Naruko escrita por Monna Belle


Capítulo 6
Capítulo VI


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é dedicado àquele que sempre me ajuda quando mais necessito, que é fonte do meu amor, me permite descansar e recuperar minhas forças para aguentar essa vida corrida, àquele sem o qual esse (e alguns outros) capítulo (s) não seria possível: Obrigada feriado. ♥♥♥



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/753729/chapter/6

Acho que só tem um jeito de descobrir. Seguindo a lógica, há apenas uma pessoa que sempre me designou o que eu deveria fazer, então se tem alguém que sabe essa resposta, é o próprio Orochimaru.

Primeiro, preciso encontrá-lo. Quem pode me ajudar a rastrear o Orochimaru? Tem o.... Kiba, claro. Cães têm um ótimo olfato e eu posso conseguir um bônus também.

Após me informar sobre a localidade do clã Inuzuka, sigo em direção ao mesmo, mas de longe percebo a Ino e uma garota de coques acenando pra mim e vindo em minha direção.

— Naruko! Estávamos te procurando. – A Yamanaka é a primeira a se pronunciar, como sempre. Eu sorrio e dou apenas um aceno com a cabeça para ela prosseguir a fala, mas ela não continua.

— Beeem, agora me acharam. – Então fala logo o que quer. Eu podia estar pegando o Kiba agora, mas não, as duas estão me procurando.

— ... Estamos reunindo as garotas em uma festinha particular pra comemorar o fim da guerra e nos entrosarmos melhor. – Eita, ela estava falando. Qual é a dessa felicidade toda pelo fim da guerra, gente? Uma festa já tá bom. – Você vai? – Não, né.

— Então, é que eu... – Não tenho uma desculpa. Merda. – Tava indo tomar um banho agora. – Porque, caso ninguém tenha notado, acordei sem lembrar de nada com uma cabeça falante do lado.

— Não tem problema, você toma lá em casa. – Meu deus, até esqueci que a figurante de coques tava aí. Preciso descobrir o nome dela, apesar dela ser bem irrelevante.

— Ah, mas- – PENSA EM ALGUMA COISA! – Eu preciso de.... Roupas. – Pareço uma retardada falando.

— Que isso, você pega alguma lá. – Ino segurou na minha mão!!!! Olha essa ousadia – Vamos. – Ela me puxava pra andar com elas e, na primeira oportunidade, me soltei de seus dedos delicados, que pareciam nunca ter treinado com real dedicação, mas continuei as acompanhando. Já estava ali mesmo, né?

As duas passaram o caminho conversando e rindo e eu tentava sorrir pra fingir que prestava atenção em suas futilidades enquanto ignoro o mau pressentimento que me assola.

Poucos minutos e chegamos em uma casa simples. Ao entrarmos no quarto da anfitriã, vejo que havia mais 3 garotas: A Haruno, a Hyuuga e a Temari que, pela expressão, parecia estar ali por tanto livre arbítrio quanto eu.

— Olha quem trouxemos. – A Yamanaka falou animada e parte das meninas comemorou. Será que elas usam algum tipo de droga pra ficar assim?

— Eu estava pensando que poderíamos jogar, né? O que acham? – A Haruno sorriu maldosa, a Yamanaka e a figurante corresponderam enquanto a Hyuuga corou dos pés à cabeça. Isso é algum código? Que tipo de jogo é esse? Elas são lésbicas? Mais uma vez, a única que parecia tão na dúvida quanto eu era a Temari, por isso me sentei ao lado dela.

— Jogar o que? – Perguntei por que não parecia que iam me explicar.

— Verdade ou desafio. – Que? – Nós nos sentamos em roda, giramos uma garrafa, e um lado da garrafa aponta para quem irá perguntar e o outro pra quem irá responder.

— Um jogo de perguntas e respostas? – Sério? Isso está é com cara de interrogatório enrustido pra mim. – Não é mais fácil perguntar diretamente?

— Mas aí não tem graça. E no jogo tem a opção de cumprir um desafio caso não queira responder. – É. Isso é cilada. Agora pra quem? Pra mim? Será que querem descobrir os segredos de Orochimaru-sama para aumentar sua pena? Preciso me adaptar a esse ambiente hostil e vencê-las em seu próprio jogo.

— Tudo bem, vamos jogar então. – Após as outras concordarem, a anfitriã pegou uma garrafa que, sabe-se lá por que, já estava vazia. E logo o jogo começou.

Tentava parecer tranquila e aparentar divertimento com a situação, assim como as outras, entretanto, estava focada em cada movimento, palavra ou mesmo respiração que fosse suspeita. A garrafa parou. Ino para Hinata.

Vamos ver a que elas vieram agora. Ino sorriu maldosa.

— Verdade ou desafio, Hinata-chan?

— V-verdade. – Alguém faz essa menina parar de gaguejar, por favor.

— Todas suspeitamos que você seja apaixonada por uma certa pessoa há muito tempo, pode nos dizer quem é? – Calma, o que? Essa é a pergunta dela? Calma, Naruko. Obviamente é uma tática pra te deixar de guarda baixa, as piores perguntas serão direcionadas a quem não é da Vila delas, claro. Elas estão trabalhando juntas.

— E-eu... – Caramba, ela está tão vermelha que acho que vai desmaiar. – É-é o.... Naruto-kun. – Boa tentativa, garotas. Querem fazer eu me sentir enturmada ao acreditar que a princesinha tá apaixonada pelo meu irmão. Mas não vai funcionar comigo. Eu sei que ninguém em Konoha se interessa por ele, só pelo Sasuke. Até o Naruto se interessa pelo Sasuke, na verdade. O que esse Uchiha tem?

As garotas comemoraram a resposta da Hyuuga e eu fiz uma expressão surpresa, só pra acharem que estou caindo no joguinho delas. A garrafa gira novamente. Sakura pergunta à Temari, agora vamos ver a que elas vieram.

— Verdade ou desafio, Temari?

— Verdade.

— É verdade que você é apaixonada pelo Shikamaru? – Caramba, que direta.

— Nossa Sakura, que pergunta mais direta. – Ino se expressou e deu uma risada tímida, será que ela está lendo a minha mente? E que tipo de pergunta estúpida foi essa? Talvez o alvo realmente seja eu. Quando for minha vez virá alguma pergunta sobre Orochimaru-sama, seus esconderijos e experimentos.

— Desafio.– Ué? A Temari mudou de ideia? Isso é permitido?

— Mas não é permitido mudar depois que já escolheu, Temari. – É, a Ino deve estar usando uma daqueles jutsus em mim e lendo minha mente. Como isso funciona? Preciso descobrir a fraqueza. EU JÁ TE DESCOBRI, YAMANAKA.

— Mas que droga! Pra que vocês ficam fazendo esse tipo de pergunta inútil? Tanta coisa pra perguntar! – Será que ela percebeu que acabou de se entregar? As garotas se entreolharam e Sakura suspirou.

— Tudo bem, você não precisará responder se... Cumprir um desafio. – Então esse é o plano delas? Querem nos constranger para ter nossa obediência?

— Qual o desafio? – Sakura e Ino se entreolharam e sorriram se divertindo com aquilo.

— Nós iremos te arrumar como quisermos e você deve agir sem qualquer grosseria. – O QUE? Pra que alguém se diverte se arrumando e agindo como donzela? Esse tipo de coisa só é feito em missões de disfarce.

— Feito. – Caramba Temari, que desespero pra não assumir o que todos já notaram.

Enquanto arrumavam a Temari, todas riam e se divertiam e eu fingia fazer o mesmo, mas na real, eu preferia estar treinando com o Sasuke... E perdendo.

Todas as garotas ficaram surpresas com a aparência da Temari após terminarem e, devo admitir, eu estou inclusa nessa. O tratamento realmente fez diferença, ela nem parecia mais uma ninja e o rosto corado, morrendo de vergonha, só ajudava. Na real, ela me aparenta ser alguém muito tímida, mas que disfarça pra se fazer de durona.

Logo após isso, voltamos ao jogo, onde a garrafa girou mais algumas vezes, tendo as mesmas perguntas chatas e monótonas de sempre. Acho que hoje pode ser considerado o pior dia da minha vida. Isso devia ser considerado alguma forma de tortura, eu mesma já pensei em me matar algumas vezes.

Talvez se eu escorregasse e batesse a cabeça nessa garrafa com muita força, ou se irritasse a Sakura até ela me socar e não reagisse, ou quem sabe eu falo que vou tomar banho e me afogo? Por que tá todo mundo me olhando? É MESMO, a Yamanaka lê minha mente. Ah não, pera. É minha vez. Vamos lá. Ino quem irá me perguntar. Vai em frente, não tenho medo.

— Verdade. – Já respondi antes mesmo dela perguntar.

— Bem, tem um tempo que eu quero te perguntar isso. – EU SABIA! Ela olhou para as amigas cúmplices e sorriu tímida, pergunta logo sua dissimulada. – Como foi a sua primeira vez? – QUE?

— Como assim? Primeira vez de que? Matando alguém? – Nem lembro.

— NÃO.... Sua primeira vez, você sabe....... Sexualmente falando. – Isso é sério mesmo? É só isso? Nenhum truque? Nada?

— Ah.... Beem, dói.

— Não, é que nós queríamos saber alguns... Detalhes, sabe? – MAS CARALHO, PUTA QUE PARIU KONOHA. SE EU COLOCAR UM HOMEM NÚ AQUI, AGORA, É CAPAZ DELAS NÃO SABEREM ONDE É O PÊNIS, TOMAR NO CÚ, NÉ. Ok Naruko, recomponha-se.

— Eu estava em missão... Tive que me casar com um homem de prestígio das redondezas pra conseguir informações, especialmente as dele. Então, seria natural o casamento ser consumado. Nessa hora ser virgem era uma vantagem. – Elas me olham horrorizadas, exceto pela Temari, mas é melhor ignorar. – Bem, após o casamento fomos para o quarto e eu estava um pouco nervosa.

— Por que não fez um kage bunshin e o deixou no seu lugar? – A Haruno perguntou, apreensiva.

— Porque eu já sabia que iria doer e isso faria o kage bunshin sumir e meu plano ser descoberto. Minha missão sempre está acima dessas trivialidades. Ele acreditava que eu era só uma garota qualquer que ele achou gostosa, não uma ninja, e precisava manter isso a todo custo. Enfim... Prosseguindo... Eu estava nervosa porque se reagisse por instinto e o atacasse, meu disfarce seria descoberto.

— Não estava nervosa por estar num momento único da vida? Mas sim pela missão? – Agora a Yamanaka me cortava, ô caralho.

— Momento único? Não! Transei várias vezes já.

— Mas a primeira vez é uma só.

— Ainda bem, é sempre horrível. Seja a primeira vez de qualquer coisa. Parem de romantizar coisa ruim, gente. Primeira vez é pra acontecer e evoluir. Só isso. Mais uma vez, prosseguindo com a história antes que eu desista de contar... Ele tirou minha roupa, tirou a dele e..... – Como colocar isso num vocabulário virgem? – ... Foi. Na hora doeu, porque parecia estar rasgando minha pele, mas já senti dores piores. Então fingi uma carinha de sofrimento ali, ele não aguentou 3 minutos, gozou e fomos dormir.

Todas estão em silêncio. Queria que houvesse uma forma de registrar a expressão de cada uma agora. Era um misto de choque e indignação. Exceto, claro, pela Temari, que foi a primeira a se pronunciar.

— Achei uma atitude muito digna de uma verdadeira ninja, parabéns. 

— Como assim digna de uma verdadeira ninja? Ela se vendeu por informações! – A Haruno se pronunciou tirando o bom humor rápido que as palavras de Temari me causaram. 

— Você não faria o mesmo por Konoha?

— Claro que não, há várias outras formas de conseguir informações, essa... - AH NÃO, cortei a testuda no meio da frase antes que surtasse.

— Então você não pode se considerar uma ninja, Haruno. Um ninja vive exclusivamente pelo bem-estar de sua Vila, sua vida pertence à Vila, se quer ter uma vida de conto de fadas, recomendo ser comerciante, ou algo do gênero. Eu fiz o que era necessário por Otogakure, e não fiz apenas uma vez.

— Eu to cansada de você estar sempre aí achando que é uma ninja melhor do que eu.

— Eu vivi por Otogakure, Sakura. Você viveu pelo Sasuke. Essa é a diferença de nível entre nós.

— Você viveu pelo Orochimaru. 

— Eu segui as ordens de meu superior, assim como seguem as de seus hokages e o defendo no mesmo nível.

— Seu superior deve ser respeitado, mas você deve ter princípios. 

— Não, eu devo ter uma Vila sem conflitos desnecessários acima de qualquer custo, uma Vila forte e respeitada... Princípios são para civis. – Pensando dessa forma, o irmão de Sasuke conseguiu o meu respeito. Era um ninja de verdade em Konoha, triste ver a geração que ele deixou aqui. – Pára de achar que ser ninja é um conto de fadas. Nós, ninjas de verdade, temos um dever que fica acima de nós mesmo e deve ser cumprido para a preservação da sua mente juvenil. Nós nos sacrificamos, nós lutamos, nós matamos, nós não choramos correndo atrás do Sasuke-kun. 

— Ah sua... – A Haruno tencionou levantar-se pra me atacar, coitada. Mas a Yamanaka colocou a mão na frente dela, impedindo-a. A expressão dela é de tristeza, mesmo que tente se conter. Acho que posso ter dito algo que a afetou, algo sobre ninjas, sacrifícios.... Ah! Nessa hora, lembro de algo importante. 

— Seu pai foi um grande ninja que se sacrificou pela paz do mundo shinobi. Ao invés de se entristecer, orgulhe-se dele, pois ele merece. – Ela me encarou, surpresa. Na verdade, surpresa até demais, como se achasse que não sou capaz de dizer algo legal. Acho que estou um pouco ofendida.

— Obrigada, Naruko. – Ela encarou a Haruno, que se calou e durante alguns momentos ficamos todas naquele silêncio constrangedor. Ninguém sabia o que dizer.

Será que isso é realmente só uma festa de garotas? Até agora não tentaram descobrir nada sobre minhas missões. O local é mais pacífico e pacato do que previ. Mas se é só isso, por que não chamaram a Karin?

— Érrrr... Será que eu posso tomar um banho agora? – Até porque me arrastaram pra cá antes de eu poder me limpar.

— Ah claro, pode vir por favor. – A anfitriã que não sei o nome se levantou e eu a acompanhei até o banheiro, onde ela me entregou uma toalha e uma troca de roupa limpa e logo se retirou com um sorriso no rosto.

Tirei a roupa e enquanto me lavava fiquei recapitulando os ocorridos dessa noite, nada parecia sair do padrão de uma festa de garotas civis, já havia passado por isso em missões, mas não achei que ninjas treinadas também teriam noites assim pra se divertir, não sem treino, ou pelo menos conversas sobre missões, tudo isso é tão estranho que não estou me sentindo eu mesma nessas conversas. Parece que é só outra missão e que logo vou voltar pra casa.

Não. Para!

Balanço a cabeça tentando afastar esses pensamentos enquanto me seco, que melancolia, puta merda! Se elas gostam disso, que seja, eu devo conseguir achar algo interessante pra fazer, a Temari é bem legal e gostei de conversar com ela outro dia, mas tô sentindo falta da psicótica da Karin. Não faz sentido. Se me chamaram, por que não chamaram ela? Se quisessem descobrir algo, o mais sensato seria nos separar mesmo, mas se não querem descobrir nada, qual a necessidade? Será que só me chamaram porque sou irmã do Naruto? Ou por que me encontraram aleatoriamente na rua e fingiram que estavam me procurando? Isso não faz sentido. Como alguém decide se vai chamar uma pessoa e a outra não? Achava que o único motivo possível era conflitos entre Vilas, mas agora parece que não sei de nada.

Respiro fundo após me trocar. É melhor não ficar pensando nesse tipo de coisa agora. Ao abrir a porta dou de cara com a Temari que não parecia querer usar o banheiro, mas sim que estava me aguardando. Ela me encara e olha sutilmente à nossa voltar para verificar se alguém nos observa, constatando que não há ninguém, retornamos ao banheiro e ela fecha a porta.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Olá pessoas! ♥
Estou tentando postar com mais frequência pra que vocês não precisem esperar tanto, apesar de ser um pouco difícil pra mim ter tempo pra escrever e revisar, mas estou me esforçando, por favor não desistam de mim. rs
Eu ainda tenho MUITOS planos pra essa fic, além de ideias pra outras, vamos orar pras férias da faculdade em dezembro contribuírem com a minha criatividade e me permitirem adiantar muita coisa.
Por sinal, acabei de perceber que ainda não decidi os casais dessa fic (a não ser o principal e Temari e Shikamaru), sendo assim, se tiver alguma sugestão, por mais incomum que seja, por favor, deixe nos comentários que levarei em consideração.
Enfim, é isso. Espero que tenham gostado do capítulo.
Lembrando que estou sempre aberta à críticas, sugestões e elogios.
Até breve. ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Naruko" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.