Good Enough escrita por Celedrin
Notas iniciais do capítulo
Boa leitura!
Reino de Éodwin - Casa da Casta Dourada - Vampiros - Portão de Entrada
Amélia
Materializando-nos em frente ao castelo. Mil soldados armados à minha volta e Claus, meu pai realmente pretendia que eu voltasse. Afastando-se dos soldados, Claus acompanhou-me.
— Por que trouxeste tantos? Eu nunca o atacaria. - Meus olhos e palavras eram firmes, a expressão carregada de irritação.
O menor sorriu, e compreendi que não se tratava de lutar, mas sim de força.
— Nunca duvidei, porém teu pai quer que estejas aqui, hoje.
— Claus, o que ele quer?
Ouvindo os pensamentos dos demais, preparava-me para liberá-los.
— Estão dispensados. - Ditou Claus, voltando-se a mim quando todos os outros se foram. - Deve chegar hoje um vampiro de seu agrado, princesa. Estamos em idade de casar... estive... minha família pretendo o mesmo.
— Está dizendo que ficarei noiva hoje à noite?
— Não, o rei quer que tenha em mente que deve.
— E quanto a você? Tem uma noiva ou...?
Repentinamente tímido, Claus sorriu.
— Tenho recebido algumas propostas grandiosas e estou certo de que nunca as receberia não fosse minha posição como Conselheiro Real, porém nenhuma que eu pretenda aceitar, Amélia. - Exclareceu, encarando firmemento meus olhos, com uma determinação que há algum tempo eu não via, ele possui o carisma de Daëala. - Minha intenção ao falar sobre isso e dar-te um aviso sobre o que ocorrerá, é para que tenha em mente que pode fazer o mesmo, não deve aceitar se não quiser.
Erguendo a destra, levou-a ao rosto de Claus, acariciando-o. Sorriu, como alguém tão bom e puro podia trazer-lhe lembranças tão sombrias?
— O que eu faria sem você?
— Certamente o mesmo, Amélia. - Mantivemos o contato visual até virem chamar-me. - Deve ir se apresentar ao rei, logo estarei lá. - Assentindo, afastei-me, seguindo Amiram.
Afastados dali, o jovem de cabelos negros ditou:
— Minha dama, sabe que sou ciumento... - Sorri, Amiram desejava dizer-me algo.
— Você é?
— Sou. - Ele estava francamente bravo, todavia, aquilo não seria ciúme de Claus.
— O que posso fazer para que me perdoe?
O silêncio fora breve. Logo, ele já impunha seus olhos sobre ela.
— Quero vê-la hoje à noite, Amélia.
— Falemos agora, tenho algum tempo.
— Quero conversar com você, Amélia. É importante.
— Me espera em meu quarto? Após o jantar desta noite.
— Estarei lá. - Ao contrário de Claus, Amiram parecia nervoso. - Amélia, não vai casar com ele, não é?
— Perdão? - Amiram rapidamente voltou-se a ela, seus olhos tempestuosos, com lágrimas quase escorrendo. Estava surpresa.
— Esse que vem hoje, o príncipe, não vai aceitá-lo, certo?
— Ainda não tive oportunidade de conhecê-lo, mas não tenho como uma possibilidade.
— Está dizendo que isso pode acontecer!
— Amiram... Não posso impedi-lo de vir.
— Está bem, case-se com ele!
Estendendo rapidamente o braço, segurou-o pelo pulso, aproximando seus corpos.
— Não quero desapontá-lo porém não posso causar uma guerra, Amir. Nunca disse que o aceitaria, apenas estou dizendo que nunca o vi. Não é justo pedir para que o ignore. Confie em mim, não aceitarei qualquer outro.
Baixando a cabeça enquanto ela o abraçava, ele afirmo:
— Se aceitá-lo, nunca vou perdoá-la.
Apertando-o ainda mais em seus braços, pediu baixinho:
— Não chora... Passe a noite comigo. Desculpa te deixar assim.
— Seu pai não permitiria.
— Então não conte. - Beijando a bochecha do menor, afirmou. - Estarei te esperando, falarei com meu pai agora.
Sala do Trono
Ao adentar a sala de meu pai, soube de imediato que nosso diálogo não seria razoável. A expressão dele me dizia isso, assim como aquela taça de sangue que ele segurava. Andei até o centro do salão e curvei-me a ele, ficando de joelhos e curvando a cabeça:
— Princesa Amélia saúda ao rei. - Continuei ajoelhada, esperando para que me mandasse levantar, mas meu pai não o pretendia. Após alguns minutos, Claus entrou na sala e pude notar que a aura de meu pai mudou. Antes mesmo dele se curvar, meu pai já estava de pé, aproximando-se dele.
— Claus saúda ao rei. - Segurando as mãos de Claus, vi pela visão periférica que meu pai o ajudava a levantar, mas Claus não o fazia.
— Levante-se.
— Seria faltar com respeito quanto à minha senhora.
— E vai ir contra mim...? - Trincando o maxilar, ele suspirou furioso. - Levante-se, Amélia.
Ergui-me, ao mesmo que ele ajudava a Claus. Em todos estes anos, creio que esta seja a primeira vez que ele se curva a meu pai e penso que o rei odiou isso.
— Obrigado, senhor.
A expressão de meu pai apenas piorou; quando Claus disse que meu pai o lançaria no calabouço, pensei que estivesse aumentando os fatos para dissuadir-me, ao que parece, a realidade não é essa.
— Meu senhor, a princesa encontrou o homem que matou sua Conselheira, eu... - Claus sentia a aura de meu pai, o fato de não ser um vampiro puro certamente o fazia temeroso.
— Diga, deseja acompanhá-la? - Fiquei perfeitamente impressionada com a calma que ele lhe transmitiu.
— Eu não deveria pedir-lhe isso, meu rei, mas também vi a conselheira crescer...
— Tens minha permissão. - Interrompeu. - Penso que quer ficar enquanto falo com Amélia, então sente-se. Vamos conversar depois que eu falar com ela.
— Meu pai...
— Amélia, você sumiu por dias sem uma única mensagem! Saba como estou bravo? Não existe a mínima hipótese de que saia novamente sozinha.
— Eu compreendo.
Ele suspirou.
— À noite, receberemos algumas visitas - os olhos dele foram a Claus, claramente lia os pensamentos dele. - Imagino que já saiba, mas deve ouvir de mim. Está em idade de casar, Amélia. Não digo agora, mas não tem pensado nisso e já deveria ao menos considerar.
— Compreendo.
— Há um rapaz, filho de um amigo que estimo, ele o acompanhará e após o jantar, deve fazê-lo companhia enquando discutimos nossos assuntos.
— Obedecerei sua ordem.
— Amélia. Tenho ouvido muito sobre seus encontros noturnos.
— Tomarei mais cuidado.
— Por isso deve casar, para que seus "encontros" não ocorram mais. É a primeira pessoa da família a ter uma fama desse tipo, deve se portar como uma princesa, eu deveria lhe escolher um noivo?
Mantendo a postura mas com claros sinais de raiva, encarei os olhos de meu pai. Tinha noção de que toda aquela dominância assustaria Claus, mas eu precisava terminar aquela conversa.
— Não tenho qualquer problema em encontrar um noivo - afirmei. - Não vou escolher dentre os teus prediletos, qualquer...
A raiva emana de mim e sei que meu pai considerava aquilo algo bom. Eu não cederia, o que era maravilloso.
— Mas tens de casar.
— Então posso escolher qualquer um? - Fui objetiva, devia terminar aquela conversa para que meu pai não a trouxesse à tona de volta.
— Se fores casar com ele, não irei me opor.
Deveria ser brusca.
— Então devo escolher Claus, - impus, objetiva - é um Vampiro Inferior de confiança. Não concordas, pai? Apesar de ser solteiro não há nada que o torne indesejável como um noivo.
A expressão abismada do rei não estava ajudando-o esconder algo que não deveria mostrar em hipótese alguma. A expressão de Claus estava ainda pior, ele parecia perdido demais para entender porquê eu estava desafiando meu pai.
— Claus...?
— Sim, meu pai, Claus. Ainda que eu não esteja interessada em casar, temos afinidade, creio que seriamos compatíveis em outros aspectos também.
— Existem outros vampiros...
— Quero Claus.
— Existem vampiros mais preparados. Vampiros de sangue puro, como o seu!
— Quero Claus. O conheço há séculos. Transformar este afeto em atração não custará tanto.
Balançando a cabeça negativamente, falou:
— Ele não. Dou-te minha palavra, qualquer outro vampiro, o que quiseres, apenas não ele.
— Gosto dele.
— Tenho a certeza de que ele ficaria honrado por teres tais sentimentos, porém já há algum tempo lhe está sendo feita a corte.
— Não me digas que o permitiu?
— Deve estar surpresa. Claus é... de fato especial para mim, filha; acredito que a decisão que tomei foi a certa.
— Está me dizendo que deixou que a corte fosse feita à Claus?
— Não, Amélia, estou dizendo que eu estou fazendo a corte à Claus.
Os olhos de meu pai foram em direção à ele que, sentado ao lado do trono, pela primeira vez desde que entrou no castelo, encarava meu pai, extremamente surpreso.
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Preview:
"- O fez há pouco, não pode mais usar essa desculpa. - Recolhi minha mão que formigava com o calor de sua pele. Desejei poder mantê-la. - Podemos falar agora?
— Sua majestade, eu... O senhor acolheu-me e permitiu que o servisse, imagine quão grandioso é para alguém que cresceu no campo, mas tem limetes dos quais não me atrevo passar.
— Posso questionar que limite é esse?"
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