Naruko escrita por Monna Belle


Capítulo 4
Capítulo IV




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— AAAAAAAA – A CABEÇA FALOU E A CHUTEI POR REFLEXO. Tá, calma. Olho em volta e respiro fundo. Eu sou uma ninja, porra! Espero que ninguém tenha visto esse piti. Torno a me aproximar da cabeça que resmungava alguma coisa com a boca enfiada na terra. Seguro-a pelo cabelo branco e viro pra mim.

— SUA VADIA, O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO? ISSO DÓI. NÃO PUXE MEU CABELO ASSIM – Como que ele pode estar falando? Isso é tão... Sei lá... Será que é algum jutsu de imortalidade? Pior que a pele ainda tá quente. Sujo de terra e meio fedido, mas tudo bem. Tudo ótimo, na verdade!

Significa que eu não matei ninguém! Se ele pode falar, eu não matei.

Ele ainda estava irritado e me xingando, falando que ia me matar e blá blá blá, então o deixei desabafar enquanto olhava ao redor, procurando alguns sinais do que poderia ter acontecido, até que o zumbi pareceu ter cansado de xingar e me dirigi a ele.

— Qual o seu nome? – Ele tinha sempre uma cara de puto, mas até que tem um rosto bonito.

— Hidan.

— Tá. Você está comigo há um tempo, né? Viu o que eu fiz ontem ou com quem eu estava?

— Por que eu te ajudaria?

— Você não morre, né? – Ele me encarou sério, afinal a resposta era óbvia. – Mas reclamou da dor no seu cabelo, então sente dor. Sabe, você pode ser muito útil para ciência, Hidan. Eu posso abrir sua cabeça, ver como seu cérebro reage a estímulos, e muito mais... E depois é só fechar, curar e começar tudo de novo. Afinal, você não pode nem reagir. Só reclamar e falar bosta, mas aí é só cortar sua língua que o problema estará resolvido, né?

— Acha que pode me ameaçar?

— De forma alguma, só pensei alto. Eu acho que posso seguir minha vida plenamente sem saber o que aconteceu ontem, já que agora tenho um novo bichinho de estimação imortal. – Ficamos em silêncio ao perceber um pequeno grupo se aproximando rapidamente. Três, não. Quatro pessoas estavam se aproximando com hostilidade.

Permaneci alerta mesmo após reconhecê-los: Hinata, o Aburame, Kiba e o Akamaru, que achei ser a quarta pessoa, pararam na minha frente, mas mesmo após me ver não baixaram a guarda. Caralho, o que eu fiz?

— Naruko, nos devolva o Hidan e venha conosco até a hokage. – O Aburame se pronunciou e um arrepio percorreu minha espinha. Esse cara é assustador. Esse clã inteiro, na verdade.

— Por que eu deveria? – Não dá pra eu só ir de boa sem questionar nada, vai que cometi um crime e querem me prender.

— Ei, Naruko, né? Se fugir comigo agora e me arrumar um corpo, eu consigo te dar o que você quiser. O Grande Jashin me proverá novamente e você será recompensada. – Ahhhh, então o problema é a cabeça. Ele é algum tipo de criminoso que eu libertei. Bem... Eu conseguiria derrotar esses três, se quisesse. Daria trabalho atacar todos juntos, já que lidar com o Aburame sozinho já é uma dor de cabeça, sem contar que preciso manter distância da Hyuuga e qualquer golpe que o Inuzuka acertar causa um grande dano, mas ainda sim, não é impossível. Tem algo que eu quero que o zumbi possa dar? Encaro o zumbi por alguns segundos e me viro novamente pro trio (quarteto). O que eu quero, afinal?

— Naruko? – Kiba me chamou, fazendo-me despertar dos devaneios. Ando muito sem foco desde que cheguei a Konoha, puta merda.

Estava feliz com a ideia de ter um bichinho de estimação imortal, mas joguei em direção a eles e o Akamaru pegou, segurando o rosto dele entre os caninos afiados. Que nojento. Deve ficar babando e ser fedido ali. Será que se o Akamaru comer o Hidan, ele vira um cachorro imortal?

— CARALHO, ME DAR PRO CACHORRO JÁ É DEMAIS, NÉ? PAREM DE ME TRATAR COMO LIXO! EU VOU MATAR TODOS VOCÊS, NEM QUE TENHA QUE MORDÊ-LOS ATÉ A MORTE. JASHIN IRÁ CASTIGÁ-LOS, SEUS HEREGES! – Caralho, eu não gosto muito de crente...

— Eu posso cortar a língua dele pro caminho ser mais silencioso? – Os três se entreolharam e eu não sei se estavam cogitando minha ideia ou assustados com ela, mas não me permitiram, então me juntei a eles no caminho até a sala da Hokage. Estou com um mal pressentimento.

Ficamos em silêncio por alguns segundos, mas minha cabeça não parava de criar teorias. Suspiro derrotada.

— O que aconteceu ontem? Eu só lembro de ter bebido com o Naruto. – Kiba segurava o riso, enquanto a Hyuuga corou e sei lá se o Aburame teve alguma reação. – Então?

— Bem... – Kiba foi quem resolveu falar. – Depois que vocês beberam, quiseram competir pra ver quem era o melhor gêmeo, ou algo assim. – Nossa, que coisa estúpida. – Daí iniciaram uma competição.

— Cada um dava um desafio pra vocês cumprirem. Quem fosse primeiro, ou melhor, vencia. – Ah, agora o Aburame estava falando. – ATA que eu perdi pro Naruto.

— Qual a relevância disso e eu estar indo falar com a hokage? – A hokage alcóolatra vai me prender por beber demais, agora?

— Se esperar eu terminar de contar, você descobre. – Nossa. E eu achando que os cães de Konoha eram adestrados. Sorri pra ele, e isso parece ter tirado seu foco.

— Prossiga.

— Durante a competição, fizeram alguns desafios idiotas, como corrida, beber ainda mais depois de vomitarem, e coisa assim. – Depois vieram uns desafios mais interessantes, como beijar seu próprio Kage Bunshin. – QUE?

— PERA, O QUE? Quem deu esse desafio? E eu cumpri? – Isso deve ser alguma zuera com a minha cara, devem ter me drogado, só pode.

— Foi o Kankurou. – Eu sabia que ele era esquisito. – E você cumpriu e, infelizmente, o Naruto também. – Hinata corou dos pés à cabeça. Então ela curte essas coisas? E que desafio doentio.

— Quais os outros desafios? Quero saber todos. – Ele desviou o olhar e riu por um momento. – O que foi?

— Bem, depois desse desafio, fizeram uma piada sobre vocês beijarem uma pessoa de verdade, tipo o Sasuke. – Ele novamente parou pra rir. – E vocês sumiram.

— O que? Quem beijou o Sasuke? – Além do Naruto, no primeiro dia de aula como genin.

— Ninguém sabe. Não conseguimos acompanhar porque os dois saíram correndo do nada, daí sumiram e depois voltaram pedindo o próximo desafio, mas não responderam se algum conseguiu ou não. – PUTA-QUE-PARIU! Não, não tem como eu ter beijado o Sasuke, mais fácil ter sido o Naruto, que já fez isso uma vez. E o Sasuke também estava bêbado, então... Foi o Naruto, claro... Mas isso significaria que eu perderia pra ele. E agora? Merda.

— Quem deu esse desafio? – Eu vou matar o desgraçado.

— Não foi exatamente um desafio, foi uma piada, vocês que entenderam errado.

— Foi você, né Kiba? – Ele sorriu constrangido, mostrando os caninos. Ah, como que eu vou ficar brava com esse desgraçado? Puta merda. Tinha que ter sido alguém mais feio ou esquisito, tipo o sobrancelhudo ou o Aburame. Mas eu posso castigá-lo de outro jeito. – Tá, e depois que voltamos, qual foi o desafio?

— Bem, foi a vez do Sai, né. – AH NÃO. – Então ele os desafiou a invadir algum lugar de acesso restrito e roubar algo. Pela lógica dele, só assim vocês veriam quem é o melhor.

— O que o Naruto levou?

— Um pergaminho com kenjutsus que ele já havia roubado uma vez quando criança. – AH QUE ORIGINAL, repetindo roubos. Eu tenho uma cabeça falante. – E, pelo que sabemos, você invadiu a floresta do clã Nara, que é protegida e vigiada por veados... – Justo o Clã Nara, Naruko? Sério? Shikamaru já nem te odeia, né. – ... Lutou com alguns deles, estão comentando por Konoha que você tentou levar um dos veados, ainda. – Ri por um momento, mas ao ver a seriedade dos três, me contive.

— E a cabeça falante?

— Ficava sepultada na Floresta do clã Nara. De alguma forma, você a encontrou e levou. – Ah, não foi tão ruim assim. Não matei ninguém. – A tal “cabeça falante” é conhecida como Hidan, um membro da extinta Akatsuki. Ele foi o responsável por muitas mortes em Konoha. – Ah, então ele é realmente forte? – ... Inclusive, a de Sarutobi Asuma, filho do terceiro hokage e sensei do time Ino, Shikamaru e Chouji. – Ah... Acho que eu fiz bosta, então.

Fomos o resto do caminho em silêncio e, ao chegar na sala da hokage, Naruto estava lá tomando um esporro, enquanto Sasuke, Sakura, Shikamaru e Temari estavam ao lado, calados. Não prestei atenção no que ela disse, mas sim no olhar do Nara sobre mim. Se ele não me odiava antes, com certeza odeia agora.

— Naruko... – A hokage me chamou e me aproximei com todo respeito e educação que não sei quem me deu, mas tá aqui. – O que você fez foi inadmissível, você libertou um criminoso de alta periculosidade por brincadeira.

— Em minha defesa, eu não lembro de nada. – Encolhi os ombros e sorri um pouco constrangida.

— Você acha que isso é algum tipo de brincadeira? Morando em Konoha, agora, você deve entender que aqui há regras que devem ser seguidas e que você deve respeito aos superiores. Não está mais com Orochimaru. – Como ela ousa falar comigo como se eu fosse uma baderneira?

— Tenho plena consciência disso, hokage. – Não acredito que estou respondendo a essa mulher.

— Então... Quero que me responda honestamente... Ontem a vi usando genjutsu em dois ninjas aliados, e pelo que me pareceu, fez isso apenas assoviando. Como? – Desgraçada. Achei que estava ficando bêbada ontem, mas teve tempo pra ver o que eu fazia?

— Minha faringe, esôfago e cordas vocais foram substituídas por alguma espécie de instrumento musical quando eu tinha doze anos. Kabuto realizou a cirurgia. – Tá, uma deu errado. – Duas vezes. – Silêncio. Eu senti o espanto de todos, exceto Sasuke. A própria hokage perdeu a compostura.

— Que-que tipo de monstro faria... O que fizeram com você? – O que? Monstros? Como assim o que fizeram comigo?

— O que fizeram comigo? – Como ela pode impor a moral dela sobre mim? Hipócrita. – Eles me criaram... Eles me deram comida, casa, treinamento... Ao contrário do Naruto que a “bondosa” Konoha não pôde ajudar. Que foi deixado a própria sorte, sozinho, sendo humilhado e rejeitado pelas pessoas que ele já salvou inúmeras vezes. – Ahhhh, quando eu penso nisso. – E isso que ele é filho do hokage que deu a VIDA pela preciosa vila de vocês. – Na verdade, nós dois somos. – Então não venha dizer que Orochimaru ou Kabuto são monstros antes de olhar para seu próprio umbigo, hokage. – Eu não julgaria o Naruto se quisesse destruir Konoha tanto quanto ele quer protegê-la. Se fosse eu no lugar dele talvez já tivesse abandonado essa vila e me unido à Akatsuki pra vê-los morrer um a um

— COM QUEM VOCÊ PENSA QUE ESTÁ FALANDO? – A hokage gritou e socou a mesa, quebrando-a no meio, como se isso fosse me intimidar. – Essa vila está sob a minha proteção agora, ou seja, eu mando aqui até a hora que eu quiser, então o mínimo que você deve fazer é me tratar com respeito.

— Desculpa, os “monstros” que me criaram não me ensinaram a tratar ninguém com respeito, só a lutar e ser uma ninja DE VERDADE!

— Tá insinuando que não somos ninjas de verdade aqui?

— NARUKO! – Eu e a hokage paramos ao ouvir a Haruno exaltada. – Não acha que está passando dos limites?

— Não sei, quando você, o Naruto e o Uchiha eram companheiros de time e você ofendia e desprezava o Naruto, acha que passava dos limites? – Naruto só faltou ficar roxo de vergonha. A Haruno e a hokage pareciam que iam me atacar a qualquer momento, Shikamaru só olhava, não sei ler as expressões dele. Temari parecia estar numa mistura entre indignação e diversão e o Uchiha, como sempre, se divertindo com essas cenas. Desgraçado.

— JÁ CHEGA, NARUKO! – A hokage voltou a se pronunciar. Tá ofendida que eu magoei ela e a pupila. – SE VOCÊ NÃO SABE NEM TER RESPEITO, NÃO ACHO QUE CONSIGA SEGUIR REGRAS E VIVER EM SOCIEDADE. VOCÊ ESTÁ EXPUL-

— SE A EXPULSAR EU IREI COM ELA. – Silêncio. Nesse momento até o vento pareceu se calar pra ver o que Naruto tinha a dizer. – Sabe, quando eu descobri porquê todos me odiavam, eu senti raiva. Por que tinha de ser eu? Então Iruka-sensei foi o primeiro a me reconhecer como eu sou, depois conheci o Gaara, que passou pelo que eu passei e fui conhecendo outros jinchuurikis, como eu, e foi então que entendi... Se eu não tivesse passado por tudo isso, eu não teria o meu jeito ninja, nem iria querer me tornar hokage, daí não teria a força para proteger todos nessa guerra... Sabe, Naruko... Eu sou grato por tudo que eu passei, mas nossos pais se sacrificaram para que pudéssemos viver juntos. – Naruto e seus discursos, puta merda. – A mãe me disse que somos o resultado do encontro do relâmpago amarelo e da pimenta ardente de Konoha e eu prometi que me tornaria o hokage laranja por carregar o sonho deles... Mas se a Tsunade baa-chan te expulsar agora, eu irei com você, porque você já perdeu tudo que tinha uma vez.

O silêncio permaneceu. Ninguém sabia o que dizer, nem eu. Meus batimentos pareciam descompassados, não quero que Naruto desista de seu sonho por mim, mesmo que eu ache um sonho besta.

— Se isso acontecer, tenho certeza que falo, não apenas por mim, mas por meu irmão, o kazekage, que os dois são benvindos em Suna. – Temari se pronunciou e essa é a primeira vez que vejo o Nara surpreso.

A Haruno parecia ter paralisado, era como se tivesse parado de funcionar. A hokage estava tão confusa que parecia nem saber mais onde estava. Olhei para o Nara que suspirou e murmurou algo, como “Que saco”.

— Vamos ser sensatos. – Ao que o Nara se pronunciou, todos prestaram atenção. – O fato da Naruko ter entrado na Floresta do Clã Nara, encontrado o Hidan, que ela sequer conhecia, e o tirado de lá foi culpa de nossa própria inércia. Estávamos todos lá, vimos quando o Sai os desafiou e sabíamos que ambos estavam sem qualquer condição de agir pensadamente.

— De fato, Shikamaru. – A hokage tornou a se sentar. – Entretanto, ela ainda assim o fez... E é crime. Não pode passar impune.

— Nunca disse pra passar impune, mas não creio que nada do que ela fez seja motivo para expulsão. – Hoje é um dia histórico... Eu vivi pra ver Nara Shikamaru me defender. – Já presenciei transgressões mais significativas em nossas leis que passaram impunes... – Orochimaru-sama deve estar andando de boa agora pela vila e eu tô aqui. – Ou foram até premiadas. – CARALHO. Nessa hora, o Nara olhou de canto para o Sasuke. Tem um rancor acumulado aí.

— Entendo seu ponto, Shikamaru. – A hokage se silenciou. Acho que está pensando no que fazer. Será que ainda vai demorar muito aqui? Já conversamos demais, eu já devolvi a cabeça falante, Naruto já fez discurso, Temari praticamente confrontou a hokage, o Nara me defendeu. Acho que já está bom pra um dia só. – Naruko, analisando a gravidade do que ocorreu, eu já decidi sua punição... – Tá bom, sem drama, fala logo... Não tá apresentando vencedor de concurso de beleza. – Você está proibida de beber nos limites de Konoha. – Ah, grande bosta. Isso seria castigo pra você que é alcoolatra, né.

— Eu estou proibida de beber qualquer coisa ou de ficar bêbada? E se eu beber dentro de casa e ninguém ver? E se eu beber do lado de fora e voltar pra vila ainda bêbada? – A hokage fez aquela cara que sempre faz quando vai socar algo, mas respirou fundo. Acho que é porque não tem mais mesa pra socar. Deve ser legal ser hokage, você quebra o que quer e não paga.

— Você está proibida de permanecer bêbada dentro dos limites de Konoha, seja bebendo aqui ou vindo bêbada de outro lugar.

— Então se eu quiser beber algo eu posso, contanto que não fique bêbada, certo?

— Isso. – Tá, né.

— Tá bom. – Dei de ombros, trocamos mais umas palavras que nem prestei atenção e saí da sala.

Certo. E agora? Eu não tenho nada pra fazer. Só estou com sede.... Naruto, Sasuke e Temari são as únicas pessoas que já conversei casualmente e os três estão nessa sala. Ah, eu poderia procurar o Chouji ou... Esperar o Sasuke e descobrir o que ele fez ontem e.... Se eu ou o Naruto beijamos ele....

Caralho... Eu não perderia pro Naruto, perderia? Espero que tenha perdido.

Vou até o lado de fora e me sento ali para aguardar. Poucos minutos esperando e já ouço vozes conversando pelo corredor e vindo em minha direção. Parece que Naruto e Sakura já saíram.

— Sabe, Naruto... Eu entendo que a Naruko é sua irmã, mas você não pode ficar arcando com os erros dela. E se os dois tivessem sido expulsos? Isso foi muito imprudente. Acabamos de recuperar o Sasuke-kun, fiquei com medo de perder você em troca disso. – NUNCA expulsariam o Naruto de Konoha, Sakura. Se isso acontecesse, a vila inteira iria se mudar com ele, não seja burra nem dramática, por favor.

— Sakura-chan, Konoha é como a minha família, mas a Naruko só tem a mim no mundo. Eu não a deixaria sozinha. – Naruto, Naruto... Sempre pensando nos outros... Com certeza você é o motivo de eu estar ficando molenga. Levanto-me assim que eles chegam ao final do corredor e só então percebo que o Uchiha está com eles. Temari e o Nara devem ter ficado com a louca bêbada da hokage.

Sakura parece meio constrangida ao me ver, talvez por saber que eu escutei o que ela disse, ou pelo que eu disse pra ela antes, mas não importa. O que eu quero, é informações do Sasuke e do Naruto.

— Naruto, o que fizemos ontem? – Ele sorriu e levou uma das mãos pra trás da cabeça.

— Hehehe, eu não lembro de nada. – Caralho, alguém nos drogou, só pode.

— Uchiha... Me contaram uma coisa sobre ontem e gostaria de saber se lembra de ter visto eu ou o Naruto após você sumir. – Naruto começou a rir alto e apontar pro Uchiha.

— Mas ele também não lembra de nada, ‘ttebayo! Não lembra nem que beijou a Tenten! – Tentei ficar séria, mas a cara de puto que o Uchiha faz me tira qualquer seriedade.

— Capaz dele ter um filho a caminho e nem saber. – Eu e o Naruto permanecemos rindo do mau humor e, possivelmente, ressaca do estressadinho. Mas após alguns minutos, retomei parte da minha seriedade. – O que aprontou para estar na sala da hokage agora?

— Ah, ele não fez nada. Quando acordei hoje, ele estava comigo, aí vieram me buscar e eu pedi pra ele vir junto. – AH NARUTO, VOCÊ NÃO DISSE ISSO.

— Então vocês acordaram juntos? – Sasuke já respirou fundo, levou uma das mãos a testa e fechou os olhos.

— Sim, mas não lembro o que aconteceu. – Naruto você está implorando, né! Não consegui mais conter o riso com esse belo motivo pra irritar o Sasuke no próximo milênio. Já não basta as vezes que chamei ele de gay por causa daquele beijo quando eram crianças, agora dormem juntos? Respirei fundo por um momento pra parar de rir.

— Mas vocês estavam muito próximos quando acordaram? Se me explicar tudo direitinho, talvez eu consiga te ajudar a descobrir o que aconteceu, Naruto.

— Bem, nós estávamos...

— Naruto, cala a boca. – Sasuke interrompeu, já cortando meu assunto e me olhando com aquela cara de que ia matar alguém a qualquer momento. Melhor que isso, só se ele ativasse o sharingan.

— Sabe, Naruko. Não acho que esse tipo de comportamento esteja de acordo com... - Ah é... A Sakura é tão relevante pra mim que esqueci que ela estava aqui. Como alguém pode ser uma iryo-nin com um futuro tão brilhante, mas ser tão chata? Apesar que, longe do Sasuke ela é um pouco mais explosiva. Ela é apaixonada por ele desde criança? Não cansou de correr atrás desse Uchiha? Qual o problema que ele tem com as mulheres? Ou as mulheres com ele, sei lá. Tô ficando com sede. - Não deve se esquecer que o Naruto é seu irmão e... – Caralho, ela ainda tá falando.

Olho para o lado ao perceber alguém se aproximando e agradeço a quem for por fazer a Sakura calar a boca. Não que eu tivesse escutado o que ela disse, mas qualquer coisa é mais interessante que ela.

Percebo que Karin se aproxima de nós com um grande sorriso nos lábios. Achei que ela nem estava mais em Konoha.

Ela corre em nossa direção e pula nos braços de Sasuke que não a recebe tão bem, se é que ele sabe receber alguém.

— O que está fazendo, Karin? – Sakura ficou tão em choque que perguntou antes mesmo do Sasuke. Isso parece uma daquelas novelas com triângulos amorosos.

— Não vê, Haruno? Estou abraçando MEU namorado. – Aí, agora elas vão disputar a atenção dele e....

Pera... QUE?


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Notas finais do capítulo

Olá pessoas. ♥
Eu sei que demoro pra postar, me desculpem, é que a vida é bem corrida mesmo, mas não desistam de mim. :3
O próximo capítulo já está sendo escrito junto de uma oneshot de Boku no Hero (que uma hora sai).
Não deixem de me dizer o que gostaram (ou não) no capítulo pra que eu possa continuar (ou melhorar). ♥



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