Naruko escrita por Monna Belle


Capítulo 3
Capítulo III




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— Do que você está falando?

— Todos acham que você e o Sasuke-kun têm alguma coisa. – Puta vila de gente burra então.

— Vamos só analisar as circunstâncias. – Respirei fundo. – Acham mesmo que se eu tivesse algo com o Uchiha ele estaria vivo depois de beijar outra na minha frente?

Ambas pararam por um momento, se entreolharam e voltaram o olhar pra mim. Eu apenas suspirei.

— Vamos ser honestas. O que querem saber?

— Elas querem saber se você tem algum interesse amoroso com o Uchiha. – Para minha surpresa, a irmã do kazekage se pronunciou.

— Só isso? – Apenas sorri diante da situação. – Não, eu não tenho qualquer interesse romântico com ele.

— E com outra pessoa? – Caralho, como a Yamanaka é intrometida. Por que não fui comer com o Chouji, o Nara e o Aburame? Ah é, porque o Aburame me dá medo. Quem tem insetos dentro do corpo?

— Não. Não há qualquer tipo de romance nos meus planos.

— Mas o que pretende fazer agora que a guerra acabou e entramos numa era de paz?

— Não sei... Conhecer mais o meu irmão, treinar pra próxima guerra? Há tanto pra ser feito, além de romance.

— Verdade. – A Haruno sorriu e olhou da Yamanaka para a Hyuuga. – É que essa é a primeira vez, desde os nossos 12 anos que conseguimos pensar nisso sem que haja um inimigo pra vencer, ou alguém pra se resgatar. É até estranho pensar que, talvez, agora tenhamos a chance de experimentar sair com alguém.

— Vocês nunca... Saíram com ninguém nos intervalos?

— Não. Nós sempre tínhamos que treinar ou sair em missões.

— Eu também, mas ainda sim arrumava tempo.

— Não vai me dizer que... Você e o Sasuke-kun já...? – Caralho, que obsessão pelo Sasuke! Só pára, Sakura. Tá chato.

— Não, nunca tive nada com o Sasuke. O que eu quero dizer é que tive meus... Rolos, mesmo enquanto treinava, e fazia missões.

— Mas, tipo... Com qualquer um? – As três nativas de Konoha ficaram com as bochechas vermelhas com a pergunta da Yamanaka. Porra... Vão me dizer agora que Konoha faz voto de castidade? Só se entregam pro seu amor verdadeiro e aquele conto de fadas todo?

— Não é qualquer um. Você escolhe alguém, mas não precisa amar a pessoa, sabem? – Elas me olhavam como se eu fosse alguma espécie desconhecida. Olhei para a irmã do kazekage e ela parecia concordar comigo.

— Você também já saiu com alguém, Temari? – A Yamanaka olhou indignada para ela, pera... É Temari! Finalmente.

A Temari pareceu desconfortável com a situação, olhou para os lados e simplesmente levantou e saiu de perto! Era só isso que precisava pra fugir delas? Ah não, pera... Tem um oportunidade batendo na minha cara e não posso perdê-la agora.

Haruno e Yamanaka olham para a outra se afastando e começam a cochichar os possíveis motivos para isso entre si, enquanto eu vi essa oportunidade como a ideal para me afastar das perguntas indiscretas delas.

— Eu já volto. – Mentira! Prefiro uma sessão de treinamento do Orochimaru a ter que passar por isso de novo. Saio de perto delas e me aproximo da Temari que parece um pouco perdida procurando por alguém. Coloco a mão em seu ombro e, ao se virar para mim, percebo um leve sinal de rubor em seu rosto. – Está tudo bem?

— Ah, é você. – Ela pareceu se acalmar ao me ver e me aproveitei disso para tentar descobrir o motivo do súbito afastamento dela.

— Estava com medo de ser a Yamanaka com suas perguntas indiscretas? – Sorri, e ela sorriu de volta, um pouco constrangida.

— É que é tão... Desnecessário expor dessa forma o que fazemos. Parece que não sabem que ninjas devem ser.... Discretos, sabe? – MEU DEUS UMA KUNOICHI DE VERDADE. Queria te abraçar, Temari. Tá, Naruko. Se controle.

— Konoha não sabe ser discreta, na verdade. Meu irmão vai ser hokage. – Ri por um momento. – Não desmerecendo a força ou a capacidade dele, mas a última coisa que o Naruto saber ser, é discreto.

— Impiedoso por último, discreto pode ficar em penúltimo mesmo.

— Nossa, verdade! Conheci vários “ninjas” aqui que foram matar alguém só aqui na guerra. – Ambas rimos da situação.

— Sem contar esse voto de castidade coletivo. – Por Hagoromo. ELA LEU MINHA MENTE.

— SIM! Deve existir alguma seita ou algo parecido chamado “Esperando pelo último Uchiha”. E o Naruto é o presidente, claro. – Ambas conversávamos rindo da situação.

— Mas acredite, é melhor isso do que um irmão que não pode ver um par de seios que vai atrás como um cachorrinho no cio. – Não preciso nem perguntar, COM CERTEZA ela se refere ao Kankurou.

— Pelo menos ele espera pra ver se tem seios, já o Sasuke é do tipo que tendo cabelo comprido ele pega. – Tirando o dia que ele e o Naruto se beijaram.

Ambas rimos até cansar. Acho que é a primeira vez que rio tanto assim. Após recuperar um pouco o fôlego, olhei em volta. Todos pareciam estar felizes, até mesmo a Hyuuga que estava entre uma conversa do primo com meu irmão. Não estou me sentindo mais tão deslocada com garotas quanto antes, mas como eu ficaria quando a Temari voltasse pra Suna?

— Naruko? – Acabei me distraindo tanto que me assustei um pouco ao ouvir Temari me chamando. Acenei, mostrando que estava a ouvindo e ela prosseguiu. – Você acha que vai se acostumar a morar em Konoha? – Essa mulher só pode estar lendo minha mente, será que é alguma kekkei genkai? Ou ela não está perguntando por minha causa...

— Eu ainda não sei muito bem. – Queria poder dar uma resposta mais direta, só que qualquer outra seria mentira e não é legal mentir pra quem pode ler sua mente. – Talvez se você me visitar mais vezes eu consiga me adaptar melhor. – Ela se surpreendeu com a minha resposta e sorriu um pouco constrangida, o que significa que não lê mentes, e logo tornou a ficar séria.

— Constantemente eu venho à Konoha resolver assuntos diplomáticos entre as duas vilas, então acredito que nos veremos com certa frequência.

— Ah, mas sempre que vêm acaba saindo com o Nara, certo? Não gostaria de atrapalhar suas reuniões. – Touché. Logo que falei o nome dele, Temari corou e desviou o olhar. Então ela não lê mentes, só está interessada na minha adaptação em Konoha, pra saber se ela também se adaptaria caso viesse pra cá.

— Como se aquele chorão de Konoha valesse o meu tempo. Eu saio com quem eu tenho vontade. – Acho que a relação deles é bem complicada, melhor eu nem tocar no assunto ou tentar saber mais, afinal, nem é da minha conta mesmo.

— Então podemos sair sempre que você vier. – Sorri o mais amigável que pude querendo desviar do assunto e parece ter funcionado, pois ela apenas sorriu de volta pra mim.

Nesse momento, senti alguém colocando a mão em meu ombro e me virei. Haviam dois rapazes meio fora de forma e, evidentemente embriagados sorrindo para nós. Não sei nem de que vila eles são. Olhei para Temari e arqueei uma das sobrancelhas pensando em me afastar o quanto antes, até que o mais baixo se aproximou – até demais – de mim e começou a falar.

— Sabe, eu e meu amigo estávamos observando vocês e pensamos que seria legal revezar de dupla. Você vem comigo e sua amiga vai com ele. O que acha?

— Não. – Temari foi curta e grossa e quando ia se afastar, o mais alto lhe segurou o pulso.

— Já disse a vocês que somos ninjas? – O mais alto sorriu, como se isso fosse nos impressionar.

— Então que tal vocês se preocuparem em treinar e serem ninjas de verdade ao invés de vir torrar a minha paciência? – Até me surpreendi um pouco com as palavras da Temari, mas gostei da atitude dela. Eu gosto dessa mulher.

— Quem você pensa que é pra falar assim com a gente, sua mulherzinha? – O mais baixo começou a fazer selos com as mãos e eu apenas revirei os olhos e respirei fundo. Olhei para ambos e assobiei baixo uma canção que aprendi ainda criança. Logo que escutaram o som, estava perdido, caíram no meu genjutsu. Na mente deles, estávamos indo lutar em outro lugar e só irei desativar quando os dois perderem a consciência.

Temari me olhou desconfiada e arqueou uma das sobrancelhas. Parecia não ter certeza do que eu fiz. Provavelmente nunca me viu lutar. Talvez até possa explicar a ela como meus genjutsus são ativados, já que acabamos de entrar num período de paz. Não... Melhor deixar isso em segredo ainda. Provavelmente será demais pras pessoas daqui e minha fama já não é muito boa.

Lembro do choque de Naruto ao descobrir e até o próprio Sasuke se surpreendeu. Tá, admito que foi uma ideia arriscada, mas também uma das melhores da minha vida como ninja.

Eu tinha quase 12 anos quando fui “considerada oficialmente” uma ninja de Otogakure, entretanto, eu era a única que não utilizava som em nenhum de meus ataques. Após alguns treinos com a Tayuya, descobrimos que eu tinha uma grande aptidão para genjutsus ativados com som, só que em todo treino, eu perdia ou quebrava o instrumento ao utilizar ninjutsus. A alternativa era usar apenas um dos estilos, mas isso me tornava muito inferior aos outros.

Foi quando Kabuto teve a ideia.

 

Para que eu pudesse utilizar genjutsus com mais agilidade e eficiência precisava de três coisas:

Um instrumento musical tão eficaz quanto o da Tayuya;

Uma proteção praticamente impossível de destruir;

Um modo de usá-lo e ainda manter minhas duas mãos livres para ninjutsus.

Com isso em mente, Kabuto achou uma solução para o problema e, ainda viu a oportunidade de se aproveitar da regeneração de Kurama sobre o meu corpo. Uma conversa de 30 minutos com Orochimaru-sama foi o bastante para convencê-lo e, naquela mesma noite fui submetida à cirurgia.

A cirurgia consistia em, basicamente, transformar minha garganta em um instrumento capaz de evocar genjutsus. Para isso, Kabuto substituiria até mesmo minhas cordas vocais por cordas de algum instrumento.... Harpa, que eu lembre. Não senti qualquer medo de morrer, pois sei que Kurama não permitiria, então, na pior das hipóteses, eu ficaria muda, mas isso não me incomodava também.

A cirurgia precisava ser rápida, pois a alta capacidade de regeneração que o Kurama dava ao meu corpo não ajudava muito na hora de ser delicado, sendo assim, tudo deu errado e fiquei uma semana sem conseguir sequer beber água por conta da deformação que ocorreu, mas Kabuto era insistente, estudou o cenário, reviu seus erros e realizou a cirurgia novamente, atingindo o objetivo.

Pouco tempo até me recuperar e conseguir falar novamente, mas muito tempo até aprender os tons corretos para ativar os genjutsus. Descobri que havia uma facilidade maior ao assoviar, pois a garganta me servia como se fosse um instrumento de sopro, entretanto, com quase um ano de treino descobri que se cantasse em determinados timbres e as cordas vocais vibrassem num determinado padrão o genjutsu era extremamente mais poderoso, só que foram três anos para dominar essa técnica com facilidade.

Quando Sasuke descobriu sobre isso ao INVADIR MINHA MENTE, até ele se surpreendeu, mas como o Uchiha é um babaca, a surpresa sumiu rápido e deu lugar a apelidos desconfortáveis que não gosto nem de lembrar.

Aliás, não sei nem porque estou pensando nisso nesse momento, ou porque a Temari não perguntou nada até agora.

— Foi apenas um genjutsu pra afastá-los daqui. – Resolvi quebrar o silêncio e tirar aquela dúvida de seu olhar, mas logo que ela pareceu querer dizer algo o “Sr. Serei-hokage-um-dia” apareceu no meio de nós duas.

— O que estão fazendo aqui sozinhas? – Às vezes me perguntava como podíamos ser irmãos. O Naruto é tudo que eu não sou. Simpático, animado, divertido e mais um monte de coisas bonitas. – Vamos ficar lá com todos. – Ele sorria tão feliz e sincero que era difícil eu conseguir negar algo a ele.

Nós três voltamos a nos enturmar com os outros e reparei que Kiba e Ino pareciam um pouco alegres demais por causa da bebida.

— Como conseguem ficar bêbados tão rápido? – Só percebi que pensei alto quando Naruto me respondeu.

— Como se você aguentasse mais que eles. Eu vi que hoje foi a primeira vez que você bebeu. – Ele me sorriu desafiador. Como ousa?

— Eu já tomei veneno! Acha que álcool vai me afetar? – Sem contar que eu comia a comida que o Kabuto fazia.

— Não só acho, como aposto com você que aguento mais. – Mas tá atrevido hoje.

— Feito. Quem vencer tem o outro como seu escravo por 24h. – Ele se surpreendeu por um momento, mas logo abriu aquele sorriso bobo e nos sentamos na frente da barraca.

Combinamos em virar um shot a cada 5 minutos até alguém vomitar.

Os primeiros foram os mais difíceis. O que restou do meu esôfago parecia queimar, mas com o tempo acredito que fui acostumando. Conversava com Naruto tranquilamente e logo se juntaram algumas pessoas em volta de nós dois, torcendo ou censurando tudo.

Nunca tinha notado como o Neji é bonito, mesmo parecendo cego. Olho para o Naruto e ele está tão engraçado. Seguro a risada, mas ele começa a rir primeiro. Os dois estão rindo.

Viramos mais um shot. É como beber água.

Sakura está com uma cara esquisita. É engraçado. Está ficando muito calor, quente demais. Devem ser essas lâmpadas que estão em todo lugar.

Naruto é engraçado. Ele olha pra mim e dá risada.

— Tá rindo do que, ow? – Eu me levanto e ele faz o mesmo.

...

...

...

Meu corpo inteiro dói, puta merda. Também, fui dormir em cima de uma pedra. Pera, que? Pedra? Dormir? Eu estava na festa e agora... É dia já? Sento-me um pouco desajeitada, estou enjoada. Olho à minha volta e.... PUTA QUE PARIU.

Como eu vim parar no Vale do Fim?

— O que aconteceu ontem? – Vai, Naruko... Você consegue lembrar. Só se esforçar. Presto atenção ao meu redor, no chão tem garrafas de bebida, vidro quebrado, a blusa do Sasuke (?), minhas mãos estão sujas de terra, tem sangue na minha roupa, estou com alguns machucados e mais a frente tem umaaa.... Cabeça? CARALHO EU MATEI ALGUÉM. Naruto vai ficar putasso comigo, eu prometi que não faria isso. – Merda, merda. Preciso esconder isso.

— Levanto apressada e corro até a cabeça, olhando para os lados a fim de encontrar o corpo.

— Caralho! Até que enfim você levantou. Estou tentando te chamar há horas. 


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Notas finais do capítulo

Olá pessoas. ♥
Como dito anteriormente, eu posso demorar, mas não paro.
A vida está bem corrida, mas sempre que posso tiro um tempinho pra escrever.
Espero que estejam gostando da fic e que gostem desse cap.
Estou super aberta à críticas, sugestão, e porque não? Elogios também. ♥♥♥



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