Hollow escrita por kappa


Capítulo 2
Ceifeiro - Parte II




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Eu corri pra *******, para nunca mais ver aquele ceifeiro. No momento, estava com muito medo, muita raiva, e extremamente triste. Não imaginava que aquilo viria a acontecer justo comigo.
        Eu tive que ficar em um motelzinho, desconfortável pra caramba, e com o dinheiro que eu tinha guardado. Ah, eu devo ter esquecido de falar para você meu nome. Prazer, eu sou o Carlos, e, nessa época, morava no Rio Grande do Sul. Eu fiquei em um motel numa cidade do interior de São Paulo, chamada Indaiatuba. O que eu pensei quando cheguei lá, foi que eu deveria recomeçar minha vida, comprar uma casa nova, conseguir um emprego novo, conseguir uma esposa, ter filhos... Essas coisas.
        Quando estava lá, já eram 15h48, e eu estava muito cansado, pois tinha corrido por sete horas seguidas. No motel, decidi tirar um cochilo. Acordei 5 horas depois, com uma espécie de menina metade dragão, metade humana. Ela estava me balançando para conseguir me acordar. Eu levei um susto, e achei que ela iria me estrangular, igual o ceifeiro fez, ou tentou fazer. Eu parti pra cima, e, pra minha surpresa, ela era muito, mas MUITO mais forte que o ceifeiro. Ela me pegou pelo meu punho, e me jogou na parede. Eu ATRAVESSEI a parede. Por sorte, não tinha ninguém no outro quarto.
Pensei na hora em sair correndo denovo, mas a menina me segurou. Nesse momento, estava branco novamente, e, como antes, também não conseguia me mexer. Só fui me acalmar, quando ela me disse que não queria me machucar. Me falou que iria me ajudar. No momento em que ela disse isso, eu fiquei aliviado de um jeito que nunca tinha ficado. Foi ótimo.
        Ela me disse que iria me treinar, e me ajudar a aprender a usar meus poderes, que eu nem sabia que tinha. Pra mim, minhas habilidades, como força e velocidade, só haviam aumentado, mas, de acordo com o garota, eu também havia ganhado poderes. Ela não me explicou direito que poderes na hora, mas, depois, eu fiquei sabendo de tudo.
        Primeiro, nós tínhamos que sair dali, antes que a moça que cuidava do motel viesse, porque fizemos um estrago enorme nos dois quartos. Nós dois saímos correndo de lá, e notei que ela corria muito mais rápido que eu. Logo, pensei que seria difícil chegar ao nível dela, e nem sabia se ia conseguir chegar perto disso. No caminho, paramos para conversar. A menina me disse que ia me levar para um acampamento de pessoas que conseguiram poderes, não iguais aos meus, só que da mesma forma. Eu perguntei à ela: Que forma? Ela me disse que eu iria descobrir. Eu perguntei também se eram muitas pessoas com poderes, e ela me disse que eram cerca de 500 pessoas, só no Brasil. No mundo inteiro, seriam mais ou menos 564.985.
        Chegando no acampamento, percebi que realmente eram muitas pessoas. Alguns mais inexperientes, outros muito fortes e sábios (e outros meio burros, também). A primeira coisa que a garota-dragão me perguntou foi se eu trouxe comigo a pedra brilhante. Eu, inocente, tinha achado que estava no meu bolso o tempo todo, mas, quando fui checar, pra minha surpresa, não estava lá. A menina ficou p*** comigo, e mandou voltar para buscar, mas foi só colocar a mão no bolso de trás, que consegui achar a pedra. Entreguei à ela, que, pegou a pedra, e enfiou no meu peito. Sim, ela enfiou no meu peito. Por uns segundos, senti uma dor imensa, depois, senti que ia morrer. Eu estava quase caindo no chão, quando, de repente, tudo tinha passado. A dor, a sensação de morte, tudo. Eu perguntei o que havia sido aquilo, e ela me disse que agora, a pedra era meu coração. Eu fiquei muito confuso, tipo, como uma pedra pode ser meu coração? Mas depois, eu entendi tudo. A garota me levou para um alojamento, onde eu pude arrumar minhas coisas tranquilamente e com sossego, sem preocupações, finalmente.
        Meia hora depois, a menina entrou no meu quarto e me chamou para começar um treinamento. Esse treinamento era no meio de uma floresta, cheia de animais selvagens e perigosos. Ela falou para eu não me preocupar, pois iria me proteger. Lá na floresta, antes de começar o treinamento, ela me explicou algumas coisas. Me falou sobre minha Energia Roxa, que era como se fosse um combustível pra mim, mas um combustível que não podia ser recarregado por meios externos, ele se recarregava sozinho, dentro de mim, mas não era possível lutar enquanto esse combustível se recarregava. Se minha Energia Roxa se esgotasse, eu iria morrer. Depois das explicações, a menina, que se chamava "Tera", falou para eu escolher um apelido para mim, um apelido de super-herói. Eu escolhi "Hollow", porque, no inglês, hollow significa oco, vazio, e, por dentro, eu estava vazio, sem esperança, sem amor, sem sentimentos.


Continua...


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