Candy Boy escrita por Moony Is Tired


Capítulo 15
C15. Duplamente Perdido


Notas iniciais do capítulo

Hm... O cap está algumas... Horinhas atrasado porque eu passei o dia na escola. Mas certeza de que em breve isso nem vai mais importar. BEM! Esse sábado teremos mais um capítulo para compensar; E também porque ele é uma continuação bem direta desse. VOLTANDO AO ASSUNTO.
Sam e Nathaniel foram em seu primeiro encontro sério como namorados, mas agora é sábado e Sam tem outros compromissos marcados! Lysandre e Cuddles estão esperando! O que mais acontecerá hoje?



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“Hey, Lysandre.” Era sábado, quase duas da tarde, e Sam havia acabado de ligar para o rapaz vitoriano. “Eu tenho tipo 90% de certeza de que eu me perdi. Hey, não ria de mim! Você perde o seu bloco de notas o tempo todo, aposto que se perderia tentando encontrar a minha casa também!” Começou a bater o pé no chão, mesmo sabendo que ele não podia ver seu aborrecimento. “Ok, uhm, eu estou… Ah, não tem nenhuma placa de rua por perto. Num parque, eu acho? Tem uma árvore bem alta aqui também… OK, certo, eu vou te esperar perto dela.”

Uns quinze minutos depois, Lysandre, vestido de forma completamente diferente do que ele costumava vê-lo num dia normal. Sem as várias camadas de roupas de sempre, apenas um colete sobrepondo uma camisa de botões e calças pretas. Sam também se perguntava se já havia o visto usando algo além de botas nos pés.

“Eu sinto muito pela minha demora, eu precisei me trocar antes de vir.” Ele disse após aproximar-se, parecendo um pouco cansado. “Eu também posso ter me distraído um pouco no caminho…”

“Não tem problema. Sério.” Samuel balançou a cabeça. “Bem, uhm… Para onde fica a sua casa mesmo?”

“Eu não tinha lhe dado o endereço?”

“Bem, sim! Mas eu… Posso ou não ter perdido o papel e decidido tentar vir sozinho de qualquer modo.” Sorriu de nervoso. “Eu também meio que não tenho o menor costume de andar por esse lado da cidade. Eu sempre fui muito de ficar na rotina casa-escola-casa, sabe?”

Lysandre suspirou, balançando a cabeça, mas sua expressão parecia mais de divertimento do que desapontamento.

“Da próxima vez só me ligue antes mesmo de sair. Seria mais fácil.”

“Hey, pensamento lógico é para os fracos!” Brincou. “Vamos só ir logo.”

“É claro.”

Os dois andaram num silêncio quase absoluto por mais ou menos metade do caminho, até que Lysandre o parou de repente.

“Espere.” Ele murmurou, aproximando-se lentamente de uma árvore próxima. “Aqui.” Apontou para um dos galhos mais escondidos.

“Eu… Não consigo ver nada.” Sam disse, estreitando os olhos.

“Ah, eu sinto muito… Eu posso… ?” Lysandre colocou os braços nas laterais do seu corpo, como se pedindo permissão para levantá-lo. Samuel apenas assentiu com a cabeça, e Lys o levantou de modo que ficavam mais ou menos com a mesma altura. “Consegue ver agora?”

“Hum… Ah, sim!” Um pequeno grupo de filhotes de pássaro piavam enquanto a mãe deles lhes dava comida. “Então foi isso que lhe distraiu no caminho, não?”

“Eu encontrei um dos filhotes no chão enquanto passava, então tentei encontrar o ninho para colocá-lo de volta.” Respondeu, colocando Sam de volta no chão com delicadeza. “Fico feliz de ver que a mãe deles já está de volta. Vamos continuar a andar.”

Samuel apenas assentiu, seguindo adiante com ele.

“Você também disse que precisou se trocar antes de sair.” Sam lembrou. “Você não esqueceu que eu estava vindo, certo?”

“É claro que não!” Ele respondeu, apesar que seu desviar do olhar e leve tom avermelhado no rosto pareciam dizer o contrário. “Eu apenas pensei que deveria por algo mais apropriado para…”

“Lysandre!” Uma voz feminina e infantil o interrompeu. Lysandre não parecia muito agradado, mas Sam não conteve sua curiosidade de olhar diretamente para a fonte de tal voz.

Uma garota — que sinceramente não julgava ter mais do que quatorze anos de idade — de longos cabelos loiros presos em rabos de cavalo baixos e com as pontas rosadas, vestida num estilo que só podia definir como “Gothic Lolita” se aproximava animadamente deles. Não conseguia não imaginá-la como uma bonequinha em tamanho humano.

“Quem é a sua amiga nova?” Ela perguntou, num tom curioso… Em múltiplos sentidos. A palavra ‘amiga’ o atingiu no peito como uma estaca de gelo, mas ele fingiu não ligar.

“Esse é Samuel. Ele é meu amigo.” Lysandre deu uma breve ênfase no ‘o’ da palavra.

“Oh.” Sua postura mudou completamente. Ela estendeu uma mão para Sam. “Prazer, Samuel. Eu sou Lysandra, a namorada do Lys.” Ela disse, com um largo sorriso no rosto.

“Nina, nós já falamos sobre isso.” Lysandre balançou a cabeça, com um ar de desaprovação.

“Hm… Bem… Olá…” Sam a cumprimentou de qualquer modo, apesar de que a presença da garota agora o deixava um pouco incomodado. Já havia decidido que não planejava mais qualquer tipo de avanços com Lysandre: estava com Nathaniel, afinal. Um triângulo amoroso nunca dá certo na vida real e ele sabe muito bem disso.

Mas sua atração — quer dizer, antiga atração — por Lysandre não tinha nada a ver com o fato de Nina o incomodar.

Não. Era o fato dela se chamar de “Lysandra” e “namorada” sendo que essa não era a verdade. Da mesma forma que ele não gostaria de Melody clamando propriedade por Nathaniel mesmo que eles não possuíssem qualquer tipo de relação romântica.

“Nina, nós realmente precisamos ir agora…” Lysandre insistiu.

“Eu posso ir também?” Ela perguntou, com uma expressão angelical no rosto, que de repente o incomodava também.

“Eu sinto muito, mas… Não.”

“Ah…” Nina parecia um pouco triste. “Eu posso ao menos ter um abraço antes de ir?”

Lysandre não parecia exatamente confortável com a ideia, mas aceitou mesmo assim. Se era para fazer ela ir embora, talvez valesse a pena, certo? Sam apenas ficou ali em pé, sentindo-se um leve incômodo, mas preferiu não dizer nada, enquanto Nina parecia bastante dedicada a fazer aquele abraço durar mais do que o necessário.

Quando ela o soltou e se despediu de ambos, Sam esperou ela se afastar o bastante antes de dizer qualquer coisa.

“Então, uhm…”

“Nina é apenas uma fã.” Ele disse imediatamente, o rosto meio avermelhado. “Eu não gosto dela… Nesse sentido.”

“Isso não é o que eu iria perguntar, mas OK.” Apesar de que admitia para si mesmo de que tinha essa certa curiosidade — e se sentia um pouco culpado por isso também. E daí se Lysandre realmente tivesse uma namorada, afinal?

“Eu sinto muito.” Ele suspirou. “Ela só é um… Um pouco insistente. Ela ainda está decidida de que Kymo está tentando ‘me roubar dela’ ou algo assim… Mesmo que ela já tenha um namorado há mais de um mês…” Ele parecia pensativo.

“Por acaso todos os garotos dessa escola já tiveram um crush nela a esse ponto?” Sam brincou, mas o rosto ainda mais avermelhado de Lysandre não o deixou esconder. “Oh meu Deus, você tinha!”

“Não foi nada demais, OK?” Ele se justificou, apesar de que Sam não via exatamente muita necessidade para tal. “Afinal, foi apenas eu perceber meus próprios sentimentos, que ela começou a namorar com Castiel…”

Sam não sabia muito bem o que responder por aquilo. Quase se sentia mal pela sua breve paixonite por Lysandre que havia — provavelmente — se esvaecido com seu novo relacionamento com Nathaniel. Mas… Não tinha motivo, certo? Não é como se sua paixonite fosse correspondida. Ele não estava o machucando de qualquer maneira. Só estava… Pensando demais.

“Já faz um bom tempo. Mais de dois meses para falar a verdade.” Lysandre suspirou. “Eu já superei… Eu acho.”

“Você é um rapaz atraente.” Samuel disse, meio que sem pensar. “Tanto de aparência quanto personalidade. Eu tenho certeza de que um dia você irá se apaixonar por alguém que irá retribuir seus sentimentos.”

“Talvez, quem sabe…” Ele sorriu, com o rosto levemente avermelhado.

Voltaram a andar em silêncio por mais alguns poucos minutos. Sam parecia entretido admirando essa parte da cidade que raramente visitava. Era um pouco mais distante da área realmente urbana da cidade, então haviam árvores e flores em cantos tão claramente naturais, não como jardins plantados entre as ruas pela prefeitura.

“Chegamos.” Lysandre anunciou não muito depois, parando em frente a um prédio de apartamentos. Ao realmente chegarem na porta dele lá dentro, o rapaz pediu: “Poderia tirar os sapatos na entrada, por favor? Leigh não gosta muito que usem calçados dentro de casa.”

“Sem problemas.” Sam respondeu, tirando os coturnos logo em seguida. “Aliás, Leigh é seu irmão, certo?”

“Exatamente.” Ele assentiu. “Ele não está aqui no momento, entretanto. Leigh costuma deixar a loja aberta até mesmo nas tardes de sábado.”

“Oh, que tipo de loja ele tem?” Perguntou, de repente interessado.

“É uma loja de roupas, não fica muito longe da escola.”

“Roupas, você disse?” Repetiu, os olhos brilhando. Lysandre apenas assentiu novamente. “Isso parece tão legal! Ele desenha roupas também? As costura?”

“Sim, ele fez as minhas roupas e o vestido de Rosalya.” Lysandre parecia possuir um certo agrado pela reação de Samuel. “Hm… Você parece bastante interessado nisso.”

“Sim! Eu venho tentando criar alguns designs de roupas desde meus treze anos! Eu não tenho a menor ideia de como costurar mas eu também sempre quis tentar.”

“Não seria o menor incômodo te levar para a loja do meu irmão qualquer dia.” Ele sorriu. “Leigh costuma ser um pouco tímido, mas tenho certeza de que ele não iria se opor a falar sobre moda.”

“Ah, muito obrigado!” Samuel abriu um sorriso largo. “Hum, bem… Ah, nós provavelmente deveríamos voltar ao motivo de eu estar aqui, afinal… Onde está Cuddles?”

“Ah, sim, eu deixei a gaiola dele no meu quarto antes de sair… Eu espero que eu tenha lembrado de fechar ela dessa vez.” Seu tom de voz parecia um tanto quanto apreensivo, entretanto.

“Não se preocupe, qualquer coisa eu lhe ajudo a procurá-lo.” O assegurou.

Lysandre indicou para que o seguisse, o guiando até o seu quarto. Lysandre abriu a porta, indo checar imediatamente na gaiola do coelho que estava acima de uma mesinha.

“Ah, eu lembrei dessa vez.” Ele disse, num tom de alívio.

“Vê só, você já está ficando melhor.” Sam riu.

O quarto de Lysandre era relativamente simples, mas o visual ainda assim o agradava. Branco, marrom-chocolate e um azul clarinho eram as cores principais, com uma janela grande do lado do guarda-roupa e uma otomana na frente da cama que parecia clamar que ele se jogasse ali imediatamente — provavelmente faria isso em breve.

Sam se aproximou da gaiola.

“Oh, ele é tão adorável!” Sam exclamou. “Desculpe-me, eu estou um pouco animado.”

“Não tem problema.” Lysandre abriu a portinha da gaiola, pegando o coelho em suas mãos. “Você quer fazer carinho nele?”

“É claro!” Abriu um largo sorriso, apesar de parecer um tanto quanto hesitante em como deveria acariciá-lo. Acabou decidindo passar os dedos delicadamente entre as suas orelhas. O coelho pareceu não se importar.

Lysandre sorriu antes de colocar o coelho de volta na gaiola e então sentar-se na borda da própria cama. Sam acabou decidindo que se jogar naquela otomana agora seria uma ótima ideia.

“Então… O que deveríamos fazer agora?” Ele perguntou, sem ter muita certeza aparente do que dizer.

“Ah! Eu fiz algumas pesquisas nos últimos dias, eu, uhm...” Sam começou a vasculhar os bolsos de sua calça. “Oh… Isso é… Surpreendente.” Ele comentou, ao tirar alguns papéis de seu bolso de trás.

“O quê?” Lysandre perguntou, curioso, inclinando seu corpo para frente. “Hey, esse não é o papel que eu lhe dei o meu endereço?”

“É, sim.” Samuel assentiu. “Eu devo ter esquecido que tinha colocado nessa calça.” Ele riu.

“Então quer dizer que eu não precisava ir te buscar?” Lys brincou.

“Você diz isso como se tivesse sido uma coisa ruim.” Cruzou os braços.

“Devo admitir que não foi algo desagradável.”

“É claro que não, eu sou uma pessoa maravilhosa de se passar tempo com!” Samuel brincou de volta, rindo levemente. “De qualquer modo, eu anotei algumas de minhas pesquisas aqui… Hm… Ah, a primeira coisa. Coelhos não podem ser molhados. Isso é importante.”

“Oh, eu não acho que eu já sabia sobre isso.” Lysandre disse, aproximando-se mais do rapaz para ver suas anotações com ele.

“Nem eu, para falar a verdade. Mas aparentemente coelhos podem morrer de hipotermia ou de estado de choque se eles forem submersos em água.” Sam lhe entregou o papel. “Não tem muita coisa aí, mas espero que ajude.”

“Não se preocupe, tenho certeza de que será de grande ajuda.” Ele deu um último sorriso, antes de dedicar o seu olhar a estudar as anotações.

Sam não tinha certeza do que lhe chamava mais a atenção no momento. O adorável coelho parecendo tentar chamar a atenção do dono na gaiola, ou os olhar sério e dedicado do rapaz sobre o pequeno pedaço de papel, e seus belos olhos descombinados…


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Notas finais do capítulo

Samuel está parecendo se questionar se seu crush pelo Lysandre realmente foi algo passageiro; Mas ele acabou de ter um encontro com Nathaniel, então tem que ser, certo?
Ao menos eles parecem estar se divertindo... Como amigos!
Também tivemos o... Hm... Prazer! De conhecer Nina. Todos nós sabemos como ela é com as amigas proximas de Lysandre (Kymo que o diga!), mas aparentemente Sam não é exatamente um problema para ela... Por ora. Mas a reação de Lys é algo a se notar, uhm?
Mas o dia ainda está longe de acabar! E teremos o final dele esse sábado!
Moony Out!



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