentar chamar o Naruto-kun pra sair. – Ela falou tudo de uma vez e ficou tão vermelha após isso que achei que ela estava passando mal. Mas caramba, esqueci disso! Ela realmente gosta do meu irmão, primeiro achei que era mentira. Preciso ajudá-la, mas não direi isso na frente das outras se não vão achar que posso ajudar com o Sasuke também.

— Eu irei cuidar das relações entre Suna e Konoha, para garantir que se mantenha estável. – Caramba, a Temari parece alguém importante. E ela fala muito bem.

— Eu irei continuar treinando com a hokage pra melhorar minhas habilidades médicas até me tornar a responsável pelo hospital de Konoha. – Bom, não posso dizer que nisso a Sakura é ruim, muito pelo contrário. – E você Naruko?

— Eu não sei ainda. – Sorri constrangida com a situação. – A única coisa em que sou realmente boa é ser ninja. – Todas me olharam de uma forma estranha, meio triste e resolvi contornar a situação e já resolver a dúvida da Temari. – Sakura, posso dar uma palavrinha com você à sós? – Ela ficou surpresa, mas concordou e se levantou, me acompanhando até o lado de fora.

Ficamos alguns segundos em silêncio e quando ela foi dizer algo, que provavelmente seria me perguntar o motivo, eu iniciei.

— Eu gostaria de me desculpar pelo nosso desentendimento mais cedo. – ATA. – Devo compreender que Konoha tem costumes e tradições diferentes das que estou acostumada e não posso te julgar por estar apaixonada. Acho que é normal. – Desviei o olhar e passei a olhar o chão, fazendo-me de triste. – Eu fui criada com o ensinamento de que um ninja vive por sua vila e nada mais, então não tenho ideia de como é ter uma vida "normal", eu nunca me apaixonei antes – Mentira –, nunca tive essa experiência de me sentir a família de alguém, ou de criar algum outro tipo de laço afetivo, ou de ir contra alguma ordem, sabe? Eu não sei nem definir muito bem se já tive amigos. – Mentira, mentira, mentira e... Tá bom, o último é verdade. – O que eu quero dizer com tudo isso é que... Eu não consigo me colocar na sua realidade, porque ela é diferente da minha, mas não é justo eu te julgar por isso. Você segue seus princípios e faz o que acha correto. – Mesmo que isso signifique fazer bosta.

— Eu é quem deveria me desculpar. – Ela... Me abraçou? O QUE EU FAÇO? Coloquei uma das mãos em suas costas e parece ter funcionado, porque ela me soltou. – Eu perco a paciência rápido, é assim com seu irmão também. – Ela sorria sem graça. – Mas eu tenho que entender que você foi criada por alguém que... Digo, de uma forma diferente da nossa... Mas agora vai conhecer outras coisas, logo se adapta a Konoha e pode experimentar tudo que ainda não pôde, hoje mesmo pode acabar iniciando uma amizade com alguma das garotas... Já deu o primeiro passo pra fazer isso comigo. – Ela realmente caiu nisso? Cara, eu sou boa!

— Sério? – Fiz uma expressão de surpresa e logo sorri pra ela, meio constrangida. Continua assim, Naruko. – Bem, acho que podemos tentar. A Temari também tem outros costumes sendo de outra vila e mesmo assim vocês parecem ser todas bem próximas, né?

— Ah, nós ainda estamos nos aproximando da Temari também, nunca havíamos saído com ela mesmo até hoje. Só nos encontrávamos em eventos mesmo.

— Ah... Não pareceu. Achei que já eram amigas.

— Ainda não posso dizer dessa forma.

— Então por que a chamaram?

— Como assim? Pelo mesmo motivo que chamamos você, para nos aproximarmos. – Aí, ela ficou constrangida. Agora só me fazer de sonsa.

— Mas eu não entendo isso, como se escolhe as pessoas que vai chamar? Por que quer se aproximar de mim e da Temari, ao invés de outras garotas? – Assim não vou chegar nunca aonde quero.

— Bem, aí já vai pela afinidade, sabe? Quando você conhece alguém, mesmo com uma conversa breve, pode ter noção de suas afinidades. – Acho melhor eu tentar mandar a real.

— Seja sincera, Sakura, por favor. Eu não tenho nenhuma afinidade com ninguém. A pessoa que chego mais próxima ali de concordar é.... A Temari. – Pera... O alvo não sou eu. – Vocês querem se aproximar da Temari.... Não de mim. – Ela desviou o olhar e tentou se esquivar. – Por que?

— De onde tirou que não queremos nos aproximar de você? – Não negou da Temari.

— Não me importo se querem se aproximar de mim ou não, só quero entender o porquê querem da Temari afinal, ela parece se enquadrar tanto no grupo de vocês quanto eu.

— Por que quer saber? – Porque vou contar pra ela.

— Curiosidade.

— É coisa da Ino. – Já é um avanço. – Não posso contar. – Merda.

— E se eu contar um segredo meu em troca? – Ela parou, pareceu refletir um pouco e olhou em volta antes de prosseguir.

— Feito. – Ótimo. O que é íntimo o bastante pra eu contar? Ah!

— Bem... Isso é algo que só o Sasuke sabe, mas.... Quando conheci o Naruto e vim à Konoha pela primeira vez fiquei um tempo acreditando que eu era apenas mais um dos experimentos de Orochimaru e que ele havia pegado DNA ou algo assim do Naruto e da Kyuubi pra me fazer manipulável, já que, até o momento, ele não pôde obter o sharingan pra controlar a Kyuubi por si mesmo. – Ela parece muito chocada. Acho que paralisou. FALA ALGUMA COISA. Silêncio, mais alguns segundos e ela finalmente parece acordar. Sorri sem graça e enfim prossegue.

— Beem, não sei o que dizer sobre isso. – O trato não é você comentar sobre minha vida, é me contar o que eu quero saber, desembucha. – Deve ter sido muito difícil pra você, não só isso, como... Tudo que já ouvi. – Pera lá, o que tu ouviu? – Enfim... Eu fico até sem graça de contar, mas a Ino quis chamar a Temari porque acredita que ela esteja a fim do Shikamaru e quer descobrir se isso é verdade. Desculpa te fazer contar algo tão íntimo. – Mentira que é só isso?

— Qual o problema de vocês?! Por que não perguntam diretamente a ela? Ou melhor, por que se intrometem em algo que não tem nada a ver com vocês?

— É que o Shikamaru é companheiro de equipe dela e amigo-

— O Sasuke é meu companheiro de equipe, está namorando a Karin que também foi minha companheira e não tô nem aí. E outra, não entendo essa necessidade de esconder esses sentimentos aí, qual o nexo? Se quer ter uma chance, tem que falar! – ARGH! Não acredito que contei algo tão íntimo em troca de uma informação de garotas de 10 anos de idade, eu devia ter imaginado... Foi erro meu por não ter lido as entrelinhas, falta amadurecimento em Konoha, tive pistas a noite inteira e ainda agi de forma impensada, preciso treinar mais. – Esquece, vamos entrar porque já ficamos muito tempo aqui fora. – E tô ficando a fim de te matar.

— Érrr.... – Dei as costas a ela e andei rumo a casa. – Desculpe te fazer contar algo tão íntimo em troca.... Disso. – Pelo menos ela percebeu o quão ridícula essa troca foi.

— Tudo bem, só vamos entrar logo, já nos estendemos demais aqui. – Logo ela me acompanhou e retornamos ao quarto da anfitriã, onde todas nos encaravam buscando alguma dica da conversa.

A minha cara de insatisfeita deve estar tão nítida quanto a de constrangimento da Sakura, mas eu também não estou fazendo qualquer questão de disfarçar. A real é que estou cansada dessa brincadeira, quero ir embora e ficar sem falar com essas garotas por um bom tempo. Ah, o que eu não faria pra acordar em casa e ver que é só mais um dia normal onde minha rotina inclui treinar, ficar de vigia, ou realizar alguma missão.

Suspirei e tentei prestar atenção nas conversar paralelas e, por um tempo, até consegui fingir que prestava atenção, mas não estava durando muito. Nem fingir que isso é uma missão estava funcionando mais. Acho que não nasci pra isso, mesmo que o Naruto diga que esse é meu lar e que somos uma família, eu não consigo me sentir dessa forma, mas.... Se eu sair daqui nem sei pra onde iria.

Ah.... Melhor parar de pensar nessas coisas.

Tentei mais uma vez afastar esses pensamentos e a noite até que passou um pouco mais rápido ao tentar me enturmar de novo. Longe de ser divertido, mas se tornou tolerável.

Entrei nos joguinhos delas, falamos um pouco sobre sexo, homens e todas essas coisas que as adolescentes com os hormônios a flor da pele queriam saber. Dessa forma, após dar as informações que queriam, elas cansaram e todas fomos nos deitar. O que, por um lado, era bom já que calavam a boca e me deixavam em paz, mas por outro era péssimo, porque além de não conseguir dormir com estranhos, as vigias constantes fizeram com que eu só dormisse em casos de extremo cansaço, o que estava longe de acontecer.

Resultado: ficarei a noite inteira deitada como se esperasse a morte.

Tá, o que posso fazer enquanto isso? Fazer um kage bunshin e fugir? Não, nem meu clone merece aguentar isso... Matar a todas enquanto dormem? Não, eu não quero matar a Temari... Lamentar? Parece plausível, mas chato. Acho que fiquei pensando tanto no que fazer que quase não percebi que a Yamanaka havia acordado. Ela se levantou e foi ao banheiro e, quando estava voltando, Temari também acordou.

As duas foram para a sacada conversar e, apesar de conseguir ouvir a conversa, não havia nada que me interessasse. Além de que, A Yamanaka organizou isso apenas para conhecer a Temari, não sou eu quem irá interromper.

— Sabe Ino, estou com uma curiosidade desde que cheguei aqui. – Qual o nome da dona da casa? Quis rir do meu próprio pensamento, mas me contive.

— Pode falar.

— Se vocês decidiram fazer essa reunião com todas as garotas que conhecem, por que não chamaram aquela ruiva que veio de outra Vila com a Naruko? – Eita, não achei que ela fosse perguntar isso hoje tão diretamente.

— Ah, vamos ser sinceras, né Temari? Você já olhou pra Karin ou conversou com ela por 5 minutos? Ela é muito esquisita e me dá arrepios quando começa a falar do Sasuke. Se ela viesse, estragaria a diversão. – Tá, a parte de ser assustadora e medonha quando começa a falar do Sasuke não é totalmente mentira, mas... Esquisita? O que é ser esquisita para elas?

Tem que ter um padrão específico para ser convidada? Qual deve ser esse padrão?

Deve ser algo que possa ser analisado ao ser apenas visto, afinal elas nem conhecem a Karin e nem se preocuparam em tentar. Eu sei ela pode ser obcecada no Sasuke, mas não é culpa dela ser tão sensitiva assim. Quando está longe do Uchiha, a Karin consegue ser mais séria, focada e correta que todas elas juntas. Na verdade, ela pode ser mais socialmente aceita do que a Sakura que faz bosta sem precisar do Sasuke perto. Vendo agora, esse aleijado é uma droga, né? Quanta gente corre atrás dele!

Mas enfim, o que pode ser uma definição de esquisita?

E se.... Não, não faz sentido... Mas pode ser! Será que a excluem e acham esquisita pelas cicatrizes de mordidas no corpo dela? Isso seria cruel até pros meus conceitos.

Foi tanto tempo tentando entender o que esse “esquisita” significava e como elas pensavam que sequer senti o tempo passar.

Ao amanhecer, todas nos levantamos e meu cansaço daquele lugar e daquelas pessoas fez com que eu me despedisse antes mesmo do café. Ao sair daquela casa eu me senti como se tivesse me libertado de uma prisão. Respirei fundo o ar da liberdade e curti o “silêncio” de não ter ninguém falando comigo. Passei a caminhar sem pressa por Konoha em direção ao pequeno apartamento do Naruto.

Era estranho morar lá com ele, não só pelo fato de ser um lugar apertado demais para duas pessoas e ele dormir num colchão no chão ao meu lado, mas também pelo fato dele roncar alto, ou de ainda estarmos nos conhecendo, ou de eu ainda estar me adaptando à personalidade dele ou... Ah, sei lá. O que importa é que não durmo direito porque não consigo, ainda não confio nele o bastante pra baixar a guarda a esse ponto. É melhor eu me mudar logo... Fiquei sabendo que o Sasuke tem um bairro inteiro desde que os Uchihas foram dizimados. Como certeza há algum espaço pra mim.

Despertei de meus pensamentos ao perceber alguém se aproximando em alta velocidade. Parei, olhei para trás e aguardei poucos segundos até reconhecer a silhueta da Temari. Não achei mais que a veria ainda hoje.

— Não achei que você iria embora tão cedo.

— Eu não estava mais aguentando ficar lá. – Sorri após o comentário. Ela é das minhas.

— Entendo esse sentimento.

— Enfim, eu descobri por que não chamaram a Karin. – É muito chato eu dizer que já ouvi? Acho que seria como menosprezar o esforço dela, né? Melhor deixar ela prosseguir. Acenei positivamente dando a entender que estava prestando atenção, mas ela pareceu hesitar por um momento antes de continuar. – Não a chamaram pra não magoar a Sakura que ainda é apaixonada pelo Sasuke. – QUE?

— Por que está mentindo?


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Notas finais do capítulo

Olá pessoas. ♥
Como sempre, "o bom filho a casa torna". Eu demoro, mas eu volto e todos os agradecimentos se devem ao feriado, como sempre.
Para essa postagem ser possível hoje, não fiz uma releitura e análise mais detalhada como faço em todos os capítulos, então peço desculpas por qualquer possível erro (não me abandonem kkk).
Enfim, estou escrevendo o capítulo da outra fic e logo irei postar também.
Estou trabalhando em um novo projeto que pretendo compartilhar com vocês em breve (justificará um pouco essa demora).
Espero que gostem do capítulo e não esqueçam de me falar o que acharam. ♥



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