Sorte ou Azar escrita por Isa imortalizada


Capítulo 11
Capitulo 11




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Sabe aquela sensação de tudo ter parada por alguns míseros segundos, vocês sente o seu corpo gelar, o coração para e do nada volta a bater em uma velocidade alucinante e inexplicável, suas mãos ficam geladas, e o seu corpo entrou em pane total, era exatamente assim que eu estava me sentindo, afinal Edward ainda possuía o poder sobre os meus lábios.

Seu beijo era carinhoso, mas ao mesmo tempo calmo e furioso, como se duvidasse do que estava fazendo, sua respiração estava alterada, mas aqueles minutos dentro do seu carro, apenas eu e ele, e nossos lábios conectados, fez com que eu percebesse que queria  tê-los para mim não importa o que acontecesse.

Mais tive a percepção da realidade, eu estava mentindo, eu era a mentirosa da história, eu estava fazendo o que eu mais odeio na minha vida, mentir.

Sempre desejei que todos me dissessem a verdade, não importa o quanto dolorosa fosse.

Seus lábios se afastaram e pude perceber o seu próprio conflito interno, era reconfortante saber que eu não era a única naquela situação, pobre Edward, que pegadinha de mau gosto que esse destino brincalhão nos envolveu.

— O que você esta fazendo comigo? Esquece  -  ele  apenas desce carro sem me olhar novamente nos olhos, e isso doeu na minha alma.

Ele abriu a porta do carro como um verdadeiro Lorde Inglês, e ficou ao meu lado enquanto caminhávamos ate a entrada da minha casa.

’PERA, MINHA CASA, DROGA, ESPERO QUE ROSE TENHA AVISADO A MINHA FAMILIA’’.

O caminho até a porta branca de madeira levou uma eternidade, e aquele silêncio desconfortável se fez presente.

— você não precisa me levar até a porta – argumentei

—sinto muito, mas irei te acompanhar até La, afinal é minha responsabilidade como adulto e como seu professor-disse em um tom sério e ali percebi que o arrogante príncipe de gelo professor Cullen estava de volta.

—Edward? – eu chamei em um fio de voz

Ele se virou e me encarou e por um momento ele fixou seus olhos no meu novamente e ergueu a sobrancelha.

—Cullen, eu ainda sou seu Professor, e devemos manter essa relação assim, e o que aconteceu ali dentro... –disse

—foi um erro, era isso que iria dizer, mas não importa eu já esqueci, não irei falar nada, mas com uma condição.

— Sabia que você era impertinente, mas não que era manipuladora e chantagista também-disse em uma tentativa de me ofender para me afastar.

Ele estava na defensiva, olha que legal eu também.

— pense o que quiser de mim, não me importa. – lógico que me importava, mas eu tinha que lhe machucar para proteger à Alice.

—o que você quer garota? – perguntou em um tom ríspido

 Segurei minhas lagrimas, mesmo sentindo meus olhos arderem, minha fala estava tremida mais me esforcei para que ela saísse firme e segura, mesmo sabendo que o que iria falar poderia me custar um futuro com esse professor lindo e arrogante.

—Que você não conte dessa noite para ninguém, nem para sua irmã e, por favor, não tente me afastar dela-pedi.

—Por quê?  Você é uma má influência para a minha irmã, não posso deixa-la perto de você- Disse , cruzando seus braços e me encarando de forma interrogativa.

— a amizade dela e do Theo para mim é muito importante, e você sabe tanto quanto eu que ela já sofreu muito naquele colégio, então não tire dela a oportunidade de viver bons momentos com uma amiga, você sabe que deve isso a ela.

Por uns instantes eu vi que ele se sentia culpado pelo que a irmã passou.

—vamos deixar essa noite escondida, ninguém precisa saber o que aconteceu, afinal falta pouco tempo para irmos embora, e então você vai se ver livre de mim Edward, quer dizer Professor.

— e se eu não concordar? – perguntou sério

— não faça isso, se não eu espalho para a imprensa inteira que um dos professores de um dos maiores colégio de elite de Washington estava se aproveitando de uma aluna, a escolha é sua.

Sabia que estava jogando baixo, mas não poderia deixar ele simplesmente estragar toda uma operação me afastando do nosso alvo, por um beijo, eu não poderia colocar a vida de ninguém em risco mesmo que a minha própria felicidade estivesse em jogo.

Ele olhou para mim incrédulo, sei que não teria coragem de fazer isso com ele, mas ele não sabia, então deixe pensar que sou uma cadela mimada, afinal era essa imagem que eu estava passando mesmo.

— falta pouco tempo para você se formar mesmo, aceito a sua chantagem, mas fique longe de mim, da minha casa, e se a minha irmã sofrer por sua causa, se prepare que irei mover céus e terra para que você pague muito caro.

Ele caminhou na minha frente, percebi que ele quis colocar novamente uma barreira entre nós, não poderia culpa-lo, afinal ele estava tentando não tornar as coisas mais complicadas e constrangedoras do que já estavam, imagine se a Trinity School soubesse que um professor estava tendo um affair com uma aluna, o escândalo estava armado, e ele sabia disso.

 A companhia foi tocada e em pouco tempo uma Valentina esbaforida chega à porta com seu pijama que estava escrito ‘’I Love Paris’’, e com suas pantufas de ursinho, nem preciso dizer que minha irmã ficou instantaneamente envergonhada pela presença do meu pesadelo pessoal olhando ela de cima a baixo.

—Papai, a Bella trouxe um namorado – gritou em plenos pulmões para sala e se virou para Edward lhe lançando um sorriso de orelha a orelha – Pode entrar! – e ficou ali segurando a porta ate ele passar por ela sem graça pela atitude da garota.

Quando passei, ela e gesticulou e disse apenas movimentando os lábios – ‘’ Ele é um gato’’.

Minha única reação foi revirar os olhos e devolver em resposta um ‘’Eu te Mato’’ – que fez com que ela risse

—Boa noite – meu Pai disse levantando seus olhos de seu livro da semana, um de mistério e pela capa era possível ler o nome do detetive mais famoso do mundo Sherlock Holmes.

—Desculpe interromper a leitura do senhor, mas sou Edward Cullen, professor de Ciências Políticas do Colégio Trinity.

—oh então o senhor é professor da minha sobrinha – disse olhando para mim e me lançando uma singela piscadela

Obrigada Rose

—sim, Senhor-disse.

—nada de Senhor, apenas Charlie, não estou tão velho assim, sente-se, por favor. – disse gesticulando para o sofá a sua direita, Edward se revirou no lugar com toda certeza pensando em recusar, mas cedeu se sentando.

Olhei para todos os lados e percebi que as portas retratos que antes estavam ali quando eu sai de casa já não estavam mais em seus devidos lugares.

—René, traga mais uma xícara de chá, temos visitas – e em pouco tempo minha mãe aparece da cozinha com uma bandeja e um pouco trêmula.

—espero que goste de chá, pelo horário um café seria inapropriado.

—eu entendo Senh.. , Charlie– meu pai lhe lançou um olhar cortante, o mesmo olhar que dava aos agentes que fracassavam na missão por um erro bobo.

Renné delicadamente pegou o bule e lhe serviu o chá, sempre graciosa, até mesmo quando estava nervosa não perdia a classe de uma menina que sempre foi criada a base de etiquetas da elite da alta sociedade.

— a que devemos a honra de sua visita professor?

— na verdade é que estava em uma festa de um amigo de faculdade que chegou a pouco na cidade,quando me deparo com a senhorita Dwyer, a Sobrinha de vocês em uma balada que não permite a entrada de menores, e tive o dever de trazê até em casa para verificar que chegaria em segurança.

—como você conseguiu entrar em um local desse Isabela? – Com toda certeza meu pai estava adorando ver o meu desespero, e o quão ridículo toda aquela cena estava sendo.

—uma amiga me ajudou - era o meu dever como funcionaria do governo viver aquelas mentiras e me tornar essa adolescente inconsequente que Edward acha que sou.

— Ela tem uma identidade falsa, creio que foi fácil ter acesso ao local – disse bebericando o seu chá, mas sem antes de me lançar um olhar de quem estava se divertindo como uma forma de vingança me dedurando aos meus falsos tios.

—Professor, não sei como isso pode acontecer, Isabela é sempre uma menina centrada e boa estudante.

— adolescentes nessa idade são um pouco inconsequentes, imaturos, não sabem dos perigos que a vida tem- disse me alfinetando.

Idiota, estava adorando ver todo aquele teatro.

 - Bom Charlie, agradeço pelo chá, mas já está muito tarde, já cumpri com o meu dever, tenho que ir embora e me desculpe pelo incomodo.

—oh que isso Professor, eu que agradeço pela gentileza de trazer minha sobrinha em casa e principalmente em segurança, e fique tranquilo que tomarei as medidas para que isso nunca mais se repita, e desculpe-me pelo incomodo.

—Que isso, com licença, e mais uma vez obrigado pela hospitalidade – ele sai sendo acompanhando pelo meu pai e de repente ele para e olha para um porta retrato da ultima viagem que fizemos nas férias em que fomos a Disney, nela estávamos nos quatro em frente ao castelo da cinderela, que deve ter sido esquecido na estante.

—linda foto-disse avaliando

—obrigado-respondeu meu pai

Do lado de fora era possível ouvir quando o carro deu partida e saiu de frente de casa e um Charlie rindo apareceu na sala.

Apenas consigo soltar o ar que nem mesmo tinha percebido que estava segurando e me joguei no lugar que ele estava, e o perfume dele ainda permanecia naquele lugar e como uma boba apaixonada me permite aproveitar.

—Maninha, ele é um gato, porque eu não tenho um professor desses no meu colégio, Pai posso me transferir para a escola da Bella?

—Vamos com calma Tina – respondeu meu pai se sentando em sua poltrona novamente.

—Filha como você está? – perguntou minha mãe vindo se sentar ao meu lado e me abraçando

— minhas pernas estão bambas, minhas mãos geladas e meu coração vai sair pela boca, fora isso acho que estou bem.

—Bella, ainda bem que Rose nos avisou, tive que acordar a sua mãe e a sua irmã para deixarmos tudo em ordem tiramos todas as fotos da sala que conseguimos.

—mas vamos la, me conte o que aconteceu-pediu.

E comecei a narrar todos os fatos desde que sai de casa até o mento em que cheguei acompanhando do meu suposto professor

—Bella, você é azarada-disse Valentina.

—Tina-meus pais a repreenderam

—o que? Mais é verdade, ela nunca sai e quando sai acontece isso, ta melhor que as novelas mexicanas que a vovô assiste.

— Ai minha filha, nunca imaginei que um dia ver essa cena, mas foi engraçado interpretar o Tio Bravo com a sobrinha adolescente que tinha fugido para ir a uma festa.

—Papai- disse quase chorando

— Deixando as brincadeiras de lado, devemos ser cautelosos agora, falei com Devon essa manhã.

— e o que ele disse Pai? –perguntei um pouco aflita

—parece que o Embaixador Cullen ira assinar o tratado depois da festa do Governador, e estão monitorando, e já interceptaram dez possíveis suspeitos e ele já pediu a quebra do sigilo telefônico. Agora é aguardar.

—quero que tudo isso termine logo – desabafei

—você esta indo muito bem querida, não se preocupe, agora vamos dormir que já esta tarde – se levantou e minha mãe o acompanhou sem antes dos derem beijos de boa noite e seguirem para os seus quartos.

Valentina acompanhou meus pais com o olhar e quando ouviu o barulho da porta do quarto se virou para mim

—agora é entre mim e você – disse com um olhar sério

—oi? - disse assustada olhando para ela e tirando meus saltos

—Eu estava esperando vocês chegarem e papai me pediu para ficar olhando pela janela, e você vai me dizer o que aconteceu naquele carro.

—não vou -disse

—ahh vai sim, porque eu sei que aconteceu alguma coisa e se você não contar eu sei que vai guardar pra si mesma, então pode desabafar.

—como você me conhece?

—porque somos iguais, esqueceu?

—to bom, ele me beijou.

—O QUE?

—shiuuu, você quer que o papai escute.

—não acredito que você beijou aquele deus grego do seu professor

—Nem eu ainda estou acreditando – disse suspirando

— e porque você ta triste?

—porque eu tive que chantageá-lo para que ele não se envolva se na minha amizade com a irmã dele e nem prejudicar a missão

— que tipo de ameaça?

—disse que se ele contasse a alguém iria colocar na mídia que ele estava se aproveitando de uma aluna, isso acabaria com a sua carreira.

—oh não, você ta apaixonada.

— é tão obvio assim?

—pra mim é, seus olhos estavam brilhando olhando para ele, mas é triste, que por causa dessa missão vocês não possam ficar juntos, isso é tão trágico como Romeu e Julieta.

—eu nem quero pensar nisso

—não pense, eu tenho certeza que tudo vai se resolver.

—Espero que sim

Ela me puxou para o seu colo fazendo carinho nos meus cabelos enquanto eu chorava pelo homem que roubou meu coração e a quem minhas lagrimas pertenciam, nossos destinos se cruzaram, mas era evidente que nunca iriam se unir agora eu entendo que amar é se autodestruir para proteger quem amamos.

 


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