Após todo aquele sentimentalismo, a Haruno anuncia que os kages se reuniram, resolveram nos dar uma festa em comemoração à paz shinobi e que todos deveriam comparecer. Sasuke teve alta e me despedi de todos a fim de tomar um banho e procurar uma roupa.

Agora estou a caminho da maior festa já organizada e não sei como devo me portar, pois nunca fui a qualquer festa sem ser em missão, antes. Logo que chego ao local, petrifico. Só ninjas mesmo para conseguir organizar tudo aquilo em um único dia.

Há várias barracas espalhadas, um palco, luzes e muita, mas muita gente. Ando entre as pessoas procurando algum rosto conhecido, mas está sendo uma tarefa difícil. Alguns estranhos acenam para mim enquanto sorriem como se me conhecessem. Eu aceno de volta, mas sei bem que não estão acenando por saberem quem sou ou gostarem de mim, estão acenando por eu ser irmã do herói deles.

Quando estava quase desistindo de encontrar alguém nessa festa, vejo o kazekage com seus dois irmãos. Nunca falei com nenhum dos três, mas é melhor que nada, né? Respiro fundo antes de me aproximar deles e logo que os vejo sorrio o mais amigável que consigo.

— Boa noite.

— Boa noite. – O primeiro a se pronunciar é o cara do rosto pintado. Ele se aproxima, segura minha mão e a beija, logo sorrindo pra mim. Não um sorriso qualquer, mas um daqueles sorrisos de quem quer algo. – Ainda não fomos apresentados, sou Sabaku no Kankurou.

— Hm, é um prazer. – Sorrio me fingindo constrangida e dou um passo para trás. – Uzumaki Naruko.

— Todos sabem quem você é... Irmã do Naruto. – Tá. Uma vingança merecida de Kankurou, como eu só o conhecia como irmão do kazekage, ele me conhece como irmã do Naruto. Justo. – Que foi sequestrada por Orochimaru e sobreviveu. – Pera, o que?

— Calma. Esse é o boato que está rolando? – Ele olhou de canto para a irmã que apenas encolheu os ombros. – Eu fui criada por Orochimaru, cresci com os ensinamentos dele e estava lá por minha vontade.

Os três pareceram surpresos e eu percebi que essa não é uma boa forma de iniciar uma amizade. Cadê aquele esquisito do Sai quando preciso de alguém pior nisso do que eu? Sorri sem graça e tentei desconversar.

— Mas agora isso é passado. – Eu sei que no passado o kazekage era um assassino impiedoso com sede de sangue e nem por isso estou com a mesma cara que vocês. – Ainda é estranho pensar que nasci em Konoha, tudo e todos são bem diferentes do que estou acostumada.

— Verdade, Suna também é bem diferente de Konoha. Demorei a me acostumar. – Graças a Hagoromo que a irmã do Kazekage respondeu. Qual era o nome dela mesmo?

— Já conheceu Suna? – O irmão esquisito voltava a se pronunciar e se aproximou. Dei um passo para o lado, ficando próxima ao kazekage.

— Ainda não tive o prazer. – Nossa, como fui educada. O Quarto ficaria orgulhoso.

— Pois está convidada a nos visitar quando tiver vontade. – Nossa, o kazekage fala. Eu e os irmãos dele paramos de súbito e a única coisa que consegui fazer foi sorrir sem graça e levar uma das mãos para trás da cabeça.

Só depois percebi que meu irmão faz exatamente a mesma coisa.

Naquele momento o grupo inseparável chegou: Ino, Shikamaru e Chouji.

Ino estava do mesmo jeito de sempre... Ela me irritava por ser uma ninja e conseguir ser tão linda. Chouji comia, mas não tenho opinião sobre ele, só que esse espetinho parece gostoso e estou com fome. Agora Shikamaru me preocupava.

Ele parecia analisar cada respiração minha, sempre que nos encontrávamos eu sentia o olhar dele sobre mim, mas não de um jeito bom. Cumprimentei os três recém-chegados e após todos se cumprimentarem percebi algo importante.

O olhar de Shikamaru não estava em cima de mim naquela noite, mas sim em cima da irmã do Kazekage! Será que ela era uma ameaça ou que ele tinha interesse?

Logo eles começaram algumas conversas chatas sobre política pós-guerra, e eu até quis prestar atenção pra saber sobre o estranho interesse do Nara, mas eu só conseguia olhar pro espetinho que o Chouji comia. Caralho, que fome.

Acho que estou muito indiscreta. Chouji olhou pra mim e me senti desconfortável, mas já que ele não está prestando atenção na conversa também.

— Akimichi. – Ele me encarava enquanto mastigava, esperando eu prosseguir. – Que tal me mostrar o lugar em que comprou esse espetinho?

— Pode ser, eu já estava indo comprar mais mesmo. – Assim nos afastamos do grupo enquanto eu sentia o olhar de Shikamaru sobre mim a cada passo.

Caminhamos em silêncio. Não achei que Chouji fosse do tipo calado... Ou talvez só não gostava de mim mesmo... Como a maioria da vila. Não posso julgá-los, Orochimaru tentou destrui-la mais de uma vez e matou um hokage.

Tá que é um povo emotivo e exagerado, porque aquele hokage tava fazendo hora extra na Terra já. Deviam agradecer porque ele morreu como um herói e não de velhice no escritório dele.

— É aqui. – CARALHO! Quase pulei quando ouvi a voz dele. Devaneei tanto que até esqueci que ele estava lá. Ele me olhava confuso enquanto eu apenas lhe sorri.

Sentamos nos bancos em frente à tenda preparada e Chouji já pediu MUITA COMIDA sem nem olhar pro cardápio. Estou confusa com o que pedir.

— Érrr, o que me recomenda? Eu nunca comi churrasco antes.

Ele me olhou como se eu tivesse cometido algum crime grave e pediu O DOBRO de comida. Pera... Será que ele vai pagar? Sorte que roubei dinheiro do Sasuke enquanto ele estava desacordado.

Quando a comida chegou mal cabia na tenda e eu nem sabia por onde começar. Ele me encarou sério.

— Você deve começar pela carne branca e pelo molho mais leve. – Ele apontava as comidas e eu tentava decorar tudo. – Se começar pelos apimentados, depois não conseguirá desfrutar todo o sabor dos outros, porque o mais forte fica impregnado no seu paladar.

Logo começamos a comer e eu quase chorei de emoção.

— Isso é maravilhoso! – Ele sorriu e comemos em silêncio.

Chouji comeu tudo que ele pediu para ele e metade do que pediu para mim, pois não aguentei comer tudo, e após isso passamos a caminhar pelo festival.

— O molho apimentado é o melhor. – Após pensar muito, elegi meu preferido e iniciei um assunto.

— Não. A marinada agridoce com costela é a melhor. – Olhei-o surpresa antes de questioná-lo.

— Eu não provei esse.

— Porque não tinha hoje. – Ele sorriu.

— Ah, então terá que me trazer novamente, Akimichi. E eu pago. – Ou melhor, o Sasuke.

— Fechado. – Sorrimos um para o outro.

— Sabe... A comida do Kabuto era horrível. Ele dizia que era comida balanceada pra aumentar minha capacidade física. Eu só comia pra não morrer e depois, acostumei. Até que o Sasuke chegou lá. Às vezes eu implorava e fazia acordos só pra ele cozinhar algo pra mim.

— O Sasuke cozinha? – Ele me olhou um tanto incrédulo.

— O que? Ele faz os melhores kare e gyoza que você vai provar na sua vida. – Ele parecia duvidar ainda. – Vamos fazer assim, eu o convenço a fazer alguns e te trago depois. Que tal?

— Feito. – Apertamos as mãos, mas logo o silêncio se instaurou novamente.

Foi então que vi uma barraca colorida e cutuquei o Akimichi, apontando para a mesma.

— O que é isso, Chouji? – Droga, chamei ele pelo nome. Mas ele não se importou. Que bom.

— Você nunca tomou uma raspadinha? – Sei nem o que é isso, cara.

— Não. – Ele quase me arrastou para a barraca, como se fosse uma emergência.

Após me explicar o que era, ele escolheu o sabor dele e eu quis um com todos os sabores. E dessa vez eu paguei o nosso.

Quando o copo chegou eu fiquei encantada, parecia um arco-íris no copo. Sorri para o Chouji e voltamos a caminhar enquanto tomávamos... Tinha gosto de açúcar com gelo, mas eu adorei mesmo assim.

Na barraca ao lado, encontramos Sasuke, Naruto, o assustador do Lee e o lindo do Kiba. Nos dirigimos a eles e fui em direção ao Uchiha.

— Uchiha! Prova isso. – Ele provou e me devolveu sem dizer nada. – Então. O que achou?

— Prova esse aqui. – Ele me estendeu um copo pequeno com um líquido transparente. Cheirei e aquilo parecia álcool puro. Respirei fundo e virei num único gole.

— Até que é gostoso, dá uma sensação legal na garganta. Só o cheiro que é bem ruinzinho mesmo.

— Você não sabe o que está falando, Uzumaki. – Sasuke falou isso com uma voz arrastada enquanto virava outro copo. Acho que ele está bêbado. Isso pode ser um problema. OU.... Pode ser uma fonte de diversão.

— Como assim eu não sei? – Sorri desafiadora. – Nem você gostou. Se tivesse gostado mesmo não tomaria só um por vez, mas sim três. – Naruto e Kiba me olharam com um sorriso no rosto, enquanto Lee e Chouji pareciam preocupados.

— É verdade, teme! – Naruto levantou e bateu no balcão.

— Vocês acham que eu sou estúpido a esse ponto? – Ah, que droga, ele não vai aceitar. – EU SOU UM UCHIHA. CONSIGO BEBER CINCO. – Caralho, esse dia vai ficar na história das humilhações Uchiha. O massacre não será tão vergonhoso.

Pedimos as bebidas e vimos Sasuke virando-as uma após a outra. Naruto já ria sem nem mesmo algo ter acontecido.

— Eu não sei se essa foi uma boa ideia. – Chouji se pronunciou enquanto olhava de Naruto para Sasuke.

— Não se preocupe, Chouji. No pior dos casos, eu e a Naruko conseguimos segurar o Sasuke. – Meu irmão sorriu e naquele momento Sasuke se levantou.

Todos olhamos para ele aguardando alguma reação. Ele tinha as duas mãos apoiadas no balcão e os olhos fixos em sabe-se lá o que. Alguns segundos depois ele olhou em volta, mas as pernas pareceram falhar e então voltou a se sentar.

— Uchiha? – Tornei a me aproximar dele. – Está se sentindo bem?

— Eu não sei. – Puta merda, não é pra passar mal.

— Não morre não. Você ainda tem um objetivo a cumprir... Precisa restaurar seu clã, lembra?

— Verdade. Preciso restaurar meu clã. – Ele levantou e eu dei um passo para trás.

Ele então olhou em volta, parecia procurar alguém e eu tentava acompanhar a direção do olhar dele. Quando vimos Lee acenar pra uma garota de coques, logo que ela foi se aproximar do grupo, Sasuke foi mais rápido, chegou perto dela e, mais perto e.... Não! Ele beijou a.... Não sei o nome dela.

Mas ele a beijou!

Olho pro lado e quem está aqui vendo tudo? Isso mesmo! A Sakura.

Volto a olhar pro Sasuke, vejo a dos coques empurrando ele e o olhando com cara de nojo e não sei como reagir com isso.

Olho pro lado e todo mundo parece tão confuso quanto eu. Naruto e Kiba não conseguem nem fechar a boca. Lee parece ter ficado muito puto, mas a garota segurou na mão dele e o puxou pra longe, e o Chouji deixou até um bolinho cair no chão, bolinho esse que o Akamaru, que eu nem tinha notado, saiu debaixo do banco para comer. Pera, aonde o Chouji conseguiu aquele bolinho?

— SASUKE-KUN. – Logo que a Sakura se aproxima do Sasuke ele a olha dos pés à cabeça e lança um sorriso de que eu nunca o vi dar antes. Acho que ele virou alguma espécie de maníaco sexual. – Por que você fez isso? O que está acontecendo?

— Eu preciso restaurar meu clã, Sakura. – Puta merda, a culpa dele estar agindo assim é minha. Na próxima eu falo que ele precisa lavar minha roupa.

— Mas Sasuke-kun. – Já não basta o cabelo da menina ser rosa, daí quase toda vez que ela fala com o Sasuke, a cara também fica. Agora ela vai se oferecer pra restaurar o clã com ele. – Você não precisa sair por aí atrás das pessoas desse jeito. Eu... Sempre estive te esperando. – Viu só? Devia ter apostado.

— Você é muito irritante, Sakura. – CA-RA-LHO! O Sasuke, bêbado, deu um fora nela e saiu andando.

— Ei, Sasuke. – O Naruto levantou e foi falar com ele. – Você não deve falar assim com a Sakura. Ela também se esforçou muito para trazê-lo de volta e acabou de salvar sua vida. – Ele olhou pro Naruto da cabeça aos pés e o ignorou. Parece ter visto algo mais interessante do outro lado e saiu andando.

Eu fui atrás dele, mas Naruto ficou para conversar com a amiga e Chouji ficou comendo. Quando eu percebo, Kiba e Akamaru estão vindo me acompanhar pra ver o que o Sasuke fará. Tem como esse dia ficar melhor?

Seguimos Sasuke até ele avistar o grupo que eu deixei ao ir comprar comida com o Chouji. Eles agora estão conversando próximo a uma das barracas. Ino está encostada numa parede conversando com o kazekage e com Kankuro ao seu lado, enquanto Shikamaru está sentado num banco que não sei de onde surgiu, falando com a irmã do kazekage com a maior cara de tédio do mundo.

Sasuke ignora a todos e põe a mão contra a parede, entre Ino e os irmãos Sabaku. Eu e Kiba paramos ao lado dos dois e esperamos para ver o que virá em seguida.

— Boa noite, Ino. – Ele a cumprimenta bem de perto e ela sorri muito apaixonada. Nossa. Será que vai funcionar?

— Oi Sasuke. – Vejo-a passando a mão na franja e o olhando nos olhos enquanto fala com ele.

Ele começa a aproximar mais o seu rosto do dela, até que... Ela põe a mão entre os dois rostos.

— Acha que é fácil assim, queridinho? – Ele dá um passo pra trás e ela joga os cabelos. – Precisa se esforçar mais.

Sasuke apenas revira os olhos e logo que ele olha pra irmã do kazekage, ela já o encara com uma expressão de poucos amigos.

— Se tentar alguma coisa eu te mato. – Nossa, gostei dela.

Logo Sasuke parece bufar irritado e sai andando novamente. E lá vai eu segui-lo de novo. Mas dessa vez, Kiba ficou com o outro grupo, droga.

E aquelas cenas se repetiam várias vezes. É nítido que as garotas têm interesse nele, só que não adianta nada com essa abordagem horrível. Ele mais assusta as pessoas do que seduz. É uma humilhação mesmo. Passamos por várias garotas que eu nunca nem vi e foi um fora atrás do outro. Acho melhor eu parar ele.

Logo que estou me aproximando, vejo Sasuke apalpando alguém com cabelo comprido, mas parece... AH NÃO.

O Hyuuga vira pra ele com o byakugan ativo e eu quero muito rir, mas acho que o Neji vai matar o Sasuke se eu não intervir.

Logo que ele foi desferir a palma suave no peito do Sasuke eu pulei na frente e ele parou. Há. Poucos. Centímetros. Eu vi minha vida passar diante dos meus olhos. Estou tão em choque que não sei o que falar.

— Naruko? – Ele falou comigo? Eu preciso responder, pensa em alguma coisa.

— Érrr, tudo bom? Desculpa pelo ocorrido, na verdade, houve uma confusão e não foi o Sasuke quem apertou a sua, érrr.... Você sabe. – Você me deve uma, Uchiha. – Fui eu.

— Não foi. – Caralho, o desgraçado é bom mesmo. – Esses olhos veem tudo. – Tá andando com byakugan ativo por um festival, é? Passei a mão pelo meu cabelo tentando pensar em algo e sorri sem graça.

— Você está certo, desculpe mais uma vez. É que eu fiz o Sasuke beber demais e ele te confundiu com alguma garota quando te viu de costas, por causa do cabelo comprido e tals. Mas vamos esquecer isso, por favor? Eu já estou levando ele pra casa. – Estava me sentindo menos humilhada na versão em que eu tinha pego na bunda dele, ao invés de me desculpar e pedir por favor a alguém.

— Ele... Me confundiu com uma mulher? – Ele desativou o byakugan e acho que eu parti o coração dele, tadinho.

— É porque ele está bêbado, não porque você se parece com uma mulher. Porque você não parece. – Como eu odeio esse esquema de tentar ser legal com os outros. Nunca sei o que falar. Nesse momento eu olho para trás e aquele Uchiha desgraçado não está mais lá. Tento olhar para todos os lados e não o vejo. – Eu tenho que ir.

Corro para um lugar alto e tento procura-lo em meio à multidão, até que finalmente o encontro e vou em sua direção. Acho que o melhor jeito de levar o Sasuke pra casa sem destruir o festival com uma briga é deixando ele dar em cima de mim e fingindo que vou restaurar o clã dele no ninho de Uchihas. Daí a gente briga lá.

Com calma eu me aproximo dele e, logo que ele me vê, paro à sua frente e sorrio. Ele me olha dos pés à cabeça e.... Sai andando. QUEM ELE PENSA QUE É PRA ME IGNORAR?

— Uchiha? – Ele olha para mim e me aproximo novamente dele. – Quer ir pra um lugar mais reservado?

— Agora não, preciso restaurar meu clã. – COM QUEM SEU BASTARDO? EU ESTOU AQUI QUASE ME OFERECENDO. Ok, calma.

Respiro fundo algumas vezes e me afasto dele. Espero que na próxima ele apanhe como criança e perca o outro braço. Como pode me tratar assim? Ele me vê como um cara, por acaso? Não, isso não pode ser porque ele já beijou o Naruto e pegou na bunda do Neji, então é bem pior. Ele deve me achar irritante como a Sakura!

Eu não acredito que fui humilhada dessa forma. Volto para a barraca de bebidas e encontro todos os amigos do meu irmão conversando sobre a loucura repentina do Sasuke. Assim que me veem, Naruto corre na minha direção.

— Onde está o teme? – Espero que morto.

— Eu o perdi. – Baixei o olhar, fingindo estar triste e meu irmão acreditou. – Acho que ele desistiu depois de pegar na bunda do Hyuuga. – Desconversei e sorri maldosa ao ver todos virarem seus olhares pro Neji.

— ELE-O-QUE? – A garota de coques que o Sasuke havia beijado se pronunciou e começou a rir do Hyuuga, que não pareceu muito amigável com a reação dela.

— Isso só pode significar. – O sobrancelhudo olhou para os dois. – Que eu sou o próximo. – QUE?

Não pude conter minha indignação após essa frase, e percebi que todos os outros estavam na mesma situação que eu, mas ele não pareceu se importar, pelo contrário, ficava olhando pros lados, parecendo procurar algum sinal do Sasuke.

Suspirei derrotada e apenas os ignorei, tornando a sentar na cadeira da barraca de bebidas e dar uma olhada ao meu redor. Apesar do ocorrido com o Sasuke, todos pareciam estar se divertindo. Até a Sakura parecia estar melhor.

O Hyuuga e a garota de coques que eu preciso descobrir o nome tentavam convencer o sobrancelhudo que o Sasuke não iria atrás dele, enquanto o Inuzuka e o irmão do Kazekage incentivavam os delírios dele.

As outras garotas parecem ter todas se juntado em alguma espécie de seita e conversam apenas entre si. Sakura e Ino mais animadas que Hinata e a irmã do kazekage.

Chouji, Shino e Shikamaru parecem estar se afastando pra ir comer algo enquanto Naruto conversa com o Kazekage.

Ah não, parece que as garotas notaram que estou sozinha e estão vindo em minha direção. Será que dá tempo de fugir? E... Não deu. A irmã do kazekage já sentou ao meu lado, para o meu alívio, com cara de quem também não queria estar ali. Sakura e Ino tinham um brilho maldoso no olhar, enquanto a Hyuuga parecia assustada e confusa, como sempre.

— Por que está sentada aqui sozinha, Naruko? – Porque eu não quero conversar com ninguém.

— Ah, só estava pensando um pouco, ainda não me adaptei à Konoha.

— E está pretendendo ficar mesmo? – A Haruno se dirige a mim, interessada demais pro meu gosto.

— Acredito que sim.

— Sasuke-kun também irá ficar? – AHÁ. ERA ESSA A INFORMAÇÃO QUE QUERIAM. EU SABIA!

— Eu não sei dizer exatamente. Ao que tudo indica, sim.

— Mas... Vocês não conversaram sobre isso? – Caralho, Ino. Não sou fonte de informações de Uchiha.

— Não somos muito de conversar.

— Ah, achei que vocês quisessem decidir aonde irão morar, juntos. – Como assim, linda? Tá louca?

— Por que juntos?

— Ah, vocês são um casal, não é? – QUE?!