Controvérsias do Amor escrita por EllaRuffo


Capítulo 30
Capítulo 30


Notas iniciais do capítulo

Olá lindonas! Queria avisar que estou mudando minha forma de atualizar minhas fics. Então é assim, como demoro muito com as atualizações quando eu pegar pra escrever, vou fazer mais de um capítulo e ir postando até acabar o que já escrevi, assim vcs terão mais de um capítulo atualizado seguidamente. Feito isso, com uma fic pulo pra outra e faço o mesmo. E agora é a vez dessa aqui, então se preparem vem mais de um capítulo pra vcs pq escrevi muito!!! Bjs ❤️



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Na delegacia, Estevão recebia uma ligação de Heitor. Iria almoçar com ele, já que com Maria, não podia e já  que a conversa que pensou que teria com ele pela manhã, foi interrompida por ele ter sido chamado com urgência para o postinho porque naquela manhã, Heriberto não estaria presente ao posto que ambos atendiam. O almoço era genial para conversarem.

E assim, Estevão suspirou nervoso. Estava decidido convencer Heitor, que em hipótese alguma seu amor por Maria poderia ser um perigo a ela. E que jamais a machucaria da forma que ele insinuou . E mexendo no coldre que tinha preso na cintura, ele arrumou a arma, frouxou a gravata pegou as chaves do carro e saiu da sala. Ao atravessar a porta da delegacia, Estevão, não seria mais o delegado San Román, e sim, um pai de família e que estava falhando com ela. 

E na bananal.

Cristina, viu a tarde chegar e Frederico não aparecer para o almoço, que apesar que o cheiro estivesse bom, causou enjoos nela por seu estado. O que não a animou para comer. E então, ainda que tivesse passado a manhã, apenas caminhando por entre o estábulo perto do casarão, agora ela decidia subir em um cavalo e procurar Frederico.

Enquanto, no meio de peões que colhiam maçãs, Frederico, que tinha deixado seu cavalo na mão de Ernesto, olhava tudo com detalhe mas já preste a voltar pra fazenda por estar cheio de fome.

Mas distraído, ele não viu que alguém se aproximava. Débora, uma loira desinibida e jovem que era apenas dois anos mais velha que Cristina, se aproximava. Ela esteve fora da região, por vários dias, por ter passado eles na casa de um tio doente e agora ela estava ali de volta a suas raízes e cheia de saudades de Frederico Rivero, que ao voltar, Débora soube da fofoca de que ele havia decidido casar. O que ela duvidou que ele fosse capaz daquilo . Já o conhecia bastante tempo e tinha estado na cama com ele inúmeras vezes para saber que Frederico não era homem pra casar, ainda que com ele, ela tinha aquelas ilusões, mas que não o pressionava para não correr o risco de não tê-lo como marido e muito menos como amante que eram quando se viam. Ou que Débora achava que ainda eram, mesmo que já tinha passado meses que ela estava longe da cama de Frederico .

E assim, cheia de fogo, Débora animada por trás de Frederico, disse.

— Débora : Eu sabia que não se casaria! Eu sabia, Frederico!

Frederico então se virou, quando teve Débora como um furacão pulando nos braços dele e o atacando em um beijo na boca. As mãos dele abraçou por instinto o corpo dela que saiu do chão que com as pernas abraçou a cintura dele, enquanto ele viu os lábios dele sendo tomado em segundos por ela. Segundo nos quais, Cristina em cima de um cavalo presenciou a cena sentindo que morria.

Ela reconhecia a loira que estava nos braços de Frederico. E Débora, para Cristina, era aquilo que diziam, ela não fedia mas também não cheirava pra ela.  Mesmo Cristina sabendo por Frederico que ele já tinha estado com ela. E ainda assim, ela nunca havia se importado. E a maior prova era que ela chegava ver Débora em suas visitas naquelas terras e se falavam sem rivalidade alguma. O que Cristina sentia naquele momento que aquilo parecia que iria mudar. Pois os olhos dela vendo a cena que via, havia escurecido, os lábios dela torceu de lado e a garganta secou. E o vento passou bagunçando os lindos cabelos daquela morena, que via uma loira em cima do pai do filho dela e se enfurecia.

E furiosa como sentia que estava, conseguindo até ver a língua de Débora entrar na boca de Frederico, Cristina o gritou ainda em cima do seu cavalo.

— Cristina: Que desgraça é essa Frederico?!

Frederico, rápido desceu Débora dos braços dele, sentindo ela chupar os lábios dele com vontade ao desgrudar deles. O que fez Cristina, cerrar mais a boca entre os dentes de ódio, descendo em um pulo do cavalo enquanto começava se tremer de nervoso. E também de corpo tenso ao ser pego naquela situação, Frederico disse a Cristina com Débora já rindo para ela.

— Frederico: Cristina. Não é o que você está pensando!

Cristina ergueu a cabeça, molhando com a língua seus lábios que secaram e engolindo em seco para ver se molhava a garganta também. E os olhos dela, buscou os de Débora, morrendo de vontade de pegar nos cabelos dela enquanto ordenava que ela não ousasse mais tocar em Frederico do modo que tinha feito. E Débora, sem saber em que rios Cristina agora estava com Frederico, ela disse com um sorriso assanhado nos lábios.

— Débora: Que bom que está aqui, Cristina. Sabia que Frederico iria se casar? Em que mundo que ele decidiu isso e eu não fui escolhida para ser a noiva dele?

Débora riu e buscou os lábios de Frederico de novo, as mãos dela pegou no rosto dele em outro ataque que Frederico, por ter ficado olhando nos olhos que via furiosos de Cristina, se distraiu. Mas quando ele sentiu a boca dela outra vez na dele, ele a pegou pelos braços para afastá-la e dizer.

— Frederico: Débora, é certo que não me casei, mas as coisas mudaram dessa vez! Ficou ausente por muito tempo e muitas coisas aconteceram no meio dele!

E então, sem entender o que podia ter acontecido, Débora disse.

— Débora : O que mudou, bonitão?

E Frederico buscou os olhos de  Cristina, não sabia se ela gostaria que Débora soubesse daquele modo o que estava agora  acontecendo com eles. Porque a relação que tinham naquele caso de 10 anos, Débora já conhecia . Mas tudo tinha mudado. E sem saber ao certo como responder, Débora.  Ele ouviu, Cristina dizer.

— Cristina : O que mudou, é que agora Frederico vai ser pai, Débora!

Débora sorriu nervosamente. Achava que era uma piada o que ouvia, outra de mal gosto como achou quando soube que ele esteve a ponto de se casar. E assim ela disse.

— Débora: Pai?

Cristina então assentiu, caminhou até Débora e Frederico, e a respondeu séria.

— Cristina : Sim! E tem mais. Eu vou ser a mãe do filho dele, Débora.

Débora então mediu Cristina da cabeça aos pés. Daquela vez, fazia aquilo com inveja. Jurava que Cristina não era mulher para ser mãe do filho de um homem como Frederico. Ela não. E então, despeitada, ela disse.

— Débora : Então, é por isso que está gorda Cristina. Meu Deus! Vocês vão ser pais! Como deixaram isso acontecer?

Cristina então bufou dando mais um passo a frente e Frederico, passou o braço na frente dela para que ela não ultrapassasse o limite dele, como por exemplo para esbofetear Débora.  E assim ele disse, sério entre elas.

— Frederico : Acho que não precisamos dizer como deixamos isso acontecer, Débora. Somos todos crescidinhos aqui!

E Cristina baixando o braço de Frederico, ainda quis responder Débora.

— Cristina : Gorda está a mãe, Débora! E sim, vamos ser pais! Então é melhor que não toque mais no pai do meu filho como fazia!

Quando Cristina terminou de falar. Ela avançou contra Débora, fazendo a mesma recuar dois passos para trás . E Frederico, querendo conter Cristina, que parecia nada calma. Ou melhor pelas palavras dela, parecia enciumada dele. Ele passou a mão na cintura dela. Recordando do trato deles, o que ele exigia que ela cumprisse o que ele também iria fazer. E então ele disse, para não vê-la expor o compromisso que tinham com a vinda daquele bebê sozinha.

— Frederico : Cristina e eu, vamos ser pais, Débora. E isso muda tudo o que eu e você já tivemos. Portanto, não ataque Cristina assim, ela será a mãe do meu filho!

E nervosa, vendo a cena que via de Cristina e Frederico agarrados como um casal e ele defende-la. Débora disse.

— Débora: Mas... Mas vão ser pais apenas . Ainda seguirão livres como são.  Como sempre fomos, não?

Frederico olhou para os olhos de Cristina e ela para o dele e então ela disse, rápida falando por ele.

— Cristina: Não! Não, porque iremos nos casar, Débora! Então repito, não toque mais no pai do meu filho que também vai ser meu futuro marido!

E Frederico, sem esperar que Cristina falaria mais aquilo diante de alguém, que assumisse um compromisso com ele que não era só o de ser mãe, diante de qualquer pessoa já que ela corria de amarras, ficou incrédulo. Não tinha sido apresentado apenas como pai do filho deles mas também como futuro marido. E ele pensou em que mundo que ele viria Cristina se referir assim a um homem. A ele. Nem quando a pediu em casamento, havia tido a certeza que fácil ela seria capaz de apresentá-lo como ele seria.  Mas não só ele estava incrédulo, Débora também estava. Ela sabia quem era a ex noiva de Frederico, a fofoca havia chegado quentinha assim que ela pisou na casa dela outra vez e sua mãe, já senhora e viúva tinha lhe dado todos os detalhes. Mas Débora, não estava aceitando, que depois de Raquela, Cristina era a escolhida para ser a esposa dele. E se perguntava o porque não ela. Estava sempre por perto, eram da mesma classe e amava o campo como ele. E Por que não ela?

E longe dali na cidade do México.

Em um restaurante com seus pedidos sobre a mesa. Estevão e Heitor se olhavam nos olhos.  Não pareciam mais um pai e um filho na mesa e sim dois homens que iam ter uma conversa séria.

E então, já decidido a entrar no assunto, Estevão disse.

— Estevão : Sabe do assunto que queria falar contigo essa manhã, filho. Então, eu começo ou você? Quero te ouvir mas também desejo que me ouça.

Heitor respirou fundo. O que ele queria ter certeza era apenas de uma coisa, se a impulsividade do pai e o possessivo ciúme dele colocaria a mãe dele em perigo.  E então ele respondeu sério, Estevão.

— Heitor: Pai. Eu só quero saber, a que ponto eu tenho que me preocupar com minha mãe. Enquanto seguir como está.

Estevão puxou o ar do peito.  Ter a dúvida de Heitor, que o amor dele por Maria, pela mãe dele poderia machuca-la de uma forma covarde como ele deixava claro desde do dia anterior, doía demais nele.  Doía, como homem e como pai. Porque via, que a situação que tinha chegado com suas atitudes.  E assim, ele respondeu Heitor.

— Estevão : A nenhum filho! Eu amo sua mãe! A amo com loucura e desespero. Nunca faria mal a ela como ensinou ontem a noite! Como insinua agora!

Heitor, pegou um pouco de água gelada que tinha na taça dele que estava na mesa e tomou um gole dela. E disse calmo, enquanto, via Estevão levar sua comida a boca.

— Heitor : É essa loucura que me preocupa, pai. Eu não entendo porque se tornou esse homem. Minha mãe é louca por você! Porque tanto medo, tanta desconfiança?

Estevão, limpou a boca com o guardanapo da mesa todo inquieto com a pergunta de Heitor. E depois, ele o respondeu.

— Estevão: Não desconfio da sua mãe, Heitor!

E sério, Heitor rebateu ao pai vendo ele todo vermelho.

— Heitor : Não é o que parece! Porque andou demonstrando o contrário pai! Recentemente, agrediu Luciano, o advogado dela.

Estevão então, pegou sua bebida sem álcool, necessitava molhar a garganta. Mas antes de beber dela, ele respondeu Heitor mais irritado por ouvir o nome de Luciano na conversa.

— Estevão : Agredi porque ele é um abusado! Aquele advogado de meia tigela não pode comigo!

Heitor então, fez um gesto de negação com a cabeça. Acreditava que o “concerto” do pai que tinha ia dar muito trabalho com ele seguindo daquela forma. E assim ele disse.

— Heitor : É aí que está o erro pai. Qualquer homem que respira perto da minha mãe, o faz de rival! Por isso brigam! E ela chora pai! Ela chora porque não aguenta seus ciúmes!

Estevão virou o rosto. Tinha total consciência de como Maria estava com o descontrole dele. Ela mesma tinha cuspido na cara dele, todos os efeitos do comportamento dele possessivo como marido sobre ela. E ele tinha vergonha daquilo. Seguia “ferido” por ver que estava a ferindo sem ter tido consciência antes do estrago que estava fazendo.  E assim, voltando a olhar, Heitor sentindo também que a fome que estava tinha ido embora. Ele o respondeu.

— Estevão : Estou ciente que estive passando dos limites como sua mãe. Tenha certeza disso, Heitor. E estou sofrendo por isso, porque percebi que estou fazendo ela sofrer mais do que eu pensei. Mas juntos estamos buscando uma solução, filho. Maria nos colocou pra fazer terapias. Ela está me dando uma chance de mudar e faço qualquer coisa pra não perdê-la!

E Heitor suspirou depois que ouviu o pai.  Sabia que a mãe dele, estava confiando e apostando todas suas fichas nas terapias que faziam. E então, ele disse apenas o lembrando.

— Heitor: Pai, sabe que ela está confiante demais nessas terapias. Mas se não quiser mudar e deixar de ser como está sendo com ela, de nada vai adiantar essa chance que ela está lhe dando. E eu só peço que não a decepcione. Não me decepcione também, porque vejo que realmente sofre . Mas papai, se eu precisar ficar de um lado, fique ciente que é no dela que ficarei.

Estevão suspirou pesadamente. Já era ciente de que lado Heitor ficaria sem ele precisar falar. E decidia ali mesmo que se ele seguisse fazendo mal a Maria, ele mesmo ordenaria que o filho deles cuidasse dela e o afastasse. Podia ser capaz daquilo que decidia se voltasse a ver como ela havia ficado na sessão de terapia deles .

E assim, baixo ele disse o que acabava decidir.

— Estevão: Se de nada adiantar. Se eu voltar a errar com sua mãe, é seu dever como filho, estar do lado dela e não do meu. Eu mesmo ordenarei que faça isso. Porque o imbecil, seguirá sendo eu, não ela .

E triste, quando ouviu Estevão, Heitor o respondeu.

— Heitor : Eu torço para que eu não precise chegar a esse ponto, pai. É o meu pai, eu o amo, amo minha família e Estrela merece ter uma infância tranquila como eu tive. Pense nela também. Se nos ama como diz, pense em todos nós e mude!

E Estevão, desarmado de qualquer orgulho e ego. Disse sério.

— Estevão : Em outras circunstâncias, não aceitaria essa lição de moral que me deu. Mas eu estou merecendo filho. Tem razão, tem toda razão. Não vou decepciona-lo. Sua irmã, você e a mãe de vocês dois é a razão da minha existência. Não duvide disso.

E longe dali. Na empresa que gerenciava, Maria pensava em Estevão.

Sozinha na sala, enquanto Lupita estava com Estrela, de caneta na mão, olhando o nada, Maria pensava.

“ Será que Estevão e eu estamos no caminho certo? E se de nada resolver o que estamos fazendo?”

E ela suspirou largando a caneta. Saiu da mesa e foi até a frente de sua janela. Assim ela podia ver prédios e o movimento da rua. Ela desejava pensar positivo, tinha que pensar!

E olhando o movimento, ela se abraçou e andou até que a porta da sala dela se abriu.  E ela viu Estrela com um pirulito na mão no chão e Lupita pegando na outra mão dela.  E a menina sorriu com alguns de seus dentinhos mostrando e depois, Maria disse, decidida em sair e levá-la com ela.

— Maria : Adie a reunião que eu tinha para as 4, vou sair e não sei se volto ainda hoje Lupita.

Ela se abaixou e pegou Estrela. E a secretária dela, disse.

— Lupita: Como quiser senhora Maria.

Maria então olhou pra mesa, pegou sua bolsa sobre ela, depois foi até o sofá e pegou a bolsa de sua pequena filha . E saiu driblando, o que segurava, sobre dois saltos finos, um bebê, duas bolsas e um turbilhão de pensamentos.

E longe dali. De volta para casa, depois de um almoço em família.

Victoria, gemia. Gemia nua, debruçada sobre a pia do banheiro de sua casa. Não estava nos planos dela voltar pra casa com Heriberto, mas precisou.  Precisou tê-lo outra vez. E assim, nua como ela, ela o via por trás dela investir contra ela sua ereção . Ia morrer, morreria se o resultado do Dna fosse o fim da família perfeita e do casamento perfeito que tinha.

E assim, momentos depois, deixando ela tomando banho de chuveiro. Heriberto saiu do banheiro. Já era mais das 4 da tarde.  E passou ela toda em casa com Victoria depois de um bonito almoço em família. Estava tranquilo e convencido que podia estar realmente fazendo uma tempestade em um copo d’água como Victoria mesmo dizia.

E assim, andando de toalha  na cintura e outra enxugando o pescoço, Heriberto viu sobre a cama de casal deles o celular de Victoria tocar. Ele então se aproximou do aparelho . E viu um nome. Viu um nome mostrar na tela, e se avermelhou . Sentia seu sangue ferver e um ódio subir  Heriberto, sentia ciúmes naquele momento, mais do que isso, ele se sentia enganado. E sem duvidar, ele quis atender o telefone crendo que não era uma coincidência o nome que via. Mas a ligação parou.

E ele passou a mão nos cabelos nervoso. Sentindo que podia enfartar. Quis retornar a ligação para ter certeza do que seus olhos viam, mas o celular de Victoria tinha senha.  E ele bufou. Bufou, mas se lembrou do “favor” que Estevão fez para ele. E lembrou também, que o infeliz de Osvaldo era um ator e ele podia ir até ele fácil. Porque era ele que ligava. E ele iria atrás dele. E então, Heriberto, com pressa foi até o closet do quarto. Se vestiria rápido e antes de confrontar algo que ele sabia que Victoria negaria como seguia fazendo o que escondia. Iria atrás da fonte que viu no celular sem duvidar. Iria aonde Osvaldo estava, sentia que ele era o único autor do comportamento estranho que Victoria tinha.  Não podia ser coincidência ver ela atender ligações estranha e agora ver ele ligar.

E todo cheio de ódio. Ele se vestiu. Quando esteve pronto, ouviu a voz de Victoria o chamando do banheiro, mas ele em troca bateu a porta do quarto com força saindo dele. Do jeito que estava, se a confronta-se seria capaz de fazer uma loucura. E de em dois e dois degraus, ele descia as escadas, olhando o celular que havia tirado do bolso, até que Bella apareceu na frente dele . Ela subia as escadas com um tablet na mão e assistia algo e então ela olhou para ele e disse, sorrindo inocente.

— Bella : Aonde vai papai?

Heriberto não a respondeu, os olhos dele estava no aparelho que ela tinha nas mãos.  E então cego de raiva com o que via, ele puxou da mão dela e mais vermelho que antes, ele disse bravo por não acreditar que a filha dele assistia novelas de Osvaldo naquele brinquedo.

— Heriberto : Por que está vendo coisas desse homem, na internet hum? De onde o conhece filha?!

Bella, abriu a boca, mas não soube o que responder diante da fúria do pai. Desde que havia estado naquele almoço com a mãe e seu amigo simpático, inteligente a menina achou conteúdos dele na internet e suas novela no canal de YouTube . Ela estava viciada, via há dias e pensava que não fazia mal. Afinal, o segredo da mãe dela, ela ainda guardava. E assim, ela ouviu Heriberto gritar novamente por não ver ela responde -lo.

— Heriberto : Responde Isabela! Porque vê coisas desse homem?

Isabela depois de arregalar os olhos com aquele grito, ela baixou a cabeça e disse baixinho .

— Bella : Ele é amigo da mamãe, é ator papai e por isso via novelas dele.

Heriberto sentindo que realmente podia enfartar, depois que ouviu Bella, ele perguntou intrigado com mais aquilo. Pois sentia que com o que Bella falava, só era a ponta do iceberg que ele ia revelar.

— Heriberto: Amigo da sua mãe? Como sabe disso? Como o conheceu?!

Bella, então nervosa e com os olhinhos já cobertos de lágrimas ela disse, temendo revelar o segredo de Victoria .

— Bella : Ela me pediu segredo, Papai.

E possesso com Victoria, tendo pensamentos que realmente estava sendo enganado por ela.  Ele disse, respondendo Bella.

— Heriberto : Ela te pediu segredo? Segredo do que, hum? Sabe do que?

E Bella então negou com a cabeça. Realmente não sabia de nada . Nem sabia do que porque Heriberto, estava tão furioso com ela só porque ela via uma novela.  A única consciência que ela tinha com 9 anos, era que podia ficar de castigo pela mãe, se dissesse mais alguma coisa ao pai furioso que ela tinha em frente dela.  E então, ela disse já deixando as lágrimas cair.

— Bella : Vou ficar de castigo, papai.

Heriberto então viu a menina chorar e respirou fundo vendo ela toda vermelhinha e se encolher. E foi ciente assim, que as contas do que via e acabava de ouvir tinha  que serem cobradas de Victoria e não dela. E então ele disse.

— Heriberto : É melhor que a partir desse momento, ligue para Elisa . Ligue para sua irmã para que leve você a algum lugar. E isso.

Depois das ordens dada, querendo Isabela longe de casa quando voltasse, Heriberto olhou o tablet dela e ela fez um gesto com a mão de pegar o brinquedo dela. Mas ele não dando, ele voltou a dizer, batendo o aparelho no corrimão da escada com toda raiva que tinha de Victoria . Mas errando em mostrar ela daquela forma e com a pessoa errada.

— Heriberto: Te proíbo que volte ver algo desse homem aqui em casa! Te proíbo permanentemente! Estou sendo claro, Isabela?

E chorosa por ver o brinquedo dela ser quebrado, Bella, disse.

— Bella: Sim, está. 

E Heriberto então desceu as escadas levando com ele o tablet e Bella subiu correndo para o quarto da mãe enquanto chorava . E lá fora, Heriberto depois de jogar o tablet ao chão perto do seu carro que estava estacionado na frente da mansão, desde que chegou  do restaurante apenas com Bella e Victoria, entrou nele com raiva, ligou e passou por cima do tablet com umas das rodas do carro e saiu cantando pneu. 

Enquanto no quarto de Victoria e ele.  Bella chegou entre lágrimas falando com a mãe.

— Bella : Mamãe, mamãe!

Victoria, estava na frente da cama dela . Estava de toalha no corpo e uma na cabeça enquanto via o celular. Tinha visto a chamada perdida de Osvaldo, e agora lia uma mensagem que ele tinha deixado . Aquele resultado que tanto a desesperava iria sair só depois de 1 mês. Seriam 30 longos dias para ela seguir carregando aquele fardo sozinha  que escondia de Heriberto e que já sentia que não poderia mais fazer aquilo.

E depois que viu Bella entrar no quarto dela daquele modo. Ela largou o celular na cama e levou as mãos no rosto de sua pequena e disse.

— Victoria : O que foi minha filha? Porque chora assim?

Ela limpou as lágrimas de Bella e a menina respondeu chorando mais.

— Bella : Papai quebrou meu tablet, mamãe.

E Victoria, intrigada com o que ouvia, disse olhando nos olhos da filha.

— Victoria : Porque ele fez isso, meu amor?

E então, em um só fôlego a menina soltou rápido.

— Bella : Ele descobriu nosso segredo, mamãe. Ele me viu assistindo a novela do seu amigo Osvaldo. Mamãe eu não queria contar. Mas ele viu, mamãe, ele viu!

Victoria então se afastou nervosa. Sentiu o corpo todo tenso e se tremeu de nervoso prevendo uma briga de ciúmes com Heriberto, como a qual tiveram quando se viram no shopping. E então, ela só desejava pensar como iria resolver tudo.  Queria pensar mas antes tinha que saber mais. E então, ela perguntou para Bella.

— Victoria : Ele quebrou seu brinquedo, porque a viu assistindo essa imbecil novela ou porque soube que almoçamos com meu amigo ?

E Bella, assustada com tudo o que acontecia a respondeu ainda chorosa.

— Bella : Os dois mamãe. Eu tô com medo. Nunca vi o papai assim.

Victoria, então soltou o ar da boca impaciente. Previa Heriberto já cheio de ciúmes. E tudo porque tinha visto Bella ver novelas de Osvaldo que consequentemente o fez descobrir com aquilo o maldito almoço que tiveram. Era maldito, porque depois dele ela sentia que não tinha mais paz.  E nervosa, ela andou no quarto, olhou a filha e berrou.

— Victoria : Que maldição! Como vou explicar agora isso ao seu pai! Sai da minha frente, Isabela. Me deixa resolver o que fez!

E a menina então chorou mais. Estava levando agora bronca da mãe pelo que tinha feito. O que fazia, na cabeça dela ela entender que era a maior culpada dos ânimos dos pais estarem exaltados.  Infelizmente os adultos às vezes tem o poder de fazer isso com uma criança. A fazendo se sentir culpadas por erros próprios deles. E Bella se sentia assim e queria se defender por algo que realmente não tinha culpa.

— Bella : Mas eu não fiz nada mamãe. 

E Victoria então, voltando até a cama pegou o celular dela na mão e a respondeu, errando também como mãe.

— Victoria : Fez, quando ele te pegou vendo essa maldita novela! Agora vou ter que concertar a bagunça que fez, filha!

Isabela então, vendo que Victoria estava muito nervosa e ligava para alguém ela deixou o quarto correndo . E foi até o quarto dela, pegou o celular e ligou como Heriberto havia pedido, para Elisa.

E Elisa que estava entre livros na casa de alguém, atendeu o celular quando viu que era Isabela e a ouviu dizer com voz de choro.

— Bella: Mamãe e papai, estão muito bravos comigo . Cadê você Elisa.

Elisa então, saiu do assento que estava e disse preocupada por entender que sua irmã caçula chorava.

— Elisa : O que houve pequena? Porque eles estão bravos com você? Não chora.

Isabela então limpou os olhos, sentou na cama do quarto dela e respondeu o que ela sentia com a atitude dos pais o que tinha feito.

— Bella : Eu fiz uma coisa errada e acho que agora eles vão brigar, Elisa. Papai quebrou meu tablet. Vem pra cá ficar comigo.

E já juntando com pressa todo seu material escolar para guarda-lo, Elisa respondeu.

— Elisa: Eu já vou, meu amor. Eu vou agora.

E estranhando tudo o que acontecia, Elisa guardou todo seu material na bolsa. E saiu apressada da onde estava.

Enquanto, Victoria tentava ligar agora para Heriberto e via que ele recusava a ligação por ela chamar uma vez e ele desligar caindo assim na caixa postal. Que dentro do carro, com uma mão no volante e outra no celular, enquanto recusava as ligações de Victoria. Heriberto, com seu celular, por aquele “favor” que Estevão lhe tinha feito, não só grampeando o celular de Victoria, mas fazendo ele ter acesso as mensagens dela, entre outros aplicativos apenas usando o celular dele.  Ele lia a última mensagem que ela havia recebido.

O exame de DNA,  fica pronto daqui há um mês, Victoria. Não me deixou falar na nossa última ligação. Estava ciente desse prazo, não é?

E então depois que leu aquele absurdo, um som alto de uma buzina, chamou a atenção de Heriberto, o que fez ele desviar de um carro que vinha de frente para ele.  E o carro dele, parou atravessado na rua e ele ouviu buzinas e mais buzinas no trânsito que estava . E nervoso, Heriberto, tirou o carro dele do caminho voltando a dirigir, agora mais perturbado do que antes com o que tinha lido. Só pensava que história era aquela. Que maldito DNA, Osvaldo falava.

E longe dali em um lugar tranquilo.

Maria, estava com Estrela nos braços. Ela estava no prédio do terapeuta dela e Estevão.  E por sorte, o Doutor Pablo, tinha 20 minutos livres e reservou eles pra ouvir Maria que pareceu aflita ao ver dele.

E por vê-la daquela forma e com a filha nos braços, ele deu passagem a ela pra que entrasse na sala dele, dispensando a recepcionista dele logo depois que avisou que Maria estava ali.

E então, ele sentou por trás da sua mesa e Maria suspirou sentando na frente dele com Estrela que adormeceu nos braços dela . E então, ela disse.

— Maria : Está sendo muito gentil em me receber sem ter marcado horário, doutor.

E o terapeuta sorriu e depois disse .

— Dr Pablo : Me pareceu aflita e ainda tenho 20 minutos para próxima consulta, Maria. Mas me diga, o que a trouxe aqui e com sua filha?

Maria então suspirou. Olhou para Estrela que dormia colada entre o peito dela. E depois, tensa ela revelou como estava.

— Maria : Estou confusa. Estava certa que minha escolha em fazer terapias com meu marido, seria o melhor, a única maneira de salvar meu casamento com ele e minha família. Mas e se não for isso? E se nada adiantar?

Maria gemeu frustrada depois de suas palavras. E o doutor disse, por ser conhecedor de que antes, Maria que representava ali o casal que ele iria ajudar, não viviam o dilema que estavam vivendo.

— Dr Pablo: Me revelou em nossas consultas.  Que Estevão, não foi assim em todos anos que já tem de casados. Lembro-me, que disse que tudo isso começou, há 5 anos, Maria. Lembra o que aconteceu, nesses últimos 5 anos para que ele mudasse radicalmente o seu comportamento?

Maria negou veemente com a cabeça. Não recordava de nada. Só lembrava, que aos poucos o homem manso que tinha se casado foi se tornando em uma bomba relógio aos poucos até estarem aonde estavam.  Então, ela respondeu o doutor.

— Maria : Não. Eu não lembro, doutor. Estevão começou mudar de repente. Mas culpo também a profissão que tem. É muita pressão que ele recebe. E uma hora também podia corrompe-lo.

E então, depois de fazer uma breve análise das palavras de Maria. O doutor, disse.

— Dr Pablo: Ainda que ele tenha uma profissão como a que tem. Não pode justificar a maneira de como ele está te tratando Maria. Se ele está levando trabalho para casa e atrapalhando a vida conjugal que vocês têm, isso também tem que ser resolvido. Mas me respondam para que eu entenda melhor do porque está confusa com os resultados das terapias. Por acaso brigaram depois de nossa última sessão?

Maria negou rapidamente. Eles tinham feito amor mas ela não queria dar aquele detalhe. E então, E ela o respondeu .

— Maria : Não. Não brigamos doutor. E tem razão no que diz. Céus! Estevão tem que mudar em tantas coisas para voltarmos sermos quem éramos.

O doutor suspirou e depois claro, ele disse ao ouvir Maria.

— Dr Pablo: Aconselhei que agora, deixasse Estevão por si só confrontar seus fantasmas. Ele está sendo consciente agora dos danos que a atitude dele lhe causava. Estevão agora, precisa de incentivo seu Maria, para não desistir com as terapias. Então não deve mostrar a ele que tem dúvidas que elas podem ajudar vocês. Ajudar ele. Porque está mais que claro, quem precisa de terapias aqui.

Maria deu um riso fraco. Mas concordou com o terapeuta. E então, ela o respondeu.

— Maria : Tem razão, tem razão doutor. Estou sendo tola. Tenho que confiar que tudo vai dar certo. Que essas terapias vão me ajudar.  Meu casamento, minha família e Estevão precisam de mim.

O doutor sorriu e depois respondeu Maria.

— Dr Pablo: Não vou fazer um milagre no casamento de vocês. Mas tenho a competência de mostrar a saída do buraco que o casamento de vocês se encontra.  E cabe você e Estevão escolher a melhor saída para o fim do dilema que vivem. Essa decisão não vai ser minha.

E Maria entendeu, que a decisão que o doutor falava eram duas. Com as terapias, o casamento dela com Estevão, poderia renascer ou morrer, com ambas assinaturas em documento de divórcio. E as duas decisões só dependia deles dois.

E na delegacia. Estevão, olhava o quadro que tinha na mão de Maria. A foto era ela de perfil . Ela tinha um olhar verde, hipnotizante e um sorriso genuíno na fotografia. E ele tocou a foto suspirando apaixonado.  A amava. Mas reconhecia que estava fora de controle suas ações. E quando foi que mudou . E ele se fez essa pergunta de quando foi que tudo mudou entre eles que ele começou sentir realmente medo, um medo doentio de perdê-la. E Estevão tinha aquela resposta guardada entre setes chaves no interior dele.

E então os pensamentos de Estevão San Román, o levou há 5 anos atrás.

Flashback

Estevão, estava em casa. Havia chegado para almoçar mas não tinha encontrado Maria.  Almoçar com ela nos tempos que estavam tendo no trabalho, estava se tornando cada vez mais difícil. Maria, estava fazendo viagens e ele estava repleto de muito trabalho na delegacia, que estava tomando conta agora de um departamento inteiro sozinho.  Ele estava no auge de sua carreira, estava ganhando mais, sendo respeitado e temido no ramo que optou trabalhar. Mas entre tantas ocupações, Estevão via que estava deixando Maria e Heitor para depois, mesmo que em nenhum momento a via se queixar e nem o filho que era adolescente. No casamento que tinha com Maria, os dois eram um casal compreensível, que se apoiavam em tudo e não tinham brigas extremas que tivessem que se preocupar com as consequências delas. Mas ainda assim, Estevão estava reconhecendo que naqueles tempos estava ausente, por sentir saudades da própria esposa que dividia o teto com ela.

E assim na sala ele ouviu a porta da mansão se abrir. Era tarde e Heitor estava na aula, e eles então estavam sozinhos em casa.

E então, Estevão se virou sorrindo, mas quando viu os olhos de Maria cristalinos em lágrimas, ele se preocupou dizendo.

— Estevão : O que houve, Maria?

Maria largou a bolsa que carregava nos ombros jogando no sofá. E então ela disse chorosa indo até ele.

— Maria : Faz amor comigo Estevão, aqui, agora.

Ela tocou com as mãos o rosto dele e o beijou. O beijou desesperada e com amor. E Estevão retribuiu o beijo que ele sentia que era de saudade que Maria lhe dava . E logo depois ali mesmo no sofá se amaram. Se amaram como já não faziam. Sem pressa, sem pudor e no fim entre um riso de amor .

E deitada nua sobre o peito de Estevão, que também estava deitado enquanto deslizava os dedos nas costas dela em uma carícia, Maria disse.

— Maria : Eu estava com saudades Estevão.

E ele procurando os olhos dela, a respondeu sentindo aquela mesma saudade.

— Estevão: Eu também minha, Maria. Eu também.

Ele beijou os lábios dela até que Maria desfez do beijo. E ele acariciou o lindo rosto que ela tinha. Ele adorava tanto aquela beleza dela, que não só era por fora mas também por dentro. Afortunado era assim que Estevão se sentia em ter o amor de Maria. E ele sabia que aquela linda morena de olhos verdes que via, o amava também e com a mesma intensidade.  O que fazia ele sentir, o homem mais feliz do mundo. Tinha o amor incondicional de uma mulher como Maria, tinha um filho com ela que o realizava como pai e como homem, tinha todo sexo com ela livre de qualquer pudor e o melhor era que ele era ciente que seria e era o único homem que tinha ela nos braços como mulher. E dessa forma, não tinha como ele não se sentir  um dos homens mais afortunados da terra amando Maria. Pertenciam um ao outro. Ela pertencia a ele .

E olhando ainda nos olhos dela. Suspirando, cheio de amor e sendo atencioso, ele disse.

— Estevão : Quando chegou pareceu que chorava. O que houve, hum?

Maria se afastou suspirando e se moveu sentando no sofá, levando um braço por cima dos seus seios nus para cobri-los. O motivo das lágrimas dela. Era medo. Medo do que tinha acontecido a pouco com ela que até então não estava consciente em que rios estava se metendo, apenas por ter percebido só aquela tarde que estava necessitada de atenção, atenção que ela não estava tendo do próprio marido com a vida rotineira que tinham entrado.  E sentando com ela, Estevão viu ela virar o rosto e ele gentilmente tocou no queixo dela e disse, ao fazer ela olha-lo nos olhos.

— Estevão : Não vai me contar o que aconteceu? Hum?

Maria então, olhou pra baixo mas  depois subiu seu olhar novamente para ele. Não esconderia o que tinha acontecido. Não esconderia e jogaria as cartas na mesa pela primeira vez o que a ausência mais frequentes de Estevão estava causando nela.

E assim ela começou.

— Maria: Tive uma reunião hoje. E estava com um homem em minha sala. Não foi a primeira vez que tivemos reuniões de negócios. Sempre eram para os negócios que nos reuníamos. Até que comecei me acostumar com essas reuniões, Estevão.  Ele sempre estava presente, sempre perguntava como eu estava antes de mais nada. Até que...

Estevão sentia seu coração acelerado ao mesmo tempo que apertava já sofrendo pelo que ouviu de Maria. E então ele encostou a testa na testa dela, sentindo medo de ouvir o resto da história que ela contava. E então ele disse.

— Estevão: Não sei se quero seguir ouvindo o que tem a me dizer, Maria. Não sei se quero ouvi-la.

E Maria aflita o olhando nos olhos, levou as mãos no rosto dele. E disse.

— Maria : Mas eu preciso contar. Preciso mostrar o que sinto, Estevão. Precisa ver como estamos.

Estevão então pegou nas mãos dela, tirou do rosto dele e disse sério, mas sentindo dor por pensar no que Maria podia confessar.

— Estevão: Vai me dizer que me traiu com ele? É isso? Vai me confessar sua traição?

E Maria, deixando grossas lágrimas caírem do seu rosto. Respondeu apressadamente Estevão.

— Maria : Não, meu amor! Não!  Eu te amo e nunca faria isso. Nunca, Estevão. Eu sou só sua e sempre vou ser!

Ela então tomou a boca dele beijando. E depois mais aliviado, quando se beijaram, Estevão disse.

— Estevão : Eu acredito em você. Mas se não me traiu, porque tem um homem nessa história, Maria.

Maria então tocou nos próprios lábios, lembrando do ocorrido que tinha a assustado mas também lhe aberto os olhos. E depois o respondeu.

— Maria : É que ele me beijou, Estevão. Ele me beijou sem que eu esperasse e então eu percebi que busquei nele a atenção que já não me dá como antes e ele confundiu a companhia que eu queria sua mas que tinha dele em um flerte meu .

Estevão então ficou segundos em silêncio. Ele fechou os olhos respirando pesadamente. E depois que voltou olhar Maria nos olhos ele disse.

— Estevão : Então por te deixar abandonada quase te jogo nos braços de um homem. É isso que está me dizendo, Maria!

Estevão levou a mão no rosto. Ele tinha se avermelhado de ciúmes.  Um ciúmes de um nível extremo que nunca tinha sentido por Maria. Havia casado com aquela bela e meiga mulher e a tornando também quente nas mãos dele. E um casamento de princesa, foi que ele deu a Maria, fazendo amor com ela apenas na noite de núpcias deles como ela havia escolhido. E perfeita desde então, era Maria para ele entre qualquer mulher que poderia cruzar o caminho dele. E Estevão, tinha a confiança que o amor que tinham construído não poderia ser quebrado, que o amor que via nos olhos de Maria misturado com desejo quando faziam amor nunca iria acabar. Mas ali acabava de ouvir pela boca dela, que por muito pouco aquele amor foi corrompido e ele não tinha noção daquilo. Por pouco, Maria seria tirada dos braços dele. E ele se perguntou, como não havia percebido que aquilo poderia acontecer. E porque não poderia acontecer? Se uma mulher bela como Maria, desde de ainda menino ele a via sendo cortejada por outros meninos da idade dele na época. Mas que afortunadamente como sabia que foi, ela tinha escolhido apenas ama-lo.

E Estevão com tudo que pensava, remoendo tudo, ficando calado e de rosto tenso, Maria disse chorosa.

— Maria : Fale alguma coisa, Estevão. Por Deus! Eu juro que não retribui ao beijo. Rejeitei logo depois qualquer negócio com ele. Eu te amo. E é seus beijos, seu amor, suas carícias que sempre vou querer.  Mas tinha que contar o que houve meu amor eu tinha. Me perdoe.

Maria chorou cobrindo o rosto com as mãos. Era tão complicado um casamento. As vezes era tão complicado amar. Nunca é só amar. O amor tem também suas bagagens, seus dilemas, suas controvérsias. Se o amor fosse tão perfeito, ninguém choraria de tristeza amando alguém.

E vendo que Maria, caiu em lágrimas, Estevão pegou no rosto dela, limpou aquelas lágrimas que caia nos olhos dela. E depois ele disse.

— Estevão: Eu que sou errado aqui. Eu que esqueci a mulher que tenho em casa . Não vou mais fazer isso. Não vou fazer isso, Maria. Nenhum homem vai voltar a se atrever te tocar . Você é minha vida . É minha mulher. Não chore. 

E ele beijou ela desesperado, ofegante. Viraria um cão de guarda, mas não permitiria que nenhum homem mais se aproximasse de sua Maria com a intenção de querê-la.

Fim de flashback.

E Estevão piscou da sua mesa, voltando para o ambiente da sala dele na delegacia. E ele tirou do coldre dele a arma que tinha ali e pôs na mesa . Nunca mais tinha voltado ter a tranquilidade depois daquela confissão de Maria, que nada nem ninguém tiraria ela dele. Não, depois daquela prova que teve e deixou marcas nele. E o pior de toda aquela história que ele guardava dentro de si, era que a fonte que despertou aquele sentimento de insegurança acarretando tudo em que agora era em Estevão, ele nunca soube quem era. Maria, não contou, jurando que o empresário já não estava na capital, provando aquilo com a quebra de contrato que tinham.

E ficando de pé. Estevão suspirou de corpo tenso. O homem que era calmo, tranquilo tinha morrido naquela tarde há cinco anos.


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