Candy Boy escrita por Moony Is Tired


Capítulo 14
C14. Nada Mais Romântico do Que o Por do Sol


Notas iniciais do capítulo

Sam e Nathaniel têm um encontro! Acabará ele bem ou mal?
O que acontecerá além disso, afinal? Mais revelações sobre o passado? Talvez apenas algumas conversas mais calmas sobre livros e música. Certamente que sempre temos uma ótima chance de ver tudo pelo lado positivo, e o que é mais positivo do que um piquenique no parque?



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Quando Samuel chegou em casa, Aimée e Cedric estavam no sofá assistindo alguma coisa na televisão. Isso definitivamente não o impediu de anunciar:

“Adivinhem quem conseguiu um encontro!”

“Ah, Sammy!” Aimée levantou-se quase que de imediato, correndo para lhe dar um abraço. “Sammy, Sammy, você está crescendo tão rápido!”

Cédric parecia querer dizer alguma coisa — provavelmente algum comentário sobre acontecimentos não muito antes dele ter mudado de escola —, mas, felizmente, preferiu não dizer nada. Samuel a abraçou de volta. Poucos segundos depois, Aimée o soltou, com um sorriso largo no rosto.

“Me conte tudo!”

Os três sentaram-se juntos, e Sam falou um pouco sobre o seu dia e sobre Nathaniel, e que eles iriam ter o seu primeiro encontro nesta sexta-feira no parque. Aimée sinceramente parecia ainda mais animada com isso do que o próprio Samuel, para ser sincero.

“Um parque! No por do sol! Tão romântico!” Ela dizia num tom animado. “Vocês poderiam fazer um piquenique! Eu posso preparar algumas coisas se você quiser! Você gosta de limonada rosa, certo?”

“É de fato a minha bebida favorita.”

“Ótimo!”

“Aimée, você não acha que está só um pouquinho animada demais?” Cédric perguntou, levantando uma sobrancelha. Ele parecia bastante entretido brincando com o longo cabelo dela, entretanto. “Nós não tivemos ninguém para ‘monitorar’ o nosso relacionamento e nós estamos indo bem.”

“Eu sei.” Ela suspirou. “Eu só estou realmente feliz por ele, sabe? Mas eu quero deixar claro que, se precisar da minha ajuda para qualquer coisa, eu estarei disponível.” Sorriu.

“Eu vou manter isso em mente.” Sam respondeu, apesar de não gostar muito da ideia de se tornar dependente dela. Já tomava tempo demais de Cédric com suas dúvidas sobre relacionamentos, não precisava ocupar mais uma pessoa. “Então… Onde estão nossos pais?”

“Ah, eles saíram faz alguns minutos para comprar algo ‘especial’ para o jantar.” Cédric deu de ombros. “Eu estou apostando no de sempre, se quer saber.”

Os próximos dias passaram bem rápido. Encontrou Nathaniel na saída da escola antes de ir para casa para se arrumar para o encontro.

“Está tudo decidido, então?” Sorriu ao vê-lo.

“Claro. Acredito que se ambos levarmos alguma coisa será uma melhor experiência, aliás.” Nathaniel sorriu de volta.

“Sem problemas! Eu simplesmente não consegui convencer Aimée a não me ajudar. Ela não quer me dizer o que está preparando, aliás. Acho que ambos seremos surpreendidos.” Riu. “Nos vemos daqui a uma hora no parque, certo?”

“Exatamente.” Os dois se abraçaram, e Nathaniel lhe deu um beijo na testa como parecia ter se acostumado a fazer sempre que se despediam.

“Sammy!” Aimée praticamente pulou sobre ele quando chegou em casa, o arrastando para a cozinha logo em seguida. O lugar possuía um cheiro fortíssimo de todo tipo de comida. “Eu fiz doces, e separei algumas frutas, eu também fiz uma salada porque achei que seria adequado considerando que você me disse que Nathaniel não gosta de doces, e, claro, tem limonada rosa na geladeira, não esqueça de pegá-la antes de sair.”

“Aimée, você é boa demais pra esse mundo.” Riu.

“É o que eu digo todo dia.” Disse uma voz masculina logo em seguida.

Sentado num dos balcões estava um rapaz alto de cabelos castanho-claros puxados ao ruivo e a franja tingida de vermelho. Alec, um dos amigos de Cédric da faculdade, estava claramente amando o resto de massa de bolo numa tigela.

“Alec, eu já te disse que você não pode comer a massa crua! Tem ovo aí.”

“Eu paro quando eu acabar num hospital.” Ele sorriu, pegando mais uma boa quantidade com os dedos e colocando na boca. Aimée apenas suspirou.

“Infelizmente não tive tempo de preparar o bolo cedo o bastante para que você levasse alguns pedaços, mas eu irei fazer questão de salvar ao menos um para você mais tarde.”

“Aimée, bolos costumam durar mais do que um dia.”

“Você passou o último ano vivendo com Chaos e ainda pensa isso?” Ela levantou uma sobrancelha.

“Oh, Chaos está aqui também?”

“Chaos e Sam 1.0 saíram com Cédric para comprar salgadinhos porque eles não têm a menor ideia nem de como uma batedeira funciona.” Alec riu. “Eu, por outro lado, sou um claro Masterchef.”

“Você está comendo meus ingredientes desde que chegou.”

“Shh. Eu estou tendo certeza de que eles não estão envenenados.” E pôs mais um pouco da massa crua do bolo na própria boca.

“De qualquer modo, eu estou indo lá em cima me arrumar.” Samuel disse em seguida. Alec parecia entretido demais para responder e Aimée apenas assentiu com a cabeça enquanto verificava o bolo no forno. Perguntava-se a quanto tempo ela realmente estava ali.

Subiu para o seu quarto logo em seguida, removendo suas roupas de imediato para tomar um banho. Enquanto penteava e secava o cabelo, foi escolhendo as suas roupas.

“Vamos lá, não é como se fosse um encontro formal num restaurante, tem exatamente zero motivos para se preocupar com alguma roupa específica!” Resmungou para si mesmo. “Ack, mas não tem nada de especial nessas camisetas listradas, eu já uso elas todos os dias. Ugh!”

Continuou vasculhando as portas e gavetas. Decidiu deixar o secador de lado para poder se concentrar em sua busca com mais dedicação.

“Oh… Eu não uso isso já faz um bom tempo… Acho que não seria uma má ideia…”

Não demorou muito para encontrar Nathaniel no parque. Ele estava quase deserto, afinal. Provavelmente as outras pessoas têm coisas melhores a se fazer numa sexta-feira ao pôr do sol.

“Hey! Nathi!” Correu em sua direção com a cesta de piquenique preparada por Aimée — sinceramente, ela entendia muito mais daquilo do que ele poderia esperar de si mesmo pelo resto de sua vida.

“Samuel! Quando foi a última vez que eu te vi usando qualquer coisa em tons pastéis?” Ele riu enquanto Sam sentava-se do seu lado e preparava a toalha de piquenique.

“Eu diria que nunca.” Começou a tirar as coisas da cesta. “Aimée fez um monte de coisas, me sinto mal de nem ao menos ter tido tempo para ajudá-la. Eu acho que a maior parte das coisas aqui são doces, mas… Ah, aqui está.”

“Oh, uma salada. Já estou gostando disso.” Sorriu.

“Eu diria que pode confiar em meus julgamentos sobre as capacidades de cozinha de Aimée que provavelmente tudo aqui está bom. A menos que eu tenha destruído alguma coisa sem querer no caminho…”

“Não se preocupe, qualquer coisa fica maravilhosa com você.” Flertou.

“Oh, pare, está me fazendo corar.” Samuel riu, com o rosto visivelmente avermelhado. “De qualquer modo, ainda me sinto meio mal que eu não tenha ajudado em nada… Eu não sou exatamente o melhor cozinheiro do mundo, mas mesmo assim…”

“Tenho certeza de que teremos outra chance para tal. Eu adoraria experimentar a sua comida.”

“Pois bem, Nathi, você acaba de se amaldiçoar, porque muito mais do que a metade das coisas que eu faço são extremamente doces.” Disse em seguida, com um sorriso largo em seu rosto.

“Oh, não! Estou condenado!” Nathaniel riu.

Uma meia hora depois, o sol já havia se posto e já haviam terminado de comer, mas nenhum dos dois parecia com muita vontade de sair do parque ainda.

Sam havia se deitado no colo de Nathaniel apenas para observar o pôr do sol, mas não havia se levantado ainda. Ele não parecia estar incomodado, então certamente que não era um problema.

“Você parece um pouco cansado.” Nathaniel disse após alguns poucos minutos.

“Não é nada demais.” Sam suspirou. “Só estou um pouco incomodado com aquele lance do jornal… Mas eu não vou deixar aquilo me afetar durante o final de semana, não é?” Sorriu.

“Espero que não.” Ele começou a alisar os cabelos ondulados do rapaz. “Só precisamos ter certeza de quem começou a espalhar os rumores, então poderemos acabar com tudo sem problemas.”

“Qual o seu plano?” Perguntou, interessado.

“Eu odeio admitir isso, mas acho que Kymo poderia ser de boa ajuda.” Suspirou. “Quero dizer, ela sempre acaba criando alguns problemas no caminho, mas até hoje ela nunca fez nada que não pudesse corrigir.”

“Eu não sei se posso confiar muito nisso. Quero dizer, eu a conheço a pouco tempo, e eu sei que ela tem boas intenções… Mas ela me trancou com a Melody na sala do grêmio e eu não vou superar isso tão cedo.”

“Eu prometo que Kym pode ser uma pessoa maravilhosa quando ela quer. Ela já ajudou todo mundo tanto… Ela me tirou da casa dos meus pais, e, sinceramente, por mais que eu tenha ficado com um pouco de raiva dela no começo, eu só posso agradecer agora…” Nathaniel disse, com um sorriso sonhador no rosto.

“Soa como se você tivesse uma queda por ela.” Sam riu.

“Bem… Talvez eu tenha tido. Por algum tempo…” Ele corou. “Mas ela já está namorando Armin há mais de um mês, e antes disso ela já estava com Castiel… Eu já superei. Além disso…” Nathaniel segurou as mãos de Sam, beijando-as em seguida. “Eu me sinto melhor do que nunca estando com você agora.”

O rosto de Sam corou profundamente. Tentou responder alguma coisa, mas as palavras pareciam presas em sua garganta. Ele acabou decidindo apenas por continuar segurando a mão de Nathaniel casualmente, sem fazer muito caso.

“Alguns meses atrás, ela quase me fez considerar uma amizade com Castiel… Não acho que o sentimento foi recíproco, entretanto.”

“Você me deixou curioso agora.” Sam virou a cabeça um pouco para cima, podendo ver melhor o seu rosto. “Por que ‘quase’?”

“Hum… É uma longa história. Mas envolve o motivo de nós nos odiarmos para início de conversa. Bem, eu e Castiel nunca fomos exatamente próximos, mas, por um bom tempo, nós éramos apenas indiferentes… Até que ele me encontrou com a namorada dele da época, e assumiu que eu estava dando em cima dela.” Desviou o olhar.

“Eu assumo que isso foi antes de Kymo?”

“Foi meses antes mesmo dela entrar para Sweet Amoris. A namorada dele na época era uma garota chamada Debrah. Ela era cantora. Naquele dia, eu a encontrei na sala do grêmio fazendo uma ligação… E ela decidiu que a maneira mais eficiente de me deixar de boca calada era tentando me seduzir, eu acho.”

“E então Castiel entrou na sala e ficou do lado dela?” Perguntou, ao qual Nathaniel apenas assentiu com a cabeça. “O amor realmente cega as pessoas, eu diria. E quanto àquele ‘quase’?”

“Um pouco mais de um mês antes de você chegar, Debrah voltou para a escola. E ela definitivamente não deu com a cara da Kymo.” Seu tom era meio vago, como se tentando lembrar-se completamente dos eventos. “Eu lembro que ela ainda estava com o Castiel na época… Você deve imaginar como o término deles foi abrupto. Eu ainda lembro o quanto ela chorou… Não foi só o término. Boa parte das pessoas estavam do lado da Debrah, incluindo algumas amigas que ela sempre foi muito próxima. Aquilo provavelmente foi só a gota d’água pra ela.”

“Eu… Consigo imaginar.” Sam desviou o olhar por um instante, com algumas memórias não muito felizes da sua antiga escola.

“De qualquer modo, ela acabou conseguindo ajuda de algumas pessoas, me incluindo, claro. Arrumamos um plano para desmascarar a Debrah e foi um sucesso. Eu sei que ela ainda não superou aquilo completamente, entretanto. Ela ganhou o taco de baseball da madrinha nesse período e não desgruda mais dele.”

“Sim, eu já ouvi algumas coisas sobre isso. Nada tão detalhado, entretanto.”

“Considerando que acabamos provando para o Castiel que ele estava errado sobre a Debrah o tempo todo… Eu acho que cometi o erro de assumir que ele me daria a chance de no mínimo voltarmos a sermos neutros.” Nathaniel suspirou uma última vez. “Devo ter pensado cedo demais. Para ser sincero, eu acho que o odeio ainda mais agora, considerando que ele não me perdoou por algo que nunca foi nem minha culpa.”

Sam levantou-se, ficando sentado um pouco na frente de Nathaniel.

“Talvez você pudesse falar com ele sobre isso? Não garanto que vá resolver tudo, mas… Talvez colocar isso pra fora diretamente na fonte te deixe melhor…”

“Para ser sincero, eu nem sei se eu quero...” Ele balançou a cabeça. “Estamos deixando esse encontro um pouco pra baixo demais, não acha? Hm… O que acha de darmos uma volta no parque e conversarmos sobre algo mais leve por alguns minutos? Eu posso andar com você até em casa depois disso.”

“Parece… Parece uma boa ideia.” Sam sorriu, apesar de que parte dele não gostava da ideia de continuar jogando os problemas para segundo plano. Levantou-se logo em seguida. “Então… Por que não falamos sobre alguns livros?”

“É claro.” Nathaniel levantou-se também, lhe dando um beijo na bochecha antes de lhe ajudar a pegar as coisas do piquenique no chão. “Eu sempre adoro falar sobre livros.”


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Notas finais do capítulo

Sempre me incomodou como a docete e o paquera nunca tiveram um único encontro depois de começarem a namorar. O relacionamento deles me pareceu demorar demais para começar: e andar muito rápido logo em seguida. Eu gosto da ideia de ter alguns encontros aqui e ali, toques casuais, conversas sem muita preocupação, piadas para melhorar o clima.
Pois bem... O que mais temos para o final de semana de Samuel? Oh, sim! Ele prometeu ir na casa de Lysandre esse sábado, não? Esperem pelo próximo capítulo para descobrir como tudo foi!
Estou considerando voltar a postar um capítulo por semana, então estejam de olho! Já tenho vinte capítulos prontos então talvez valha a pena.
E, claro, como não poderia deixar de ser, a pergunta de interação do capítulo! Pode parecer aleatório, mas, volte para o começo deste capítulo, meu caro. O que é isso? Oh, sim, Cédric estava querendo comentar algo sobre o irmão, mas pareceu mudar de ideia antes de dizer qualquer coisa. O que vocês acham que ele iria dizer? Estou sempre morrendo de curiosidade pelas suas teorias!
Ramble Queen Out!



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